Bruna POV

O interfone tocou, respirei fundo e desci. Quando abri a porta lá estava ele, com sua blusa do nirvana, calça jeans azul e seu all star preferido. Sorri de canto, mas fiquei séria depois, ia doer tanto. Ia sentir falta das suas camisas de banda, do seu sorriso exagerado, do seu olhar. Por que ele tinha que fazer tudo aquilo?

– Entra. – Falei, dando espaço para ele passar.

Ele sorriu e passou. Fomos até as cadeiras que tinham na frente da casa.

– Peque... - O interrompi. – Lucas, não quero que você fale nada ok? Eu só te chamei aqui para dar um fim. – Nessa hora ele arregalou os olhos, pasmo. Deu até vontade de rir da sua cara, mas eu queria sair correndo dali e chorar.

– D-d-ar um fim? Como assim pequena? – Ele disse ainda com a cara de assustado.

– Isso mesmo, dar um fim. Eu quero terminar Lucas, nós vamos terminar. E não me chama mais de pequena. – Disse.

Ele agora estava com a boca aberta. – Como assim Bruna? Eu preciso falar com você te explicar, você entendeu totalmente errado, eu e a J... – O interrompi de novo.

– Lucas, por favor, para! Você não vê que me machuca mais tentando reinverter o que não da mais? Eu só quero que essa dor acabe, só isso. Eu não aguento mais, eu, eu... – Algumas lágrimas caíram, as enxuguei. Eu não podia baixar a guarda, eu não iria chorar na frente dele, eu não sou fraca.

Ele me olhava e seus olhos brilhavam, jurava que ele iria chorar, mas ele foi se aproximando de mim, querendo me abraçar. Me levantei da cadeira e dei alguns passos para trás.

– Não toca em mim,eu te odeio Lucas, está acabado, tudo acabado. Se sinta livre para ficar com quem você quiser, eu não sou mais sua namorada, mas, aliás, o namoro nunca te impediu de me trair não é? Com a minha amiga Lucas? A minha amiga? Tudo bem, ela não era uma das melhores, mas era a minha amiga, eu bati nela Lucas. – Eu chorava e novamente as enxuguei.

– Eu quero que você vá embora, agora! – Ele me olhou e abriu à boca, ele iria falar mais alguma coisa, mas desistir. Quando passou por mim, parou por alguns segundos. Parecia filme sabe? Mas o sofrimento não era irreal.

– Eu sinto muito. – Ele disse por último e saiu. Me virei e vi ele entrando no carro, seus olhos brilhavam, ele estava chorando. Fechei a porta e corri para o meu quarto.

Eu chorava de solução e claro quando você está na fossa o que você faz? Ouvir músicas tristes. Eu estava ouvindo Heaven, Bryan Adams.

Eu chorava tanto, tanto. Eu só queria aliviar aquilo. Depois de chorar muito, soluçar, cantar as músicas desesperadamente, sai debaixo dos lençóis e liguei para a Carol. Eu tinha que “extravasar” um pouco.

– Carol, vamos sair? Eu preciso beber, muito hoje. – Liguei para a mais animada das meninas.

– CLAARO! Vou ligar para as meninas, vai se arrumando ok? Te ligo quando tiver saindo daqui.

– Ta bom. – Desliguei e fui tomar banho.

Demorei um pouco para me arrumar. Escolhi a roupa mais ousada que eu já vi na minha vida. Eu acho que estava louca quando comprei, enfim ela seria perfeita para arrasar hoje. Era um vestido preto curtíssimo, com um decote enorme e alguns detalhes nas costas. Sorri, satisfeita com o resultado. Fiz uma maquiagem com a cor verde, para ressaltar meus olhos e por fim soltei o meu cabelo e baguncei-o um pouco. Estava pronta.

Sapato:(http://paradadamoda.com/wp-content/gallery/sapato-de-salto-preto/sapato-de-salto-preto-1.jpg)

Vestido:(http://weheartit.com/entry/29927213/via/lozmeg)

Maquiagem:(http://moda.novidadediaria.com.br/wp-content/gallery/maquiagem-para-olhos-verdes/maquiagem-para-olhos-verdes-10.jpg)

Quando já estava pronto liguei para a Carol e um pouco depois ela chegou de carro.

– Hey, tá linda hein. – Ela disse me olhando. Entrei no carro. – Valeu, você também está linda.

– Então, por que essa vontade de sair do nada? Você não faz esse tipo e muito menos usa essas roupas. – Ela sorriu tão pouco eu a conheci e ela já sabe como eu sou.

– O Lucas, na festa, ficou com a Júlia. – Disse por fim, doeu dizer aquilo. 

– Eu não acredito, a Júlia é uma vadia mesmo viu. Vocês terminaram?

– Sim, por isso vou dançar muito hoje e quero esquecer esses dois idiotas.

Pegamos a Juli e fomos para a balada. A Carol tinha chamado o Guilherme. Eles estavam dançando juntos, a Juli sumiu assim que chegamos. Fui para o bar.

– Vodka, por favor. – Disse para o Barman. Ele me deu um copo e bebi de vez, fui pedindo mais e mais, até perder a conta. Não me sentia bêbeda ainda.

– Vai com calma jujuba. – Eu conhecia aquela voz e aquele apelido. – Vitor, o que faz aqui? – Perguntei curiosa.

– A Carol me ligou. – Olhei para a Carol e ela piscou para mim. Merda, eu só queria dançar e me embebedar, estraga prazeres.

– Ah. – Disse, bebendo outro copo de vodka.

– Você vai ter um coma alcoólico se continuar a beber assim jujuba. – Ele falou me olhando preocupado e tirando o copo de perto de mim. Relutei. – Ei, eu to aqui para curtir ouviu? Nem vem estragar, eu espero que eu tenha um coma alcoólico mesmo, quem sabe essa maldita dor acabe. – Ele me abraçou. Eu não queria pena de porra de ninguém. Me soltei dele e ele me olhou, confuso.

– Não quero abraços. – Disse por fim e fui até a pista de dança. – Andando ou cambaleando de um lado para o outro, você escolhe. – Assim que cheguei no meio da pista comecei a dançar. Tocava The wanted, Warzone. Eu amo aquela música.

Botem amores:(http://www.youtube.com/watch?v=yMR382aefmQ)

Comecei a dançar. Balançava o meu corpo no ritmo da música e cantava junto da mesma.

Estava lá, eu com um copo de Vodka na mão, dançando com aquele micro vestido, com um braço para cima e ainda por cima cantando a música. Tem situação pior do que essa? Sinto que informar que tem, vê seu namorado comendo outra menina na sua frente, que, aliás, é a sua amiga. Eu to ferrada mesmo.

Um pouco depois a música acabou e começou a tocar outra. Até que dois braços envolveram a minha cintura. Pude sentir a respiração da pessoa. Até que a mão dele foi abaixando até a minha bunda.

– Gostosa. – Ele sussurrou. Não era o Lucas, eu queria que fosse, mas não era. Me afastei assustada.

– Que foi garota?

– Não toca em mim. – Disse

– Vai á merda, vem com esse vestido e não quer que ninguém te toque. Você é uma puta mesmo. – Nesse momento lhe dei um tapa na cara. E ele veio para cima de mim. Até que um corpo alto apareceu, era preto ou castanho? Não consegui ver, estava escuro e aquelas luzes da boate me cegavam completamente o preto/castanho lhe dando vários socos, até que o cara caiu no chão, se levantou e saiu correndo. A pessoa se virou, tinha olhos castanhos e o seu cabelo era preto. Agora eu via muito bem e eu conhecia aquele rosto e aquele sorriso tímido.

– O que faz aqui? – Disse séria e fria. Estava tentando me manter em pé.

– O que você faz aqui? Você bebeu demais pequena. Quer ter um coma alcoólico? E quem era aquele cara? – Dizia várias perguntas sem parar, minha cabeça rodava. E para quem ainda não sacou sim, era o Lucas. Ele mesmo, filho da mãe. Eu me arrependo de ter pensado que queria ele ali. Ele está estragando a minha noite.

– Já me disseram isso e não eu não sou pequena. Agora some daqui, eu estava me divertindo, muito bem sem você. – Ressaltei essa última parte, ele me olhava triste e seu rosto estava inchado, é ele tinha chorado.

– Vi muito bem sua diversão, aquele cara estava te agarrando e-e ele ia te.. Eu nem sei o que aconteceria se eu não estivesse aqui Bruna. – Ele falou nervoso. Coçando por trás do cabelo, ele sempre fazia isso quando estava nervoso.

– Eu sei me cuidar muito bem. Agora sai da minha frente. – Disse ainda séria.

– Eu vi isso muito bem. – Falou irônico. Bufei e revirei os olhos. Ele sorriu merda, merda, merda. O próximo sorriso dele e eu o agarro bem ali. Não Bruna, se segure, aguente!

Eu ia falar alguma coisa, mas meus olhos fechavam e eu senti meu corpo perdendo a força. A última coisa que vi foi o Lucas gritando alguma coisa e me segurando.

Abri os olhos novamente, ainda estava na balada. Alguém me carregava no colo, vi que era o Lucas. Ele me olhava preocupado.

– Me l-la-arga Lu-c-as. – Tentei falar, olhei para frente de novo e vi o Vitor, se pegando com outra menina. Ele me olhou preocupado, olhou para cima, na direção do Lucas. Ele ia vir falar comigo, me lançou um olhar que não sei descrever como era. Fechei os olhos novamente.

Acordei de manhã e só me lembrei disso.