- Elisabeth! – Estela gritou! Porra nem um banho sossegado
eu posso. Terminei de me arrumar e desci até a cozinha e fiz o mesmo trajeto de
sempre. Ao chegar à escola vi Thomas me olhando, desci do carro e ele me
apertou num longo abraço, achei estranho, somos amigos faz tempo, mas um abraço
assim ele nunca me deu. Depois de conversarmos um pouco, avistei Pedro e fui
até ele.

- Oi amor!- disse e fui chegando perto dele.

- Ei me solta! – ele tirou meu braço do dele, o que aconteceu?
Observei que Thomas estava olhando e com um jeito triste, entendi o porquê do
abraço.

- Que foi Pedro? – lhe perguntei.

- Olha garota, só me aproveitei do seu jeito bobo, agora já chega
suma da minha vida! Sua putinha qualquer! – não aguentei e meti um tapa na cara
dele, ele segurou forte meu braço, que começou a doer.

- Solta ela Pedro! – Thomas pegou o braço dele e me soltou,
puxou-me até o corredor do colégio. – Eu disse pra você não se envolver com
esse merda! – ele rosnou pra mim.

- Obrigada Thomas! Eu sabia aonde estava me metendo! Mas
agora acabou – senti meus olhos começar a queimar.

- espero que vocês não tenham feito nada de errado! Ei vem
aqui – Thomas me abraçou, confortando-me.

Seguimos as aulas mais calmos, mesmo estando tremendo de
raiva do que havia acontecido.

Semanas se passaram e comecei a me sentir estranha, enjoada
o tempo todo, depois que Pedro e eu nos separamos não nos vimos mais, nem
fiquei mais com ninguém, hoje Thomas vem aqui em casa para  fazermos um trabalho do colégio.

- Já vou Thomas! – a campainha estava tocando.

-Oi – ele estava bonito, seus olhos estavam mais verdes que
o normal, ele estava lindo.

- Oi – disse e o cumprimentei.

Entramos em casa e ficamos conversando, depois fizemos o
trabalho do colégio, eu já estava com fome novamente, fiz umas torradas para
mim e para Thomas, tomamos com café e o enjoo me atacou, sai correndo pro
banheiro, Thomas saiu atrás de mim, ele estava me ajudando a levantar do chão
quando perguntou:

- Você não esta passando muito bem há dias, tem algo de
errado?

- Só meu estomago que não esta muito bem!

- Vocês se preveniram, não é Liz?

Ah não... impossível, foi só uma vez! Será que...?

- Elisabeth! – Thomas me despertou. – aonde tem uma farmácia
por aqui?

- Ah não Thomas! Esta tudo bem, e já foi há quase um mês! Eu
estou ótima! É só uma intoxicação qualquer!

- Não Liz não é! Quando foi sua ultima menstruação? – meu
Deus já havia muito tempo desde a ultima, comecei a me desesperar, ia falar
mais, porém ouvi a porta da sala se abrindo, me olhei no espelho e vi o quão
terrível estava, Thomas saiu do banheiro e puxou a porta.

Me tranquei no banheiro e comecei refletir, e se eu
estiver... Não! Não estou, lavei meu rosto mais uma vez e sai do banheiro,
encontrei Thomas e Estela conversando na sala, ela estava com Julie dormindo em
seu ombro, ela me olhou pasma.

- Por que esta tão pálida Elisabeth?

- Eu estou ótima!

- Bom já terminamos o trabalho do colégio, melhor eu ir
embora Liz! – ele veio até mim, me abraçou e sussurrou – amanhã conversamos
sobre isso!

- Tudo bem, amanhã nos vemos então – ele me soltou e sorri
para ele.

O acompanhei ate a porta, Estela estava subindo a escada
quando me falou:

- Esse menino gosta de você Elisabeth!

- Ai Deus! – disse a ela num tom meio irritado, ela nem prestou
atenção.

Depois disso subi ate meu quarto e me tranquei lá, o que
será de mim com um filho nos braços? Pedro nunca vai querer saber da criança,
ele só se aproveitou de mim, ele definitivamente não me quer, e eu não quero um
bebê! Mas pensando bem, eu jamais faria algo com um filho meu, se eu estiver
grávida, esse bebê também tem uma parte de mim, não posso fazer mal algum a
ele, ele não tem culpa de estar na minha barriga! Já estou pensando como uma
grávida, mas vai ver nem estou. Mas estou bem diferente mesmo, depois de Thomas
dizer aquelas coisas, já me sinto um pouco mãe. É estranho.

O jeito é esperar ate amanhã, e conversar com o Thomas, ele
parece bem entendido nesse assunto, jamais pensei que um dia fossemos conversar
sobre isso.