Capítulo um: Formatura

~ Parte um ~

A mão dele na minha me fez relaxar seguimos de mãos dadas até o salão comunal onde aconteceria à entrega de nosso diploma. Mal podia acreditar que tudo estivesse dando certo. Passei os olhos pelo salão vendo meus pais sentados ao lado dos senhores Weasley enquanto Draco procurava pelos seus. Pensar em encontrar com Narcisa Malfoy me deixava nervosa mesmo sabendo não ter nada contra mim, Bom, pelo menos não propriamente dito, mas o há coisas que não mudam como eu ser uma nascida trouxa.

E esse fato certamente não seria simplesmente ignorado. Fora ter de lidar com um comensal da morte que prejudicou tantas pessoas. Não sabia se ele estava solta a essa altura. Eram emoções demais para aguentar em um mesmo dia. Apenas pensar nisso me fazia ficar enjoada e tonta. Posso ser uma grifinória, e enfrentar o perigo sem problema, mas quando o campo de batalha envolve o coração... Bom, não tenho a mesma garra. O que deve ser irônico.

 Um plano... Sim, é isso. Minha cabeça dava voltar procurando por uma solução. Precisava estar pronta para qualquer ocasião. O problema é que não estava pronta para o que aconteceu. Ou melhor, para enfrenta-los. Portanto, sua pergunta me pegou completamente desprevenida. E sua voz parecia longe. Balancei a cabeça para clarear a mente e entender o que estava querendo dizer. Certamente notando minha expressão de dúvida decidiu repetir.

-Mi, vamos falar com a minha mãe?

Segui com os olhos a direção que apontou e segurei a respiração. Lá estava a Senhora Malfoy impecável como sempre. E então tudo mudou de figura. Para a minha infelicidade, Pansy Parkinson estava ao lado de Narcisa, porém seus olhos estavam focados em outras pessoas, meus pais. Aquele era um aviso, tinha certeza. Um sorriso sádico brincava em seus lábios. Engoli em seco sentindo a necessidade de ficar próxima a eles.

-Primeiro vou falar com meus pais.

Ele concordou beijando minha mão, olhei em sua direção esperando que voltasse a se mexer indo para perto de sua família, mas não se moveu nem mesmo um centímetro.

-Vamos lá.

Draco incentivou segurando minha mão que não havia soltado ainda. Olhei espantada. O que ele quer dizer com isso? Quis gritar, porém não saia voz alguma da minha boca. Esse era o efeito dele em mim, ou melhor, um dos efeitos. Minha cabeça para de funcionar.... E perco toda a racionalidade. Respirei fundo, juntei o ar e tentei novamente. Por sorte, nesta vez tive sucesso. Mesmo que a voz tenha saído meio esganiçada.

-Como? – Deixei escapar eu o encarava como se nunca o tivesse visto em toda a minha vida.

Os olhos azuis dele estavam divertidos. Esse gesto serviu para acalmar meu coração. Mesmo que por dentro estivesse me corroendo de curiosidade, por minha mania de sabe-tudo, descobrir o que parecia ser tão engraçado. Em minha opinião não havia nada. Draco demorou uns segundos para se recuperar de sua diversão e respondeu a pergunta deixada no ar.

-Vamos falar com seus pais, meu amor.

Passou o braço em volta de minha cintura. Mantendo nossos corpos unidos. Gostava dessa sensação. Pode parecer bobeira, porém ficar assim com ele me passa a ideia de que estou protegida, segura. Cada uma de suas atitudes carinhosas mostra o quanto me quer bem. Sorri com esse pensamento querendo relaxar. O melhor mesmo era ir por partes. Os meus pais, na escala de preocupações, sobre este assunto, não apresenta uma ameaça.

 A mão dele acariciou meu braço num gesto totalmente de3spercebido. Conforme andávamos as pessoas davam passos para trás. Rolei os olhos. Será que nunca vão se acostumar com nós dois? Precisava reconhecer que provavelmente não. Os olhos castanhos acinzentados da minha mãe encontraram os meus, sorrimos uma para outra. Draco apertou minha mão de leve como se dissesse “continuo aqui”. Já havia contado sobre o namoro, mas não o conheciam, ainda.

-Mãe, pai esse é meu namorado Draco Malfoy.

A primeira pessoa a mostrar reação foi minha mãe que sorriu carinhosa. Ele estendeu a mão para apertar. Ela aceitou de bom grado para em seguida o surpreender.

-Jane Granger. – Respondeu suavemente enquanto o abraçou carinhosamente.

Mantive o rosto preso a eles. Sabia que se virasse poderia ver a mãe dele fazendo uma expressão de nojo. O rosto geralmente pálido ficou rosado. Algo que era bem difícil de acontecer. Pude ver a forma como ele ficou sem graça, mas ainda assim, retribuiu o gesto. De forma incerta, mas aparentemente de bom grado. Afinal, as famílias de puro sangue não eram de mimos. E tinha a leve impressão de que a família dele nunca foi muito carinhosa. Exceto suponho, por sua mãe, mas não sei ao certo.

-Paul Granger. – Meu pai falou num tom sério e apertou a mão dele. - Qual é a sua intenção com a...

Antes que precisasse brigar com ele de um jeito delicado minha mãe rapidamente resolveu a situação.

-Paul! – Jane brigou pela postura do marido.

Totalmente envergonhada pelo jeito do meu pai me escondi enfiando o rosto no peito do Draco que riu pela pergunta do mais velho. Sabia que se fosse o pai de qualquer outra garota teria se irritado, mas não com o dela. Depois dos dois em que ficaram longe descobriu que poderia aceitar muitas coisas se isso fosse o necessário para tê-la com ele. E essa decisão não iria mudar. Poder saber que o lindo sorriso nos lábios dela eram resposta ao dele.

-A melhor Sr. Granger, posso garantir ao senhor. Vou chamar minha mãe, já volto.

Draco beijou minha testa se afastando fazendo com que minha mãe olhasse encantada para ele. Sorri sabendo que se sentir assim por ele era simplesmente normal. Esse era o efeito que causava, pelo menos, em mulheres. Suspirei como uma tola apaixonada.  Algo que mesmo querendo não podia negar. Eu o amava e não era nenhum segredo para ninguém.

-Ele é uma graça.

Papai resmungou algo que não consegui escutar e como resposta recebeu um tapa no ombro para parar de falar besteira dado por minha mãe.

-Senhores Granger, está é Narcisa Black, minha mãe. – Trouxe a mãe para mais perto. – Mãe, esses são a senhora Jane Granger e o senhor Paul Granger, os pais de Hermione.

O cenho da minha mãe se franziu, mas ela fez de tudo para parecer que era outra coisa. E assim, não chamou atenção para a pessoa em questão. Podia claramente ver a pergunta em sua cabeça: Ela não era a Senhora Malfoy? Narcisa sorriu e apertou a mão dos meus pais para em seguida se virar para mim me dando um abraço surpreendente. Não sabia ao certo se a surpresa era por ter apresentado a mãe apenas como Black ou se havia sido o modo como ela reagiu a minha presença.

-Olá, querida.

-Senhora Malfoy. –Cumprimentei educadamente.

Não iria me arriscar a chama-la de qualquer outra forma e passar a formatura na ala hospitalar. Ao contrário do que pensei ela negou calmamente e seus olhos brilharam com diversão. O que eu fiz para estar tão engraçada para os Malfoy essa noite? Perguntei a mim mesma mentalmente.

-Por Melin, sou a mãe do seu namorado pode me chamar de Narcisa. Estou feliz que tenham se acertado. – Apontou para o filho diminuindo o tom. –Estava incrivelmente irritante durante o período em que se afastou.

A minha boca se abriu e fechou várias vezes. Não tinha a mínima noção do que dizer. Esse era comentário que não precisaria ter feito. Será que ele realmente ficou mal? Minha consciência pareceu querer se intrometer no momento. Respirei fundo, ignorando minha linha de raciocínio me focando uma vez na conversa entre as nossas famílias.

-Jane, você tem uma filha maravilhosa.

Draco assentiu risonho.

-Concordo plenamente com você, mãe. – Começou se virando para olhar em sua direção. – A senhora é...

Minha mãe olhou fingindo irritação cruzando os braços.

-Quero dizer, você é uma excelente mãe, Jane.

A resposta não demorou nada para ficar visível. O rosto dela ganhou um tom corado e abriu um sorriso sem jeito e agradecido.

-Ah, obrigada Draco. – Seu rosto se focou na mãe dele poucos segundos depois. – Você também é uma mãe incrível.

Como resposta recebeu um sorriso suave e educado. Um tipo de sorriso que nunca pensei ver no rosto dela. Uma mulher tão fechada e até mesmo... Fria. 

                            /Continua.../