A vida é uma merda. Ok, nem toda vida é uma merda. Nem toda merda é uma vida. Esta bem, estou sendo dramática, mas qualquer mulher na minha pele estaria sendo dramática ou matando alguém. Ou fazendo os dois.

- Não, não, não, não... – Estava repetindo isso como se fosse um mantra.

- O que foi Beggy? – Miho me olhou.

- O que foi mesmo? – Eiri reforçou a pergunta.

Miho e Eiri moravam comigo desde que cheguei a cidade. Grécia, oh doce lugar, o mais ordinário lugar do planeta. Bom, há uns três anos eu tinha feito concurso e passado para trabalhar em uma conceituadíssima empresa o Santuário.

O Santuário era conhecido por deter o contrato de vários modelos, músicos e atores ou atrizes. Era um grande agencia da poderosa Saori Kido, a única mulher bilionária. Lá haviam vários funcionários, fora os vinculados a Fundação Kido.

Eu conheci Miho e Eiri no dia de admissão. Foi amizade à primeira vista. Elas foram fichadas na parte de cuidar das crianças, os pequenos prodígios, ou como eu gostava de dizer os pestinhas prodígio. Elas trabalhavam na fundação descobrindo e cuidando dos talentos mirins. Enquanto eu fui trabalhar na área administrativa.

A administração era uma beleza. Oito horas de trabalho, uma hora de almoço, salário gordo e ar condicionado para suportar o calor da Grécia. Eu conhecia os 88 modelos, fora os outros contratados ocasionalmente. Eu sabia de todas as fofocas e era uma das únicas profissionais que tinha contato com todos que lá trabalhavam, uma vez na vida todos teriam que passar pela administração.

- Eu estou grávida. – Eu olhei para duas esperando o apedrejamento.

- Wow! Isso é inesperado, mas felicidades! – Eiri não agia muito com a cabeça. Era mais sentimental. Já Miho era o cérebro.

- Legal! Quem é o pai? – Eu sabia que Miho era o cérebro. Ela tinha tocado exatamente no problema.

- Shaka. – Eu soltei isso tão rápido quanto Miho caiu desmaiada no sofá e Eiri começou abana lá. Também não era para menos.

- Não acredito o modelo, loiro, gostosão e indiano com cara de europeu. Quanto tempo? – Eiri pareceu tomar o controle da situação.

- Três meses. – Eu respondi em estado catatônico. Eiri tinha despejado as informações muito depressa.

- Como isso aconteceu Beggy? – A Eiri perguntou e eu não tive como fugir. Ela tinha feito a pergunta fatal.

...

3 meses e 72 horas antes.

Bom eu estava indo para mais um dia de trabalho normal. Como prache tinha derramado meu café na minha saia (sorte que ela era preta), o elevador estava em manutenção (tive que subir vinte andares de escada) e o fedor da dedetização empesteava meu setor (muito papel sempre trazia traças, não via a hora de digitalizarem o sistema).

- Você não sabe o que aconteceu? A senhorita Kido é segunda mais rica segundo a Forbes.

- Dizem as más línguas que ela fez um contrato com a empresa do Julian Solo, ui será que os marinas vão desfilar para a grife do Santuário. Ela também esta tentando comprar os Espectros de Hades, imagina todos aqueles modelos que luxo.

- Bom, o mais importante é que amanha vamos ter uma festinha para todos os funcionários em comemoração ao lucro anual que bateu recorde internacional, nós paramos no livro dos recordes.

Eu passava com os ouvidos ligados nas fofocas das minhas colegas de trabalho. Dito e feito, todas as fofocas das meninas eram verdade. A primeira coisa que eu tinha feito na minha sala era ter olhado meu email. Lá estava o convite para a tal festa que eu não ia.

Não era de meu feitio, ir a festas com personalidades famosas, comida ruim e bebidas estranhas. Bom eu achei que não iria, mas ao final do expediente, Eiri e Miho tinham me arrastado para comprar roupas adequadas a festa.

...

No dia seguinte todos tiveram suas saídas adiantadas, para estarem perfeitos para a festa. Foi um caos. Eiri me arrastou para um salão, depois a pedicura, manicura, depiladora. Foi um dia de tratamento vip.

Miho tinha contratado um carro para nos levar ate o local da festa. Tive que admitir a segurança era ótima e local era lindo. Lá estavam todos os contratados da agencia e os futuros contratados também. Julian Solo tinha marcado presença e alguns modeletes da Espectros estavam lá.O que eu achava muito incrível, era o fato de todos terem comparecido a festa relâmpago da senhorita Kido.

Lá estavam os dourados. Eles eram chamados assim porque eram os músicos, modelos e atores mais requisitados e os que mais recebiam. Mas não eram os queridinhos de Saori. Os queridinhos delam era cinco bronzeados em especial: Ikki, Shun, Seiya, Shiryu e Hyoga.

Ikki era o eterno bad boy do grupo, a grande paixonite da Miho. Mas ela nunca tomava coragem para uma iniciativa. Ele era musico da agencia. Tinha cinco CDs solos de guitarra bem “heavy metal”.

Shun era ator. Irmão de Ikki. Totalmente o oposto. Tinham um relacionamento de anos com June, uma modelo da agencia. Ele era ator e tinhas flertes com a literatura. Estava produzindo um livro de poemas.

Seiya antes de ser qualquer coisa era o eterno namorado ioiô da senhorita Kido. Era modelo fotográfico, embora quisesse largar a profissão e se aventurar em algum esporte. Só Deus sabe o que o mantinha no Santuário.

Shiryu era o mais discreto e centrado. Modelo e tinha um relacionamento de anos com Shunrei. Shunrei era ajudante de fotografo quando conheceu Shiryu. Foi amor à primeira vista, só não tinham se casado na época porque quando se conheceram eram menores de idade.

Hyoga era o namorado não assumido de Eiri. Eles viviam dizendo que eram só amigos e achavam que enganavam alguém, mas ninguém era burro a esse ponto de acreditar nesta lorota. Um dia eles ainda iam perceber que nós não éramos bobos.

...

A festa era monotoma para mim. Teve uma hora que inevitavelmente eu fui abandonada pelas minhas amigas. Grande e belas amigas. Então eu fui para o jardim da festa aproveitar minha grande companhia. E me deparei com o grande modelo Afrodite. Um dourado imagina o luxo.

- Essas rosas são magníficas, não acha? – Primeiro eu entrei em choque por um modelo de alto escalão dirigir a palavra a minha pessoa. Depois reagi como um ser humano normal.

- Claro toda beleza das pétalas velando os espinhos. – Respondi em transe olhando as rosas.

Afrodite era modelo. E tinha negocio próprio, uma floricultura. Tinha filiais em todo mundo. Era inteligente, bonito e simpático. Só tinha uma coisa, era gay.

Depois do nosso primeiro contato engatamos num papo superinteressante. Eu não bebo, mas aquele lindo homem me ofereceu um champanhe e eu não neguei por educação. Que mal tinha um só copinho.

Não neguei o primeiro copo. O segundo. O terceiro. O quarto. Ele me apresentou para os outros amigos dourados. Eu acho que conversei com alguns deles. Eu e algum amigo bebemos mais. Fomos para um canto reservados nos atracamos. E conversamos.

Depois fomos parar na casa dele e puft adeus virgindade. Eu sei era um pouco dramático uma mulher de 23 anos ser virgem, mas nunca tinha surgido a oportunidade. Só tinha um problema, eu não conseguia lembrar-se da face do tal amigo.