"- Ah, Nikki! Você precisa se arrumar mais! Compre umas maquiagens, arrume o cabelo, coloque um sapato legal.

- O que tem de mal nos meus tênis?

- All Star saiu de moda nos anos 90! Comece a usar sapatilhas, sandálias, saltos... Vão te deixar bem mais feminina. – Tay fala como se eu fosse um garoto. Ela não entende que esse é meu estilo! Eu não gosto de vestidos, saias, sandálias e esse tipo de coisa. Sou completamente o oposto dela. Por incrível que pareça...

- E ai gatinha?! – Lá estava ele, Brandon Lerman, o garoto mais bonito e popular do colégio, o meu sonho de consumo. Minha ideia de príncipe encantado. Beijando minha irmã. O que ela tem que EU não tenho? Ah, estilo... – Oi Nikki.

- Oi Brandon.

- Então, te vejo em casa? – Perguntou minha irmã, parando na saída do colégio.

- Você não vai agora?

- Tenho que fazer umas coisinhas, fala pra mamãe que fui estudar na casa de uma amiga. – Brandon começou a puxá-la pra um carro vermelho cheio de adolescentes bêbados. – Tchau!

- Se cuida! – Gritei, mas ela já estava entrando no carro.

Vi o carro se distanciar em ziguezague, peguei meus fones de ouvido e comecei a andar em direção a casa do Max, onde eu podia ser eu mesma.”

...

- Nikki! Nikki!

Era Larry gritando. Ele estava preso em um pilar, no meio da sala. Eu, por outro lado, estava deitada em um sofá pouco confortável, mas nada me prendia. Olhei em volta e percebi que era uma sala bem velha, sem janelas e com duas portas, a que estava aberta dava pra um banheiro nojento.

- Onde a gente ta? – Perguntei me levantando e percebendo que minhas costas estavam doendo muito, assim como o lado esquerdo da minha cabeça.

- Eu não sei, eles colocaram um saco na minha cabeça durante a viagem. Você está bem?

- Não sei, acho que sim. Você está bem?

- Não. Odeio estar preso a um pilar no meio de uma sala velha.

Fui até ele pra tentar desamarrá-lo, mas não eram cordas, eram algemas. Comecei a procurar alguma coisa na sala pra soltá-lo e vasculhar as paredes pra tentar achar alguma brecha ou passagem.

- O que aconteceu? – Perguntei e senti a cabeça latejar.

- Eles me agarraram e taparam minha boca, ouvi você caindo no chão e depois me lavaram pra um furgão atrás da igreja, daí trouxeram você desacordada. Me prenderam no fundo do furgão e você foi na frente com eles.

- Quantos são?

- Bom, os que estavam no furgão eram quatro. Três morenos e um loiro. Pelo que parece, o loiro é o chefe, foi ele que deu a ordem de deixarem você desamarrada.

Estranho... Por que ME deixar desamarrada, será que eles não sabem quem eu sou? Mas eu me lembro que o cara que me bateu sabia meu nome...
Ouvimos barulhos vindos da porta fechada. Eu me escondi atrás dela, onde não poderiam me ver ao entrarem. Quando alguém virou a maçaneta, parou e respirou fundo.

- Sei que está atrás da porta Nikki, não quero te machucar, então vá pra perto do seu amigo pra eu poder entrar.

É, o cara era esperto. Fiz o que ele mandou e vi a porta se abrindo. Nem se me dessem um milhão de tentativas eu conseguiria adivinhar quem era o cara atrás da porta. Pensei que nunca mais o veria.

- Max?