Acabou o turno, Gil foi ao vestiário trocar de roupa, enquanto eu o esperava apoiada no meu carro do lado de fora do departamento.

Ele saiu junto com os meninos.

WB: E hoje Gil, vai querer sair com a gente?

GG: Não vai dar, desculpe.- Fui até ele, apoiei no seu ombro. Nick nos olhava chateado.

WB: Perdeu de novo, cara.- Falou baixo, empurrando de leve o seu ombro, o mesmo apenas balançou o ombro e ajeitou a mochila nas suas costas, seguindo em direção ao seu carro, sendo acompanhado de Rick e Greg.

Eu e Gil, seguimos para o carro no qual eu entrei no banco do passageiro.

GG: Não vai dirigir?

CW: Não, eu vou te dar uma chance em me agradar. Dirija ai, qualquer coisa estou ao seu lado. - Sorri. Ele entrou no banco do motorista, pôs o cinto, deu ré e foi em direção a sua casa.

Alguns minutos depois, chegamos. Ele parou o meu carro de frente para a sua casa. Saiu, abriu a porta para mim e fomos em direção a entrada da casa. Ele a destrancou abriu e entramos juntos.

CW: Pouca coisa, tem certeza?- Falei espantada, olhando em volta da casa.

Estava tudo completamente desarrumado, não tinha móveis, pelo ou menos não na sala. Tinha que pintar as paredes e limpar o chão.

GG: Tenho, somos dois, vamos acabar rápido. - Disse pegando umas latas de tintas e dois rolos.- Aconselho voce a prender o cabelo. - Falou me entregando um rolo.

CW: Mas, por que? Ele está tão direitinho.

GG: Por isso mesmo, se cair tinta, não me responsabilizo. - Abriu uma lata de tinta. - Vamos fazer o seguinte: Eu pinto essa parede e voce a outra. - Ele afundou o seu rolo na lata de tinta. Em seguida, passando devagar na parede, enquanto eu subia à escada para pintar um pouco acima.

CW: Odeio escadas, sempre tenho a impressão de que vou cair. - Disse colocando uma lata um degrau acima de mim e prendendo o cabelo com uma pregadeira.

GG: Ninguem mandou ser baixinha.- Riu.

CW: Falou o homem mais alto do mundo.- Ironizei.

GG: Não sou o mais alto do mundo, porém maior do que você sou mesmo! - Sorriu, parando de pintar e me olhando. Voltei a olhar para cima, afundando o rolo na lata. Me desconscentrei por um segundo, para acertar a minha franja, deixando o rolo cair. Tentei segurar, me desequilibrando e caindo da escada.

GG: Catherine!- Gritou desesperado, jogando o seu rolo no chão e me pegando no colo, antes que eu caisse no chão.- Está bem? - Falou com a respiração ofegante, me olhando nos olhos, preocupado.

CW: Estou, foi só um susto. Obrigada Gil. - Sorri. Trocamos olhares por incertos segundos, saimos do nosso transe da pior forma possivel, vendo a lata de tinta cair sobre nossas cabeças. Ele se desequilibrou, caindo no chão comigo ao seu lado.- Meu cabelo! - Falei desesperada, passando a mãos nos fios e, cuspindo tinta. Gil sacudiu a cabeça, me sujando mais ainda.- Grissom, minha blusa, voce a manchou toda!

GG: Eu? Eu nada! Voce que derrubou a tinta e nos sujou. Esse é o problema em ser loira. - Disse se levantando e, passando a mão no rosto.

CW: Voce está insinuando que eu sou burra?- Disse limpando o meu rosto e o olhando diretamente.

GG: Não, estou afirmando que voce é uma tapada. - Falou tirando a camisa.

CW: Tapada é a sua mãe. - Falei furiosa, me levantando.

GG: Não mete minha mãe no meio.

CW: Meto sim, aquela velha encrenqueira! Ela nunca gostou de mim, jogava indiretas, me chamando de criança. Falando que voce merecia uma garota alta, com um corpão e não uma menina como eu, mas agora ela se arrependeria do que me disse na epoca.

GG: Minha mae nunca te tratou mal, ela sempre foi muito gentil com voce!- Retrucou.

CW: Quando voce estava por perto não é? Porque quando nós estavamos a sós, só eu e ela, ela ficava falando que eu era como um objeto, que voce só queria experimentar um pouco. Ela me odeia, sempre me odiou, pois sempre me viu como uma ameaça entre voce é ela. Sempre me provocava falando das garotas que voce já tinha ficado, dizendo que elas eram lindas, altas, legais... Sorte que eu te amava demais naquela epoca e era incapaz de fazer algo para estragar o meu relacionamento com voce, pois fora disso eu já teria avançado em cima da sua querida mamãe.

GG: Foi por isso que ela ficou tão feliz com o nosso término.- Falou baixo.- Aquelas meninas que eu fiquei na epoca não eram isso tudo, ela exagerou. Elas eram vulgares e me trairam, por isso não as pedi em namoro. Voce como eu disse, foi tudo, totalmente diferente. - Sorriu, me olhando.

CW: Vamos voltar ao trabalho, vamos esquecer isso.- Disse torcendo o meu cabelo e o prendendo de novo. Peguei novamente o rolo, Gil jogou a camisa no chão e voltou a pintar.- Voce anda malhando?

GG: Não, por que?- Perguntou curioso.

CW: Nada, é que sabe.. Seu peitoral está bem definido.- Falei o olhando.

GG: Não malho não, não tenho tempo, só tenho uma alimentação saudavel e as vezes faço abdominais, só isso.

CW: Ata, quando chegam os seus moveis?

GG: Semana que vem.

CW: E o seu carro?

GG: Amanha eu vou compra-ló.- Acabamos de pintar as paredes cerca de algumas horas depois, limpamos a casa, varremos e pomos o lixo para fora.

CW: Eu acho que já está tudo arrumado aqui, não temos mais nada a fazer, até os moveis chegarem. Então, eu vou para casa, tchau.- Sorri para ele e fui em direção a porta.

GG: Até amanha, Cath.

CW: Não, ate depois de amanha.- Parei diante a porta.

GG: Por quê?- Perguntou sem entender.

CW: Amanha é minha folga. Acordar tarde, comer besteira, ver tv e sair por ai, só isso que eu vou fazer.

GG: Bom plano.

CW: Pois é, agora eu estou indo. Tchau.- Disse abrindo a porta, até que ele correu até mim e segurou o meu braço.

GG: Espera.- Falou baixo.- Por que voce não dorme aqui?- Perguntou me olhando nos olhos.

CW: Porque eu tenho uma casa.- Sorri sarcástica.

GG: Eu sei.- Disse fechando a porta e soltando o meu braço.- É que está tarde para uma moça como você andar sozinha por ai. O transito é perigoso, o tempo está feio também.- Falou preocupado.- Fica aqui, eu prometo não fazer nada.- Sussurrou.- Por favor.

CW: Tudo bem, não tente nada, eu tenho uma arma.- Disse andando até o outro cômodo, ele me acompanhava.

GG: Este é o meu quarto ainda não arrumado. Só tem um colchão até agora, teremos que dormir juntos.

CW: Você me pede para desistir de dormi na minha casa, na minha cama, no meu colchão, debaixo dos meus lençóis quentinhos, para dormir na sua casa, com cheiro de tinta, num colchão que eu vou dividir com o meu ex, é isso mesmo?

GG: É sim. - Sorriu.- Se serve de consolo, tem água quente no chuveiro.- Falou entrando no banheiro. Fiquei em pé olhando ao redor do quarto, o esperando sair. Minutos depois ele saiu, com a toalha enrolada no abdomen e o cabelo molhado.- Pode entrar.

CW: Ta.. Olha, tem um problema.

GG: Qual?- Se virou pra mim, segurando a toalha.

CW: Alguém fez o favor de manchar a minha blusa de tinta, então eu não posso dormi de sutiã com você.

GG: Voce tem toda razão.- Disse abrindo a sua gaveta.- Usa uma camisa minha.- Eu a segurei, a olhei por completo e me virei para ele. Dei de ombros e entrei no banheiro. Tomei um banho um pouco demorado, lavei o meu cabelo e, logo depois sai, ajeitando a camisa.

CW: Como eu estou?- Disse abotoando a camisa e acertando a manga.

GG: Está linda.- Me olhou por completo. Ele já estava deitado, sem camisa, com o lençol abaixo do abdomen. Deitei ao seu lado, ajeitando o cobertor.

CW: Voce vai dormi assim?

GG: Assim como?

CW: Sem camisa?

GG: Eu sempre dormi sem camisa, só de box. Sua sorte é que hoje eu coloquei uma bermuda.

CW: Voce está com uma menina na sua casa, não precisa ficar exibindo o seu abdômen.

GG: Não estou o exibindo, você que não para de olhar. Quer tocar nele?

CW: Não, de jeito nenhum.- Falei me virando para o lado oposto do dele.- Apague o abaju.

GG: Ta.- Disse alcançando abaju e o apagando.- Boa noite Cath.

CW: Boa noite.- Falei baixo.

Virei-me para ele novamente, ele tinha se virado ao lado oposto ao meu. Mexia a minha mão por cima do lençol, até alcançar a dele. Segurei com força, o fazendo olhar para mim confuso. Entrelaçei os meus dedos, sorri timida, o olhando nos olhos até pegar no sono.