A Filha Da Magia escrita por Annabel Lee


Capítulo 17
"A mesma maldição, a mesma alma"


Notas iniciais do capítulo

Comenteeeeem!!



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Ártemis estava ali, a feição dura... Ainda olhando o espelho rachado como se fosse nos devorar a qualquer momento. Depois seus olhos se voltaram para mim, e seu rosto assumiu outra expressão. Pena.

- Você está bem, Caçadora? - ela pergunta.

Abro um sorriso.

- Sim... Está tudo bem.

- Venham - ela diz - trouxe carona.

Subimos na carruagem de Ártemis, nossos pégasos (extremamente cansados) nos seguiam logo atrás. Todos nós estávamos esgotados, a maioria caiu no sono. Menos eu. Fiquei observando Ártemis, depois o céu noturno, e depois olhava para o rosto adormecido de Percy.

- O que aconteceu lá, dinda? - pergunto.

Ela fica em silêncio.

- Eu sei que aconteceu alguma coisa, e sei que você viu. Aquela bola... ela sussurrou um nome no meu ouvido quando se quebrou, e depois sua fumaça entrou em mim. Por favor, dinda...

Ela demora a responder, olha para mim, triste. Ela suspira.

- Cassandra - ela diz - foi uma sacerdotisa do meu irmão gêmeo, Apolo. Ela tinha a maldição de ver o futuro. Não era como sua amiga, Rachel, que dita profecias. Cssandra era atormentada por visões e não tinha a mínima ideia do que fazer com a informação recebida...

Fico ouvindo ela com atenção, assustada demais para dizer qualquer coisa.

- Quando ela morreu, alguns feitiçeiros mortais aprisionaram seu espírito numa bola de cristal, para ele jamais ser libertado... e jamais penetrar uma alma mortal.

Ela olha para mim.

- Mas, eu não sou totalmente mortal! - digo.

- Você pode morrer... Portanto é, sim, mortal! Agora que você usou a bola... O espírito de Cassandra está dentro de você. A mesma maldição, a mesma alma.

- O que eu faço? - lágrimas de medo escorrem pelos meus olhos.

Ártemis acaricia minha bochecha.

- Não há nada a ser feito, Caçadora!

Eu abraço ela, e choro em seu ombro. Soluçando. Nunca serei forte o suficiente para aguentar ver coisas e não entendê-las... Ver coisas e dar ataques como uma louca na praça para que alguém tente entender.

Acho que adormeci. Pois, após algum tempinho, Ártemis me balançou de leve. Eu ainda estava no colo dela, como acontecia quando eu tinha 7 anos e tinha algum sonho ruim. Eu chorava e Ártemis deixava que eu ficasse em seu colo, até adormecer novamente.

- Chegamos no Acampamento, Caçadora!

A carruagem de Ártemis estava parada na Colina Meio-Sangue. Algumas jovens pareciam espera-la. Vestiam-se de prateado, todas com arcos. Saímos todos da carruagem.

Uma das garotas se aproximou. Ela tinha o visual meio punk, meio gótico... Com mechas azuis e verdes no cabelo e vários braceletes no pulso. O arco parecia quase abandonado em suas costas, pois segurava uma lança.

Ela sorriu. E correu para abraçar Percy. Mais uma?

- Cara de Pinheiro! - ele disse rindo.

- Ei, Cabeça de Alga! - ela comentou dando um soquinho nos ombros dele.

- Oi, Thalia - disse Rachel - esta é Diana Levine e este Leo Valdez.

"Os novatos", pensei. Thalia virou-se para mim e para Leo.

- Oi - digo apertando as mãos dela.

- Olá... - ele franzi o cenho ao olhar meu rosto e se vira para Ártemis - ela vai se juntar à Caçada?

- Não - responde Ártemis.

Isso faz Thalia franzir mais ainda o cenho.

- Mas ela tem sua ben...

- Conversamos sobre isso mais tarde!

- Sim, minha Senhora.

Ela se vira para cumprimentar Leo, que parecia encantado com ela.

- Você é linda! - diz.

- Não posso namorar - ela responde secamente se virando para as outras garotas.

- Diana - diz Ártemis - essas são as Caçadoras, minhas companheiras de caça!

Dou um aceno para elas, mas elas continuam me olhando com olhos tortos.

- Bom - diz Rachel - melhor voltarmos!

Descemos para o Acampamento sem a companhia de Ártemis e as Caçadoras. Quíron estava sentado numa cadeira de rodas, com pernas humanas (o que me assustou bastante) jogando baralho com Dionísio.

Nós quatro nos aproximamos.

- Sr. D. - digo - Quíron.

Eles se viram. A expressão de Quíron se ilumina, mas o Sr. D revira os olhos e bebe um gole da sua garrafa de vinho.

- Então vocês voltaram - diz o Sr. D - onde está a bola?

- Pois é, Sr. D - digo sem graça - precisamos conversar sobre isso.


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