Passaram-se quatro meses e já estávamos na metade do ano. Eu não obtive nenhuma notícia do Nathan nesses quatro meses que se passaram. No primeiro mês, eu ligava todas as semanas, sem nenhuma resposta, nenhuma mensagem em troca, nada. Fui obrigada a me acostumar com ausência do Nathan na escola e voltei a minha vida normal de antes, mas hoje bateu a saudade e resolvi ligar pra ele.

-Oi Nathan! Tudo bom? Faz tempo que liguei, não é? Você nunca me respondeu, nem nunca ligou de volta, então desisti, mas hoje eu tive vontade de escutar a tua voz de novo, mas acho que você não atende as minhas ligações de propósito – ri fraco – Mas Nathan, que tal sairmos no final de semana? No sábado? Lá no Starbucks, quem sabe... Bom, vou desligar agora, vou assistir aula. Beijo

Desliguei a ligação e fiquei encarando a tela do celular, até que a Sophia invade o quarto.

-Sarah? – ela chama

-Oi? – respondi

-Ligou pra ele? De novo? Depois de tanto tempo, você... – ela começou e eu a interrompi

-Sem sermão hoje, ok? – falei e ela riu sentando do meu lado – Eu gostava tanto dele – falei encostando a minha cabeça no ombro dela.

-Gostava ou amava? – Sophia perguntou

-Sabe que eu não sei – falei me levantando – Eu nunca amei alguém antes, eu só sei que o amor é um sentimento incondicional, nunca senti nada parecida – falei e ela riu

-Vem vamos para a aula – Sophia chamou rindo me puxando para fora do quarto

...

O final de semana havia chegado rápido, e tive que voltar pra casa, de novo:

-Olá – falei entrando em casa

-Filha! Quanto tempo! – minha mãe falou descendo as escadas com uma máscara verde na cara

-Nós nos vimos semana passada, mãe. Nem faz tanto tempo assim – falei revirando os olhos

-Pequena Sarah! Você chegou! – falou Valéria, a empregada mais antiga da casa, entrando na sala e vi minha revirar os olhos quando se sentou no sofá.

-Valéria! Hoje à tarde eu vou sair, vou lá ao Starbucks e faço questão que você vá comigo – falei a convidando. Valéria era uma mulher incrível, sempre me deu conselhos e ela que me criou no lugar da minha mãe.

-Sério? Não terá nenhum problema? – ela perguntou receosa

-Na verdade Valéria... – minha mãe começou

-Não terá nenhum problema Valéria. Não dispenso a sua presença de jeito nenhum! – falei

-Então eu vou – ela falou e eu a abracei – Agora me dê a sua mochila que eu vou guardá-la – ela falou e eu entreguei a minha mochila

-Odeio essas suas intimidades com os empregados... Eles são apenas empregados – ela falou com certo nojo na voz, quando a Valéria saiu

-Pois coloque nessa sua cabeçinha oca, que eles são os meus amigos e ser empregado é um trabalho digno como qualquer outro – falei com as mãos na cintura e subi para o meu quarto

...

-Valéria! Vamos! – gritei

-Já estou indo, mas que menina apressada – ela falou aparecendo na sala, me fazendo rir

-Vem vamos embora. – falei a puxando para sair

Fui à Starbucks na esperança de encontrar o Nathan, ma chegando lá, nada. Talvez fosse melhor esquecê-lo mesmo. Eu e Valéria tomamos o nosso café e em seguida fomos embora, depois que saímos do Starbucks eu fiquei muito pensativa e lógico que a Valéria percebeu.

-O que aconteceu Sarah? – ela perguntou cuidadosa enquanto caminhávamos até casa

-Nada – falei negando com a cabeça

-Eu conheço você, cadê aquela menina cheia de vida? – ela perguntou

-Você me conhece mais do que minha própria mãe – falei rindo

-Fui eu que te criei, esqueceu? Conheço você como se fosse a mim mesmo – ela falou rindo e eu ri mais ainda

Passei o caminho inteiro explicando à ela, tudo o que havia acontecido e no final me aconselhou, pediu pra mim dar um tempo, depois eu a procurava e falava pessoalmente com ele. Talvez eu devesse seguir esse conselho, ou não, ele não queria saber de mim, então porque procurá-lo? Porque eu gosto dele é o meu amigo e o quero de volta. Enfim voltei pra casa, meu pai já havia chegado, então troquei algumas palavras com ele e depois me tranquei no quarto.