Sentiu uma leve pressão em sua cintura, a garota olhou para o chão e percebeu que estava no ar, até um segundo atrás não havia percebido, um garoto de longos cabelos cor do céu e olhos cinzentos corria numa velocidade alucinante rumo a porta de entrada do estabelecimento, os cabelos loiros de Alice ricocheteavam no ar, o chapeleiro virara de costas para procurar agulhas de costura nas estantes próximas, necessárias para reparar o gigantesco vestido de Alice, um sorriso doentio mostrava-se exposto nos lábios pretos do desconhecido .O chapeleiro virou-se animado para costurar o enorme furo vergonhoso do vestido da garota.

–Merda, Julios!!Solte Alice!-Clamava ao mesmo tempo corria atrás dos dois .Não quero ter a cabeça cortada, o que será de um chapeleiro que não pode usar chapéu- Pensava nervoso, não queria morrer, a rainha de copas havia lhe prometido um atelier com a decoração que deseja-se se conseguisse trazê-la aos seus aposentos reais, além é claro de uma divulgação grátis feita por seus soldados que distribuiriam cartões de fumaça liquida na praça policial, onde eram feito os encontros de polícias lá, eles mantinham a ordem e seguiam as regras a risca, além de ser obrigatório em seu traje o uso de chapéus.

Julios saltava levemente de casa em casa e caia como uma pluma em alta velocidade, o outro corria freneticamente pela calçada atropelando todos em seu caminho estreito, sujando-se frequentemente de croquetes comprados em uma loja próxima que caiam nele além de pisar em várias poças de água.Ele se esforçava para alcança-los, estava ao lado arfando, retirou seu chapéu coco de sua cabeleira negra e tirou vários chapéus sortidos ,cada um menor que o outro de dentro, atirou-os com uma mira precisa acertando-os em ambos, tanto em Julios quanto em Alice. A garota confusa não sabia para quem torcer, afinal nunca haviam mencionado quem era o mocinho da história, o impacto dos chapéus não lhe causara dano nenhum.

–Se quiser me fazer parar tem de fazer melhor que isso, ao menos coloque fogo nos chapéus.-Um sorriso travesso se abriu.-Por acaso estou sendo sequestrada?-Ele mirou-a por um segundo.- Depende do ponto de vista, querida.-Chapeleiro preparava-se para atacar novamente- Porque a roubou?Sabe que preciso dela.- Gritou o outro ofegante pretendendo distraí-lo com a pergunta.-Nada contra você, só quero vê-lo morto.-Ele havia diminuído o ritmo como previsto, o homem pegou uma pequena bola de chumbo de seu bolso direito e jogou aos pés de Julios, esta se abriu transformando-se em uma rede.O outro planou instantaneamente, a rede prendeu-se num gato que lambia-se no telhado ao lado.

–Não é justo Brian, nem esperaste meu contra ataque.- Ele encarou a garota disposta em seus braços observando seus olhos arregalados rindo, em seguida puxou uma seringa que continha um liquido marrom, os olhos de Alice se arregalaram mais, injetou o liquido em seu braço com certa dificuldade em quanto ,com a mão que lhe restava, jogou um pequeno manto negro ao chão, este que estava carregando, o oponente aproveitou a brecha jogando mais uma bolinha de chumbo, esta acertou, ele vibrou de alegria antecipada, os dois caiam pelo buraco escuro que era o manto negro.Seu adversário franziu o cenho e cerrou os punhos de frustração.