Emergency escrita por Lacrist


Capítulo 5
Capítulo 4 - Olhos Azuis


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas! Nem acredito que consegui cumprir com o que havia dito sobre o dia de postagem! Esse capítulo tá meio paradinho, os amigos da Lena e os pais dela só aparecerão no próximo capítulo mas eu gostei dele, vocês verão Damon e Elena interagindo.
Boa leitura!



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Dor.
 

Sangue.

Frio.

Eram as únicas palavras que habitavam a minha mente naquele momento. Não sabia há quanto tempo eu estava dentro daquela sala fétida, com o capuz preto e que cheirava a mofo em minha cabeça.

Também não sabia há quanto tempo fiquei apanhando daqueles dois monstros que me sequestraram. A única coisa que eu sabia, era que eu tinha que arranjar um jeito de ir embora dali e rápido.

Seria mais fácil se minhas pernas me obedecessem mas elas estavam totalmente dormentes. Eu sentia gosto de sangue em minha boca e um frio que arrepiava até os meus cabelos da nuca.

Minha cabeça rodava, rodava e rodava, numa tontura sem fim. Preferia que eles tivessem me deixado desacordada porém, eu ainda estava aqui, agonizando de dor por um longo tempo. Parecia que tinham me deixado ali, esquecida, abandonada dentro daquela sala, com uma dor física horripilante, que não conseguia ser maior do que a dor emocional que latejava dentro do meu peito.

Ouvi passos se aproximando de onde eu estava e fechei os olhos com força, temendo que eles viessem me espancar novamente.  
A porta da sala foi aberta e meu capuz, foi tirado rapidamente. Abri os olhos, vendo o moreno de olhos azuis parado em minha frente, me observando de um jeito esquisito. Minha cabeça rodou novamente, uma nova sessão de tontura. A sala girava e consequentemente, o bandido também.

- Espero que consiga ficar acordada, Elena. Quero que conheça uma pessoa. - O moreno deu alguns passos para trás e uma mulher muito bonita entrou em meu campo de visão.

A sala parou de girar quando vi que a mulher era totalmente idêntica a mim e me lembrei que eu tinha uma irmã gêmea que supostamente meus pais tinham abandonado.

- Vo... você é a minha irmã? - Perguntei num misto de assombro e emoção.

A mulher se aproximou mais um pouco de mim, numa pose bastante intimidadora. Seus olhos me sondavam e pareciam zombar de mim. 

- Então você já sabe sobre mim? Sou Katherine, irmãzinha. - A palavra irmãzinha saiu de sua boca com ar debochado. - Parece que os garotos exageraram na surra, não é? Me contaram que você é uma menina muito malcriada e que respondeu mal aos meus amigos. Que coisa feia, tsc tsc. - Ela me olhou de cima a baixo e eu me encolhi.

Céus! Minha própria irmã era um monstro!

- O que vocês querem de mim afinal? - Comecei a chorar novamente, me sentindo um lixo.

- Vingança. Apenas isso irmãzinha. Sabe o que mais me dói? Saber que John e Isobel preferiram você do que a mim. Eu sou mais bonita do que você e muito mais esperta. Você não merece nem viver de tão insignificante que você é. - Ela aproximou seu rosto do meu e riu de uma forma que me deu calafrios.

- Porque está fazendo isso? - Perguntei chorosa.

- Porque é isso que você merece queridinha. Vou fazer sua vida aqui virar um inferno. Você ainda não viu nada. - Tendo dito isso, ela virou as costas e saiu rebolando pela porta.

O loiro deu uma última olhada em minha direção e riu, saindo logo em seguida. 

Continuei chorando desesperadamente e percebi que eu ainda não estava sozinha. O moreno me encarava do mesmo jeito esquisito de antes. Enxuguei minhas lágrimas com as costas das mãos e gemi de dor, sentindo que tinha passado a mão em uma ferida que ardia muito.

O moreno se aproximou lentamente de mim e eu fiquei com medo de que ele me batesse de novo. Ele deu um sorriso de canto bastante charmoso e me pegou no colo. Olhei para ele espantada, sentindo minhas costelas doerem, mas ele nada disse. Me carregou para fora da sala, subindo as escadas e me levando para um quarto um pouco melhor do que aquele em que eles me bateram.

Tinha uma cama de solteiro dentro do quarto. O colchão parecia velho e com certeza devia feder a mofo e também tinha alguns móveis, como uma escrivaninha velha que estava quase caindo aos pedaços e um armário que parecia ser a única coisa que estava em bom estado.
Infelizmente, o local não tinha uma janela. Eles fizeram questão de tampá-las com vários pedaços enormes de madeira.

O moreno me colocou sentada com delicadeza na cama de solteiro e eu gemi de dor ao sentir minhas costelas latejarem novamente. Ele ficou por um bom tempo me analisando.

- O que foi? Estou horrorosa e machucada o suficiente? - Tive vontade de morder a minha língua quando disse tamanha asneira.

- Não, você continua bonita. - Ele estava zombando de mim. Com certeza. 

Eu não iria cair naquela lábia tão fácil só porque ele era bonito.

Ele estava tirando uma com a minha cara e o certo a fazer, era ignorá-lo e não puxar assunto. Em hipótese alguma.
Ele deu uma risadinha quando viu a minha cara de nada e virou as costas, caminhando para a porta.

- Espera! - Pedi, antes mesmo que eu me desse conta do que eu estava fazendo. Ele parou numa mínima distância da porta e me olhou com curiosidade. - Você... er... - Ai DROGA! Não conseguia formular uma frase coerente.

- Vou chamar a Rebekah. Ela vai cuidar de você. - Ele respondeu, de um jeito sério e saiu, me deixando ali sozinha.

Céus, eu estou apavorada! Meu corpo todo dói e eu estou morrendo de medo. O que será que eles vão fazer comigo? E quanto a Katherine? Minha irmã gêmea e bruxa? Estou com tanto medo... nunca senti tanto medo em toda a minha vida.

- Com licença. - A loira que provavelmente deveria ser a Rebekah apareceu esboçando um leve sorriso e fechou a porta atrás de si.

Percebi que ela trazia consigo uma maleta branca.
Ela era uma mulher muito bonita. Tinha cabelos loiros e cumpridos e olhos azuis muito lindos.

- Acho melhor você tomar um banho antes que eu comece a fazer os curativos. 

- Onde fica o banheiro? - A loira apontou pra uma portinha de madeira que ficava perto da cama. Nem tinha reparado nela.

Me levantei com dificuldade e entrei no banheiro, tirando minhas roupas com cuidado e entrei na ducha fria do chuveiro. 

Ali, dentro daquele chuveiro frio, eu desejei sumir. Desejei que eu me misturasse com a água e virasse uma coisa só. Desejei ser apenas uma garota comum com pais legais. Neste momento, eu daria qualquer coisa para não ser Elena Gilbert.

Tudo em mim doía, não só fisicamente e desabar, era inevitável.

Chorei, desesperada por tudo o que a minha vida estava virando. Chorei porque provavelmente eu morreria espancada. Chorei porque essa quadrilha faria da minha vida um inferno. Chorei pela surra que me deram. Chorei pela falta de amor daqueles homens e chorei por minha irmã. Chorei por mim, chorei por tudo.

Dizem, que tudo que acontece em nossas vidas é por algum motivo especial. Que temos que passar por coisas totalmente dolorosas para termos a nossa recompensa no final. Por mais que eu quisesse acreditar nisso, nesse momento, a idéia parecia tão insana que acabei apagando aquele pensamento da minha mente.

Desliguei o chuveiro e me enrolei em uma toalha branca que estava ali e saí do banheiro, vendo que Rebekah estava sentada na minha suposta cama, lixando as unhas distraída.

- Tem mudas de roupa no armário. - Ela disse, sem tirar os olhos de suas unhas.

Abri o armário e peguei uma calcinha, uma blusa rosa e um shortinho branco. As roupas que tinham naquele armário eram apenas short's e blusinhas, para o meu desespero.

Voltei para o banheiro e coloquei as roupas calmamente e voltei para o quarto.

Rebekah se levantou e sinalizou com o dedo para que eu me sentasse. Tirou algumas coisas da maleta e começou a fazer meus curativos. Ela era cuidadosa e em nenhum momento, ela me maltratou ou algo do tipo. Suas mãos eram leves e sempre que ela tocava em alguma ferida, ela tinha o cuidado de não me machucar muito.

- Prontinho. - Ela deu um meio sorriso enquanto jogava o algodão no lixo.

- Obrigada. - Falei cabisbaixa.

- Hey... não fique assim... vou pentear os seus cabelos pra ver se você se anima, que tal? - Ela estava tão sorridente que por um momento me lembrei de Caroline e meu coração se apertou. 

- Nem se você se vestir de palhaço e dançar a macarena aqui na minha frente eu vou me animar. - Ela riu baixinho com a minha comparação.

- Mesmo assim eu pentearei seus cabelos. - Ela bateu palminhas e se colocou atrás de mim, pegando um pente em seu bolso (sim, ela carregava um mini-pente em seu bolso!) e começou a pentear os meus cabelos.

- Porque está sendo legal comigo? - Ela exitou em me responder. Pude sentir que suas mãos que penteavam o meu cabelo, vacilaram nessa hora.

- Porque você não merece isso... acredite, eu nem gostaria de estar aqui, agindo como uma bandida. - Ela suspirou e eu acabei suspirando junto.

- Então porque está aqui? - Franzi o cenho.

- É um assunto longo e complicado... - Ela terminou de pentear meus cabelos e se sentou ao meu lado.

- Eu só queria entender porque eles fazem essas coisas... - Eu disse, mexendo na costura rasgada do colchão.

- Acredite, até hoje eu não consigo entender meu irmão. - Olhei para ela abismada.

- Seu irmão? - Perguntei.

- Sim, o loiro que te bateu. Ele se chama Niklaus, mas todos o chamam apenas de Klaus. - Então o loiro de farmácia tinha um nome?

- E o moreno? - A curiosidade falou mais alto nessa hora e não consegui entender porque eu estava tão interessada em saber o nome dele.

- Damon Salvatore. - Ela pronunciou o nome dele com escárnio.

- Rebekah, Katherine está lá embaixo falando mal de você. Damon está quase subindo para ver porque você está demorando tanto. - O loiro que dirigia o carro na hora que fui sequestrada surgiu na porta do quarto.

- Elena, esse é o Stefan, irmão do Damon. Como eu, ele também não está aqui por livre e espontânea vontade. - Olhei para o Stefan e percebi que ele não parecia em nada com o irmão. Damon era mal, rude, irônico e enigmático. Stefan parecia ser leve, descontraído e medroso.

- Oi! - Ele sorriu e eu apenas acenei com a mão.

- Diga a eles que já vou e que não terminei o curativo. - Disse a loira simplismente.

- Você vai se meter em encrenca... - Advertiu.

- Então vá antes que você se meta em encrenca também. - Ela deu um sorriso angelical e Stefan saiu, apressado.

- Você é legal e o Stefan também parece ser uma boa pessoa. - Por um momento, eu até me esqueci que estava num cativeiro rodeada de bandidos.

- Eu gostei de você, Elena. Tudo o que eu puder fazer para te ajudar eu farei, ok? - Ela segurou minhas mãos e eu assenti, sorrindo. Eu tinha uma aliada.

Subitamente, a porta se abriu com um baque e Damon entrou irritado por ela. Rebekah largou minhas mãos rapidamente, jogando um algodão sujo que ainda estava em cima da cama no lixo e se levantou, pegando a maleta branca que ela trouxe consigo.

- Pronto. - Disse de forma seca. Eu sabia que era pura encenação dela.

- Pensei que estava tricotando com a prisioneira, Mikaelson. -

Olhei para Damon, que tinha um sorrisinho de canto charmoso.

Como um homem podia ser tão lindo e tão mal?

- Não enche, Damon! - Retrucou, irritada, saindo da sala.

Era apenas eu e ele ali agora. Não sei porque Damon me olhava daquela maneira tão invasiva e acabei me lembrando do primeiro dia que o vi e do quanto fiquei sem graça ao ver um cara tão bonito como ele na minha frente. Damon não era parecido com nenhum dos outros caras que eu já havia visto. Não se parecia com os caras da escola e nem com nenhum homem da face da terra.  Ele sorria de um jeito debochado, olhava de um jeito desafiador e invasiso e andava como um felino habilidoso.

Por um momento, eu desejei que ele fosse bom. Desejei que ele me amasse e que me respeitasse. Desejei que ele me pegasse em seu colo novamente e encostasse seus lábios convidativos nos meus.
Mas que droga era aquela?

Damon era meu sequestrador, o cara que me bateu e que me fez chorar! Que pensamentos idiotas eu estava tendo! Não é porque ele é o homem mais bonito que eu já vi que isso me dá o direito de pensar que ele pode mudar, que ele pode me amar e me beijar.

Ele é o meu sequestrador, ele é mal e isso nunca vai mudar! 
Fiquei olhando para as minhas mãos, ficando constrangida com o peso de seu olhar sobre mim. 

- Espero que aproveite a sua estadia aqui, Elena Gilbert. - Ele riu e se pôs a andar para fora do quarto. Só tive coragem de olhar quando ele já não estava mais no quarto.

Deitei na cama com cuidado e senti as lágrimas descerem livremente pelo meu rosto. Confesso que fiquei assim por um bom tempo, antes de cair no sono.

Tive vontade de acordar quando um par de olhos azuis apareceu em meus sonhos.


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Notas finais do capítulo

No começo, o Damon e a Elena ficarão meio intrigados um com o outro as aproximações serão aos poucos, tudo tem que acontecer devagar, não quero adiantar tudo e acabar me precipitando ok?
Katherine será uma bitch de primeira aqui, atrapalhará muito a Elena principalmente quando o Damon estiver por perto!
Rebekah e Stefan serão seus aliados ali dentro.
No próximo capítulo vocês verão os pais da Elena preocupados e os amigos dela também.
Se você chegou até aqui, comente. Seu dedo não vai cair se fizer isso e vai me fazer muuuito feliz! Vejo pessoas favoritando a fic mas não comentam e isso me deixa chateada.
Boa noite para todas e fiquem com DEUS ♥