Paraíso Proibido escrita por Dellair


Capítulo 7
Capítulo 6 - BELLA


Notas iniciais do capítulo

Hey vampiras minhas *-*
Sei que demorei demais, mas quero que entendam que a escola está me cobrando demais. Agora estou fazendo um curso pra poder viajar no intercâmbio e só chego as oito, nove da noite em casa. Além disso, apesar de eu tentar escrever no meu tempo livre, tenho dezenas de trabalhos e tarefas que preciso fazer. Então peço minhas humildes desculpas e espero que não abandonem PP, porque pode demoras, mas o capítulo vai sair.
Bem, vou deixar vocês lendo, nos vemos lá embaixo!
Boa leitura!!



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6 – Bella

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Hunter e eu passamos o dia inteiro na pracinha. Na verdade, esquadrinhei as margens da praça e comecei a analisar como racionar meu fraco suprimento de alimento e meus poucos dólares. Havia uma loja de conveniências pequena próxima à praça e fui lá uma vez, observei da vitrine os preços e tentei calcular o que eu podia comprar e o que me era extremamente necessário.

Perto do fim da tarde, a fome bateu e eu tive que ir até a loja de conveniência. Peguei apenas 10 dólares e decide que aquele era o dinheiro da semana. Assim que entrei na loja, os clientes e também funcionários da loja me olharam e cima a baixo. Desconheço se porque eu estava com uma aparência imunda ou o motivo era eu ser nova na cidade, e esta sendo pequena todos se conheciam.

Minhas compras foram escassas. Não havia como eu comprar comida para cozinhar, considerando que nunca aprendi a fazer isto ou que eu não tinha fogão disponível. Optei por comprar alguns biscoitos, pão, água e algumas maçãs.

Paguei tudo e quase corri para sair da loja. Voltei para praça e encontrei Hunter à minha espera, lambendo as patas dianteiras encima do banco da praça. Sentei-me ao seu lado.

- É melhor comermos uma maçã hoje, ou duas e vale pelo jantar... Também não podemos guardá-las por muito tempo, já que podem estragar.

Hunter só fechou os olhos e miou impaciente. Eu estava começando a achar essa sua ação um indicativo de “sim”. Tirei da sacola duas maças e a cada duas mordidas minhas, eu dava um pedaço ao gato.

Quando acabamos, dividi também com Hunter uma das garrafas d’água que estava pela metade.  Guardei a garrafa, pois sendo descartável eu poderia reutilizá-la depois.

Não sei como deixei passar, mas o céu foi escurecendo até atingir um azul escuríssimo. Não havia mais quase ninguém na praça, mas eu estava começando a perceber que ela só ficava realmente “deserta” lá para tarde da noite. Havia raros casais passeando e adolescentes caminhando em grupos.

Fiquei encolhida no banco da praça, vendo Hunter correr atrás de insetos como grilos e borboletas. Ri quando uma Esperança ficou imóvel perto dele, mas quando o gato a atacou se escondeu nos arbustos. Coloquei meu novo companheiro e suas caçadas em segundo plano, meus olhos mais passeavam pela praça à busca de perigo ou pessoas que parecessem ameaçadoras. Embora, à noite, tudo me parecesse meio amedrontador.

Quando a praça atingiu uma solidão onde somente eu e Hunter estávamos realmente nela, e grande parte das casas e alguns estabelecimentos fecharam as portas e apagaram as luzes, eu decidi ir para o brinquedo que lembrava uma teia de aranha e onde eu passaria a noite.  E, se tudo corresse bem, seria meu novo local para dormir.

Caminhei apressada e uma vez ou outra olhando ao redor, vendo se alguém estava na rua. Hunter corria à minha frente, o que não me fazia tropeçar em nada.

Alcançamos o brinquedo e não demorei em encontrar a entrada do mesmo. Fechei a portinha pequenina e uma janelinha que havia no alto. O chão era areia, mas não tive como me importar com isso. Encolhida, na frente da porta, eu me abracei à jaqueta que Meg me deu e Hunter se enrolou em minhas pernas.  Minha mochila novamente servindo como travesseiro.

Dessa vez, entretanto, demorei bastante a pegar no sono. Qualquer barulho me punha em alerta e a qualquer sinal de perigo eu me preparava para correr. Hunter, porém, permaneceu tranquilo enquanto eu me acovardava.

Comecei a relaxar quando imaginei a dificuldade de me ver dentro do brinquedo, no semiescuro da praça, que tinha poucos postes de luz (cinco apenas. E apenas três funcionavam) e eu ainda estava dentro de um brinquedo que, até de manhã, era difícil ver se tinha pessoas dentro.

Depois eu já não estava mais na praça, minha inconsciência tinha me levada muito distante dali. Eu estava numa sala, não havia iluminação, mas não estava uma escuridão completa. Eu podia delinear, com alguma dificuldade, um sofá tão roxo e sujo que era quase preto, uma estante com pouquíssimos livros e uma televisão mediana.

Não havia nenhum som, uma camada de silêncio cobria o cômodo de canto a canto. Mantive-me estática, como se meus pés estivessem presos ao carpete, na verdade, senti como se estivesse presa, pois meu ombro esquerdo pesava e ainda, algo frio pinicava na minha nuca, por encima do meu cabelo.

Tentei girar a cabeça e ver mais do que o que havia à minha frente, mas não consegui. Ouvi uma batida longe de onde eu estava e tentei seguir o som, mas o aperto em meu ombro era forte. Algo na penumbra se movimentou, bem ao lado da estante, uma luz vacilante entrou na sala, recortando uma silhueta adulta. A porta fechou-se novamente e de repente, uma luz brilhante me cegou por alguns segundos. Nesses segundos, ouvi um clique próximo demais do meu ouvido direito, vindo de trás de mim. Eu pisquei, tentando ver algo claramente.

Daí eu não sentia mais algo me pinicando na cabeça ou qualquer peso sobre meu ombro. Mas a luz estava apagada novamente. Finalmente eu pude mexer minhas pernas, dei um passo à frente. Pisei em algo gosmento e olhei para baixo.

Um líquido meio pastoso e escuro formava uma poça no tapete esfarrapado da sala. Olhei para frente, tentando ver onde ficava a estante e segui até ela, depois tateei as mãos pela parede até achar um interruptor para acender a luz da sala. Quando encontrei, liguei a luz novamente e está clareou o cômodo sombrio.

Imediatamente, eu desejei não ter ligado à luz. Um grito ficou preso em minha garganta e eu comecei a tremer dos pés à cabeça. No chão, deitado de uma maneira estranha e nada confortável, jazia um homem de aparência acolhedora. Ao redor de seu corpo, o mesmo líquido em que eu havia pisado formava poças próximas à cabeça e ao tórax do mesmo.

Com horror, me dei conta de que o líquido pastoso era, na verdade, sangue. Lágrimas caíam desesperadas dos meus olhos, tentei limpá-las com minhas mãos, porém mais continuava caindo.

Dei alguns passos a frente, mas parei de súbito ao ver algo se mover do outro lado da sala. Fechei meus olhos, temorosa.

- Não tenha medo, Isabella. – ao ouvir o tom de voz baixo e conhecido, abri meus olhos automaticamente.

A expressão da pessoa a minha frente me aterrorizou. Ouvi um clique vindo do mesmo lugar onde ela estava e levei as mãos às orelhas, era o mesmo som de antes. Todo o pânico que estava contido em mim foi solto em um único e histérico grito.

Acordei num sobressalto, gritando. Hunter rosnou aos meus pés, a cabeça felina esquadrinhando ao redor, mas ao ver que não havia perigo, o gato voltou a se embolar próximo às minhas pernas. Minha cabeça latejava e minhas mãos tremiam. Limpei a lágrimas que embaçavam minha visão e observei o memento exato em que o sol nascia.

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Uma Semana Depois

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Depois de sete dias na rua, Hunter e eu tínhamos virados excelentes companheiros e eu, uma “digna” moradora de rua. Enquanto Hunter caçava ratos à noite, eu comia dois biscoitos por refeição e dividíamos alguns goles d’água. Meu dinheiro estava durante, mas só porque a única comprar que fiz foi na loja de conveniências e não gastei desde então, tentando sobreviver com o pouco que tínhamos.

Acabei sem coragem de voltar para a hospedaria e pedir ajudar a Meg, nem sabia se ales ainda estavam lá mesmo. Decidi não ficar todos os dias no brinquedo de teia de aranha. Podia ser perigoso dormir sempre no mesmo lugar, por isso, no quarto dia, voltei seguida de Hunter para o beco onde dormimos na minha primeira noite na rua.

Achei tudo mais escuro que da primeira vez, porém fiquei com menos medo, tendo dormido lá já uma vez e nada ter acontecido. Mesmo hesitante, dormir atrás das caçambas de lixo novamente e Hunter fico alerta, caçando ratinhos.

No meio da noite, porém, um barulho me acordou. Desnorteada e cansada, sentei encostada na parede fria e coloquei a mochila nas costas, quando ouvi o barulho novamente. Parecia algo pesado batendo contra uma parede ou contra o chão. Hunter logo estava acordado e em alerta. Ficamos os dois de prontidão, o barulho continuava, mas não se aproximava.

Cheguei na ponta na caçamba de lixo e coloquei só um pedaço da cabeça para fora do meu esconderijo. Esperei até meus olhos se acostumarem com o breu e, do outro lado da rua, avistei três sombras. Duas em pé e uma meio encostada na parede, meio caindo no chão.

Quando entendi que eram três homens, meu medo aumentou. Dois deles, os que estavam em pé, espancavam um terceiro e o empurravam contra a parede vez ou outra, o que provocava o barulho que me acordou.

Eu queria sair dali, correr de volta pra a praça onde eu estava mais bem escondida, mas meu instinto me dizia para não me mover. Continuei, contudo, observando impotente o homem ser espancado. Vários minutos se passaram, fiquei imóvel o tempo todo e Hunter seguiu meu exemplo.

Esperei para ver que direção iriam tomar os dois homens e, quando estes seguiram na direção contrária a da praça, eu suspirei aliviada.

Andei de guarda, próxima da parede e rezando para estar encoberta pelas sombras, até a entrada do beco. Olhei para os dois lados da rua, procurando pelos homens, mas não os encontrei, em seguida olhei para frente, para o homem que jazia no chão. Ele mal respirava, e o homem no chão, o cheiro de dor no ar, o escuro, tudo me lembrava de meus sonhos, em que essa cena normalmente se repetia.

Segurando minha respiração, corri em disparada na direção da praça, não tive medo de Hunter me perder, o gato corria mais velozmente que eu em minha melhor forma. Quando avistei a pracinha, diminui meu passo.

Porém, um barulho metálico atrás de mim despertou a adrenalina em meu organismo e eu corri até a calçada, antes de alcança-la, entretanto, acabei tropeçando em minhas próprias pernas e cai de mau jeito na calçada de cimento.

Apesar da forte dor no pé esquerdo e nos dois braços e mãos, eu reprimi um gemido e me virei, virando minhas costas para o chão. O que vi a seguir me fez querer rir. Era só Hunter. O gato tinha derrubado uma lata de lixo por causa de alguns restos de peixe.

Limpei minhas mãos raladas uma na outra e em seguida meus braços. Havia um corte superficial no antebraço esquerdo e alguns cortes pequenos no direito. Passei as mãos delicadamente pelo braço todo, tirando a sujeira e me coloquei de pé. Assim que me firmei sobre meus pés, uma dor no pé esquerdo me fez voltar ao chão.

Tirei o All Star e depois a meia e vi a vermelhidão e o inchaço eu começava a tomar conta do meu pé esquerdo. Coloquei-me de pé e choraminguei quando tentei andar.  Manquei o mais rápido que pude até o brinquedo de teia de aranha e assobiei por Hunter. Quando o gato chegou e se enroscou próximo a mim, fechei a portinha do brinquedo e puxei minha mochila para frente do corpo.

Com um pouco da água que ainda me restava, limpei os machucados dos braços e bebi um pouco. Não tinha ideia do que fazer quanto ao meu pé torcido. Decido não fazer nada, para não piorar a situação.

Passei o resto da noite acordada, apertando as bochechas para me impedir de chorar pela dor da torção no pé e com medo de pegar no sono e os dois caras aparecerem. Quando amanheceu, percebi que não tinha mais comida e meu estomago roncava.

Sai do brinquedo depois de calçar meu tênis. Mais mancava que andava, na verdade. Tentei ir o mais rápido que pude para um dos bancos da praça e sentada no mais próximo, soltei um grito de frustação e de dor, por tudo que vinha acontecendo.

Eu precisava comer, meu dinheiro estava acabado, meu pé estava torcido e meus braços arranhados e cortados, passar a noite na rua me parecia ficar mais perigoso a casa dia que passava; e eu não tinha nenhuma solução imediata para nenhum desses problemas. Só Hunter parecia bem, caçando ratinhos e restos de peixe em lixeiras.

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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? Sério, que acharam do capítulo? Ficou gradinho e espero que tenham gostado. Deixem comentários e recomendem ;)
Well, well, estou muito feliz com as novas leitoras e com as velhas também! Tentem divulgar a história e assim eu posso tentar escrever mais rápido; o próximo capítulo é do Edward Sedução Cullen e vou tentar postar antes do fim de Abril.
Ok, ok, vou indo agora e no próximo capítulo a gente se fala!
Comente, recomendem, divulguem e boa semana suas liamdas *-*