Kiss Of Blood escrita por Jhiovan


Capítulo 6
Capítulo 6 - Proposta


Notas iniciais do capítulo

Recebi só dois comentários mais, mas mesmo assim postarei.



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Willian finalmente falou com ela. Não resistiu ao desejo, e a tentação. Conseguiu o que queria: provar seu sangue. Ó, mas como estava bom! Um gosto adocicado, delicado... Lembrava-se lambendo os lábios. Talvez ele não devesse ter feito isso, mas... Quem se importa? Já estava feito! Willian nunca sentia remorso. Sentiu aquele sangue, tocou naquela pele macia, as veias finas e frágeis. Não podia estar mais satisfeito.

Ele estava andando pelas ruas, como de costume à procura de caça. Até que ouviu gritos. Eram dela. Aquela garota, quem ele não parava de pensar. Willian não conseguiu resistir. Era quase um chamado aos seus ouvidos. Foi o mais rápido que pôde. Viu que ela estava acompanhada. Pelo seu olfato, percebeu que eram dois vampiros. Ele atacou o primeiro que estava só. Depois arrastou o outro para longe da menina e decapitou-o com suas garras. Assim que ela viu a cabeça rolando, correu. Até tropeçar em uma lixeira onde ele ajudou-a a levantar. A tentação tomou conta dele. Ele poderia ter resistido, mas nunca o fez. Bebeu seu sangue. Até perceber que ela estava prestes a desmaiar. O sangue estava delicioso, mas ele não tinha a intenção de matá-la. Também por que queria tomá-lo mais vezes. Então ela desmaiou. Willian levou seu corpo até a casa dela e deixou-o na porta delicadamente, dando um beijo na testa de despedida.

– Você falou com ela... – sussurrou Lyla.

– Ah! Você está fazendo isso de novo?

– Na verdade, eu apenas observei sua expressão facial. Você parece mais satisfeito. Então deduzi que era isso. Acertei?

– Sim. Eu bebi seu sangue.

– Ai, Willian, sempre tão romântico... – disse ela irônica. Ele deu de ombros, seguido de uma risada cruel. – Acho que você só precisa de uns bons conselhos.

– Não Lyla, obrigado. Não quero seus conselhos. Pode ficar com eles – sorriu gentilmente.

– Tudo bem. Mas em minha opinião é isso, você já tem a beleza, o jeito, só lhe falta...

– Ah, e sua opinião também. Pode ficar com ela pra você – Willian repetiu seu sorriso tentando ser generoso o suficiente. – Agora, me dê licença. Que eu preciso ter um encontro.

Lyla estava orgulhosa por seu amigo. Entre eles, nunca houve nenhum sentimento relacionado com “amor”. Apenas alguns beijos na boca de amizade e... Bem, outras coisas mais. Mas sem sentimentos, apenas por “diversão”. Lyla não sentia inveja ou ciúmes, pelo contrário, queria até ajudá-lo a conseguir o coração da menina. Porém, pelo visto, ele não queria conseguir honestamente, e sim tomá-lo à força se necessário. Mas Lyla o entendia. Ele era assim, sempre fora – pelo menos dês de que ela o conhecia. Sempre tinha o que queria, na hora em que queria – como uma criança mimada. Que tirava vidas e torturava pessoas se necessário, ou não – as vezes só por diversão. Este era o velho Willian Hurt.


Willian desceu a ladeira em direção à casa da menina. Ele estava pensando como faria sair de casa. Dessa vez, estava mais calmo. Depois de ter realizado seu desejo, ficou muito mais tranquilo. Porém, dessa vez queria mais. Mas estava com forças suficientes para aguentar a tentação pelo menos por um tempo.


Ele bateu duas vezes na porta. Ninguém atendeu. Olhou para um relógio lá dentro. Eram 23 horas. Percebeu que para os humanos é tarde. Hora de dormir. Então escalou uma árvore sem galhos que dava de frente ao quarto dela. Ele bateu de leve no vidro. A garota dormia como um anjo. Willian até teria apreciado-a dormir, mas estava ansioso para ter uma conversa com ela, tinha algo importante a dizer. Ela acordou. Os olhos com olheiras. Olhou à sua volta tonta. Ao ver Willian, tapou a boca para não gritar. Mesmo através do vidro, ele ouviu os batimentos cardíacos dela, acelerarem. Ela não estava com medo... Estava para ter um ataque cardíaco!

Ele devia fazer alguma coisa antes que ela corresse ou chamasse pelo pai. Encostou o dedo indicador nos lábios e olhou sério para ela. Com o outro indicador, deslizou por seu pescoço. Se você fizer alguma coisa... Se gritar ou se chamar o seu pai, eu vou entrar aí. Mandou mentalmente para ela.

– Você não pode – a menina disse confiante atrás do vidro.

Como você sabe disso?

– Não importa! Saia da minha janela, antes que eu grite por ajuda.

Você tem razão, eu não posso entrar. Mas posso muito bem fazer coisas bem legais daqui de fora – ela engoliu em seco. – Emily, não se preocupe. Eu prometo não lhe machucá-la. Aquele dia foi... Um dia, hoje é outro. Hoje quero apenas conversar com você. Podemos?

– Eu não confio em você – disse ela abrindo a janela. – Como você sabe meu nome?

– Te conto se você sair daí – respondeu Willian por sua própria voz.

Willian percebeu que ela estava com medo que ele fizesse algo, então ela resolveu sair. Além de que parecia muito confusa. Ela desceu as escadas e saiu pela porta.

– Fez a escolha certa. Você viu ontem o que eu posso fazer. Posso machucar qualquer um por você.

– Sim, eu vi... – disse tremendo um pouco. – Mas por quê? Por que fez aquilo?

– Por que eu gosto. – Ele sorriu. – E, bem... Eu acho que sinto alguma coisa por você... Algo que me impede de matá-la e me dá ânsia por matar qualquer um que lhe machuque, entende? Uma vontade inexplicável de salvá-la. – Emily teve um arrepio. – Está com frio, querida?

– Não me chame de querida, ok? – Willian fez um sorriso torto. – Mais ou menos... Sua presença parece deixar o ar mais frio.

– Ah, isso é por que eu gosto de frio.

– Como você faz isso?

– Bem... Não sei explicar. É algo que nós temos. Apenas os mais Poderosos. Aqueles que bebem sangue frequentemente ficam mais fortes. E simplesmente pensamos em um clima ou estação do ano, que ela se realiza à nossa volta. Você quer que eu te esquente?

– Não, eu estou bem – respondeu rápida, ela tentou sorrir. – Então, como sabe o meu nome?

– Como sabia que eu não posso entrar?

– Eu perguntei primeiro – ela arrebatou.

– Na sexta. Durante a sucção, nós temos um contato mais próximo com os humanos. É como se nos sentíssemos vocês por um tempo. Mas também eu vaguei por sua mente, admito. – Emily olhou-o confusa. – Li seus pensamentos. – acrescentou ele. – Até achei algo interessante. Chamado dor. Sim, eu pude sentir sua dor, Emily. Sua angustia e sofrimento que sei que você guarda aí dentro.

Emily estava quase se deixando hipnotizar por ele, sendo possuída por aquela voz, seu olhar. Mas depois ela percebeu a frieza com qual ele falava. Não havia dó na voz dele, muito menos solidariedade, ele apenas estava seduzindo-a. Então como se saísse de um transe, ela diz:

– Willian, eu não acho muito legal isso tudo. Eu não posso ser sua. Não posso fazer o que você quer. Eu não sou uma bolsa de sangue para você beber quando quer.

– Tudo bem, então não seja. Deixe-me transformá-la em vampira. Para que possamos andar pelas sombras juntos. Você e eu teríamos o que quiséssemos sempre. Faríamos qualquer coisa! E o mais importante de tudo: eu poderia acabar com seu sofrimento para sempre. Você sabia que os vampiros não sofrem? Eles são felizes como eu eternamente! Assim como você um dia, poderia ser....

Emily estava refletindo. Mas Willian percebeu o desgosto dela com essa ideia.

– Não, eu não posso... Desculpe-me.

Willian ficou furioso. Ele segurou-a pelos pulsos. Seus olhos vermelhos. As unhas cresceram, juntamente com os dentes caninos.

– Então continue sendo minha bolsa de sangue!

Ele mordeu os pulsos da Emily, ela gritou.

– Você disse que só queria conversar!

– Eu menti – disse deixando cair algumas gotas de sangue da boca.

Ele não estava exatamente com fome, só queria um aperitivo. Depois largou seu pulso.

– Já chega! Não se pode conversar com você! É um monstro! Nunca mais me procure, entendeu?

– Ou então o quê?

– Ou então... – ela não conseguiu terminar a frase. Willian percebeu que ela ficava mais linda ainda quando irritada. Seus frágeis olhinhos negros ganhavam vigor.

Emily saiu correndo. Foi para sua casa. Willian não tinha mais o que falar então a deixou ir. Ele tinha que deixá-la pensar no assunto.


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Notas finais do capítulo

Gente, muitos de vocês estão comentando apenas o primeiro capítulo. Acho ótimo, mas por favor me digam: eu devo postar os próximos? Caso ninguém responda eu não postarei. Mesmo assim obrigado pelos reviews! :)