A Direção Azul escrita por Ursa boba


Capítulo 1
A Direção do Medo


Notas iniciais do capítulo

Antes de ler, por favor lenha a Sinopse para entender melhor. Eu editei o capítulo porque ele estava curto demais.
Eu só espero que vocês gostem, se gostarem indiquem? Obrigada desde já! Ah, reviews ou comentários no twitter são bem-vindos viu?



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Já passava das 17 horas quando Clara retirou seu último pôster da parede, trancou a porta e começou a chorar. Eu (Mariane) que já estava irritada com minha mãe por causa dos atrasos, bati no quarto de Clara:

– Abre logo essa porta garota!

Clara abriu a porta com expressão de choro, olhou para mim e disse:

– Eu só estou com medo

– Medo? Achava que essa palavra não existia em seu vocabulário

– Estou com medo de nunca mais voltar pra casa

– Você vai voltar, eu tenho certeza disso, fique tranquila

– Estou com medo de nunca conhecer eles cinco

– Com medo de não conhecer esses seres sem talento? Clara, você merece ter medo de outras coisas

– Eles sempre me ajudaram em tudo, eles querendo ou não e eu tenho medo deles não conseguirem mais me ajudar

– Ajudar? Ajudar mesmo foi o que a mamãe e o papai fizeram por você, pare de se iludir

– Estou com medo do medo conseguir me dominar

– Ele não vai te dominar, eu sempre vou estar do seu lado e eu vou impedir que isso aconteça

– Você tem razão, não vai ser o medo que vai me dominar, vai ser o câncer

– Nunca mais diga isso, nunca

– Mas é a verdade

– Não é a verdade

– Estou com medo que seja a verdade

– Alguém lá no céu luta cada dia para que isso seja mentira

– Não gosto de dizer que estou com medo

– Bom, então vamos esquecer tudo isso, fechar as malas e seguir até o aeroporto porque Londres nos espera

– Meu sonho sempre foi Londres

– Então esqueça a palavra medo e foque na palavra sonho a partir de agora pode ser?

– Sim, vamos

Saímos do quarto, entramos no carro e continuamos conversando e brigando durante o caminho todo até o aeroporto. Era meio estranho tudo aquilo, as chances da Clara não aguentar eram muito grandes.

Ela lutou a vida toda por causa do câncer e a única coisa que deixava ela feliz no final do dia depois de tantas consultas em tantos médicos era entrar no quarto, colocar o CD da One direction que minha mãe comprou pra ela, aumentar no último volume e pular pela casa inteira.

Isso me deixava irritada, ter que ouvir aquelas vozes insuportáveis pela casa inteira enquanto eu não podia nem tocar minha guitarra em paz. Mas de alguma forma aquilo me deixava feliz, pois eu sabia que isso fazia ela feliz.

Fiquei pensando em tudo isso durante a viajem no avião enquanto ela dormia. Eu sabia o quanto ir para Londres e entrar em um novo tratamento (que poderia dar certo ou não) significava para vida dela. Desisti da faculdade, me separei dos meus amigos, passei onze meses juntando dinheiro, tudo por ela, tudo pela sobrevivência dela.

A viajem iria demorar e como não podia ligar os celulares, fiquei relembrando na minha mente minhas músicas favoritas do Guns N’ Roses nem esperando as surpresas que eu não fazia ideia que iriam acontecer e que mudariam a minha vida para sempre.



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