O Amor Pode Estar Onde Você Menos Espera escrita por Joyyceluuz


Capítulo 10
Capítulo 10




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Rafaela narrando:

—Aqui diz que Laura Fernandes Cardoso de Lima nasceu em 10 de março de mil novecentos e dois, tendo como pais Aurora Fernandes Cardoso de Lima  e Jorge Antônio de Lima Filho. Neste momento parei de ler, e por alguns segundos permaneci de cabeça baixa, Gabriel colocou sua mão sobre a minha como que demonstrando preocupação, eu ergui meu rosto, olhei para ele e disse — Lembra-se de quando lhe falei a respeito de meu sobrenome? Ele afirmou que sim com a cabeça. — Cardoso não é mesmo? Eu permaneci em silêncio por algum tempo e continuei — Sim, Rafaela Fernandes Cardoso de Lima.

Gabriel me olhou com um ar assustado, eu senti meus olhos se encherem de lágrimas, e um vazio muito forte em meu coração, ele passou seu dedo pela primeira lágrima que escorreu sobre meu rosto, levou o livro até si, leu novamente algumas frases e o fechou, se levantou segurou em minha mão e me levou a uma saleta ainda mais apertada que a anterior, a luz fraca me possibilitava ver que estava um tanto quanto mal cuidada, Gabriel abriu um armário que estava encostado ao nosso lado esquerdo e ali guardou o livro, voltou até mim colocou sua mão sobre meu ombro e me levou até a saída do local, digo que ele me levou, pois agia de forma mecânica, estava literalmente sendo conduzida por ele.

Quando me dei conta estava sentada no banco do passageiro já a alguns metros da biblioteca, a alguns metros de meu passado, a histeria tomou conta de mim então comecei a bater nos braços de Gabriel mandando que ele fizesse a volta, que parasse o carro, ele permaneceu com o pé no acelerador enquanto parecia nem ligar para meus socos e pontapés, depois de alguns minutos, ao perceber que continuaria insistindo ele freou, olhou-me com os olhos mais sérios que já havia me olhado, segurou em meus pulsos com tanta força que achei que iria os partir ao meio, nunca havia tido medo de olhos tão lindos quanto os dele, mais nesse momento sentia que ele poderia me matar. E quando começou a gritar o meu medo continuou aumentando — Rafaela dá pra parar de histeria agora? Fique calma, amanhã nós voltaremos aqui pela manhã e vamos colocar tudo a limpo, você está me entendendo? E se você continuar a gritar eu juro por Deus que abro essa maldita porta e te deixo gritando no meio da rua as plenas 3:25 da madrugada. Sinceramente eu preferia que ele houvesse feito isso, pois a partir deste momento não consegui controlar as lágrimas que se espalhavam por meu rosto, e neste momento Gabriel me puxou para si e deu-me o abraço mais demorado de toda minha vida, seus braços eram quentes, e a pessoa que antes me fez sentir medo agora me passava uma sensação de segurança inexplicável.

Após alguns minutos eu contive meu choro, Gabriel silenciosamente arrastou seus lábios próximos a meu ouvido e sussurrou — Tudo está bem, eu estou aqui. Ele mexia em meu cabelo enrolando-o em seus dedos, soltou-me lentamente, voltou para sua posição de motorista e me levou até casa, durante todo o percurso a possibilidade de ter avós ou bisas, que moraram naquele local, que fizeram aquela história não saia de minha mente, e o porquê de nunca ter ouvido falar a respeito deles, de passar por aquela casa todos os dias e nunca ter me sido explicado nada, o porquê de nunca ter visto fotos dele em lugar algum, e de suas vidas estarem tão próximas a minha e tão longe ao mesmo tempo me indignavam.

Desci do carro, e quase me esquecia de dar-lhe um beijo de boa noite, voltei de forma rápida e ouvi risos abafados dele, com certeza rindo da maneira desajeitada com que entrei, beijei rapidamente seu rosto, ainda envergonhada pelo momento embaraçoso que havia passado acariciei seu braço e falei com a cabeça baixa — Desculpe-me pelos murros. Ele sorrio e disse-me — Bobagem, sequer doeu. Só de pirraça dei um murro com toda minha força e ele começou a rir descaradamente, eu ri junto e sai do carro lentamente, me dirige até a porta de minha casa, enquanto procurava a chave notei que ele estava me observando, abri a porta dei tchau com as mãos e entrei, pude ouvir o carro se distanciando e ele abrindo a porta da garagem, só então subi correndo as escadas entrei em meu quarto fui até o banheiro lavei meu rosto, apoie as duas mãos sobre a pia e olhei-me no espelho. Agora meus olhos estavam borrados pelo rímel, e meus cabelos bagunçados, parei para pensar se está era minha aparência quando estava com ele, logo após lembrei de tudo o que eu li, e fleches do que havia visto naquele casebre que agora parecia contar a história de minha família passava por minha mente, pensei em ir até o quarto de minha mãe, mas sei que ela estava acordado porém brava pela hora que eu havia chegado e que estava deixando para me dar broncas logo que me levantasse, então decide tomar um banho rápido e ir pela cama, e como o esperado, revirei-me sobre ela por alguns minutos antes de dormir.


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Notas finais do capítulo

Trilha Sonora:
Live High - Jason Mraz



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