KOS escrita por Cah Sants


Capítulo 16
District 11- Agriculture


Notas iniciais do capítulo

Taí, dedicado à Sants, uma das minhas leitoras mais fieis. O tributo feminino do distrito 11.

P.S. Capitulo editado.



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Charlotte- http://i2.listal.com/image/2379423/936full-freida-pinto.jpg

–Shii, calma Charlie- Telmit Jenkins cai no chão de joelhos e abraça os ombros da amiga, que está em estado de choque- Calma, eu estou aqui. Tudo vai ficar bem, não se preocupe.

–Não estou preocupada comigo. É com Joseph. Era ele. No meu sonho, Telmit, era ele.

–Eu nunca deixaria Joseph ir para os jogos, não enquanto eu puder impedir- Telmit aperta mais a amiga, tentando tranquiliza-la, mas sua frase a deixa ainda pior.


–Não, Telmit- ela praticamente grita, fazendo-o se afastar; em seguida, aperta sua mão com força extraordinária- Não brinque com isso. Por favor.


–Não estou brincando.

–Tenho tanto medo por você, e por ele. Pior, e se eu for? Quem vai ficar com ele?

–Eu não o deixaria sozinho...

–E quem iria tratar da loucura da minha mãe? E quem iria cuidar de vovó?

–Estão falando de mim, por acaso?- A Sra. Honora Veance, avó de Charlotte pelo lado da mãe, chegou à sala de estar da casa com um prato de pãezinhos de tesseras- O que há com você, Charlie? Por que ainda não está pronta?

–Ela já estava indo, Sra. Veance- Telmit se levanta e segura a mão da amiga, para puxa-la para cima- Vai Charlie. Se apronta, está quase na hora de sair.

Charlotte passou para o seu quarto, que dividia com Joseph, seu irmão menor de 12 anos. Era o que a preocupava. A primeira colheita do irmão, e ele não pode evitar pegar comida extra para casa no mês passado. Agora seu nome, que deveria aparecer uma vez, aparecia cinco. E se ele fosse selecionado... Não, não podia pensar nisso.

A menina não possuía muitas roupas que pudesse considerar bonitas. Na verdade, a única coisa que ela considerava boa para usar em ocasiões como essa era um vestido branco, em detalhes delicados de flores, que sua mãe gostava muito de usar, quando ainda era sã. Era um vestido bem característico do seu distrito e ela achou que devia coloca-lo.

O vestido ficou lindo em contraste com sua pele morena. Seus cabelos escuros ondulavam e moldavam seu rosto. Ela também usava uma flor purpúrea nos cabelos e calçava seus melhores sapatos. Ela poderia se achar extremamente linda, se a situação não a fizesse se sentir pessimista.

Lá em baixo, na sala de estar, Joseph e Telmit jogavam um tipo de jogo muito comum no distrito 11, cujo objetivo era se manter de pé, de frente para o oponente, com as mãos grudadas e os olhos bem abertos. O primeiro a se mexer, perdia e tinha de fazer algo que o vencedor mandasse. As crianças jogavam isso no pomar, e sempre eram desafiadas a subir em uma das arvores frutíferas e pegar, furtivamente, uma das frutas. O jogo era perigoso jogado assim, por que roubar era um crime de punição terrível. Mas quando jogado por diversão, podia até mesmo ser divertido.

–Ah, você está aí- disse Telmit, saindo do jogo e fazendo Joseph cair no chão.

–Ei- o garoto gritou, mas foi ignorado.

–Telmit, o que ainda está fazendo aqui? É dia de colheita, tem de ficar com a sua familia- a menina adverte-o disso todos os anos, mas parece sempre que Telmit não se importa.

–Tudo bem com eles- ele da de ombros e segura o braço da amiga- Eu sou mais útil aqui.

–Telmit, meu querido, pode ajudar minha filha a descer?- a Sra. Veance pede e Telmit atende ao pedido na hora- E, Charlotte, querida... Você está muito linda nesse vestido.

–Obrigada, vovó.

Doveva é o nome da mulher que sorteia no distrito 11 há mais de 10 anos. Ela é conhecida pelos seus cabelos extremamente enormes, sempre de uma cor diferente, amarrados em dois rabos de cavalo, um de cada lado da cabeça. Esse ano ela esta vestida de roxo, inclusive o cabelo, e sua pele estava pintada de lilás.

Embora somente com 14 anos, Charlie não estava com medo por si. Mas o que mais a assustava era pensar que seu irmão pudesse ser selecionado. Que seu amigo fosse selecionado. E o que aconteceria com eles se ela fosse sorteada.

–Bem vindos aos jogos vorazes, pimpolhos- Doveva começou; ela sempre trata a todos como se tivesses três anos de idade- Quem está ansioso pelos jogos?

Ninguém diz nada. Tudo estava tão silencioso quanto podia. Mas ela não se importa, só fica brava quando Tucker, um homem mandado do Capitol para o distrito 11, como mentor, uma vez que o distrito não possui qualquer vitorioso vivo, atravessa o palco correndo para ela. Ele é parecido com aqueles caras, como dizem por ali, admiradores de homens.

–Me diga, Doveva, quem será a garotinha corajosa que representará o distrito 11 nos jogos vorazes?

A mulher o encara, descrente; como ele podia ser irritante quando conseguia; em seguida, ela tira um papel do globo e sorri- Charlotte Martinelli.

[...]

–Vovó?- ela pergunta quando a porta se abre e sorri- Joseph.

–Eu queria trazer a sua mãe, para se despedir de você- a Sra. Veance disse, se sentando ao lado da neta na poltrona de veludo vermelho da sala de despedidas- Mas, bem... Ela disse que... Entenda, querida...

–Eu sei vovó, está tudo bem- Charlie sente uma pontada no peito; a loucura da mãe crescia a cada dia e, agora, estava piorando. Ela quase não se lembrava mais dos filhos.

–Charlie, o que vai acontecer agora?- Joseph está ainda de pé, a frente da irmã; está chocado, dá pra ver, mas ainda tem algo que indica esperança.

–Vai dar tudo certo, Joe- Charlie diz e ele olha para a avó, buscando confirmação; ela sorri falsamente, mas parece ser suficiente para enganar o garotinho.

–E então poderemos ajudar mamãe?

–Claro que sim- Charlie dá um salto do sofá e segura a mão do irmão, depois se abaixa na altura dele- Olha, vamos ficar muito bem quando eu voltar. Vamos ter uma casa grande, e você vai ter seu próprio quarto, com brinquedos; E mamãe vai ficar bem.

–Eu espero que você fique bem- Joe diz de volta- Então eu não ligarei de dividir meu quarto com você nem me importarei de não ter brinquedos- Charlie vacilou um pouco, então sorriu.

Quando os pacificadores os levam da sala, Charlie espera por Telmit. E quando ele entra, a garota o abraça sem pensar. Ela não sabe o que dizer a ele, mas seu perfume característico é reconfortante e ela se sente bem pela primeira vez desde que seu nome saiu da boca de Doveva.

–Agora mesmo que não sairei da sua casa- ele tenta brincar- Sem você lá, vai ser tão vazio...

–Só... Cuida deles pra mim, Telmit- ela pede, após afrouxar o abraço, mas sem soltar o amigo- Cuida do Joe. Não o deixe sozinho lá.

–Só até você voltar- Telmit beija o rosto da amiga.

–Eu prometo tentar voltar pra casa- Charlie diz a ultima frase tremendo a voz, mas sua ideia é firme. Ela não pensava em desistir facilmente.

–Eu vou estar te esperando, bem aqui.



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Notas finais do capítulo

Ficou muito ruim? Ou não? Espero que nao =$