Um Necromante No Meu Quintal escrita por Mel Devas


Capítulo 6
Aliens e Batcavernas (ou seria Teddycaverna?)


Notas iniciais do capítulo

AIMEUGODDOCÉUACHOQUEVOUMORRER!!! PELA PRIMEIRA VEZ DA MINHA VIDA GIGANTE DE 14 ANOS FUI RECOMENDADA!!! Ç.Ç JKLASHFJKGASJDKGASKLJGKLAGDKÇASDKSHFKLSHDLKASFKHDSÇLASKHDLAS ~TENDO UM TRECO DOS GRANDES. MUUUUUUUUUUUUUUUUUITO OBRIGADA, MUITO MESMO!!!! Então, eu quero agradecer a todos que deram reviews, favoritaram, leram... (PARA, MELISSA, VC NÃO TÁ GANHANDO UM OSCAR!!!!) Então, enfim, mais um capítulos dorgas aí e espero continuar tendo o apoio de vcs e conseguir continuar bem a história o/



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- Não podem se separar? – Laz repetiu.

- É. – Adrian concordou enquanto eu tentava por essa minha mísera cachola para funcionar e inventar uma boa desculpa.

- Ah, é mesmo. – Concordei, com a voz meio rápida e esganiçada demais. Mas não acho que isso deixou Laz desconfiado, ele sabia que eu era tudo menos normal. – A gente é vizinho, né? As nossas mães meio que fizeram um “Pacto-maternal-de-fidelidade-mútua” e, no fim, elas decidiram que temos que andar juntos sempre, né, Adrian?

- O que? – Ele perguntou como se não tivesse entendido nada. Arg! Mas é claro que esse cabeça oca não entendeu!!

- Né, Adriaaaaaaaaan? – Me agarrei forte no braço dele. Era para doer, mas ele não demonstrou nenhuma reação. Desisti dele. – Né, Teddy?

- Auuuuuuuuuu!! – O tartachorro concordou.

- Enfim, agora você sabe qual é a de estar presa nesse esquisitão. – Expliquei pra Laz.

- Não chame o Teddy de esquisitão!! – Adrian reclamou.

- Não é óbvio que o esquisitão é você, sua aberração quase-humana!!??

- Quase... Humano? – O Moleque do Cabelo Azul repetiu.

- Não dá pra acreditar que esse esquisitão é humano, né? – Emendei nervosa. – Ele tá mais pra alien.

- Alien? – O moreno perguntou.

- É. Alien. Uns bichos majoritariamente verdes, zoiudos, feiosos e assustadores vindos do espaço num disco voador.

- O que aliens fazem?

- Abduzem pessoas, usam elas de cobaias pra experimentos, jogam amarelinha nos tempo vagos... Ah, não sei!!

- Uaaau!! Quero me tornar um alien!!

- Você já é um!

- Posso te abduzir e usar de cobaia para experimentos? – Ele perguntou, com os olhos (coisa rara, já que não se trata do Teddy ) brilhosos.

- Francamente, prefiro jogar amarelinha.

- Como se joga isso?

- Vamos primeiro desenhar o treco no chão. – Suspirei. – Laz, você tem um giz aí?

Ele nos encarava como se tivesse visto um fantasma vestido de panda dançando “It’s Raining Man”.

- Vocês dois são aliens. – Ele concluiu.

- Enfim, quer passar pro lado alien? – Indiquei o desenho da amarelinha, que eu fiz com uma pedra que achei caída no parque.

Ele deu de ombros.




--x—




Como sou legal, poupo vocês de relatos sobre as aulas, – Talvez por eu não ter entendido bulhufas também – a única coisa notável foi Boyolóvsky ter aparecido na aula, espantando tanto o professor quanto o resto da turma. Ele olhou Adrian e Teddy – sim, no fim, o professor aceitou o tartachorro, não me pergunte como – com medo e sentou quietinho pelo resto da aula, fazendo o professor – Tom, o nome dele, bom homem, aguenta Boyolóvsky, eu, Adrian e Teddy agora – chorar de alegria e manchar todos os seus óculos com lágrimas e escrevendo a matéria errado.

Na saída da escola, Laz esperou comigo – e, automaticamente com Adrian e Teddy – minha mãe aparecer derrapando e estacionando o carro “like a fuck yea” e, ao sair do carro, tirando os óculos de sol como se fosse uma atriz de Hollywood. Mas ela era muito mais do que isso. Era minha mãe – lê-se: mulher maluca que gosta de ter comportamentos “Shuéun”, sim, isso é uma onomatopeia para algo brilhoso. Ou tipo isso.

Ela usava um blazer azul neon, com uma saia rosa neon, camisa verde neon e sapatos laranjas fluorescente. Você pode imaginar a beleza da criatura, né? Nem tento imaginar onde minha mãe trabalha, ou como deixam ela entrar assim, mas a bizarrice da roupa era fato e sinto que toda a escola encarou aquela alegoria-cegadora.

- Ah, Valente, segura isso pra mim? – Ela me entregou dois chocalhos mexicanos, um sombreiro e colou um bigode falso em mim. Acostumada, me virei pra Laz.

- Até amanhã. – Disse num tom de tédio. Adrian já havia desaparecido. Pelo menos com isso ele sabia lidar.

- Ah... Até amanhã. – Ele respondeu automaticamente, acenando com a mão.

Entrei no carro – caso queira saber, é um fusca rosa, tipo o da Penélope Charmosa mesmo – acompanhada da minha mãe, mas o sombreiro entalou na porta então tive que dobrar ele um pouco.

- Então você já arranjou amigos? – Perguntou minha mãe.

- Pelo menos pessoas que não tem total medo de mim.

- Quem teria medo de você? Você é uma das garotas mais medrosas que já vi na minha vida!

- Também te amo , mãe.

Minha mãe saiu da escola e quase atropelou uns 7 estudantes. Acho que três deles eram da minha sala. Sem comentários. O resto da viagem transcorreu sem problemas nem atropelamentos – afinal, minha mãe só não gosta de atropelar guaxinins, não tem problema com humanos, que, felizmente, não haviam naquela área isolada.

Chegando em casa, mal reconheci meu castelo mal assombrado.

- Gostou? – Minha mãe perguntou, feliz.

- Está bem... ér... gay. – Elogiei a pintura que minha mãe havia feito. Cada bloco de pedra cinzento havia sido pintado com uma cor diferente e o resultado deixaria qualquer arco-íris que se preze com inveja. – Estou indo pro meu quarto.

- Ah, amanhã eu decoro a parte de dentro da casa, tá, Valente? Cubra seus móveis com jornal antes de sair!

- Pode deixar do jeito que está. – Eu observei uma gárgula pintada de lilás, batom e uma guirlanda de flores rodeando a cabeça.

- Mas...

- Confie em mim.




--x—




Adrian já estava no meu quarto, mais precisamente dormindo.

- Adrian, acorda! – Sacudi ele.

Ele resmungou algo incompreensível e segurou meu braço, me puxando pra ele.

- Ei, o que você está fazendo?? – Resmunguei, irritada e com vergonha, apoiando as mãos no peito dele para nos afastar.

- Shhh... – Ele tampou minha boca e calmamente abriu os olhos. – É a primeira vez que participo de um mundo de luz, estou cansado.

- Quer dizer que você nunca foi a um lugar de dia? – Tentei desvendar o que ele quis dizer. Ele assentiu.

- Na verdade, nunca saí daqui. – Sua voz era mais macia que o normal, na verdade, ao contrário das outras vezes, parecia que ele falava com algum sentimento. – Mas só fazia as coisas de noite...

Ele se encolheu, ainda segurando minha mão e caiu no sono.

Bem, que mal faria? Me aconcheguei melhor e também dormi.




--x—




Quando acordei já estava escuro e tive a amarga sensação de ter perdido meu dia inteiro. Adrian já havia acordado e me mirava.

- O que está olhando? – Perguntei.

- Nós dormimos igual, por quê somos tão diferentes? – Ele se virou de barriga para cima e encarou o teto pensativamente.

Não respondi. Não tinha o que responder.

- Já é de noite, o que fazemos agora?

- Você queria que eu pesquisasse como desfazer o contrato, certo? – Adrian se levantou.

- Não tem problema pra você?

- Eu te prometi, não foi? – Ele olhou nos meus olhos, sério.

- Ah, sim, claro. – Me levantei também.

Adrian abriu a janela e saiu, indo pro cemitério que nos encontramos pela primeira vez, segui ele.

- Pra onde a gente tá indo? – Eu encarava o cenário funesto com medo, mesmo minha mãe tendo pintado tudo com cores alegres, alegres demais.

- Para minha casa.

Teddy apareceu de lugar nenhum latindo. Adrian inclinou a cruz de um túmulo e uma sepultura abriu pro lado, revelando uma escada sinuosa rodeada por terra.

- Entre. – O moreno desceu primeiro.

- Espera, Adrian!! – Eu gritei. Ele me olhou com sua expressão levemente confusa. – Estou com medo. – Expliquei.

- Medo? – Ele tombou a cabeça pra lado.

- É uma sensação ruim. – Tentei explicar.

- É só minha casa, não precisa ficar com medo.

Eu desci parte da escada, até ficar logo atrás dele e agarrei sua mão.

- Vamos.

O necromante continuou a descer até dar numa sala simples, toda revestida de madeira, com uma mesa e cadeiras no centro, várias prateleiras velhas cheias de livros e um armário.

Ele se dirigiu até o armário e tirou a blusa do uniforme da escola.

- O-o-o quê você está fazendo?

- Me trocando. Não estou acostumado a usar branco. – Ele respondeu como se fosse óbvio. A pele branca e macia brilhava na escassa luz que vinha da entrada, contrastando com seus cabelos negros. Virei para o lado enquanto ele terminava de mudar de roupa.

Com suas usuais roupas pretas ele pegou um livro e se sentou-se, apoiando-o na mesa. Sentei ao seu lado.

Ao abrir o livro, uma fumaça espessa saiu, me sufocando.

Eu tossia, mas não conseguia respirar mais. E, apesar de ver nada além de fumaça, vi o mundo girando. Apaguei.


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Notas finais do capítulo

Ahh, acho que a formatação ficou estranha x.x Maldito Nyah!! Bem, espero que vocês tenham gostado desse capítulo >.> Qualquer sugestão ou crítica também e bem vinda!!! Até o próximo capítulo!! ~sai rebolando ao som da rainha pop Edineia Macedo