Encrenca Em Dobro escrita por Ikuno Emiru


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Yaaaay, a tão esperada continuação! Hahah, cês vão me matar ♥



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O interfone tocou, interrompendo o beijo (antes mesmo de começar!). O som fez o meu coração bater mais rápido ainda. Nathaniel e eu suspiramos ao mesmo tempo. Por que uma coisa dessas tinha que acontecer logo agora? Eu não sei quando vamos ter uma outra oportunidade como essa. É verdade que estamos sempre juntos pra lá e pra cá, mas e se ele mudar de ideia? Ele interrompeu meus pensamento ao selar meus lábios e sussurrar: – Você ainda precisa atender... Me separei de seu corpo e atendi o interfone com certa relutância. Era minha mãe, eu senti vontade de estrangular a velha naquele momento, mas respirei fundo e a vontade passou (Mentira!). – Querida, você pode abrir a porta para mim? Mamãe já está subindo. – Não tem como você estar subindo se você está falando no interfone. – Você entendeu! – É, entendi. – Desliguei o telefone e destranquei a porta. Minha mãe entraria com Aishe a qualquer momento. Quando voltei a Nathaniel, ele estava fechando a camisa e arrumando os cabelos. Pedi a ele que pegasse os livros dele, pois subiríamos para o meu quarto, mas antes disso, desliguei o x-box. Chegando lá, fechei a porta e coloquei os livros na escrivaninha. – Quem era? – Ele perguntou. – Minha mãe me pedindo para abrir a porta. – Suspirei, em vez de responder, Nathaniel me puxou pela cintura para perto do seu corpo. – Rui... Não se esqueça do que acabou de acontecer. Não... não finja que nada aconteceu. Eu quero que você se lembre disso, mas não quero que você fique incomodada com isso. – Nath, eu não quero esquecer ou ignorar isso. Mas eu não posso te prometer que as coisas entre nós não ficarão estranhas... eu não esperava por isso tão cedo. Rápida visão de Nathaniel Ela não esperava por isso tão cedo? Isso quer dizer que ela esperava que eu a beijasse, mas não agora? Quer dizer que existem outras possibilidades do beijo acontecer? Eu só sinto que não vai ser tão fácil... Visão de Merui Nathaniel beijou minha testa e afastou seu corpo do meu. – Minha mãe provavelmente vai aparecer aqui sem bater na porta ou sem avisar, então... Nathaniel se sentou na minha escrivaninha e abriu um livro, me sentei na cama e fiz a mesma coisa, ficamos em silêncio total, era simplesmente muito estranho conversar com o meu melhor amigo que eu quase havia beijado. Alguns minutos depois, como eu havia dito, minha mãe abriu a porta. – Minha filha... – Ela parou de falar quando viu Nathaniel ali. Ele se levantou e foi cumprimenta-la. – Prazer em conhece-la, Sra. Sakurai. Sou Nathaniel, amigo de Merui. Ela olhou para mim e abriu um sorriso. Será que ela iria me envergonhar? – Oh, então você é o Nathaniel! O prazer é meu! Merui me falou bastante sobre você. Ela deu uma piscadela para mim, que já estava morrendo de vontade de... morrer? É, alguma coisa assim. Minha mãe saiu e Nathaniel começou a juntar suas coisas, continuei sentada na cama, apenas o observando. – Preciso ir agora, Merui, meus pais vão enlouquecer se eu chegar mais tarde que isso. – Ele beijou o topo da minha cabeça, como de costume, e juntou seus livros. Resolvi acompanha-lo até o térreo do meu prédio para observa-lo um pouco mais. Voltei para o quarto com um sorriso enorme no rosto, pensando em cada momento que eu havia passado com Nathaniel hoje, em cada detalhe. Teria sido um dia perfeito se minha mãe não tivesse acidentalmente estragado tudo. Imagino como Nathaniel me tratará na escola, será que me tratará como amiga ou como... algo mais? Será que ele me pegará pela cintura como ele fez hoje? Será que ele tentará me beijar em um lugar escondido? Não, isso ele não faria, ele é muito responsável para fazer uma coisa dessas. Então, como seria? Ele me pediu para não fingir que não havia acontecido nada, mas se eu simplesmente chegasse lá e o tratasse como sempre... qual seria a impressão que eu passaria? Passei o resto do dia pensando nisso. Visão de Aishe O que Nathaniel estava fazendo aqui? Ele estava carregando livros, provavelmente ele estaria fazendo deveres, já que é a única coisa que ele sabe fazer. Liguei o x-box e fui jogar Just Dance. Antes de sair de casa, eu havia feito uma performance memorável e a foto final ficou muito fofa! Fui dar uma olhada nas fotos e vi uma foto de Nathaniel e Merui... Nathaniel estava com as mãos nos quadris de Merui, ele olhava diretamente para câmera e sorria, enquanto minha irmã estava corada, com a cintura nua e olhando para a tela. Eu poderia espalhar essa foto para a escola inteira! É só mandar para as pessoas certas – evitar Ambre, pois alguém com certeza iria mandar em meu lugar – e eu difamaria não só Merui, como Nathaniel também! Hoje é sábado, eu posso começar a mandar hoje e mandar amanhã também, assim segunda-feira todos estarão sabendo! Peguei meu celular e tirei uma foto daquela cena, a qualidade não ficou uma das melhores, mas dava para ver perfeitamente que era Merui e Nathaniel, e mandei para vários contatos da escola. Ah, eu estava tão feliz! Voltei a jogar e fiz pontos altíssimos. Visão de Merui Na escola, todos me olhavam estranho, principalmente as meninas. Várias delas esbarravam em mim de propósito ou me xingavam por trás, eu simplesmente não conseguia entender essa falta de afeto repentina. Fui até a sala dos representantes e encontrei Nathaniel resolvendo a papelada, como sempre. – De repente, a escola inteira está estranha comigo! – Ah, oi, bom dia, Merui. Tudo bom com você? Você dormiu bem? – As meninas principalmente! Elas ficam esbarrando em mim e uma delas me chamou de vadia. O que foi que eu fiz? Sua expressão mudou e ele cruzou os braços, agora estava intrigado. – Mas por que fariam isso com você? Eu cheguei cedo, então não me encontrei com ninguém. – Bom, eu vou andar por ai e ver se descubro o motivo. – Venha me ver quando descobrir. – Ele beijou minha testa e eu dei um sorriso como resposta. As pessoas continuavam a me olhar, cochichavam quando eu passava, me ofendiam. Fui até o pátio e encontrei Castiel, me aproximei para falar com ele, quem sabe ele não sabia de algo, hm? – De repente todos estão me tratando mal, mas eu não estou entendendo... eu não fiz nada errado... Você sabe o por quê disso? – Por que eu saberia? – Não sei, você tem cara de quem sabe. – E eu sei, mas por que eu te diria? Fiquei em silêncio, eu realmente não tinha um motivo, quer dizer, não um motivo que ele aceitasse. – Alguém espalhou uma foto sua com o Nathaniel. É só isso o que eu sei. – Foto com o Nathaniel? – Fiquei processando a informação. Eu não havia nenhuma foto com ele. Mesmo assim, por que uma foto faria tanto impacto? A não ser que... a não ser que... a não ser que seja a foto do Just Dance! Isso! Nathaniel estava me abraçando por trás e eu olhando para a tela, vendo aquela imagem. Mas como alguém teria acesso a aquela foto...? AISHE! – Puta que pariu! – Exclamei, Castiel se assustou um pouco com a minha declaração repentina. – Eu vou pegar aquela idiota da Aishe. – Vingança de novo, hum? – Ele arqueou as sobrancelhas e deu um sorriso. – Ahhh não, homicídio! – Saí batendo os pés no chão com força, procurando Aishe por todo lugar, acontece que ela estava no corredor, provavelmente se gabando por seu feito com alguns zés. Eu já estava encurtando as mangas, quando sinto um braço me puxar. – O QUE VOCÊ ESTÁ fazendo... – Abaixei o tom de voz quando percebi que Nathaniel havia me puxado. – Você disse que ia me avisar... E puxa, que cara é essa? Parece que vai matar alguém. – Desculpa, eu só fiquei BASTANTE estressada com aquela Aishe. – O que ela fez? A medida em que eu ia me acalmando, fui percebendo que eu era a culpada por tudo isso. – Eu... eu esqueci de apagar as fotos do x-box. – Que fotos? – Do Just Dance... Ele arregalou os olhos, estava tão surpreso quanto eu. – Me desculpa! E-eu devia ter lembrado de apagar, mas não lembrei! Agora todo mundo sabe disso e... e se seus pais ficarem sabendo disso, eles vão ficar bravos... – Sh, shh... eu também não me lembrei de apagar. Não se preocupe com isso, eu sei lidar com eles, ou pelo menos vou arranjar um jeito. – A Aishe deve ter visto, tirado uma foto e espalhado para a escola inteira... ela é a única pessoa que faria isso. – E se ele achasse que eu havia feito isso? Eu e Aishe vivemos sobre o mesmo teto... – Você sabe que eu não faria uma coisa dessas. – Falei assustada. – Ei, isso nunca passou pela minha cabeça. – Ele segurou minha mão – Venha, se nós passarmos na frente da Aishe e do resto da escola juntos, eles vão pensar que nós não estamos nem aí para isso. E nós realmente não estamos, não? – N-não, não estamos. – Apertei sua mão e nós saímos. A escola inteira parou para nos olhar. Respirei fundo e olhei para a frente, sem desviar o olhar, fomos para a sala de aula e sentamos um perto do outro dessa vez. As pessoas da sala também nos encaravam, riam e cochichavam. Nathaniel beijou o topo da minha cabeça, como ele sempre fazia, e começamos a conversar baixinho sobre alguma outra coisa. Às vezes fingíamos uma risada, fazíamos expressões faciais diferentes, logo as pessoas estavam desinteressadas no que aconteceu. – Viu? Não foi difícil. – Balancei a cabeça, concordando. – Mas essa é só a solução da primeira parte do problema. – Suspirei. – Ei, confia em mim, vai ficar tudo bem. Deixa que eu cuido disso. Você deveria contar a sua mãe o que houve, ela vai punir Aishe e isso talvez a coloque no lugar dela. – É, talvez. Obrigada. – Eu dei um abraço nele antes de a aula começar. Eu estava indo até a escadaria, andando distraída pelo corredor, quando Ambre esbarra em mim propositalmente. – O que eu te disse, garota? Eu disse para você ficar longe do Nathaniel, mas você não me escuta! – E ai? O que vai acontecer? – Isso. – Ela levantou a mão, acreditei que ela iria me bater. Eu já estava prestes a fechar os olhos e sentir a dor, quando Lysandre aparece e segura a mão de Ambre. – Ambre, você já está muito crescida para agir desse jeito. Sugiro que você dê meia volta e se afaste de Merui. – Ele não mostrava nenhum sinal de raiva, estresse ou o que fosse, ele estava perfeitamente calmo, como sempre. – O-obrigada, Lysandre, por me livrar de mais uma humilhação. – Dei um sorriso nervoso, ele riu. – Geralmente eu não me meto nesses assuntos, mas você encontrou meu bloco de notas, eu te devia um favor. – Assenti com a cabeça, ele continuou. – E sinto muito pelo o que aconteceu. Eu vi todas essas pessoas falando coisas más sobre você, mas acredito que você não mereça. – Foi... foi descuido meu, eu deveria ter lembrado do que minha irmã é capaz de fazer. – Sua irmã? – Ela espalhou a foto pra todos. – Torci meus lábios – Mas quer saber? Não é nada demais, quanto menos eu me importar, melhor. Ele tomou minhas mãos. – Fico feliz que pense assim. – Ele abriu um sorriso sincero e foi embora. Então Lysandre é mesmo um cara legal, acho que posso contar com ele em qualquer ocasião. Isso quer dizer que eu tenho um amigo a mais agora? Isso é mais do que ótimo. Agora eu só precisava contar isso ao Nathaniel, ele precisa fazer alguma coisa sobre essa primata que é a irmã dele. Fui até a sala dos representantes, cutuquei Nathaniel. – Você acredita que a Ambre quase me deu um tapa? – Mas se ela não deu, não tem problema. – Só não deu porque Lysandre impediu. Você precisa fazer algo sobre ela. – Suspirei – E ai, ninguém está te maltratando não, né? – Oh não, depois que nós passamos juntos, eles perderam o interesse sobre isso. – Ah, finalmente! – E sobre Ambre, você tem razão, você não é a primeira pessoa a reclamar sobre as ações dela. Eu peguei as mãos de Nathaniel. – Obrigada. Mais tarde, fiquei sabendo que Nathaniel deu uma suspensão a Ambre por ela ter tentado me bater, Lysandre aceitou o seu papel como testemunha, o que nos ajudou muito, pois ele era um dos “protegidos” da diretora. Ambre deve ter ficado uma fera! Agora eu só preciso punir a outra primata... Aishe. Quando cheguei em casa, contei a minha mãe o que havia acontecido, até mesmo a parte em que ela havia interrompido. É claro que ela morreu de vergonha e arrependimento de ter chegado naquela hora, mas ela ficou mais envergonhada ainda por Aishe ter espalhado aquela foto “pessoal”, como disse. Ela deixou Aishe de castigo, é, isso aí, uma menina de 16 anos de castigo, sua punição era ficar 2 semanas sem celular e qualquer outro tipo de eletrônico, Aishe ficou uma fera e eu fiquei mais do que satisfeita.


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