Agora só faltava um... Enfim, após duas semanas vigiando o Way mais novo, para um órgão nacional que nem conhecia, conseguira uma brecha na dura segurança ao redor do rapaz. O tal de Mikey havia sido mais fácil... Agora era a vez do Iero. Dirigira horas até encontrar o tal hospital em que o rapaz trabalhava voluntariamente, era um lugarzinho qualquer num fim-de-mundo de Jersey, repugnava-lhe. Lembrava-lhe decadência e putrefação.

-Em que toca o pequeno ratinho veio se esconder... - será que estava se tornando um psicopata? Não havia problema, mesmo, recebia muito por isso, embora tenha sido difícil fingir a mentalidade de um adolescente mimado que possuia inveja do próprio irmão desde os sete anos, o salário era recompensador.

Brian acendeu um cigarro e fingiu esperar por alguém do lado de fora, quando na verdade sua visão treinada e suas estratégias especiais bolavam um plano para atrair o Iero e levá-lo, sem a necessidade de uma atitude drástica como a de algumas horas atrás. E mais, Frank não seria tão fácil de levar à força, subestimá-lo em inteligência, era isso o que faria.

-Bem, acho que é hora da ação... - jogou o toco de cigarro no chão e apagou-o com a sola do sapato, dirigindo-se logo após às portas do hospital.

-Bom-dia senhor, o que o senhor procura? - a recepcionista atendeu-o amigavelmente, tapando o bocal do telefone que descansava em seu ombro.

-Estou procurando um voluntário, seu nome é Frank Iero.

-Poderia saber por qual motivo? Frank não gosta de ser molestado enquanto trabalha...

-Frank! - exclamou Brian, vendo-o passar pelo corredor, vestido de azul claro com um emblema de voluntário. - Você precisa vir comigo...

-O que houve, Mikey?

-Preciso de sua ajuda.

-Suzi, eu já volto.

Frank caminhou docilmente ao lado de Brian até a entrada da clínica, parando sobre o tapete puído de "Boas-vindas".

-Sim...? Pode falar.

-O Gerard... Eu preciso de sua ajuda, ele teve uma visão estranha, está descontrolado! Vocês são bons amigos, talvez possa ajudá-lo.

-Nos conhecemos hoje, Mikey, você devia chamar outra pessoa.

-Não conhecemos quase ninguém... Você sabe por que.

-Bem... Eu não gosto de largar o trabalho pela metade, mas... Tudo bem. Vou pegar meu casaco.

Brian sorriu internamente, farejando a vitória por vir.

-Vocês moram muito longe?

-Não muito... São só algumas quadras daqui. - os dois andavam lado-a-lado. Era parte do plano, os casacos dançavam chicoteando envolta de seus corpos, agitados pelo vento intenso da tarde de outono. - Ele vai ficar feliz em te ver.

Frank sentiu algo comprimir a garganta e, antes mesmo de pensar, seu corpo agiu por reflexo, jogando o homem que o segurava longe.

-Ei, qual é meo irmão, eu sô espada, que isso!

Bob riu como um doido da fala de Frank, sumindo diante de seus olhos atônitos.

-Seu... - ameaçou Frank, dirigindo-se à Brian. - Eu te mato!

Entretanto, Bob reapareceu, em fente a Brian, dessa vez com uma grande espingarda caça-elefantes no ombro. Frank riu. Tranquilizantes não faziam efeito nele.

-Vai me picar, é? Nem dói.

-Não dói, é? - Bob sumiu de novo, reaparecendo atrás do pequeno e apunhalando-o na nuca, com a coronha da arma. O rapaz caiu, inconsciente. - Você é um mole, Brian... Eu capturei os meus sem precisar de ajuda.

-Se esquece que é uma aberração que desaparece e aparece na hora que quer. Eu devia estar em um laboratório, não correndo atrás desses... Desses seres aí. Vamos, leve-o antes que alguém veja.

Brian ajudou Bob a colocar Frank em seu colo.

-Humpf... Que pesado! - bufou o loiro, antes de desaparecer novamente.

-Fase dois completa, fim da missão. - sussurrou, ao celular.

-Excelente...Tenho mais um pequeno serviço pra você...Poderá receber um pagamento melhor, se cumprí-lo...

-Claro! - sua voz alterou-se levemente, tentado pela proposta, Brian nem percebeu que Bob aparecia atrás dele, de novo.

-Sua missão é... Descarte.

-Han?

-Você sabe demais, Brian... Desculpe-nos, seus serviços foram muito importantes, porém não são mais necessários.

Foi a última coisa que Brian Hudson ouviu... Para todo o sempre.