Capítulo O2 - How can I find it? - Como posso encontrá-la?

Quem iria me atormentar agora?

A porta se abriu e entrou Melissa, nova namorada-ficante-que-eu-odeio-e-que-só-quer-pegação de papai. Melissa se faz de amável e madrasta perfeita, o que não é. Ela rouba a atenção de papai e sempre me compara com Megan. Odeio ela!

– Luna...desça, Amelia irá servir a janta. - Ela me falou calma, como sempre. Amelia é minha/nossa empregada.

– Não tô com fome. - Eu respondi. O que não era mentira de todo.

– Luna...- Melissa falou meu nome e fechou a porta. Se dirigiu a mim e se sentou na beira de minha cama. - Eu sei que é complicado, mas...

– Não. Você não sabe. - Eu respondi olhando ela. - Saia.

– Luna... querida...- Eu interrompi o começo de seu discurso.

– Cala a boca! Saia daqui! - Eu gritei me levantando e apontando pra porta. Eu não gosto dessa mulher.

– Luna, você tem que ultrapassar! - Melissa gritou de volta, se levantando. - Porque não faz como Megan e ultrapassa?

– Ultrapassar, significa esquecer e eu não quero esquecer minha mãe! - Eu gritei. - Você pensa que está aqui pra substituir ela, mas não está!

Melissa me olhou chocada. Não era de admiração, pois sempre a trato mal. Minha mãe nunca será substituída por alguém. Nunca.

Melissa se dirigiu á porta e quando ia sair me olhou.

– Quem era aquele garoto, que veio trazer você? - Melissa perguntou sorrindo.

– Não é da sua conta! - Eu respondi e ela continuou me olhando e depois riu de novo. - Saia de meu quarto!

Eu pedi e ela finalmente saiu.

Me atirei pra minha cama, agarrei minha almofada e gritei. Gritei e descontei minha raiva. Queria que meus gritos entrassem nos ouvidos de Melissa e colocassem ela surda. Mas isso não irá acontecer, pois meus gritous estão sendo abafados pela almofada.

(...)

Se passaram exatamente duas horas e eu continuo em meu quarto, olhando o nada e pensando. Pensando eu Kyle, na mamãe e ...em Derek. Porquê? Não me pergunte. Nem eu mesma sei responder isso.

Bateram na porta, de novo e eu fiquei calada. Talvez, eu ganhei sorte e a pessoa que está batendo pense que eu não tou aqui. Me enganei. A pessoa continua batendo e batendo. Me levantei e abri a porta.

Melissa. Que essa vadia quer de novo?

Revirei meus olhos e me atirei pra minha cama de novo, ignorando ela.

– Luna, vista algo e desça pra janta. O jantar com a família de Kyle é mais cedo. É agora.

Ela falou e eu arregalei meus olhos. Como é?

– Mas vocês, - me referia a ela e papai - já jantaram né? - Perguntei. Assim, agente teria de adiar a janta.

– Não. Você se recusou a comer, seu pai saiu não sei pra onde e eu acabei nem comendo. - Melissa me falou.

– Ok. - Respondi simples olhando a tv.

– Se vista, eles estão chegando! - Ela me aconselhou, falando alto demais.

– Eu não vou, tá? - Respondi sorrindo amarelo.

– Luna você tem que ir! - Ela me falou.

– Droga! Eu já falei que não vou! - Eu gritei olhando ela.

Melissa respirou fundo e colocou a mão na cintura, como ela faz sempre que fica brava.

– Como queira. Pode ficar nesse quarto, bancando da menina mimada e rude que você é, ou pode ir nessa droga de jantar, se portar como uma garota civilizada e depois volta pra esse droga de quarto, pra sua droga de vida e trata todos como lixo de novo. - Melissa gritou e saiu do meu quarto brava.

Melissa quando está brava, e está falando solta um monte de "droga" pela frase fora.

Então, ela me chamou de mimada e rude? Essa vadia.

Já falei que odeio ela? Odeio mesmo!

Odeio ela, odeio papai, odeio Megan, odeio todo o mundo.

Megan é minha irmã mais velha. Ela é modelo profissinal nos Estados Unidos e se faz de superior por isso. Odeio ela, também.

Mas, eu vou mostrar pra todos eles, que eu sou superior. Vou mostrar pra Melissa quem é mimada e rude.

Me vesti e arranjei meu cabelo, assim como minha maquiagem.

Ao fim de meia hora, estava pronta.

Desci as escadas longas e olhei a mesa. Estava lá, pai de Kyle e a mãe, papai e Melissa.

Me dirigi pra mesa e a mãe de Kyle foi a primeira a me notar.

– Luna! Continua bonita! - Ela disse e se levantou, me vindo abraçar.

– Obrigada, a senhora também tá muito bem. - Eu respondi.

– Ah, você sabe...a idade já pesa. - Ela me respondeu.

Sorri fraco em resposta e me fui sentar. Observei o prato, os talheres e até a mesa, pra passar o tempo. Estava um silêncio mortal na mesa, e isso incomodava, bastante.

O pai de Kyle, nem dirigiu a palavra a mim. Ele sempre preferiu Megan, e falava "Kyle, Megan é a garota ideal pra você.".

No fundo da sala, por trás de mim, alguém tossiu. Curiosa, olhei vendo uma imagem que me surpreendeu e não surpreendeu.

Kyle e Megan de mãos dadas. Compromisso. Essa janta se trata de assumir o compromisso.

Todos se lavantaram, indo em direção a Megan, cumprimentar ela e perguntar como correu sua viagem. Eu me levantei, como os outros, mas permaneci em meu lugar, apenas observando eles.

Kyle deixou Megan falando com eles e veio até mim.

– Luna, você está...diferente. Está mais bonita. - Ele me falou.

– Você também. - Me referia ao diferente.– Sua vista piorou, assim como seu gosto.

Kyle riu desconfortável e me olhou durante poucos segundos.

– Você amadureceu. - Ele me falou e eu olhei ele.

– Hein? - Eu perguntei não percebendo.

– Ué, já não usa aquela pulseira idiota que era de sua mãe. - Ele me falou. - Sabe, aquela que você falava que protegia você.

Olhei meu pulsou e choquei.

Onde está minha pulseira?

– Gente, vamos começar a janta. - Meu pai falou e todos se sentaram pra comer.

Eu mal toquei em minha comida. Estava bem desconfortável.

Mas, não era só eu.

Megan estava falando com Melissa, papai, pai de Kyle e sua mãe, em uma conversa de grupo. Mas Kyle, se fingia interessar, quando estava bem aborrecido.

Megan passava a mão, debaixo da mesa, pela perna de Kyle, discretamente. Não o suficiente, pois eu notei. Vadia, odeio ela!

Ainda nem acredito que ela e Kyle, estão...juntos.

Pulseira, pulseira, pulseira, pulseira, pulseira.

Mamãe. Mamãe. Mamãe.

Minha cabeça repetia imensas vezes, me fazendo ficar mais desconfortável ainda.

Me levantei e subi as escadas, demasiado rápido pra receber perguntas.

Onde eu coloquei ela? Onde eu deixei ela?

– Flashback On -

Derek me colocou na parte de trás da moto e me pus um capacete. Coloquei a pulseira de minha mãe em uma caixa que havia na moto para o risco de não perder ela durante a viagem.

– Flashback Off -

Minha pulseira está com Derek!

Me senti aliviada e preocupada, no mesmo instante. Peguei meu casaco e desci rapidamente as escadas.

– Luna! Aonde você vai? - Meu pai perguntou.

– Vou sair. - Eu respondi curta e simples.

– Mas, aonde? - Ele perguntou.

– Vou me encontrar com uma pessoa. - Eu respondi.

– Não você não vai. - Ele disse e se voltou pra mesa.

– Eu vou sim. E droga pro que você irá fazer. - Respondi brava e abri a porta. Coloquei um cachecol e saí.

Meu jardim estava coberto de neve, mas não estava nevando agora.

Alguém segurou meu braço. Kyle.

– Eu vou com você. - Ele disse. - Eu sei que essa pulseira é importante.

– Não, você não vai. - Eu falei olhando ele.

– Luna, é importante pra você... - Eu interrompi ele.

– É, mas você não é. - Eu disse e ele levantou suas sobrancelhas. - Você já não faz parte de minha vida.

Me dirigi á saída e ele me chamou de novo, mas eu ignorei.

Não me iria preocupar com Kyle. Tinha algo bem pior pra me preocupar.

Como irei achar Derek?