Finale escrita por Déh Criss


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Não revisei a ortografia e não vou poder conversar pq estou correndo contra o tempo aki!! No proximo cap quero agradecer a algumas lindas leitoras a ajuda que elas têm me dado com sugestoes e comentários estimulantes!



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_Ah qual é! Assim não vale sua pirralha!

_Você é muito fraquinha!  Eu vô te pega!

  Não tenho um momento normal como esse há dias. Vee sempre a âncora que me puxava de volta pro mundo real quando eu só conseguia pensar em anjos, nefilins e seres místicos,  bastava ela me arrastar para uma tarde de compras eu pra uma boate bem dançante. Eram nesses momentos que eu tinha a certeza de que era humana.

  Liss está empunhando uma pistola de sabão acoplada a uma mangueira de esguicho forte. Depois que ela e Ash me ajudaram a limpar toda a casa e tirar todos os vestígios de sangue do chão, pegamos todas as roupas, lenções e tapetes sujos de sangue seco pra limpar no quintal.

  Afinal eu não podia deixar tudo o cesto de roupa suja e esperar que Dorothea limpasse tudo sem fazer perguntas. Muitas peças não tiveram salvação  e foram jogadas num saco de lixo preto.

  Enquanto Ash estende tudo no varal, eu e uma menina travessa brincamos de pega pega molhado.  Corro de seus esguichos mas ela é mais rápida.

_Ok ok! Você venceu sua pestinha! _Grito rendida.

_Mas já? Eu disse que ela era fraquinha Petar Pan não disse?

_É isso ai, você venceu Cinderela. _ Ash leva o cesto de pregadores pra área de serviço enquanto pego Liss de surpresa no colo deixando-a de cabeça pra baixo.  

   Depois de umas três partidas de pega- pega, amarelinha e esconde – esconde deitamos no chão molhado ofegando. Ash que até então só observava gargalhando a cada tombo meu, junta-se a nós.

 Foi meio estranho de manhã cedo quando acordamos pois acho que ele não sabia bem como me tratar. Se insistia em sua resistência ou se conversava comigo. A brincadeira serviu pra descontrai-lo. Nesse momento podíamos passar por irmãos se alguém nos visse assim.

_Então Cinderela, tá com fome? _Pergunta fazendo cócegas em sua barriga.

_Hunhun! Você podia ensinar a Aurora a fazer macarrão com almondegas Peter!

_Aurora? _ Pergunto fazendo careta.

_É! Você parece a Aurora do meu livro, você é a Bela adormecida!

_Haha eu tenho cara de dorminhoca pirralha?

_Não mas tem o cabelo vermelhinho que nem o dela. _ Seu sorrisinho me faz rir também. Dou-lhe um abraço molhado.

_Ok então. Eu sou a dorminhoca. Mas quem vai fazer o almoço aqui sou eu! Vocês vão experimentar a minha macarronada especial, vai lamber os beiços pestinha.  

_Mas antes acho melhor contar uma coisa pra você Cinderela.

 Olho para ele. Está novamente tenso e olha pra mim sugestivo. Sei o que ele quer dizer. Está na hora de contar que vai se separar dela. Sento-a no chão novamente.

_O que foi Peter Pan? Não quer mais brincar? Por quê?

_Não é isso princesa, é que eu... Nós... _ A inocência na voz de Liss foi demais pra ele. Tomo a frente e seguro seu queixo erguendo-o para mim.

_É que você ganhou uma casa nova Cinderela. Uma casa com uma mamãe linda que vai cuidar de você e vai te dar vários brinquedos. Vai fazer macarrão com almondegas sempre que você quiser. _ Seus olhinhos brilham de alegria.

_Uma mamãe?

_Ela é muito legal, seu nome é Dorothea. Ela ajudou a minha mãe a cuidar de mim desde que eu era uma bem pequenininha. _ Toco a ponta de seu nariz com um dedo. 

_Ouviu isso Peter Pan! Agente ganhou uma mãe!

 Ele não desgruda os olhos da menina, porém parece ter perdido o dom da fala. Seus olhos estão arregalados, talvez fazendo um esforço para não chorar na frente dela.  Rapidamente torno aa falar.

_É que o Peter Pan vai demorar um pouquinho pra ir morar lá com você princesa. Eu e ele vamos pra um lugar que gente pequeninha não pode ir. Você vai ficar com a tia Dorothea por um tempo... Você pode arrumar o quarto do Peter Pan enquanto ele estiver fora.  

_Mas porque você vai? Por que não fica comigo? _ A menina é perspicaz, já percebeu que Ash está quase chorando. Sabe onde queremos chegar com essa conversa. Ela puxa sua camiseta e sacode querendo uma resposta. _ Caliel!  

_Nós vamos voltar logo querida... _ Me calo ao ver que ela já está chorando.

 Minhas palavras já não adiantam mais pois ela sabe que vamos demorar. Que talvez nem voltemos. E que ela pode ficar sozinha mais uma vez. Ele a coloca no colo e silenciosamente a acalma balançando o corpo pra frente e pra trás. É a minha deixa pra deixa-los a sós.

 Mais uma vez meu momento normal fora estragado pelo sobrenatural que assombra minha vida.

  Vou me secando com uma toalha e andando em volta da casa para usar a porta da frente e aproveitar o sol da tarde. Penso em Patch.

  Ele não voltara desde a noite passada. Nem sei como vou trata-lo quando vier. É no mínimo estranho brigar com o namorado e ir com ele pra cama logo em seguida. Não quero perdoa-lo enquanto não der o braço a torcer, porém não quero sustentar esse clima chato entre nós. Já não basta tudo que estamos passando. Ficar emburrada não vai mudar nada.  E também tenho a sensação de que Patch está incomodado demais com Scott. Mas eu não estou dando a ele motivos para esta desconfiança. Estou?

  Quase escorrego ao subir as escadas da varanda, porém não é isso que me faz parar.

  Tem alguma coisa errada.

 A porta está aberta. Tenho certeza de tê-la trancado ontem anoite, Scott não pode ter acordado ainda, visto o estado em que se encontrava hoje cedo. Patch nunca deixou de entrar em lugar nem um por causa de portas, mas não havia necessidade de arromba-la. Estávamos fazendo barulho no quintal, ele teria dado a volta.

 Dou passos cautelosos e paro no hall aguçando os ouvidos e observando qualquer tipo de movimento na sala. Obrigo-me a dar mais passos. Silêncio total.

   Olho debaixo da escada, na área de serviço, subo as escadas e dou uma olhada rápida nos quartos. Scott ainda ronca normalmente na cama recém limpa . Desço e dou uma espiada no quintal pela porta dos fundos. Ash e Liss ainda conversam e nada parece diferente, emtão fecho a porta novamente.

 Vencida, faço uma careta e volto para cozinha “Agora deu pra ficar paranoica?”. Na ponta dos pés abro o armário de cima da geladeira e pego uma travessa de vidro para preparar a macarronada que prometi a Liss. Talvez assim ela fique um pouco mais feliz. Tenho a sensação de que passei de princesa adormecida para bruxa má.

 Dentro da travessa coloco o queijo, presunto, tomates o molho branco e orégano para despejá-los na bancada e fazer a bagunça costumeira de quando decido cozinhar. Patch costuma dizer “Gastronomia à la Nora”. Permito-me um sorriso ao lembrar das vezes em que cozinhamos juntos.

 Esse sorriso desaparece completamente de meu semblante quando me viro. A travessa se mistura aos ingredientes em milhões de cacos no chão. Estou paralisada demais para notar nos minúsculos cortes que se formaram no meu pé por entre os chinelos.

_Ora, ora, ora. Se não é a filinha querida do Millar.  _Diz debochadamente o primeiro homem. Este, loiro de pele sardenta é enorme e musculoso, aparenta ter uns vinte e poucos anos. Está sentado relaxadamente no braço do sofá.

_Tsc tsc. Confesso que estou meio desapontado. Esperava alguém a altura da responsabilidade. Tenho a impressão de que vou parti-la ao meio se segurar forte demais. _O segundo homem gargalha e lança um olhar divertido para o outro que agora gargalha.  Esse é moreno e tão grande quanto o outro. Deve estar na casa dos trinta.

   O mais novo levanta e se aproxima do balcão devagar. Seu sorriso é sombrio e me faz ter calafrios. Tento recuperar a voz que havia perdido e gaguejo a pergunta.

_Q-quem são vocês? O-o que estão fazendo na minha casa?

 _Ouviu isso Lucio? Ela não sabe quem somos nós. _Ele larga os cotovelos por cima do balcão e se volta para o amigo. _Acho que isso vai ser mais divertido do que você imagina.

_Vamos acabar logo com essa nefilinzinha nojenta e sair daqui. _Diz Luca dando de ombros.

_Com prazer. _Com um sorriso doentio, ele da a volta no balcão e não tenho tempo de pensar em nada. Estava encurralada.

_Sai de perto de mim. _Dou-lhe um soco no queixo que faz os ossos de minha mão que formiga em protesto. Ele nem se abala e segura meus pulsos com força.

_Você é patética! _O Sardento envolve meu pescoço com os dedos fortes e aperta.   

_Ash! ASH!_ Minha voz se torna um sussurro e minha visão começa a ficar turva. Posso ouvir um barulho na sala. Ash deve estar num confronto com Lucio.

 Nem um treinamento que Patch poderia ter me dado adiantaria contra isso. Ele não passa de um garoto, mas tem a força de dez elefantes!  

 Tateio a pia a procura desesperadamente e agarro um garfo. Rapidamente o finco no pescoço de meu agressor que afrouxa minimamente o aperto, o que é suficiente pra que me desvencilhe e corra cambaleando. Ele dá um sorriso e arranca o garfo do pescoço que devia ter penetrado uns quatro centímetros. O sangue escorre, mas quando ele passa os dedos novamente no pescoço o limpando, vejo a pele cicatrizando em tempo real.

 Anjos Caídos.

 Se havia alguma esperança de aquilo ser um simples assalto, ela se desfez. Ash esta mesmo lutando com Lucio e não há sinal de Liss. Os caídos estão atrás de mim, não posso deixar que eles paguem o preço.

  _Lucio! Ela esta fugindo!_ Ao ouvir o grito do Sardento, Lucio sai correndo em direção ao bosque que é pra onde corro com toda velocidade que posso aguentar.

 Deve haver quinze quilômetros de vegetação depois do terreno de nossa propriedade. Eu nunca fora mais que dois quilômetros mata adentro, e agora me obrigo a me embrenhar por entre árvores rasgando a neblina constante que dificulta mina visão.

 Arrisco a dar uma olhada pra trás e vejo o anjo caído se aproximando cada vez mais. Ele desliza em minha direção como se usasse as asas que lhe foram arrancadas, e é espantoso como ele nem toca os pés no chão. Não vai demorar a me alcançar.

  “Patch socorro!” O desespero toma conta do meu ser quando desejo com todas as forças que Patch estivesse aqui. Que ele aparecesse do nada como fazia quando era meu anjo da guarda. Será assim que vai acabar? Lutamos tanto pra terminar assim?

  Tento ziguezaguear pra despistá-lo mas é inútil, minhas tentativas somente me deixam mais esgotada e ofegante. Estou prestes a desistir quando sinto as mãos pesadas e nada gentis segurarem minha blusa por trás me fazendo parar abruptamente.

_Me larga! Me deixe em paz!

_Para de choramingar como um bebezinho!

_Não fiz nada contra você ou aos da sua raça! Porque esta fazendo is...

_Não me insulte sua nefilin nojenta! _Ele me balança violentamente.

_Eu não sou nefilin! Será que até agora não percebeu isso? _Meu grito o faz gargalhar. Ele chega muito mais perto e passa o dorso mão na minha bochecha, eu viro o rosto ao seu toque e ele fala com a voz insinuante.

_É o que estou percebendo. Uma humaninha ridícula.  Eu não sei como isso é possível mas o fato queridinha _Mais carícias_ é que você é filha de Hank Millar. Vai negar isso também é?_ Emudeço. Não adianta negar, ele não é tão idiota._ Sabemos que você herdou seu exercito Grey. Ele nos insulta ao confiar a você a tarefa de nos liquidar. Chamar isso tudo de guerra é mais insultante ainda. Vai ser tão fácil vencermos quanto vai ser fácil eu quebrar o seu pescoço...

_ Eu não queria nada disso! Não quero liderar nada nem ninguém!

_Ah é claro, na hora do aperto todos negamos até _Ele encosta a boca no meu ouvido e sussurra_ a morte _ Meu corpo treme violentamente mas tento me desvencilhar daquele contato e da falta de espaço entre nós. _Até que você é gostosinha sabia, eu posso não sentir mas sei bem me divertir. Quando ele aperta com força meus seios, o ódio me sobe a cabeça.

_Prefiro a morte! _ Junto toda a saliva da boca e cuspo tudo na cara dele. Se a morte viesse, viria com dignidade. Percebi que ela não demoraria pois Lucio se volta contra mim furioso.  

_Sua humana nojenta! E não vou quebrar o seu pescoço_ Recebo um soco no meio do nariz e caio sangrando no chão. Com uma mão me levanta apertando meu pescoço_ Vou fazer você implorar pela morte!

 Meus pés balançam inertes. Meu pescoço já dolorido pela primeira investida do Sardento, lateja sem parar. A cabeça parece uma bomba relógio prestes a explodir.  Dessa vez não tenho saída. Não tenho nem mesmo esperança de sair viva desse aperto. Vai tudo acabar assim, no meio desse mato deserto. Tudo começa a escurecer...

 “Nora!” Sua voz ressoa em minha cabeça. Não consigo gritar, nem mesmo um grunhido. Na verdade tenho a sensação que há muito parei de respirar. “Nora!!”  Talvez a mata não esteja tão deserta assim. Ele está tão próximo de mim quanto está longe. Lágrimas escapam de meus olhos quase sem vida.  “Eu te amo Patch”

 Só queria dizer isso a ele uma ultima vez. Nem que fosse só um sussurro.

 A escuridão é minha única amiga. Não há mais dor. Tudo se silenciou...

 De repente sinto meu corpo batendo contra o chão. Um zumbido infernal é a única coisa que posso ouvir. Com dificuldade, abro os olhos e o mundo é apenas um borrão. Então as cores começam a entrar em foco. Estreito os olhos e enxergo Patch lutando com Lucio. O zumbido faz minha cabeça latejar mas fosso um descomunal esforço pra me sentar.

 Patch dá um daqueles chutes frontais bem no peito de Lucio que cai no chão mas se levanta rapidamente como um ninja. Os socos que trocam são tão rápidos que mal consigo ver. O zumbido se torna fraco e aguço os ouvidos para ouvir o que dizem, sem parar os socos nem um segundo.

_... devia ter vergonha de mostrar as caras seu traidor miserável! Você renega a sua raça ao se associar com a escória...

_Palavras bonitas hein! Anda ouvindo muitos discursos do chefão é? Me conte quem é que te conta esses discursos lindos Lucio! _ Patch segura a cabeça de Lucio puxando-a para baixo e dá uma joelhada.

_Está brincando não é?_ Lucio pula da rasteira de Path, mas recebe um soco na boca.

_Fez o Voto Perpétuo não foi? Que poderes conseguiu? Inteligência é que não foi com certeza! _Furioso Lucio corre contra Patch e começa uma série de golpes rápidos q Patch desvia com facilidade.

 Isso é inútil. Nem mesmo dor eles podem sentir.  Eles vão brigar por toda a eternidade! Vasculho o chão a minha volta e quando encontro o que procurava dou um grito.

_Patch! _Jogo em sua direção um enorme galho que ele apanha rapidamente e com uma habilidade mortal, enterra-o no peito de Lucio que cai inerte no chão.

 Pisco freneticamente os olhos de Patch para Lucio. Ele vem até mim e ajoelha me abraça com força.  

_Está ferida?

_Não. _ Como se não acreditasse em mim Patch se afasta para verificar meu corpo. Segura meu queixo com a mão.

_Isso parece um nariz quebrado. _ Não é uma suposição, ele sabe que está. Mas nesse momento estou tão aliviada que mal consigo sentir dor. A perspectiva de morrer sem me despedir foi demais para mim. As lagrimas caem sem aviso e falo com voz embargada.

_Eu te amo._ Patch me põe no colo abraça novamente com mais força. Acaricia meus cabelos enquanto mergulha na dobra do meu pescoço.

_Eu te amo Anjo. Não vou te perder.

 Ficamos assim por um tempo. Não quero me afastar um milímetro que seja dele. Porém podemos ouvir a respiração de Lucio começar a ficar mais forte. Logo ele irá levantar.  Patch nos levanta, e começa caminhar comigo ainda em seu colo. Ao passar por Lucio ele pisa no galho afundando-o ainda mais no peito do anjo caído. 

 Agora sinto muita dor, no nariz, cabeça, no pescoço. Mas o alivio é tanto que nem me importo com a dor e me aninho mais aos braços de Patch. Já escapei da morte tantas vezes, acho que se tiver de morrer, desejo que não seja nada parecido com isso.

 Refazemos o trajeto até a casa de fazenda em meia hora em um caminho tortuoso. Já posso avistar a casa quando um pensamento me vem à cabeça.  Quando estava fugindo me desviei completamente da trilha e me embrenhei floresta adentro.

_Como foi que me achou aqui? _Ele não responde de imediato. Fica sério ao responder.

_Ouvi sua voz. _Fasso uma expressão confusa e ele complementa. _ Ouvi sua voz em minha cabeça.

 _O que? _ Ele não diz mais nada.

  Como assim em sua cabeça? Falei com Patch em pensamento uma única vez, na noite em que Hank morrera.  E nunca mais desde então. Como é que de repente isso volta a acontecer?

 Ele sobe as escadas da varanda devagar, e abre a porta com o pé. Ash aparece mais pálido do que nunca.

_Nora? Nora você tá bem?

_Eu to legal. _ Minha cara logo me trai pois o uma fisgada no nariz que estou ignorando faz tempo.

 Patch me coloca delicadamente no sofá e vai em direção ao Sardento que está jogado no meio da sala. Entendo porque está tão quieto. Uma faca esta atravessada bem no meio do coração. Patch arranca a faca de seu peio e espera. Ash se aproxima de mim e eu tento mostrar um sorriso em gratidão à sua preocupação, depois encosta no batente da porta e observa sério.

  O Sardento começa a se mexer e abre os olhos, no mesmo instante Patch o levanta pelo colarinho e o caído arregala os olhos a ver quem o segurava.

_Você!

_Daren eu vou falar uma única vez então é melhor prestar atenção. Quero que pego seu amiguinho na floresta e deem o fora daqui. Vão informar o chefinho de vocês que Nora Grey está mudando de endereço imediatamente e que Jev Cipriano mandou ficarem longe dessa casa. Será que fui bem claro?

 Daren olha com profundo desprezo para Patch, porém ele parece ponderar suas ameaças. Balança a cabeça olhando para o chão, mas não é o suficiente para Patch, ele o balança no ar.

_Eu não ouvi! _Grita Patch furioso.

_Foi! Foi bem claro!

 Livre do aperto de Patch, Daren sai correndo aos tropeços porta afora, antes de alcançar o bosque ele se vira e grita para um ultimo insulto.

_Traidor! Vai para os confins do inferno junto com escória da raça nefilin! _ Se vira e desaparece por entre as arvores.

 Patch tranca a porta e rapidamente verifica as janelas e some até os fundos. Ash olha apreensivo pela janela, talvez temendo que outro caído aparecesse. Parecendo convencido se vira e grita para a casa.

_Cinderela! Pode sair princesa! Cadê você! Liss... Ai está você.

 A menina se materializa na sala exibindo um belo bico.

_Peter, eu to com fome. _Sua voz manhosa arranca um sorriso de Ash e também de mim, infelizmente porque o sorriso vira careta por causa da dor. Ash olha pra mim meio envergonhado.

_Será que eu posso...

_A cozinha é toda sua. _Digo dando uma piscadinha_ Cuidado com os cacos no chão!_ Coloco as mãos no rosto, acho que é melhor ficar calada.  Patch aparece descendo as escadas.

_Todas as janelas estão trancadas.

_Como se isso adiantasse de alguma coisa.

_Eles teriam que fazer barulho pra entrar. Mas não acredito que voltaram essa noite.

_Esta doendo muito Anjo? _ Ele se abaixa posso ver em seus olhos a preocupação. É bom saber o que está sentindo pra variar. Ele acaricia meu rosto delicadamente. Fecho os olhos, e me permito sentir seu toque. Vencido ele se junta a mim no sofá sentando de lado e eu me deito em seu peito com o rosto para cima. _Preciso te levar para o hospital Nora.

_Acho que o fato de você ter me chamado de Nora significa que você vai me levar pro hospital, não importa o que eu diga. Não é?_ O sinto sorrir.

_Boa dedução. Sua mãe chega hoje. Precisamos de uma história. E a menina, precisamos leva-la para Dorothea ainda hoje.  

_Você estava falando sério àquele garoto sobre o imediatamente não é? _Ele balança a cabeça sério.

_Eles descobriram tudo, de alguma maneira. Não é mais seguro...

_Eu sei.

  Patch segura meu rosto e me beija delicadamente. O abraço mais forte e sinto aquele cheiro gostoso de terra úmida. É bom senti-lo assim tão perto de mim.

_Pensei que não fosse chegar dessa vez.

_Nunca vou deixar nada acontecer com você. Minha vida depende disso lembra? E acho que é melhor irmos logo para o hospital...

_Mas Patch, eu realmente falei com você pelo pensamento? _Ele suspira.

_Sim Anjo.

_Eu não consigo entender.

 Ele se limita a me olhar. Não quero pressiona-lo, mas minha cabeça está me matando com a curiosidade...  Porém tenho a sensação de que nem mesmo ele sabe o que aconteceu.

 Ontem me sentia culpada por ter de deixar minha mãe dentro de alguns dias. Imediatamente.  

 Desejo imensamente que ela chegue logo em casa.

 Sinto Patch ficar rígido. Ele olha para o alto da escada e rapidamente se levanta ficando a postos. Agora escuto passos lá em cima, Ash também se posiciona pronto. Um momento de tensão se segue.

_E ai galera. O qu foi que eu perdi?_ Scott pálido como um zumbi aparece cambaleando com a cableira loira engrenhada e a roupa amaçada. Para no meio da escada ao ver nossas expressões de alivio e raiva. _O que foi que eu fiz.  

         

  

  

    

  


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Notas finais do capítulo

REVIWS!
BBBBJJJJSSS
~dÉH