Coloquei todas as roupas nas malas e tudo que vou precisar na escola, está tudo pronto.

No dia seguinte, toda minha família vai me deixar na escola de carro, e é lógico que já estou caracterizada de garoto, está superestranho.

-Oh, filha vamos sentir sua falta.

-Nas férias de dezembro agente se encontra de novo, mãe! Tchau Licy, tchau pai, tchau mãe. -Despeço-me de todos.

 A escola tem portões de grades enormes de ferro pontiagudos, eu fico olhando impressionada com o estilo rústico e é parecidíssima com um castelo, achei muito lindo.

Não falei antes, mas já que a escola é integral, a cada grupo de quatro alunos, existem quartos para que possam ficar morando. Acho superlegal, tomara que os garotos que estão no quanto onde estou sejam gatinhos.

Estou ainda de frente ao grandioso portão, de repente abri, logo dou meu primeiro passo entrando, os carregadores levam minhas malas para o quarto que ainda não sei onde é, mas no papel que chegou do correio na minha casa, tem tudo dizendo, está comigo agora em minhas mãos.

Ainda não começou as aulas, têm muitos garotos coversando um com o outro, mas no meio de tanta multidão, vejo um rapaz vindo distante em minha direção, seu olhar me iluminada e são verdes, todos abrem caminho para ele passar, e estou de boca aberta quase babando, seu andar e bem leve e lento que parece desfilar, seu sorriso de canto me fascina. O vento passa sobre sua face, os raios solares está refletindo nele que parece estar brilhando, e eu só a observar aquilo. 

Só para você terem a noção dessa cena, a música de fundo para este momento, séria (“eu não sei parar de te olhar” da Ana Carolina), mas a versão original em inglês é melhor.

Eu ainda estou olhando para ele, ainda bem que não percebe, parece que tudo em minha volta ficou embaçado e só ele está visível para mim em câmera lenta. De repente alguém soca forte meu ombro.

-Au!

-Oi cara, tudo bom? Estou vendo que você é novo aqui.  

Meu ombro dói.

-Opa, desculpa, eu soquei seu ombro forte de mais?

-Não, cara. Não foi nada não.

-Ah, tudo bem, como você se chama?

-Me chamo Lic.. Opa! me chama Leonardo.

Por um triz revelo meu real nome.

-Vim de uma cidade vizinha, me mudei agora.

-Ah, legal espero que goste de estudar aqui. Chamo-me Nill, estou fazendo o segundo ano nessa escola chata.

Nill, é loiro, tem olhos bem azuis, sua pele muito branca, eu acho que ele é Irlandês.

-Oba, até agora ninguém desconfiou, que sou mulher. –Penso.

-Cara, você vai ficar em qual classe?

Olho no papel informativo que está em minhas mãos.

-Eu não entendo bem o que está escrito aqui.

-Me deixa ver?

Nill toma o papel de minhas mãos, o acho muito fofinho com as bochecha rosadinhas.

-Ah, você vai ficar na minha classe, fica no quinto andar. Olha só te avisando aqui não tem elevador, eles mantém o castelo com as mesmas estruturas iguais á 200 anos atrás, mas não se preocupe as escadas ainda vão durar por muito tempo.