A Filha Da Magia escrita por Annabel Lee


Capítulo 2
A Caçadora




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– Anna - falei um pouco assustada assim que saímos do aeroporto - você está segunrando um arco-e-flecha?

Minha madrinha franziu o cenho, depois olhou o arco em suas mãos e afirmou calma e distraída:

– Estou segurando um arco! As flechas estão na aljava.

– Anna, como assim? Você está carregando uma arma mortal pelas ruas e ninguém vê! E por quê está usando isso?

Eu respiro fundo reprimindo mais milhões de perguntas que eu sabia que viriam. O quê Anna estava pensando com essa maluquice?

Ela suspira.

– Escute, caçadora, eu não tenho sido muito sincera com você...

– Ah, jura? - perguntei, sarcástica - nem você, nem minha mãe pelo visto!

– Apenas me escute, Diana! Está na hora de você saber de tudo.

Tudo. Ficou claro naquele momento que elas me escondiam muito mais coisas. Anna sentou-se comigo na lanchonete.

– Começando por uma coisa um pouco desesperada no momento - ela diz - meu nome não é Anna.

Pisquei, sem conseguir acreditar. Ela me escondeu isso? Sua própria identidade?

– E qual é? - pergunto aborrecida.

– Ártemis - diz cuidadosa - sou a deusa que inspirou seu nome. Sou a deusa da caça.

Por um momento eu ri. Ri mesmo! Não consegui acreditar no que ela dizia. Era algo tão... impossível!

Ela me lançou um olhar duro.

– Esse arco que está em minhas mãos não faz parte de uma fantasia - afirma - os deuses gregos existem, criança! Eles são tão reais quanto eu e você.

– Um momento - eu digo - como assim eu e você? O que eu tenho com isso?

– Sua mãe - ela faz uma pausa respirando fundo - ela não é aquela doce mulher que neste momento está no Brasil. Ela é uma deusa, assim como eu. E você faz parte de tudo "isso".

Fico em silêncio. Ela parecia falar sério. Algumas coisas faziam sentido. Mas mesmo assim eram muito irreais.

– Vou te provar! - ela diz observando meu silêncio. Anna (ou Ártemis, tanto faz) abre a palma da mão e aparece um arco prateado nela, logo após uma lua miguante branca e depois um fogo prateado. Não fazia sentido, mas eu sabia que nenhum ser humano conseguiria fazer isso.

– São meus símbolos - explicou - meu arco de deusa da caça, minha lua de deusa da lua e o fogo mostrando que sou Olimpiana.

– Isso não pode ser real, dinda. Não pode.

– Mas é. E eu preciso te manter em segurança.

Chegamos em um ponto preocupante.

– Segurança do quê?

– Dos perigos do nosso mundo. Preciso te levar para um lugar onde você possa treinar, um lugar onde estaria segura - ela faz uma pausa - Eles pensam que o mundo é seguro novamente... Mas não, não chega nem perto.

Eu não sabia do que ela falava. Mas uma coisa eu sabia: a mitologia grega existia, junto de todos aqueles monstros.

– Por que você é minha madrinha, Ártemis? - pergunto.

– Um favor a sua mãe. Sua força vital enfraquecia. Algo que nem mesmo eu sei porquê, mas desconfio de umas coisas. Eu sou padroeira dos reçém-nascidos, e amiga dela, dei minha benção para te salvar... Você já nasceu muito fraca.

– E quem é minha mãe?

– Isso é algo que mais cedo ou mais tarde você terá de descobrir... Pela boca dela.


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