Spirit escrita por Kaniminashi


Capítulo 20
Capítulo 20 - Festival das Flores: Preparação.




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Realmente este final de semana será infernal. Anabeth, a ruivinha enjoada, não me incomoda mais. Graças a Deus! Ela irá embora depois de amanhã, bem de manhãzinha. Estamos perto de Junho, logo estaremos no verão. O Festival acontece no final da primavera, quando as flores das árvores brotam, comemoramos a chegada de novos guardiões*. Felizmente falta apenas um dia (hoje) para o Festival. Estou tão aliviada por estarmos a um passo do final da semana.

Mas algo me incomoda.

O fato de Anabeth me pedir o impossível. Ela queria que eu armasse uma para conseguir sair com Zero. E o óbvio: eu neguei. Claro que negaria! Ela é o demônio em pessoa, e ainda por cima: Zero já está “domado”, vamos dizer assim. Ele já entende que estar com ela não é bom, não depois do escândalo que ela deu que queria sentar perto do Zero na excursão até o teatro. Pfff... Por favor, né? Poupem-me! Porém, algo me irrita mais do que ela ser mimada: o fato dela querer ficar com Zero o tempo todo.

Posso até me iludir para sustentar um peso que parece ser o de dois mamutes, mas não posso nega-lo. Estou apaixonada. Ah, tá, já era de se imaginar alguma coisa assim, mas não tem jeito, nem eu consigo entender o que se passa comigo.

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Estamos no intervalo. Não posso ir pra casa a cada dia para montar lanches escolares. Por isso, a cada final de semana eu vou para casa buscar uma quantia certa de gnéis** que minha mãe me dispõe para o lanche. É cansativo ter que ir para lá e para cá o tempo todo, mas é inevitável, e, ir para casa frequentemente, não é tão ruim assim, eu vejo a minha mãe. E a minha irmã, que volta para casa para estudar em seu laboratório.

Hoje é sexta, então nosso tempo de aula é menor. Houve problemas no Vaticano, os Deltas e Celtas tiveram de retornar a seu QG, então não terei sua companhia para organizar o colégio. Ainda preciso encontrar os sete cristais para fazer o tal “ritual sagrado” que Makkai me indicou. Não quero mais força, quero apenas ser normal e controlar a magia que tenho sem falhas e limites. Bom, isso não vem ao caso.

Zero não está presente, isso me preocupa um pouco. Ele não comeu nem uma coxinha agora no intervalo, sequer falou comigo. Ele ficou preocupado de as coisas não darem certo pela falta de Kaniminashi na liderança do grupo de ajudantes, então ele tomou sua posição. Ficamos o dia inteiro organizando os preparativos, e ele acordou muito cedo para isso. Por isso resolvi levar um lanche para ele, depois que eu me virasse com Anabeth.

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Eu passo pelos corredores da escola, e acabo me deparando com muitas salas já prontas para o festival, e também passo pelo buraco que fiz quando soquei a parede.

-Heh, isso ainda está aí? – Estou impressionada com o tempo que aquilo durou ali.

Eu chego na sala de aula. Somente Zero está ali, e que surpresa: ele está sentado em uma das cadeiras e debruçado na janela... Dormindo! Eu olho pela janela, e ele está apontando para o lugar em que eu estava agora, antes de subir. Então, ele estava me vendo trabalhar e conversar com pessoas diversas esse tempo todo.

Ele é tão paranoico assim como eu. Será isso?

Eu lhe cutuco. Ele resmunga um pouco, mas acorda com um pouco de esforço. Por mais que pareça estranho, ele anda com uma espada estranha o tempo todo, e a mesma parece estar nos encarando neste tempo.

-Zero – Eu chamo seu nome, e ele parece estremecer –, você não comeu desde o café da manhã, então eu te trouxe isso. – Eu ofereço um pouco de sanduiche de queijo com alface. Ele pega o lanche bem preparado e o devora.

-Por que você está dormindo aqui? Poderia ter voltado para o dormitório. – Ele me olha com uma cara estranha depois de receber esta pergunta.

-Eu não quis.  Prefiro ficar aqui, é mais tranquilo.

-Hm, ok, mas... Você acordou tão preocupado com o tempo. Cara, relaxa, temos um dia inteiro!

Eu pulo em suas costas, e ele ao mesmo tempo cora. Eu abro um sorriso, e com isso ele sorri também. É difícil vê-lo sorrindo. E quando ele o faz, eu que fico sem graça. Eu me viro e dou uma olhada no quadro. Pelo jeito não é nossa sala de aula, as letras estavam escritas em scalletino, e nele estava escrito: “Barraca do Beijo”. Analisando a situação em que eu estava com Zero, eu começo a rir.

-O que houve? – Ele pergunta não entendendo nada. Eu pego um giz de lousa, que estava na mesa do professor, e traduzo o que estava escrito. Ele analisa a situação e cora ao entender. Eu começo a rir de novo, só não continuamos a conversar pois os alunos dessa sala chegam perguntando o que está acontecendo na mesma língua que estava escrita no quadro.

Eu e Zero saímos da sala e vamos para o dormitório, para tomar um banho. Claro que um de cada vez. Depois disso rodamos a escola toda para ver como estavam os preparativos. Graças aos Deuses está tudo em ordem, e não precisaremos começar tudo novamente. Ah, lembrando que nossa sala fará uma “Sala de Terror”. E, por mais medonho que seja me escolheram para ser o fantasma. Resumo: usarei um quimono branco o dia inteiro amanhã. Bom, fazer o quê?

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Já está entardecendo, e noto que faltaram algumas coisas para terminar: as fantasias. Sim, irão ter cinco personagens: O fantasma (eu), o guia-zumbi (Zero), a criança assustadora (Ann, uma menina sinistra), o esqueleto (Dio) e mais uma bruxa (Mery). A Mery ficou como bruxa. Haha! Se bem que os papéis combinam. Não fiquei muito feliz justamente por me acharem assustadora o suficiente para me fazerem como a atração principal na barraca. O fantasma da mulher morta, da nossa história.

Se bem que não foi lá uma má ideia. Me colocarem como um fantasma. Eu pareço um, quando dou uma de assustadora-esquisita. Às vezes me pergunto se as pessoas entendem como minha aparência não bate com a dos meus pais, e às vezes me pergunto se sou mesmo filha deles. Eu sei que não vem ao caso, mas esse assunto me lembra essas perguntas insanas.


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