A Filha Da Magia escrita por Annabel Lee


Capítulo 16
Uso a Bola




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Eu não sabia como faria para "ativar" a coisa. Então eu simplesmente olhei para ela. Explorei a intensidade do cristal, da coloração branca leitosa, quase prateada. Cada vez mais dentro dela, cada vez mais fundo.

E comecei a ver imagens. A primeira foi de todos no Acampamento. Quíron e os campistas... Semideuses, sátiros, ninfas. Todos usavam armaduras de guerra. Pude ver 12 adultos ao lado de Quíron, como se estivessem na liderança. Não precisei ser um gênio para reconhcer os deuses. Minha mãe estava no canto, ao lado de um homem com capa preta e de uma mulher vestida toda de vermelho, com um colar cujo o pingente era um olho humano.

Do outro lado da arena havia um exército de enormes gigantes, junto de milhões de outros montros (alguns eu conhecia, e outros eram tão antigos que nem o mais experiente meio-sangue reconheceria).

Na frente de todos eles haviam quatro adultos. Seus trajes eram estranhos: um vestia uma túnica grega feita de água. Sem exagero! Pude ver a espuma e as ondas, Pontos...

O outro tinha uma túnica azul, com nuvens e esbanjava poder, muito poder. Uranos... Gaia eu já havia reconhecido, com seu vestido de terra seca.

Mas foi o quarto quem mais me assustava. Seu olhar era negro e vazio, não possuía olhos, e mesmo assim tinha um olhar penetrante. Se vestia de sombras, e escorria sangue da sua boca. Sorria de forma sádica e sinistra. Não demorei 5 segundos para reconhecer Tártaro, o espírito do abismo.

Todos se preparavam para a batalha. Gelei só de pensar naqueles 4, que pareciam tão inocentes triturando toda minha família. Então eles ficam maiores e começaram a brilhar. E, por fim, eu assisto todos os semideuses e sátiros firarem cinzas...

Dou um grito, e deixo a bola de cirstal cair no chão.

- NÃO - ouvir Samantha Clarke gritar puxou uma parte de minha consciência de volta à realidade - SUA TOLA!

A bola de cristal se quebrou aos meus pés.

Todos na sala se silenciaram. Uma fumaça branca começou a dançar e sair de dentro dos cacos de cristal. A fumaça se aproximou de mim, e antes de penetrar minha pele, ouvi um sussurro. Um nome.

Cassandra.

Então tudo ficou preto.

Acordei num lugar escuro, num canto entre duas colunas enormes. Eu via fogo. Alguém me amparava, me abraçava implorando para que eu acordasse.

- Percy? - sussurro com dificuldade.

- Oi - ele diz, o alívio estampado no rosto.

- O que está acontecendo?

Pude ver cobras no salão principal, e luzes negras.

- Samantha se soltou quando aquela bola quebrou. Leo e Rachel estão lutando com ela.

Me levantei num salto, mas logo fiquei tonta.

- Temos que ajudá-los.

- Di...

Ouvi um grito agudo e assustado. Rachel.

Corri para dentro das chamas. A flecha pronta. Samantha ria. Leo tentava acerta-la com o machado, sem sucesso. Duas cobras se juntaram a uma Rachel caída no chão e entraram dentro dela. Samantha colocou o pé no rosto de Rachel.

- Oi, Pítia - ela disse com nojo - você sabe o que vai acontecer agora não sabe? Aposto que sim.

Samantha ergueu sua adaga azul, mas não teve tempo de apunhala-la, pois havia uma flecha em suas costas em poucos segundos.

Samantha Clarke caiu morta.

O fogo apagou-se.

- Você está bem? - pergunto a Leo.

Ele consegue sorrir, aparentemente cansado.

- Melhor impossível!

Me abaixo ao lado de Rachel, Percy se aproxima de mim.

- Ela vai ficar bem? - pergunto entre lágrimas.

- É claro que vai - ele diz - é a Rachel!

Vejo um pequeno sorriso se abrir no rosto de minha amiga. Então uma voz ao meu lado destrói seu sorriso.

- E então, bruxa maldita, o que você viu?

O espelho estava ao meu lado, Gaia no reflexo dele.

- Acha mesmo que eu vou te contar?

Ela sorri.

- Não preciso pedir mais. Sabe o que posso fazer... e se eu repetir o ocorrido com seu pai... Em outra pessoa?

Ela vira o rosto adormecido na direção de Percy.

- Eu sou invencível - disse Percy - carrego a Maldição de Aquiles.

- Acha mesmo que não posso te matar se quisesse, Filho de Poseidon?

Pude ver medo em seus olhos.

- Agora - ela se volta para mim - se você não me contar, uma hora irá fazê-lo. Está amaldiçoada, querida... Assim como sua amiguinha ruiva! O espírito de uma vidente está dentro de você! Jamais ficará em paz novamente.

Então o mais improvável aconteceu, uma flecha prateada atravessou o espelho, quebrando-o. Então me viro e encaro um rosto conhecido.

- Dinda!


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