The Twilight Saga: Sunset escrita por Ludymila Leal


Capítulo 2
La Push


Notas iniciais do capítulo

Olá queridas e queridos leitores s2
Mais um capítulo grande e dessa vez, um pouco engraçado!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/309833/chapter/2

Liberty Wright

No topo da escada, ela equilibrava-se de forma pouco humana. Dividida entre “Blanca e Susana” de Monet e “O esquife” de Renoir, a chata Evelyn nos obrigava a opinar.

-Acho que o de Monet é mais belo.-Laurie respondeu e eu bufei.

Por que ela dava confiança?

Todos nós sabíamos que apensar de “morta”, minha irmã tinha doenças humanas, tipo transtorno obsessivo compulsivo, tinha mania de perfeição e sem falar que mobilizava todo mundo para coisas como “cor da toalha de mesa”.

-Isso é realmente sério?-Nate, meu adorado Nate, verbalizou meus pensamentos.

Oh não, droga. Olha a expressão dela, lá vem discurso...

-Me desculpe,... Mas o que perguntou!?-destilando ironia pelos poros, Evelyn, ainda segurando os dois quadros, de pé no topo da escada de um jeito realmente nada humano, virou-se para ele e quase o devorou. Cheguei a me perguntar se ele se contorceria de dor, fazendo-a mostrar seu lado “Lembrancinha dos Volturi”, mas ele apenas deu um passo para trás e ela voltou a falar.

-Isso é extremamente importante, Nathaniel. O quadro que ficará na recepção de nosso restaurante. É a cara do local, da o “lig” no visual, todos entrarão e verão a mamãe aqui, debruçada no balcão e por trás dela, uma obra de arte preciosa. Verão que temos belas funcionárias, belo gosto para arte e irão querer nossa comida.

-Ah, será que podemos decidir logo? “To louca” pra dar um “lig” naquela 4x4 lá fora!-a interrompi, animada. Ela rolou os olhos dourados e encarou Joseph, trajado como um belo mestre de culinária. Pobre homem! Estava em seus afazeres quando Evelyn o convocou para a “reunião do toque final”.

-Voto em Monet.-ele disse sorrindo. Espertinho. Queria conquista-la pelo sorriso.

-Monet!-Laurie cantou.

-Renoir... Os traços dele me intrigam mais, me chamam mais atenção.-Nate comentou, sabichão.

Nerd.

-Ah, vou nas meninas... Blanca e Susana! Yay!-fingi animação e Evelyn me mostrou a língua antes de lançar o pobre “Esquife” na direção de Laurie, que o pegou no ar com habilidade.

Reflexos vampíricos. Nunca me cansava disso.

-Uau, além de lindas, são habilidosas.-ouvi um burburinho de dois funcionários do restaurante que passavam por alí no momento “lançadora de quadros” de minha irmã.

-Legal, hora da caminhonete!

-Não, ainda não.

Dessa vez, Laurie nos impediu.

-Eu pensei bastante e....-ela fez uma pausa, indo para trás  do balcão da recepção, onde Evelyn descia da escada após pendurar o quadro. Laurie abaixou-se e pegou algo dentro de uma caixa. Um porta-retratos.-... como eu ficarei aqui na recepção e como isso é um projeto da família, seria legal dar um toque “Wright” aqui.

Então, calando-se com um sorriso, ela colocou o porta-retrato na bancada, virado ao público, revelando uma foto nossa.

Joseph estava usando um uniforme de jogador de baseboll. Ao seu lado, Evelyn sorria como ele. Um sorriso largo, revelando duas covinhas em sua pele extremamente branca. Ela também usava um uniforme, e como detalhes, ela usava o boné, havia feito duas tranças de cada lado de sua cabeça e tinha duas “marcas” em seu rosto, de cada lado, feitas a tinta azul, como os soldados fazem na guerra. Depois estava Nate, vestido de jogador também, tão sorridente quanto o resto da família. Ele me carregava nos ombros. Uma Libby com uma cara hilária, marias-chiquinhas no topo da cabeça e segurando pompons. Eu e Laurie, que estava alí do outro lado de Nate, estávamos usando roupas de cheerleaders.

Esse havia sido um Holloween, sem dúvidas, maravilhoso.

-Ah mamãe!-Evelyn foi a primeira a abraça-la, devido a proximidade. Em seguida, Joseph arrastou-me e eu puxei Nate para o abraço em grupo. Prática que eu adorava.

-Somos ou não a família mais fofa da terra?!-eu brinquei, apertando as bochechas de Eve que sorriu, apesar de haver uma careta no fundo de seu rosto.

-Sim, e nós somos abençoados por termos vocês como filhos.-Laurie adicionou.

-Eu amo vocês.-Joseph finalizou.

Minutos se passaram.

-Legal, hora da caminhonete!-como a criança da família, pulei, interrompendo o abraço e corri para fora com a mochila de equipamentos, provavelmente mais pesada do que eu.

-Liberty, modos!

Eve, lá de dentro me repreendeu e eu entendi. Eu havia corrido rápido demais.

Tipo, muito rápido mesmo.

Como uma vampira.

Sem falar que uma menina de 16 anos, nanica e franzina como eu, JAMAIS aguentaria aquela mochilona.

Ponto pra chata.

-Desculpe!-gritei enquanto destrancava o carro e me jogava em frente ao volante.

-Você é menor de idade.

-Cale a boca, Nate! Tenho 16.

-Liberty!-ele forçou e eu passei pro carona, fazendo bico. Eles insistiam que eu era pequena demais e que deveria fingir ter 15 por alguns meses.

-Odeio você.-resmunguei.

-Eu sei que sou seu favorito.-ele brincou, girando a chave na ignição.

-Depois de mim.-Evelyn disse enquanto aparecia do lado de fora. Um sorriso malicioso estava em seus lábios.

Droga, ela lia meus pensamentos sempre que nos tocávamos.

Droga de poderes do líder Volturi!

-Eu sei.-ele comentou, fingindo estar doído.

-Só quando você não está sendo chata.-gritei a ela enquanto ele pisava no acelerador.

-Devagar. Sejam humanos.-ela murmurou por baixo do fôlego em um volume que só nós poderíamos ouvir.

Alguns minutos depois, estávamos em La Push.

O local era lindo.

Com sol ficaria perfeito... Para humanos, é claro.

-Saca isso, Nate!-gritei animada enquanto largava os equipamentos no caminho e me aproximava de um penhasco.

-Vamos nos divertir aqui!-ele disse, abrindo a mochila, animado, me dando alguns equipamentos.

-Hey, pretendem pular?-um garoto sorridente e alto nos indagou.

-É a maior adrenalina.-um outro garoto atrás dele comentou. Os dois tinham traços indígenas, pele morena clara, olhos negros e cabelos longos e lisos. Sorrisos cheios e simpáticos. Pareciam ser gente boa.

-Pulam conosco?-perguntei enquanto ia em direção a eles.-Sou Libby e somos turistas. Novos em Forks.

-Sou o Utta e esse é meu amigo, Leo.-o primeiro se apresentou, estendendo a mão para apertar a minha.

Como o esperado, ele sentiu o gelo.

-Nervosa?-Utta perguntou e eu concordei, apesar de ser mentira. Nervosismo era uma boa justificativa para mãos gélidas.

-Nome diferente.-Nate adicionou, aproximando-se dos garotos.

-Somos índios, isso aqui é uma reserva.

-Os Quileutes... Lemos na internet.

-Estão informados.-Leo observou.

-Meu irmão é um nerd.

-Libby!

-Não estou mentindo!

-Bom, não usamos equipamentos.-Utta nos contou, aproximando-se do penhasco e me puxando junto.

-Sério?! Tipo, queda livre?!-Nate chocou-se.

-Irado!

Aquilo era definitivamente, a ação que eu buscava.

E o mais legal, sem riscos para mim.

-Quem vai primeiro?-Leo perguntou.

-Primeiro as damas.

-Obrigado, Utta.

Chutei meu par de tênis para a direção do carro, arranquei minha regata vermelha e o short jeans junto, tentando ignorar os olhares chocados dos garotos e a cara enciumada de Nate. Os dois estavam chocados com meu corpo vampíricamente escultural.

Um irmão vampiro ciumento, essa é boa.

-Vejo vocês lá em baixo!

Então, eu me lancei penhasco abaixo, atingindo a água logo.

A água deveria estar gelada, mas não me fazia diferença. Forcei-me a mergulhar até o fundo daquele local, admirando a paisagem de baixo d’água, mas forcei-me a subir, afinal, que humano fica tanto tempo assim sem respirar.

-UAU!

Pude ouvir os garotos gritando animados.

-Mandei bem?

-Melhor que o Utta, sem dúvidas.

-Não acho que isso seja difícil.-apesar de Nate falar em um tom normal lá em cima, eu ouvi lá em baixo. Logo, ele tirou a camisa e jogou-se penhasco abaixo.

-A Libby foi melhor.-ainda que sorrindo, Leo alfinetou meu irmão.

-Vem você agora!

-Só se for agora mesmo...

E em dois segundos, Leo estava lá em baixo, jogando água pra cima.

-Acho que ficarei aqui em cima!-Utta gritou lá de cima.

-Legal! Pegue minha toalha na mochila, depois que eu sair daqui vou te derrubar no chão por mentir, dizendo que pularia!-gritei a ele, sorrindo.

-Amarelão! Você é muito frouxo, mano!-Leo me ajudou a ofender o amigo.

-Medroso!

-Não xingue o garoto, chatinha. Mal o conhece.-me corrigindo de brincadeira, Nate debruçou-se em cima de mim, me dando um belo “caldo”, afogando-me. Ficamos brincando por alguns minutos, e eu até havia deixado Leo me afogar, mas nossa brincadeira parou.

Na verdade, foi parada. Impedida, atrapalhada.

Pelo que? Por um odor extremamente forte!

Eca!

-Mas que cheiro é esse?!-indaguei a Nate que não me respondeu, olhando lá pra cima.

Anteriormente, apenas Utta nos observava. Agora ele nos observava acompanhado de quatro caras e uma garota.

-Droga,... –Leo murmurou.

-Quem são eles?

-São tipo, os chefões daqui. Andam por ai em bando, querendo controlar tudo. Não vai querer problema com eles.-Leo nos contou, cabisbaixo, enquanto nadava em direção ao que eu julgava ser, o caminho de subida para o penhasco.

-Libby... Se lembra das histórias da Eve? Sobre o Pierre e os lobos?-Nate chamou minha atenção enquanto praticamente sussurrava.-Bom, ela disse que eles...

-Fediam demais.-completei a frase,

-Exato... Sem falar que, em minhas pesquisas, as lendas nativas contavam que os Quileutes descendiam de lobos.

-Nate, e só agora você conta isso!

Bela hora para ser nerd.

-Não adianta reclamar.

-Vamos morrer!-eu vociferei.

-Tecnicamente, isso é impossível. Já estamos mortos! Evelyn morreu no incêndio, Joseph morreu espancado e os ladrões enterraram o corpo, minha mãe foi dada como morta após ter sido vítima de um sequestro, eu carbonizado em um acidente de carro e você, morreu em sua última aventura na selva. Somos mortos, Lib!

-Cala a boca, nerd!-eu gemi enquanto o afundava na água e começava a nadar na direção da subida. Como humana, subi nas pedras e continuei andando, barranco a cima, fingindo ter dificuldades em alguns pontos. Nate logo me alcançou e quando chegamos no topo do penhasco, Utta me jogou a toalha, anteriormente pedida.

-Obrigada.-eu agradeci a ele enquanto encarava o rapaz que parecia ser o líder dos demais. Todos sem camisa, usando uma bermuda jeans de aparência velha. Cabelos nem curtos, com exceção da garota que tinha cabelos na altura do queixo e usava uma camiseta.

-O que fazem aqui?-ele indagou.

Nate considerou falar, mas eu dei um passo a frente, enquanto enxugava meus cabelos.

-Sou Libby e esse é meu irmão...-eu tentei responde-lo, mas ele me cortou.

Chato.

-Não quero saber quem são. Perguntei o que fazem aqui.

Ignorante também era um bom adjetivo para ele.

-Sam, pega leve, são turistas.

Sam era o nome do chatonildo. Interessante.

-Leo, Utta, é melhor saírem.

-Mas...-os meninos tentaram, mas o olhar nada agradável de Sam.

-Até mais Libby.-Utta se despediu, sem jeito.

-Foi legal conhecer vocês.-Leo despediu-se de Nate e sorriu de lado para mim enquanto os dois iam em bora.

-Ótimo, agora podemos conversar.-Sam disse em um tom grave enquanto eu me enrolava na toalha.

-Não queremos confusão, somos apenas turistas.

-Nós sabemos o que são.-um dos caras disse com nojo.

Uou. Eles eram informados.

-E nós o que vocês são.-Nate tomou a frente.-Só não sabíamos que estariam aqui.Lemos as lendas, mas não acreditamos... E tem mais, não fazemos o que o resto de nossa raça faz. Não machucamos humanos.

-Os Cullen deveriam ter dito a vocês sobre os limites.-a garota manifestou-se.

-Cullens? Não conhecemos nenhum Cullen.-eu disse, confusa.

-Então vamos lhes apresentar as regras.-Sam tomou a palavra de novo.-Sigam-me.

Inacreditavelmente, nós os seguimos. Trancamos a Pagero Mitsubish, eu me vesti dignamente, e assim, seguimos os lobos, apesar de seu cheiro extremamente desagradável.

Me perguntava qual seria a reação de Evelyn ao saber daquilo.

Se é que sobreviveríamos para contar história.

-Aqui é o limite.-Sam interrompeu meus pensamentos.

Árvores. Um riozinho correndo.

Nada demais.

Nenhuma corda, cones de isolamento ou uma placa.

Nada a são ser umas pedras, mato e água.

-Não sabemos o que querem na cidade, o que trouxe vocês...

-Falta de sol.-eu  interrompi dessa vez.-Viemos morar aqui porque quase nunca faz sol, e decidimos viver como uma família normal. Abrimos um restaurante na rua principal de Forks, compramos uma casa no Olympic, e não matamos humanos. Somos normais, quase humanos.

Ele ponderou, analisando-me friamente.

-Não conhecem mesmo os Cullen?

-Não, nem imaginamos quem sejam e o que sejam. Acabamos de chegar em Forks. Estamos aqui há uns dois dias... Achávamos que seríamos as únicas criaturas estranhas aqui.

-De qualquer forma, as regras deles são válidas para vocês. Alimentem-se apenas desse lado do território e não teremos problemas.

Eu, é claro, estava prestes a dar minha opinião e pedir um desconto para nós, mas é claro que Nate me calou.

-Tudo certo.

-Você é o líder?-Sam perguntou.

-Não, minha irmã é.

-Bom, se ela tiver dúvidas ou problemas, ela pode vir até a fronteira. Algum lobo estará de prontidão e irá me avisar.-e assim, com uma super educação, ele se foi. Mas é claro, parou e olhou para trás.-Tem cinco minutos para tirarem seu carro de nosso território. Ou nós tiraremos.

Pfff, ele que se atreva a magoar a caminhonete!

Mas para evitar confusões, fomos buscar as coisas e saímos dalí em menos de cinco minutos.

-Caramba!

-Poisé, inacreditável! Esses animais... Eles são nossos vizinhos de território!-parecendo um cientista louco, Nate comentava.

-Nate, já parou pra pensar no problemasso que é isso?! Se a Eve descobrir, vai pirar, fora que ainda tem esses Cullen. Temos que saber quem são.

-Lib, a idéia de vir foi da Eve. Ela vai pirar, querer matar todo mundo e nos tirar daqui.

-Talvez devamos contar a ela.-ponderei enquanto prendia meu cabelo.

-Talvez não.

-Nate!-gemi enquanto ele estacionava no meio da estrada.

Provavelmente perdemos a noção do tempo enquanto decidíamos o que fazer, já que mal estacionamos em frente a nossa casa e os gritos começaram.

Vindos de Laurie.

-Andem logo, estão atrasados... E que cheiro horroroso é esse?!-ela fez careta.

-Foi mal, mamãe!-ele resmungou trancando o carro.

-Tinham alguns cachorros na reserva, dai passamos um tempo com eles.-e um sorriso sem graça, do tipo, “hehe” brotou no meu rosto.

Tecnicamente, eu não estava mentindo.

-Seu terno está passado em sua cama e a roupa da Libby está pendurada na arara do closet da Eve.-e enfiando-se em seu carro, ela pisou no acelerador e nos deixou ali.

Em passos lentos, nos dois entramos em casa, ainda incrédulos com o que havia acontecido anteriormente. Após banhos rápidos, uma maquiagem bem forte e entrarmos novamente na caminhonete com as rodas sujas de lama, chegamos ao restaurante. A placa dourada e vermelha com o nome do restaurante era realmente chamativa e o “Le Grand” era provavelmente o mais luxuoso restaurante da cidade, logo, meia cidade estava lá.

Todas as mesas estavam ocupadas quando entramos e logo, uma animada e orgulhosa, trajando um Valentino extravagante e vermelho com um decote em V nas costas e elegantemente recatado na frente, os saltos Laboutin pretos dela faziam um “poc poc” insistente no chão de madeira quando ela nos recepcionou.

-Ah, vocês! Seus atrasados!

Ela disse... sorrindo.

Sorrindo.

Não brigara com nosso atraso, mas sorrira.

Assustador.

-Como está a grande noite de inauguração?-Nate indagou a nova sorridente e assustadora Eve.

-Ah, tudo ótimo! Casa cheia... O único incidente foi que um dos cozinheiros não apareceu, mas o papai está cuidando disso.

O sorriso continuava lá.

Caramba, a coisa era séria!

-Ah, bom, não vamos te atrapalhar, vá conversar com os humanos... Nate e eu vamos fingir tomar um porre alí no bar.-com o sorriso “hehe” novamente, eu dei um soco de leve no ombro de minha irmã e arrastei Nate até o bar. Logo, o bartender perguntou se queríamos algo e eu pedi uma gim tônica.

Céus, como eu adorava fingir beber. Já que eu “morrera” nova o bastante para não beber, agora, depois de transformada, era minha deixa.

-Uma água.-Nate disse seco enquanto me encarava.

-Que é?!

-O que faremos? Quando contaremos?

-Ah Nathaniel! Cale a boca!

Como se ele não soubesse.

Em nossa casa, se queríamos guardar um segredo, deveríamos escrevê-lo, mostrar a pessoa e depois queimar o papel. E no mínimo, tomar cuidado para não esbarrarmos em Evelyn, a nossa sorridente do pedaço.

-Ah, claro, tome!-se tocando, Nate pegou o caderninho que sempre carregávamos de dentro do paletó e me entregou com a caneta.

Foi ai que nossa conversa silenciosa começou.

O que faremos, cabeção? A Eve está feliz, vamos mesmo estragar isso?

Nate leu a mensagem e fez uma careta.

Não queria magoá-la tanto quanto você, mas poxa, são lobos!

Mataram Pierre, Evelyn os odeia... Sem falar nesses Cullen que nem conhecemos!

Ok, os lobos são um assunto sério e esses Cullen, bom, devem ser outros vampiros, mas cara, eles são o de menos... Os lobos me preocupam!

Tudo bem, então, essa noite, quando chegarmos em casa, contaremos tudo a ela e deixaremos ela decidir.

Se ficamos aqui, curtindo essa cidade sem sol como pessoas legais ou se vamos embora e recomeçamos tudo de novo.

E sem falar que estragaremos a nova Eve, a sorridente.

-Droga, essa vai ser a pior parte.

Definitivamente, eu concordava com ele.

-Foi uma noite maravilhosa!-dançando com Joseph, Laurie cantarolava na cozinha.

-Foi um total sucesso!-ele disse, maravilhado ao depositar um beijo rápido nos lábios rosados de nossa mãe.

-Tudo isso graças a nossa extremamente cuidadosa, Evelyn!-Joseph girou-a no ar, que por mais inacreditável que fosse, sorria tímida.

-Ah pai! Vocês todos ajudaram... Até a Lib carregou algumas caixas de pratos!

Ganhei um elogio.

Hora de amolecer.

-É, não sou tão inútil assim.-gabei-me.

-Que tal um brinde a isso?!-Joseph disse e nós o encaramos.

Brinde? Tipo, pegar uma vaca, torcer sangue em copos e engolir?

Não acho que seja isso.

-Ok, vamos fingir que somos normais...-Laurie entrou na brincadeira enquanto trazia uma garrafa de champanhe para nós e entregava uma faca a Evelyn, junto da garrafa. Joseph foi e voltou logo com as taças.

-Faça as honras, madamme.

-Obrigada, monsieur.-ela agradeceu a Joseph enquanto estourava com sucesso a garrafa e enchia nossas taças.

-Foto?-Laurie indagou, sorrindo.

-Foto!-afirmei e Nate tratou de programar a câmera, fotografando nosso momento brinde.

Até bebericamos o conteúdo de verdade, reprimindo a expressão de nojo.

-A foto ficou linda!-Laurie comentou enquanto nos mostrava o resultado.

-Sim, mas se me dão licença, tenho que colocar pra fora essa bebida nojenta! Blerg!-com uma careta engraçada e até mesmo meiga, Eve tirou os saltos, depositou um beijo no rosto de cada um e foi andando para o segundo andar, parando no meio da escada.-Ah, obigada. Vocês sabem que realizaram meu sonho hoje. Eu sempre quis ser normal, ter meu negócio, minha vida social... Obrigada. Boa noite.

Extremamente fofa, amável e sincera.

Parecia-se com a Evelyn de antes dos Volturi.

Nossa Eve.

-Nate.-eu o chamei e ele me seguiu até a biblioteca, onde nos trancamos e deixamos o casal da casa na cozinha.

-O que é?

Nem me dei ao trabalho de responde-lo, enquanto me sentava atrás da grande mesa de mogno e caçava uma folha de papel em branco.

-Ah, sei...-pescando o que aconteceria, ele acendeu a lareira.

Logo eu terminei de escrever e assoviei, chamando Nate para que pegasse a folha.

Após ler a mensagem, ele concordou e jogou-a no fogo, saindo da biblioteca.

Não podemos fazer isso com ela. Ela está feliz.

Sorrindo depois de muitos anos...

Vamos guardar segredo e cuidar disso, se necessário, afinal, ela sempre cuidou de nós.

Ela merece ser feliz.

Vamos fazer isso acontecer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?
Críticas e elogios são sempre bem-vindos.
Deixe seu review!
Beijos :)