Aishiteru escrita por Dibigo


Capítulo 1
Amizade




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Capítulo 1 - Amizade

– Filho, Acorda! Você vai se atrasar para a escola.
– Já estou acordado mãe...

Todos os dias de semana para ir à escola, o Felipe sempre acorda às seis horas da manhã e encontra e cumprimenta as mesmas pessoas. Falando com todas superficialmente, mas mesmo assim, não tendo nenhum amigo, semelhante a um visitante que é respeitado por todos mas não é tratado com tanto contato e intimidade. O uniforme que usava é uma camisa laranja da cor de uma marca texto, que ele odeia, junto com uma jeans velha azul clara que mostrava o seu corpo atlético que tinha a sua forma ofuscada pela cor da camisa e pelo seu tênis preto.

Quando ele chegou na escola foi direto para o seu lugar favorito que ficava no fundo da sua sala, onde se sentou e esperou a chegada da professora Violeta, sem muito animo para a aula que estava por vir. Enquanto olhava distraído para a porta de entrada da sala, ele viu uma pessoa diferente chegando. Era um menino que nunca entrara por ali antes, parecia ter mais a mesma idade dele:

Eu, Felipe, o vi entrar na sala pela primeira vez e logo reparei que era uma pessoa bem diferente, pois era o único que entrou olhando para baixo. O que mostrava claramente os seus lindos cabelos lisos pretos com um leve tom avermelhado (como se fosse luzes). Não consegui ver claramente a cor dos seus olhos por culpa do cabelo que estava tampando. Analisando a situação, eu pude perceber que era inevitável os garotos da minha sala implicarem com ele, pois ele parecia ser muito tímido, e infelizmente só tinha uma cadeira vaga na sala e era justamente no lado do grupo de alunos que mais bagunçavam e implicavam com as pessoas da turma.

A professora chegou logo em seguida depois do menino novo sentar e deu início a aula. Cheguei a pensar que eu seria a única pessoa que falaria com a professora durante a aula e que todos os outros alunos estariam dispersos como sempre. Mas, teve um momento em que a professora fez uma pergunta que eu não sabia a resposta, a turma ficou um pequeno tempo em silencio que logo foi quebrado pela voz do aluno novo, ele respondeu a pergunta! Logo pude perceber que tinha mais uma pessoa que estava de fato prestando atenção na aula da Violeta. Logo em seguida, a professora perguntou o nome dele e teve como resposta "Matheus Naoe", achei meio estranho o sobrenome "Naoe", se pronuncia mais ou menos "Na-ô-e", meio incomum aqui no brasil (Na verdade bastante...) mas tudo bem, não acho que devo julgar alguém pelo nome.

Assim se passou o dia e a aula acabou. Eu voltei andando direto para casa que não ficava muito longe da escola. Ao chegar, encontrei minha mãe e meu pai discutindo outra vez. Em meio aos berros, me pareceu que a briga dessa vez foi por culpa de uma coleção de moedas que meu pai tinha. Supostamente a minha mãe tinha mudado ela de lugar e ele não gostou nada disso, e começou com uma discussão que pode ter durado a tarde toda...

Na verdade, eu não fiquei muito tempo em casa. Para tentar fugir daquela cena desnecessária, eu fui para um campo que ficava ali perto e que eu sempre ia as vezes para passar um tempo sozinho. Apenas ficava vendo e sentido o vento passando pelas gramas e pelo meu corpo. Assim que eu me aproximei do campo eu pude ver alguém sentado lá e quando cheguei me deparei com o aluno novo. Ele parecia estar chorando e com as suas roupas rasgadas. Eu me assustei em meio àquela cena horrível e me sentir com vontade de ajudar.

– Oi, seu nome é Matheus né? Está tudo bem?
– Está sim...
– O que aconteceu com suas roupas?
– Quem é você? – ele me perguntou enquanto olhava levemente nos olhos.
– Ah! foi mal, eu sou o Felipe, sou da sua turma na escola.
– Outro!? O que você quer? Já não acha que fizeram o suficiente? – Os olhos pararam de mostrar lagrimas e se converteram a um olhar desafiador que mostrava claramente sua raiva.
– Como assim? – Questionei sem hesitar em encarar seus olhos raivosos.

Ele desviou o olhar e pareceu ignorar minha pergunta.

– Ok então... vou embora.

Eu estava já tinha me levantado e estava quase saindo, mas quando olhei novamente para ele e vi as lagrimas voltaram a cair sobe o seu rosto. Me senti muito atraído por ele, eu senti uma vontade de cuidar dele, era algo forte, forte o suficiente que me fez sentar ao lado de Matheus novamente e olhar para o seu rosto.

– Não se preocupe... se precisar eu estou aqui.... Nos podemos ser amigos!

Ele me olhou com um rosto com uma expressão frágil que me lembrava um gatinho assustado com os seus olhos lacrimejando. Eu queria muito abraça-lo, mas achei meio inconveniente da minha parte. Não pude fazer nada a mais para acalmá-lo... Acredito que minha presença já estava ajudando ele a ficar mais calmo. Depois de um tempo, ele parou de chorar e finamente falou comigo, mesmo com sua voz ainda meio tremula.

– Qual é o seu nome mesmo?
– Felipe.
– Obrigado Felipe.
– De nada, mas o que foi que aconteceu ? – Enquanto falava eu soltei umas risadas de nervosismo.
– Uns garotos da nossa sala me seguiram depois da escola... Eu me mudei para uma casa que fica logo depois desse campo, mais quando eu cheguei aqui... – Ele apertava seu braço esquerdo com a mão direta enquanto falava isso.
– Entendi, mas não precisa se preocupar...
– Será que amanhã vai ser a mesma coisa ?
– Não se preocupa, amanhã você vai sentar do meu lado! Pode deixar o resto comigo, ninguém mais vai mexer com você.

Tentei sorrir e parecer o mais confiável possível, com isso consegui que ele sorrisse levemente de volta para mim. Eu gostei tanto daquele sorriso tímido que fiquei realmente feliz por ter falado com ele. Depois do seu sorriso, ele me falou que estava tarde e que tinha que ir para casa. Não tivemos tempo para conversar mais... O que, por algum motivo, eu queria muito mais! Não sei porque, mas eu me interessei por ele, eu gostei de estar com ele e não sei como admitir, mas eu quero realmente ajudá-lo.


~Continua


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