Perseus escrita por F dQueiroz


Capítulo 8
Cap. VII - Chave de um coração


Notas iniciais do capítulo

A quanto tempo em? Rsrsrs. Bem primeiro desculpas pela demora, mas infelizmente não pude postar antes. Então eu espero que gostem desse capítulo, boa leitura!!!!



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  Pov. Annabeth


Depois da profecia nem um pouco animadora feita pela Raquel, todos sairam, ou melhor, quase todos.

Nico di Ângelo ainda ficou ali sentado com os olhos em branco tentando entender o que havia acontecido. Eu não o culpava eu mesma não esperava ter que liderar uma missão, muito menos essa onde não apenas o meu futuro, mas o de todos dependiam.

Quando eu caminhava pensativa pelo acampamento eu podia notar os cochichos atrás de mim. A notícia já tinha se espalhado. E pelo jeito que eles me olhavam já deveriam estar pensando em preparar minha mortaça para o meu funeral.

Ah mãe! Porque eu? Suspirei olhando para o alto esperando uma resposta, claro sem sucesso.

- Annabeth!

Escutei alguém me chamar. Thalia vinha correndo na minha direção e pelo olhar enfezado dela eu não iria ganhar nenhum elogio pelo que fiz.

- Você ficou louca? - ela perguntou quando chegou mais perto - O que deu em você Anne?

Suspirei resiguinada, por mais que eu quisesse contar o porque disso tudo eu não podia. Atena era minha mãe, mas acima disso ela era uma deusa, e eu não duvidava que ela pudesse me fulminar ao menor sinal de desobediência.

- Olha Thalia eu... eu tenho que ir... - nem pude terminar de falar, pois o olhar traído que ela me deu me fez recuar.

- Você vai ajudá-lo Anne, mesmo sabendo tudo que passei -Thalia que olhava com seus intensos olhos azuis cheios de dor, aquilo foi como um murro no meu estômago - de todos... eu pensava... eu pensava que você entendia...

Eu estava perdendo minha melhor amiga. Isso não podia estar acontecendo. Eu sabia do que ela falava, quando Poseidon não gastava seu último minuto fazendo guerra com Zeus ele se empenhava em tentar matar sua filha. Eu me lembrava das várias vezes em que ele mandou monstros atrás dela, mesmo no acampamento a margem de segurança ainda era pouca e várias vezes eu fui a única ver uma Thalia assustada chorando pelas coisas que o tio lhe mandava.

- Thalia... - eu comecei, mas não pude falar, eu sabia que se eu falasse talvez essa guerra nunca viesse a acabar - me... me desculpa, mas eu tenho que ir.

Ela me olhou magoada e andou apressada em direção ao seu chalé. Eu sabia que ela me odiava por isso, e o pior era que doia, mas talvez assim todo esse caos chegasse ao fim.

Eu fiquei ali olhando minha melhor amiga se afastar sem nem ao menos olhar para atrás e aquilo me quebrou mais ainda. Caminhei em direção ao meu chalé com o coração pesado, tudo parecia caminhar em direção da minha infelicidade.

Cheguei no chalé cansada. Sairíamos logo quando os primeiros raios da carruagem de Apolo aparecessem no horizonte e eu ainda tinha que arrumar minha mochila. Meus irmãos me olhavam com pesar, mas nenhum deles falou comigo, fora Malcon que me deu um sermão pela minha candidatura precipitada.

A noite veio logo e com ela a insônia. Por mais que eu quisesse e devesse dormir o sono não veio. Fiquei pensando nos meu companheiros nessa missão suicida.

Grover, o satíro eu conhecia desde que cheguei ao acampamento junto com Thalia e Luke. A única coisa que ele tinha em mente era enchilhadas de franco ou a textura de uma boa lata, agora o outro...

As raras vezes que eu havia visto Nico já podia impressionar. Ninguém sabia a idade dele ao certo, mas não devia ser mais velho do que eu. E ele fazia jus ao ser filho de um dos três grandes. Nico carregava uma espada negra, feita de metal do Rio Estige, mas o que impressionava não era a espada e sim a habilidade. Ele sem duvida era o melhor escrimista que eu já havia visto.

Nico di Ângelo era incrível e sombrio. Todos sabiam que ele vivia mais no mundo dos mortos do que nos vivos literalmente, mas ainda sim...

Limpei a cabeça desses pensamentos e tentei dormir o que não teve muito sucesso. Quando o primeiro raio de sol saiu, eu já estava a caminho da entrada do acampamento com os olhos inchados de uma noite mal dormida.

Quíron, Grover e Raquel já estavam ali, e pelos seus olhares nervosos alguma coisa não ia bem. Quando me aproximei todos me olhoram receossos.

- Bom dia Annabeth - comprimentou Quíron com um sorriso forçado.

- O que aconteceu? - perguntei já sem paciência pela minha noite de insônia.

Quíron e Grover se olharam como se discutindo entre si se deveriam ou não pesar o meus ombros com mais problemas, mas foi Raquel que falou primeiro.

- Thalia saiu do acampamento.

Todo sangue que eu tinha foi evaporado. Eu sabia que ela nunca em sã consciência iria sair assim, por mais que ainda acontecesse infortunios no acampamento Thalia sabia que ainda assim aqui era o lugar mais seguro. Será que ela foi...

- Quíron eu tenho que ir atrás dela... ela não ... você sabe que... eu... euu... eu tenho que ir atrás dela, Poseidon... ele...

Eu nem podia falar, o medo de que algo acontecesse com ela por minha causa...

- Calma Annabeth - Raquel falou se aproximando e me abraçando - Poseidon não ira fazer nada.

- Não? - perguntei incrédula.

- Não, ao menos até o solstiço de inverno, ou seja daqui quinze dias - Raquel deve ter captado meu olhar de dúvida, pois continuou - ontem depois da reunião uma ninfa d'agua apareceu explicando os termos de Poseidon, até o início do solstiço de inverno ele não ira fazer nenhum ataque a nenhum semideus, mas se até esse dia vocês não houverem encontrado seu filho semideus ele vai destruir o acampamento.

Se ainda tinha sobrado alguma gota de sangue em mim havia acabado de evapora-se naquele momento. Agora não só o fim da guerra, mas a segurança dos meus amigos dependia de mim. Quíron notou meu medo e falou ternamente com a mão em meu ombro.

- Você vai conseguir Annabeth - como se não fosse fácil falar para ele falar, quem iria arriscar o pescoço ali seria eu - me lembro de uma vez quando Heraclés...

- Vamos? - todos olharam para o lado, Nico estava ali com o cabelo molhado, com certeza havia acabado de sair do banho, vestia uma camisa preta, justa o bastante para delinear seus músculos, ele podia ser sombrio, mas ainda sim...
- Gosta do que vê Annabeth? - ele falou com um sorriso de lado, eu podia sentir meu rosto pegar fogo.

- Certo, todos estão aqui - Grover falou notando meu constrangimento - agora para onde vamos?

Todos olharam pra mim expectantes. Ignorei o rubor do meu rosto e comecei a pensar. Eu ainda podia ouvir a voz do espírito de Delfos recitar a profecias " Para cima e embaixo deve-se ir..." eu não tinha dúvidas quanto a isso.

Olhei para todos e parei meu olhar em Nico e falei:

- Mundo Inferior.

Nico ficou inquieto, Grover parecia a beira de um enfarto, mas tanto Quíron quanto Raquel não pareciam surpresos.

- Meu pai não vai gostar disso - Nico falou coçando a nuca - mas eu entendo o que a profecia quis dizer.

- Tem certeza Annabeth? - Grover falou roendo uma lata que eu não faço a menor idéia de onde veio - tem que ser tão embaixo assim? Sabe também existe o metro...

- Grover - falei calma vendo como o coitado ficava balindo de medo - você não precisa ir...

- Não! Eu... eu vou, Poseidon... - falou gaguejando, mas parou ao perceber o que iria dizer, olhei para Grover indecisa, ele escondia alguma coisa, mas parecia que todos ali escondiam algo, inclusive eu.

Parando para pensar Nico só veio porque seu pai parece ter algum interesse no filho de Poseidon, Grover pelo jeito também esconde algo... e eu por causa de um pedido da minha mãe. O mundo parecia girar em torno desse garoto.

- Ótimo! - Nico falou impaciente já descendo a colina - agora vamos.

Grover foi logo atrás trotando de modo engraçado. Hoje ele vestia uma calça bege que escondia seu traseiro peludo e também calçando seu All Star cheio de isopor com as muletas nos ombros. Quando eu comecei a descer escutei Raquel me chamar.

Ela segurava um pequeno colar de ouro onde um pequeno tridente de ouro com uma bela pedra verde mar no centro fazia dele o colar mais lindo que eu ja havia visto. Olhei para Raquel e ela sorria.

- Leve isso Annabeth - falou me estendendo o delicado colar.

- Mas o que?

- A chave de um coração - falou como se explicasse tudo; demorei alguns segundos para perceber que ela não falaria mais nada, suspirando me virei para ir embora, mad levei um susto ao sentir Raquel me abraçando fortemente e falando - ele vai precisar muito de você então seja boa com ele Anne.

Retribui o abraço meio sem jeito, e sem entender o Raquel queria dizer com aquilo. Mas na hora pouco ne importava, eu precisava de uma amiga e mesmo que Thalia não estivesse ali, aquele abraço me tranquilizou. Eu tinha que fazer o melhor, não apenas por mim, mas pelos meus amigos do acamapamento.

Raquel nunca havia me tratado assim, mas independentemente eu fiquei feliz, ao menos, ainda tinha alguma amiga com quem contar.

Olhei o pequeno colar mais uma vez antes de colocá-lo em volta do meu pescoço junto com o colar de contas do acampamento. Talvez fosse algo da minha cabeça, mas eu podia sentir o leve cheiro de maresia que fez meu coração saltar e foi como se pela primeira vez eu estivesse completa.


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Notas finais do capítulo

Não deixem de comentar ok? Próximo... Percy
Bem até lá
Beijos para as belas que leêm essa fic e um abraço pro restante da galera ;)