Somos Tão Jovens escrita por Luna Yasmin


Capítulo 2
Superficial


Notas iniciais do capítulo

Por favor, deixe sua opinião de como está o andamento da história. =]



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/306795/chapter/2

- Menina, você tá achando o que? Quem manda aqui sou eu, e me obedece Mari, vai pro seu quarto.

- Olha aqui, primeiro que você não manda em nada, você não bota dinheiro nessa casa, você só atrapalha. Só quem manda é o meu pai, é ele quem te sustenta. Então fica quieta, porque a Mari vai brincar onde ela quiser.

- Você quer que eu te bata garota? Aprende a respeitar os mais velhos! Eu mando nisso aqui sim, você é mais nova, você tem que me obedecer, e ela também! Eu vou é te dar um tapa se você continuar. – levantou e estava prestes a me bater.

- Vem, dá. Quero ver se em alguma coisa na tua vida de merda você é mulher. Você não é nada, cala sua boca pra falar nessa casa! Eu só não vou continuar porque é aniversário da Mari, e eu quero ver se você vai ter coragem de mandar ela pro quarto. Pago pra ver. – peguei minha mochila, fui para o quarto e me tranquei.

Retirei o celular da mochila e disquei o número de Fernanda, chamando-a para ir ao shopping comigo e comprar alguma coisa para a Mari de aniversário. Tomei um banho, troquei de roupa e me arrumei rapidamente. Eu tinha um cartão de crédito que era específico para adolescentes, MasterCard Teen, o que me ajudava muito. Enquanto eu saía do meu quarto com tudo pronto, avistei Mari ainda na mesa de jantar brincando, e Cínthia não havia feito nada. Ainda bem. Fui até Maria, dei tchau para ela e prometi que eu voltaria rápido. Cínthia estava dormindo na sala, então não pôde brigar. Fui até o shopping mais próximo, que era bem perto dali, e Fernanda já estava lá me esperando.

- Oi. E aí, o que eu escolho para ela? Ela já tem tudo e tá cheia de bonecas. – expliquei.

- Ah, no shopping tem várias coisas. Compra um monte para ela, ela vai ficar feliz.

- É, pode ser.

Na primeira loja que eu entrei vi algumas roupas, também comprei umas para mim. Depois uns brinquedos criativos, alguns livros infantis bastante divertidos, e outras coisas bobas. Já estava bom, eu andei a tarde inteira procurando aquilo. E com certeza não cumpri com o prometido que era voltar cedo para casa. Já passava de 17h00min e eu ainda estava no shopping.

- Tenho que ir, beijo Fê. – me despedi e comecei a voltar para casa. Era loucura uma garota da minha idade com sacolas de compras e sozinha no meio da rua, mas não importava. Outras pessoas não fariam isso, porém eu tinha dois motivos para não ligar: Eu morava em um bairro que não havia muita violência, e eu sempre fui louca mesmo. Ao chegar em casa, aconteceu só o que eu já esperava.

- Onde você foi? Ficou doida? Não pode sair assim de casa garota, ainda é menor de idade! – Cínthia gritava comigo.

- Aqui, eu vou onde eu quiser. Você não manda em mim não. – me dirigi para Mari, que estava no meio da sala de estar, e ao mesmo tempo Cínthia começava a discar um número em seu celular. Provavelmente ligava para o meu pai, e contaria que eu saí de casa sem sua permissão, aquela conversa toda.

- Olha Mari, as coisas que eu trouxe para você. – coloquei as sacolas no chão fui lhe mostrando tudo pouco a pouco. Ela, aparentemente, havia adorado os presentes. E ficou ali se divertindo.

- Ai, seu pai não atende. Quando ele chegar você vai ver. – ameçou Cínthia. Nada iria acontecer, eu tinha tanta certeza porque meu pai sempre chegava cansado e não queria ouvir ninguém. Então eu nem a respondi.

No dia seguinte, a diretora havia me chamado em sua sala para conversar comigo. Ela queria saber por que eu menti o motivo do qual Otávio me mandara ali.

- Então, senhorita Julia, você já tem uma suspensão. Não admitimos o seu tipo de comportamento, o que você fez é inaceitável. E eu tenho uma curiosidade, onde você ficou durante o resto da segunda aula?

- No banheiro. – assumi.

- Ainda matou aula. Me desculpe, mas eu vou ter que mandar um bilhete para os seus responsáveis. E se você não aparecer com ele assinado amanhã, vai levar mais uma suspensão. – eu não poderia mostrá-lo para o meu pai, já que ele chega muito tarde em casa. E também não poderia mostrar para minha tia, ia ser um inferno. Eu preferia levar mais uma suspensão, melhor do que as outras duas opções. - Ah, que seja. Eu levo esse negócio pra casa. – menti, pegando o tal papel antes que ela me entregasse. Me levantei, saí da secretaria, em seguida rasgando o bilhete e jogando dentro do lixo. Sem que eu visse, passei por Bruno, que me parou e como de costume começou a falar.

- Ei! Julia, eu tenho uma dúvida.

- A mesma de sempre? – ficar comigo.

- Não, quase essa. Por que você é tão bonita, tipo, a gostosa da escola e não fica com menino nenhum mesmo assim?

- Eu sou é? Bom, é porque não tem nenhum aqui que realmente me interesse. Só isso. – esclareci.

- Mas nem eu te interesso? – Bruno era um garoto bobo, brincava com as garotas mais feias, e simplesmente era meu amigo porque me achava bonita.

- Não, nem você. – mentir não era bem o que eu gostava de fazer, e ainda mais nesse caso. Se eu tentasse ser carinhosa demais em minha frase, dando alguma desculpa por não ficar com ele, suas esperanças poderiam acabar aumentando. E a verdade era que eu realmente não queria ficar com ninguém.

Notei em sua expressão, que Bruno não havia ficado nada satisfeito com minha resposta, mas aquilo não me era importante. Segui para a sala de aula e já estava pronta para mais uma manhã entediante.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Somos Tão Jovens" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.