The Twilight Saga: Sunset escrita por Ludymila Leal


Capítulo 7
Alegrias e Tristezas (Parte 1)


Notas iniciais do capítulo

Olá amadinhas :}
Tudo bem?
Bom, o capítulo a seguir está enoooooorme, ai decidi dividir em duas partes, então, bom proveito *-*



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Evelyn Wright 

(Clique e veja o Look de Evelyn!)

-Então, fechamos o balanço dessa semana?-Olivia indagou, espreguiçando-se.

Era sexta feira e eu havia feito a coitada chegar mais cedo do que todos os outros funcionários.

-Sim.-eu sorri e ela suspirou aliviada.-Fechamos com 7% de luco. Pode guardar o livro caixa e tirar o dia de folga.-anunciei estendendo minha mão por cima da mesa e segurando a dela que sorriu, realmente agradecida.

-Ai, obrigada! Obrigada! Obrigada!-ela levantou-se da cadeira, sem largar minha mão, contornou a mesa e abraçou-me por trás da cadeira.-É a melhor patroa do mundo!

-Está bem. Está bem... Obrigada pelos elogios, mas antes de ir embora, chame a Laurie e peça que ela traga a agenda da recepção. Preciso ligar para um dos fornecedores e o número está lá.

-Ok, sem problemas!-empolgada, ela pegou a bolsa e saiu do escritório, deixando-me sozinha, rodopiando na cadeira giratória, pensando.

Tudo finalmente parecia bem.

Dias depois, Laurie havia feito amizade com Esme e as duas passavam horas passeando, comprando roupas, objetos decorativos e alimentos –para o cão de Libby e a humana de Edward-.

Joseph havia tirado o dia de folga, assim como Carlisle, e ambos estavam pescando juntos perto de Forks, com varas e equipamentos modernos.

Libby e eu havíamos feito as pazes, contando que o cão ficasse fora de casa e não demorasse no restaurante. Ela passava a maior parte do tempo em La Push enquanto Nate divertia-se com Jasper e Emmett. Os três estavam “amiguinhos” e pareciam crianças subindo em arvores, caçando, jogando vídeo-game e baseball enquanto Rosalie e Alice (apesar da nanica se identificar mais com Libby, ela negava-se a ficar perto do odor insuportável de Derek) juntavam-se a mim, gastando alguns dólares com roupas, sapatos e bolsas.

O único avulso era Edward, cujo tinha uma pequena aversão a minha pessoa, eu eu não podia negar, ele não era meu favorito.

Eu não planejava aproximar-me tanto dos Cullen e muito menos gostar deles.

Aquilo era horrível.

-Tenho uma surpresa pra você.-a voz de Laurie invadiu o escritório e quando girei a cadeira de frente a porta, sorri. Alice e Rose estavam atrás dela.

-Veio me entregar um currículo, pedir um emprego?-pigarreando, eu me fingi de séria e Rose logo gargalhou da brincadeira.

-Querida, você é que tem que me pedir para trabalhar pra você. Me coloque como relações públicas e vai ficar rica.-ela puxou uma cadeira e sentou-se de frente para mim.

-Bom, vou deixar vocês em paz, crianças. Aqui está a agenda, Eve. Com licença.-depois de depositar a agenda em cima da mesa, Laurie nos deixou.

-Aonde vão?

-Tem um jatinho nos esperando em Seattle. Vamos para Miami!-Alice contou animada.

-Extravagante.-comentei de sobrancelhas arqueadas.

-Ah, anda logo, larga de ser chata. Temos que comprar algumas coisas para nós, para Esme...-Rose começou.

-E é claro, temos que ver também algumas coisas para o casamento!

-Não estrague o momento, Alice!-Rosalie rolou os olhos.

-Não falo mais nada, pode relaxar, barbie.

-Bom, vão logo fazer compras. Eu tenho o que fazer.-de pé, eu fui até elas.

-Você é insuportável mesmo!-Alice bufou, ficando de pé.

-Vamos comprar um livro para você. “Como ser menos chata”.-Rose colocou-se de pé e foi arrastando Alice até a prova, fingindo estar chateada.

-Ótimo! Aproveite e compre um exemplar de “Aprendendo a ser menos indesejável.”. Rose pode ficar com o meu e Alice fique com o segundo.

-Chatinha.-com uma careta, as duas se despediram de mim. Estávamos de frente ao balcão da recepção. As meninas despediam-se de Laurie quando pneus cantaram na rua.

-O que é isso?-Alice indagou, fazendo uma careta.

-Trey. Meu humano problema.-respondi ao sentir o cheiro dele.

-Ouviu Alice?! Ela também tem um humano, como Edward.-debochada, Rosalie apoiou-se nos ombros de Laurie, debochando.

-Sabem por que a loira morreu? Ela esqueceu como respirar.-cruzei os braços com um sorriso debochado nos lábios, encarando uma Rosalie irada.

-Vamos, Alice.-e em uma velocidade acima do exibível, Rose caminhou até a BMW conversível estacionada em frente ao restaurante.

-Já ouviu a da aposta entre a loira e da morena?-indaguei enquanto Alice entrava no carro e Rosalie arrancava com o carro e eu gargalhava na porta do restaunte, junte de Olivia que despedia-se de mim.

-Olivia!

Em um tom alto e desesperado e com dificuldades de equilibrar bolsas e uma criança, Trey saiu do carro com a pequena May de pijama aos prantos nos braços, ele gritou pela loira que estava mais próxima dele.

-O que houve?-desesperada, ela correu em direção a Trey, tentando pegar a menina dos braços dele.

-Preciso que cuide dela!-urgente, ele nem se quer havia notado minha presença alí, chocada com o desespero dele. Chegava a doer.

Então eu entrei na mente de Trey entendi o que se passava.

Era um dia normal. Ele tomava café da manhã com sua mãe, uma robusta senhora de cabelos brancos. Então, do nada, a velha Sra. Thorm simplesmente desmaiou, caindo de cabeça no chão. Trey correu para socorrê-la enquanto May assistia tudo, assustada.

-Me dê ela, eu posso ajudar.-Olivia abrira a boca para concordar mas eu me adiantei, pegando May em meus braços.-Chame Laurie e traga minha bolsa, Olivia... E depois ligue para o Dr. Carlisle Cullen.-um tom urgente atingira minha voz enquanto eu tentava acalentar a menina que chorava em meu ombro. Olivia correu para dentro do restaurante e enquanto May parecia chorar mais, Trey passava as mãos exasperadamente pelo cabelo.-Sua mãe vai ficar bem, Trey. Se já a levaram para o hospital, a imobilizaram e disseram que irão fazer exames, tudo vai dar certo! Fique calmo.-desesperada, eu tagarelava tentando consolá-lo, mas ele parecia não me ouvir.

-O que aconteceu com esse anjinho?-Laurie indagou, surgindo ao meu lado, me entregando minha bolsa e pegando May habilidosamente.

-Cuide dela, mãe!-pegando a mochila cor de rosa dos ombros de Trey e o elefante de pelúcia que ele segurava, eu entreguei a Laurie que já parecia acalmar a criança.

Era um pequeno anjo assustado, mas no entanto, era o desespero de Trey que me feria.

-Vou com ele. Force Olivia a ligar para Carlisle e mande-o para o hospital!-gritei a ela enquanto me distanciava, tomando as chaves das mãos trêmulas do rapaz e entrava no carro.

Como um boneco ligado no automático, ele entrou no banco do carona, ainda com os olhos perdidos no horizonte.

Aquilo era quase tortura.

( Ouça a música tema de Evelyn e Trey nessa cena! )

-Ela vai ficar bem. Você uma vez me disse que ela estava com Alzheimer, certo? É uma doença que traz complicações, mas não significa que o mundo vai acabar. Conheço casos em que o paciente sobrevive por mais de...

-Como sabe que é minha mãe?-ele perguntou, me encarando sem entender.

-O que?-tentando ganhar tempo, eu devolvi a pergunta.-Eu, ér, você disse...

-Não, eu disse há semanas atrás que minha mãe tinha Alzheimer e que estava esquecida demais ultimamente, me chamando pelo nome de meu pai, mas não contei nada hoje sobre ela e você sabe até que a ambulância já foi busca-la e que a levaram, alegando que fariam exames.-um pouco chocado e exaltado, ele me encarava confuso e durante um silêncio de cinco minutos, eu permaneci olhando para a estrada.

-Bom, você mesmo disse que eu sou estranha.-dei de ombros. Eu não sabia o que dizer, então apenas decidi ser sincera. A conversa terminou assim e ele voltou a olhar para frente.

-É o Dr. Cullen.-murmurei enquanto olhava meu celular.-Carlisle, preciso de sua ajuda.

-Sua secretária me ligou. O que houve?-a voz dele era cautelosa.

-A mãe de um funcionário meu está realmente mal no hospital. Preciso de sua ajuda.-eu quase suplicava.

-Estou indo para lá.

-Obrigada!

-Acho que foi um aneurisma.-Trey comentou enquanto eu devolvia o celular a meu colo.-Ela teve dois há anos. O médico de Seattle não descartou a possibilidade de que isso voltasse a acontecer.

-Ok, olha para mim.-estacionando o carro em uma das vagas do hospital, eu desliguei o mesmo e fiz Trey me encarar.-Eu não sou médica, muito menos você. Então não vamos ficar levantando hipóteses, idéias, problemas... Então vamos deixar os médicos analisarem tudo ok?!-agora, sem perceber, minhas mãos já estavam nas dele.-Vamos?-eu indaguei.

-Vamos.

(Pare a música.)

-Ela teve uma queda na pressão arterial, por isso desmaiou e o impacto no chão causou o aneurisma.-explicando-nos os exames, Carlisle confirmou a teoria de Trey que bufou, decepcionado com o diagnóstico.

-E como irão tratar isso?-eu perguntei.

-Há duas vertentes. Uma é uma craniotomia. Uma cirurgia de crânio aberto, onde o neurocirurgião ira tentar reverter a situação dos vasos rompidos. A segunda opção é um tratamento infra-arterial, onde é colocada uma mola de platina numa artéria da virilha; levada até o cérebro, essa mola tende a distorcer o fluxo de sangue. As duas tem seus riscos, mas a menos arriscada é a segunda.-ele fez uma pausa e encarou Trey diretamente.-Vou indicar um ótimo neurocirurgião a vocês, então ele irá avaliar o quadro e fazer a indicação do melhor procedimento. Trey, você precisa ser forte.-Carlisle dizia gentil enquanto colocava-se de pé.

-Obrigado, Dr. Cullen. Eu nem sei como agradecer.-um pouco sem jeito, um pouco perdido,... Trey estendeu a mão para apertar a de Carlisle.

-Não precisa agradecer, Trey. Evelyn, qualquer coisa, não excite em me ligar.

-Tudo bem. Obrigada Carlisle. Eu te acompanho até o estacionamento. Preciso pegar minha bolsa no carro. Se importa de ficar só, Trey?

-Não, imagine. Eu vou ver minha mãe.-ele disse com um sorriso desanimado, dando as costas para nós dois.

O caminho ao estacionamento foi tranquilo, sem nenhuma palavra se quer, mas quando saímos para a chuva fina, Carlisle abriu a porta da elegante Mercedes negra e pediu que eu entrasse.

-Não acha que irão falar mal da Srta. Wright entrando no carro do Dr. Cullen que é casado?-arqueei as sobrancelhas de braços cruzados mas ele insistiu e eu entrei, refugiando-me da chuva que começava a encharcar as costas de meu vestido rendado.

-Evelyn, eu vou ser direto porque é assim que eu tenho sido com meus filhos.-ele fez uma pausa e logo volto a falar.-Seu pai diz que você sempre ouve a todos de sua casa, mas raramente é ouvida. Você se impõe, mas não se abre.

-Se for por isso que me chamou, com licença... Eu agradeço o que fez mas...

-Não vai sair enquanto não me ouvir, mocinha.-ele inclinou-se sobre mim para fechar a porta que eu havia aberto e me encarou como só um pai realmente cauteloso faria.

-Você também tem problemas e sentimentos, então se você parasse de se preocupar apenas com os problemas dos outros e começasse a cuidar um pouco de você, as coisas melhorassem. Seu pai comentou comigo que ele e sua mãe acham que você está... Se envolvendo com esse rapaz.-novamente a pausa incômoda.-Evelyn, não precisa me dizer o que sente ou não, mas eu quero dizer que se precisar conversar com alguém, desabafar, falar sobre isso, eu e minha família estamos aqui.-literalmente, ele estendeu-me uma mão amiga alí, puxando-me para um estranho, incômodo e ainda assim, agradável abraço.

-Obrigada.-murmurei.

-Ah. Não agradeça. E antes que eu me esqueça,... Rosalie tem comentado bastante sobre você.

-Rose é parecida comigo.

-Sim, eu sei. Não conheço sua história, seu pai não entrou em detalhes, mas me disse que é bem triste. A de Rosalie tampouco é um conto de fadas, então talvez seja por isso, mas sinceramente, acho que sobre isso, sobre essa situação...-ele fez um gesto para dentro do hospital, referindo-se a Trey-... Edward poderia te ajudar.

-Por favor!-eu sorri irônica.-Ele não me suporta e eu o acho realmente chato.

-Eu sei, eu sei...-Cralisle não pode deixar de sorrir.-Mas tem que admitir, ninguém vai entender melhor você nesse ponto “humano” do que ele.-ele atingiu-me, me calando.-Bom, agora pode ir. Não fica bem mesmo uma jovem como você no carro de um velho como eu. Ninguém entenderia a relação paternal e em cidade pequena, as coisas correm.

-Quantos anos você tinha quando foi transformado, Carlisle?-indaguei, realmente curiosa. Como Joseph, ele não me parecia velho.

-23.-ele disse, achando graça.-E você?

-17.-respondi sem dar importância.-Trezentos anos? Puxa, e eu achando que era experiente com meus duzentos!-balançando a cabeça, eu sai do carro e fui até o carro de Trey, buscar minha bolsa.

Quando entrei no hospital, Trey estava no quarto com a Sra. Thorm.

-Hey.

-Hey.-ele levantou o rosto que estava deitado na cama, ao lado da mãe que dormia.

-Alguma novidade?

-Eles ligaram para um neurocirurgião que está de plantão em Port Angeles.

-E...?

-Pelo que eu disse, ele acha que a craniotomia é a mais indicada ao caso.

-Isso é bom ou ruim?-colocando a bolsa no sofá que havia no quarto, me aproximei da cama.

-Vai custar, em média, dez mil dólares. E minha mãe não tem convênio, isso sem falar no anestesista.-ele bufou, rolando os olhos. Eu estudei a situação por alguns momentos e depois estendi minha mão, tocando o ombro dele.

-Não se preocupe com isso. Eu posso...

-Nem venha me oferecer dinheiro! Não vou aceitar dinheiro dado.

-Eu não iria te dar, seu imbecil!-voltei com minha mão para minha cintura, como a outra estava.-Eu imaginei que você seria machista o suficiente para negar, então vou lhe fazer um empréstimo e você me paga, trabalhando para mim. O resto da eternidade.-sorrindo de lado, eu propus a ele que ficou em silêncio por alguns minutos.

-Quer que eu fique com você a eternidade inteira? Que profundo!-ele zombou, despertando uma careta minha.

-Foi só um modo de dizer.

-Aham, sei... Você está é louca para repetir o episódio do carro.-comentou malicioso.

-Vou buscar a May para ver sua mãe. Ela estava chorando quando a deixei com Laurie.-comentei rápida, evitando que minha mente me levasse de volta ao momento de nosso beijo, dentro do carro.

-É uma boa idéia.-ele ponderou enquanto eu saia do quarto, colocando a bolsa em meu ombro.

Pisando forte, eu logo cheguei ao Aveo prata com pequenos arranhados nas portas e confortavelmente, me ajeitei no banco, me guiando até o restaurante, evitando ainda os pensamentos relativos a noite de Seattle.

-Olivia, hoje é seu dia de folga!-chocada, foi a primeira coisa que exclamei ao ver

 Olivia debruçada sobre o balcão da recepção, jogando Angry Birds com cara de cansada.

-Laurie foi levar May para sua casa e me pediu para ficar aqui até Nate chegar.-ela respondeu em um gemido.-Seu pai chegou há pouco.

-Eu sinto muito, Olivia.-lamentei sincera.-Eu te juro que amanhã e depois você não precisa nem atender meus telefonemas.

-Ah Eve, nem sei o que falar!-era impressão minha ou os olhos dela estavam marejados?

Eu precisava dar mais folgas a minha “secretária/assistente pessoal/gerente administrativa e faz tudo”, sem falar em um aumento significativo de salário.

-Apenas aceite e nunca se demita.-eu estendi minha mão por cima do balcão, segurando as dela rapidamente.-Se ligarem, diga que hoje estou indisponível.-e voltei a sair do local, entrando novamente no carro de Trey, rumo a minha “casa na montanha”.

(Clique aqui e conheça a Casa dos Wright)

-Vovó Laurie, tem um carro chegando!-há quase dez metros de distância dos portões de entrada da casa, pude ouvir a voz infantil de May nos jardins.

-É a Tia Eve, querida.-ela assinalou.

-Como você sabe?

-Eu sou a mãe dela, sinto as coisas.

-Olhem só quem não está chorando!-encerrando a conversa das duas que brincavam em meio a inúmeros e novos brinquedos, comprados para May.

-A Vovó Laurie me deu chocolate quente, e me deu essas bonecas e me deu essa roupa de princesa!-animada, ela correu em minha direção, antes que eu pudesse sair do carro.

-Vovó?!-murmurei sem que ela pudesse ouvir.-A senhorita é muito simpática, May.

-Obrigada! Você é a Tia Eve não é? Meu Tio Trey fala muito de você!-ela deu ênfa-se no muito.

-Mesmo?-interessei-me.

-Onde ele está?-a menina mudou de assunto e eu me segurei para não obriga-la a continuar o assunto.

-Vamos vê-lo agora... E a sua avó também. A verdadeira.-assinalei enquanto Laurie fazia um bico bastante infantil.

A menina comemorou e com entusiasmo, entrou no carro, colocando-se na própria cadeirinha no banco de trás.

-Pronta para irmos?-questionei-a enquanto colocava o cinto na criança.

-Sim, Tia Eve!

-Então vamos.

-Ligue-me se precisar.-despedindo-se, Laurie disse enquanto eu saia pela estrada de carros.

O caminho foi recheado de conversas infantis sobre sorvetes, animais, brinquedos e medo do bicho papão, até que chegamos ao hospital e graças a chuva, a menina trajada de princesa permaneceu em meu colo em todo trajeto até o quarto onde entramos e encontramos Trey dando gelatina a Sra. Thorm.

-Vovó Ambelyn!-a menina gritou animada, correndo para cima da cama. Trey tentou impedí-la, parecendo triste, mas quando ele tentou segurá-la, ela já estava com a metade do corpo sobre a cama.

-Ah minha princesa! Quem te deu essa roupa? Está belíssima!

-Foi a Vovó Laurie, mãe da tia Eve!

-Tia Eve?-Ambelyn pareceu confusa.

-Sou eu, Sra. Thorm.-acenando, eu sorri gentil.

-Ah sim! George, seja educado, cumprimente essa doce moça que cuidou de Monique por nós.

Ok, aquilo era realmente confuso.

-Ela não se lembra de nada. Parece que com o aneurisma, o Alzheimer piorou.-Trey prendia as lágrimas enquanto me explicava e eu simplesmente observava as duas absortas em risos sobre a cama.-Os exames mostraram um pequeno sangramento que pode se agravar. Ela precisa operar. O neurocirurgião chegou ás pressas e só está analisando os exames para que a preparem para a cirúrgia.

-George, acho melhor chamar a médica. As contrações pararam!-a mulher gritou em pânico, assustando a pequena May.

-Ela acha que está aqui porque está grávida de mim.-Trey bufou, parecendo mais revoltado do que triste.-Mamãe, eu sou o Trey, já nasci há 27 anos. A senhora teve um aneurisma e o sangramento parece ter comprometido algumas partes do cérebro, avançando o Alzheimer.-parecendo cansado de explicar, Trey pegou May nos braços que logo olhou para mim, pedindo colo. Eu tornei a carrega-la, dando a idéia de um chocolate quente.

-Igual o da Vovó Laurie?-ela perguntou animada e Trey me olhou confuso.

-Parece que minha mãe a adotou como neta.-expliquei, sem jeito.

-É bom pra ela ter pessoas que gostem dela.-ele deu de ombros.

-Sua irmã já sabe sobre sua mãe?

-Bom, ela não liga.-com a voz carregada de  raiva, ele colocou-se de pé e foi a janela.-Se lembra do que eu falei aquele dia, sobre Monique?

-Que ela teve que viajar, que cuidou de May sozinha. Por que?

-Posso ter mentido em partes.-ele fez uma pausa, virando-se para mim.-Acho que May merece ficar com a Vovó Ambelyn enquanto eu e a Tia Eve buscamos os chocolates, que tal?-ele propôs a empolgada menina que forçou para voltar ao chão, ajeitando a coroa na cabeça e subindo novamente na cama, pedindo que a avó, extremamente confusa com a explicação recente dos fatos de Trey, que lhe contasse uma história.

-Qualquer coisa, se a Vovó ficar estranha, aperte aquele botão acima da cabeceira da cama, ok May?-ele pediu, beijando a testa da menina que concordou com o tio.

-Eu ia lhe convidar para um café, mas esqueci que não come nada.-ele comentou, forçando um sorriso ao pegar seu cappuccino, já na lanchonete do hospital.

-É, mas vamos fingir que eu simplesmente estou satisfeita, afinal acabo de chegar de minha casa e são quase meio-dia e meio.

-Justo.-ele balançou a cabeça.-Bom, sobre Monique. É verdade que o pai de May as abandonou e que ela viajou, mas um fato que eu tive de omitir para garantir o sustento de minha família é que Monique nos abandonou.-eu estava começando a ficar confusa e a criar inúmeras perguntas mentais quando ele prosseguiu.-Monique nunca quis May. Ela queria abortar, ainda mais quando o imbecil do ex-namorado dela disse que iria embora, mas eu não deixei que ela o fizesse. Disse que a ajudaria a cuidar da May e ela concordou, contragosto. A essa altura, minha mãe já estava esquecida, já estava doente mas não sabíamos. Quando May nasceu, Monique parou de trabalhar e dedicou-se a ela por um ano inteiro, mas quando ela voltou a trabalhar como secretária, um dos patrões dela, admirado pela Inteligência e eficiência de minha irmã disse que se ela aceitasse, ele a levaria para Londres com ele, onde ela continuaria trabalhando para ele e faria a faculdade que desejasse. Ela nem nos consultou antes. Pegou o emprego, arrumou as malas e deixou May para trás com apenas um ano. Ela nos visitou somente uma vez, no aniversário de May de três anos e depois disse que se casaria e provavelmente não voltaria.

-Que ótima mãe ela é!-arqueando as sobrancelhas, eu comentei irônica. Lembrei-me de uma das fotos que Trey me mostrara dele com a irmã e admiti mentalmente que quem vê cara, definitivamente, não vê coração. Me revoltava o fato de mulheres não darem valor a seus filhos, a maternidade. Se soubessem como eu e outras “como eu” desejavam isso, mas não podiam ter.

-O fato é que eu sempre fui como um pai para May. E também tinha que cuidar de minha mãe... Eu trabalhava no restaurante mais visitado de Forks, antes do Le Grand, mas meu salário nunca vinha completo porque eu tinha de faltar muito graças as duas,... Sem contar que o salário não era a melhor coisa do mundo. Quando Olivia, minha amiga desde os tempos da escola, disse que um restaurante refinado abriria na principal e que precisaria de bons cozinheiros, eu topei na hora uma entrevista e com o seu aval de aprovação devido a minha formação, eu fiquei tranquilo. Mesmo com descontos das possíveis faltas, o salário era bom o suficiente para que eu cuidasse de minhas duas mulheres.-Trey contou a história da péssima irmã, da triste doença da mãe e do grande amor que tinha por May.

O rapaz de modos rústicos e que transbordava sarcasmo, agora me parecia um jovem indefeso, que precisava de um ombro amigo.

Eu desejava dar esse ombro amigo a ele, ou simplesmente, tocar seu rosto perfeito, colar minha testa na dele e olhando no fundo daqueles olhos azuis, eu diria a ele que tudo estava bem.

Mas o remorso, a idéia de trair a memória de Pierre me impedia.

-Trey, não precisa se preocupar.-eu não era de ferro e a prova disso foram minhas mãos teimosas que buscaram as dele sobre a mesa.-O emprego será seu sempre que precisar. Pode atrasar-se quando forem casos assim, tirar uma licença e se quiser deixar May conosco, Laurie agradeceria.-ele sorriu, soltando uma das minhas mãos e estendendo a mesma até tocar meu rosto, acariciando o mesmo.

-Você é um anjo.-ele sussurrou.

-Não, eu sou exatamente o oposto disso.-sussurrei de volta sem desviar meus olhos dourados dos dele.

-Não é não.-ele negou com a cabeça.-É o que você quer mostrar. Brava, forte, rígida, intolerante e fria...Literalmente.-ele nos fez rir.- Mas eu sei que algo aconteceu com você. Um trauma, uma perda, uma dor... E você se fechou, com medo de se magoar de novo ou de machucar as pessoas.

-Você está lendo minha mente?-perguntei forçando um sorriso em nossa conversa baixa.

-Não, eu estou lendo seus olhos.-ele justificou, me calando.-Mas tudo bem. Não vai me assustar, me machucar ou me afastar. Desde a primeira vez que eu vi seus olhos estranhamente dourados e perfeitos, eu soube, Evelyn Wright, que você era mais que uma garota qualquer, rica e bem vestida, cheia de jóias e de uma beleza sem fim. Eu soube que você seria minha.

-Eu vou ser sua?-perguntei a ele, percebendo que ele começava a levantar o corpo da cadeira, inclinando o rosto em minha direção.

-Não, você já é.

Eu fechei meus olhos, podendo sentir a respiração leve dele bailando em meu rosto. Cheguei até a me inclinar para acelerar aquele momento que eu tanto desejara, mas alguém nos interrompeu.

-Com licença, me desculpem.-uma enfermeira disse e só então vimos que May chorava em seus braços.-Sua filha estava chorando no corredor. Ela disse que estavam aqui e como são o único casal por aqui.

-Oh, obrigada!-eu agradeci a ela, sem me dar o trabalho de desmentir o que ela havia dito.-O que houve, May?

-A Vovó Amby! Ela estava me contando uma historinha e ai ela começou a fazer barulhos estranhos. Ela estava babando e fechou o olho...-chorosa, ela escondeu o rostinho vermelho em meu colo enquanto Trey corria em direção ao quarto da mãe.

Não muito atrás dele, com May nos braços, eu cheguei ao quarto e da porta, enquanto a pequena escondia o rosto em meus cabelos, nós assistíamos as enfermeiras e um médico tentando conter a convulsão que Ambelyn tinha.

-Onde está o clonapin?-o médio pediu urgente e a enfermeira logo lhe deu uma seringa carregada do medicamento que logo passou para as veias da mulher através do acesso venoso.

-Não podem ficar aqui, senhores.-uma enfermeira veio até nós, fazendo com que eu recuasse, mas Trey insistia.-Senhor, se não sair, serei obrigada a chamar alguém para tirá-lo.

-Venha Trey!-eu puxei-o sutilmente mais forte do que qualquer humana poderia fazer, dando a enfermeira a deixa de trancar a porta e fechar a persiana da janela que dava ao corredor.-Sente-se e tente respirar.-eu disse a ele que de cabeça baixa, jogou-se no banco duro do corredor. Exasperado, ele passava as mãos nervosas pelos cabelos negros sem esconder o desespero e as lágrimas e eu sinceramente começava a ficar desesperada por não conseguir acalmá-lo e tampouco fazer isso com May.

-Tente se acalmar...

-Me acalmar? Ela está morrendo!

-Eu sei, mas...

-Não, você não sabe!-ele irou-se, ficando de pé.

-Trey!-eu murmurei assustada com a reação dele.

-Você não sabe, porque Laurie está viva, linda e jovem gastando milhões com jóias e roupas, mas a minha mãe, Evelyn, está alí dentro, sendo furada, tendo uma crise, indo embora aos poucos!-gesticulando para o quarto, ele gritava, chamando atenção de poucas pessoas que estavam próximas.

Se fosse qualquer outra pessoa gritando comigo daquela forma, eu teria duas opções.

A primeira seria furar minha dieta secular e drenar o frágil corpo do imbecil até a morte, ou no mínimo, eu seria tão estupidamente grosseira e ignorante que a pessoa, além de estar reduzida a pó com minhas palavras, precisaria de terapia por no mínimo, um ano.

Mas as palavras de Trey apenas me despertaram dor.

Cada letra era uma navalha cravada em minha carne, lacerando-a lentamente.

-Sr. Thorm, se o senhor concordar, vamos leva-la para a sala de cirurgia. É uma emergência! –a enfermeira que nos expulsara veio informar a ele, entregando um formulário para Trey que logo assinou-o enquanto o médico empurrava a maca junto das outras enfermeiras. -Vamos continuar informando o senhor sobre absolutamente tudo. Com licença.-saindo de perto de nós dois, ela foi até a maca onde Ambelym já estava entubada, sendo levada as pressas ao centro cirúrgico. Agora Trey parecia tão transtornado que se esquecera de nossa discussão, voltando a sentar-se.

-Laurie não é minha mãe.-eu disse com o olhar vazio, lembrando de uma infância feliz, no interior da França com meus pais e Vivienne.-Ela me adotou, assim como Joseph, então... Sei exatamente o que está sentindo. Sei como é perder alguém que você ama muito para uma doença.

E então, eu dei as costas a ele, ainda com May resmungando em meu pescoço.

-Evelyn!-ele me chamou com a voz típica de “Sou um idiota”, mas eu nem ao menos me virei.

-May irá dormir lá em casa hoje. Não se preocupe. Se precisar do adiantamento salarial, ligue para Olivia, ela irá te ajudar com isso.


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Notas finais do capítulo

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Besos s2



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