Invasão Extra-terrestre escrita por Leah Montgomery
– Ah, é você! Está vivo! – Digo abraçando um vulto que estava na nossa frente.
– Poxa, Anna, eu ia assustar vocês! Como você sabia que era eu?
– Seu cabelo! – Digo, passando a mão por cachos volumosos, tentando embolá-los.
– FILLIPI! – Berra Bruna depois de se tocar.
– Eu mesmo! Ahahaha, tu tomou mó susto! Se fodeu! – Disse rindo.
– Tomei nada! Só não esperava!
– Sei... – Digo com um tom sarcástico.
– E ai, cara?
– Ahn.. Ah, oi! – Responde Rafa, que estava muito ocupado olhando para o vitral da janela que formava uma caçadora com um arco e flecha.
– Que animo! – Resmungo.
– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! SOCORRO! – Um grito alto e apavorado ecoa pela sala, parecia a Alice, bem, parecia não, né, um grito desses só podia vir dela.
– Ah, a Alice tá viva! – Diz Fillipi dando pulinhos.
– E a Carol também. – Bruna responde. – Vamos, depois a gente conversa, temos de achá-la.
Corremos até o final da sala, dando de cara com uma porta toda colorida, Bruna foi na frente, entrando e saindo correndo, aos prantos.
– Meus deuses! Que, que houve, Bruh?
– Ah, se ELA saiu de lá assim eu não entro de maneira nenhuma! – Diz Rafa, dando dois passos para trás.
– Que houve, Bruh? – Pergunto novamente, abraçando um pequeno cotoco de gente que estava tacado no chão, todo encolhido, aos prantos. Ela simplesmente agarrou meu braço e enfiou a cara nele, e então me veio um estalo.
– Fih, vem comigo!
– Eu não!
– Vem logo, já sei que, que é!
Assim que entramos demos de cara com várias bolas de algodão doce cor de rosa, com braços e pernas saindo delas, e, mais no fundo, um grupo de palhaços felizes. Então eu entendi, aquela sala era dedicada ao filme Killer Klowns from Outer Space, e a sala representava sua nave espacial que era um circo voador onde eles armazenavam corpos humanos e se alimentavam deles com canudinhos bizarros, definitivamente o filme de terror mais cômico que já vi na vida, mas Bruna tem pavor a palhaço, ela foge até do Patatí e do Patatá.
– Não creio. – Diz Fillipi com cara de idiota.
Começo a rir, acertei no palpite. – Vamos Fih, vamos virar esses carinhas ou contrário.
Depois de um pouco de força conseguimos por os palhaços no canto, olhando para parede como se estivessem de castigo.
– Cara, será que dá pra comer essa algodão doce?
– É espuma, Fih.
– Eca, percebi já!
– Tua anta! Até parece que algodão doce ia durar muito tempo, sue besta!
– Ah, eu to com fome, Anna!
– Quando a gente chagar no Puteiro Móvel você come alguma coisa!
– A onde?
– Nada não, vamos buscá-los.
De volta a sala anterior, encontro uma Bruna ainda tacada no chão, se balançando para frente e para trás, e um Rafael mexendo onde não devia.
– Rafa, cuidado, você vai acabar... Derrubando tudo. – Dito e feito, lá se foi a armadura medieval pro chão.
– Clara, Clara! – Bruna chama quando me vê.
– Calma, eles foram embora!
– A tá. – Ela ergue a mão na minha direção.
– Quem foi embora? – Pergunta Rafael.
– Os palhaços.
– Palhaços? – Ele pergunta branco. – Não gosto de palhaços!
– Já foram! Agora vamos, é a única saída!
– EU NÃO ENTRO NESSA SALA MAIS NEM QUE ME PAGUEM! NÃO ADINATA INSISTIR! A ALICE QUE MORRA LÁ! EU VOU FICAR AQUI! AI TITICA DE GALINHA! TITICA DE ANNACLARA, MELHOR!
– Fih... – Ele entendeu o meu olhar e acertou uma parte da armadura derrubada na cabeça de Rafa, que caiu no chão desmaiado, Fillipi o pôs sentado em uma cadeira.
– Sei andar por toda a casa, depois o buscamos.
– NÃO! EU VOU! - Disse, dando um pulo da cadeira.
– Você não estava desmaiado?
– OUVI QUE VOCÊS IAM ME DEIXAR SOZINHO E ACORDEI!
– Ah, vamos!
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!