Unbreakable escrita por Caeruleae Ignis


Capítulo 11
Capítulo 11 - Sexxx Dreams


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Leiam sozinhos.

(E não me matem.)

Em homenagem ao novo disco da Gaga, o capítulo terá como nome a minha música predileta dele. Segue o link no corpo da história.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/306459/chapter/11

Aqui.

Carmen passou manteiga em um pedaço de pão e o levou ao forno elétrico. Avisou Sherlock de em quanto tempo a torrada ficaria pronta e caminhou até seu banheiro, trancando a porta. Tomou um banho rápido e vestiu um vestido vermelho curtíssimo junto com uma jaqueta de couro. Seu longo cabelo ruivo tinha acordado de bom humor, e ao invés das ondas, formava um liso estranhamente impecável. Passou uma escova no cabelo para desfazer alguns nós e saiu do banheiro vinte minutos depois.

Caminhando até a sala, viu Sherlock já pronto, aguardando Carmen sentado, com um livro sobre o colo.

– Finalmente. Podemos ir? Molly ligou do necrotério e disse que a autópsia de Francesca Harry ficou pronta.

– Certo.

A garota caminhou até a porta da sala e pescou sua clutch, junto com Sherlock, que vestiu o sobretudo e fitou Carmen de cima à baixo, rodopiando os olhos com a roupa da garota.

– Qual é a necessidade de ficar se exibindo, Carmine?

– Qual é a necessidade de ser um bundão, Sherlock? - a menina desceu as escadas e abriu a porta, esperando Sherlock na calçada. Ela ergueu o braço direito ao ver um táxi passando e o mesmo parou alguns metros de distância da garota. Sherlock ultrapassou-a e abriu a porta primeiramente e deslizou para o outro lado, dando espaço à garota.

– St. Barts, por favor. - o homem vociferou e Carmen cruzou os joelhos, tamborilando os dedos na bolsa. - Carmen.

– Fala.

– Quem era Francesca Harry?

– Minha tia.

– Tá, mas como você deduziu que ela possuia uma relação com alguém da própria família?

– Porque eu já sabia. É com o marido de outra tia minha. Ele se chama Paul e morreu algumas semanas atrás. Ataque cardíaco. E você, tem alguma ideia do próximo assassinato?

– Provavelmente alguém obeso, como você disse. Toda a sua família tem laços políticos, Carmen?

– A maior parte.

– Então temos um obeso, político, com raízes italianas. Ótimo, temos um quarto de todo o Parlamento.

Carmen não evitou rir do comentário de Sherlock, que a acompanhou com sua risada grave. A menina nunca tinha visto o homem rir, e o fitou por um par de segundos antes de retornar aos próprios devaneios.

– Chegamos.

Sherlock desceu do táxi e puxou Carmen consigo até a entrada do hospital. A menina conseguiu se desvencilhar ao chegar na porta do necrotério, e ambos entraram no lugar cambalentes, assustando Molly Hooper.

– Ah, Carmen, Sherlock. Vocês estão aqui.

– Então, Molly. O que temos?

A legista se aproximou da segunda gaveta da última coluna e a abriu, revelando um corpo feminino coberto por um saco preto. Molly o abriu e revelou uma Francesca Harry nas últimas. Carmen e Sherlock vestiram luvas e a primeira tocou os lábios costurados da vítima e analisou suas fendas oculares vazias.

– Causa mortis, Molly?

– A extração do coração, mas ela também sangrou até a morte por causa das palavras escritas em seu abdome. Achei o mesmo rastro do óleo encontrado no outro corpo.

– A mesma arma foi utilizada novamente. - Sherlock constatou.

Carmen percorreu o olhar por toda a extensão do corpo de Francesca e ao chegar no ponto mais desagradável - sua vulva - fitou um pequeno fiapo protuberante à sua saída. Ela fisgou uma pinça da mão de Sherlock e se aproximou do órgão da tia, retirando de lá um pergaminho enrolado, idêntico ao encontrado dentro da cabeça da boneca de porcelana da menina.

Sherlock arqueou uma sobrancelha, fitando a expressão enojada de Carmen.

– Por favor, Carmen. Você lida com corpos e está com medo de uma vagina de uma morta?

Ela dirigiu um olhar fulminante a Sherlock e se aproximou de uma mesa, e com outra pinça, abriu o pergaminho.

"COMO VOCÊ SE SENTE OBSERVANDO A VAGINA DA SUA TIA, CARMEN?"

A menina gelou com a mensagem e Sherlock observou a sua reação.

– O assassino te conhece.


Carmen foi arrastada novamente para a saída do hospital, e dessa vez não relutou. Não conseguia andar e a mente tinha congelado. Adentraram um outro táxi e foram até a Scotland Yard, em uma viagem de cinco minutos após a gritaria de Sherlock que assustou o taxista.

Chegando no edifício da NSY, Carmen já tinha contido o tremor nas pernas, que se moveram para suas mãos e a palidez de seu rosto era nitidamente perceptível. Alcançaram o andar de Lestrade e o detetive teve de interromper uma reunião ao ser chamada pela secretária, que informava que "existia uma emergência envolvendo um homem alto e uma menina ruiva". Greg pensou no pior e voou para fora da sala, caminhando até seu próprio escritório, fitando uma Carmen catatônica e um Sherlock nervoso.

– Finalmente, Lestrade!

– Eu estava no meio de uma reunião! O que houve?

– Descobrimos uma nota dentro do corpo de Francesca Harry, ahem, e o assassino conhece ela.

Sherlock apontou com o olhar Carmen, sentada em uma cadeira, com as mãos trêmulas e o rosto pálido.

– Meu Deus, Carmen, você está bem?

– O que você acha, Gregory?

Ele engoliu em seco ao escutar Carmen chamá-lo pelo primeiro nome completo. Mandou a secretária trazer um copo de água com açúcar e após alguns minutos, os envolvidos na solução do caso estavam no escritório de Lestrade, e entre eles, Donovan e Anderson, o que tirou Sherlock do sério. Os detetives e policiais foram instruídos a fazer uma pesquisa entre os conhecidos da segunda vítima e um pedido para um mandado de segurança foi criado.


Arrastada para o 221b por Sherlock, Carmen tinha melhorado e agora o medo tinha se transformado em raiva, e ao mesmo tempo, insegurança. Descendo do táxi, fitou sobre o tapete da porta de casa, um gatinho negro com as patas quebradas e decepadas do tronco, e a cabeça virada para o lado errado. Era Karkat.

Carmen sentiu as lágrimas escorrerem pelo rosto e caiu de joelhos ao lado do animal de estimação morto com tamanha crueldade que a garota não conseguia processar. Quem seria tão cruel ao ponto de matá-lo?

Sherlock fitou a garota chorar e permaneceu imóvel, observando o corpo do bicho.

– Sherlock, vá pegar um saco de plástico.

Carmen recolheu os restos de Karkat e aos prantos, jogou-se sobre sua cama, soluçando. Chorou por um par de horas até pegar no sono. Sherlock se aproximou da menina e retirou seus sapatos, posicionando os peep-toes na beira da cama. Fechou a porta e caminhou para a sala, voltando sua atenção ao caso.

Era aproximadamente sete da noite quando Carmen escutou vozes da sala e despertou, percebendo passos pelo corredor. Ergueu-se da cama com rapidez e abriu sua porta, saindo do quarto. Sua porta estava entreaberta. Fitou uma sombra no fim do hall, que se virou e fitou a menina. Ela abaixou a saia ligeiramente arqueada, com os olhos pesados.

– Oh, perdão, Carmen. - escutou a voz de Mycroft reverberar pelo âmbito e arregalou os olhos, tentando fazer os mesmos voltarem ao normal.

– Ah, oi, Mycroft.

– Eu fui falar com você, mas estava dormindo. Bem, até mais.

– Tchau... - ela acenou com a mão e ele com o olhar, saindo do corredor. Não evitou percorrer o olhar pelo corpo amarrotado de Carmen com uma pequena fagulha nos olhos antes de se retirar, o que atiçou a menina. O que raios ele fazia no meu quarto?

Desfez de seus devaneios e caminhou para a sala, coçando a cabeça.

– De volta ao mundo dos vivos, então?

Carmen rodopiou os olhos e percorreu a distância entre seu ponto original e o sofá, com passos pesados e lentos. Sentiu o peso da perda de seu gatinho e viu Sherlock à sua frente como um alicerce, abraçando-o sem pensar duas vezes, voltando a chorar.

Ambos permaneceram em silêncio, quebrado apenas pelos soluços de Carmen. Ela se esforçava para colocar sua cabeça sobre seu ombro, na ponta dos pés. Sherlock tentou consolar a garota posicionando a mão sobre suas escápulas, passando a mão pelo longo cabelo de Carmen. Depois de longos dois minutos para o homem, abruptamente, Carmen dirigiu-se à dispensa e sacou uma garrafa de vinho escondida, após revirar a pequena cabine. Voltou ao sofá e sentou-se no chão, apoiando suas costas no estofado. Pegou uma taça para si e abriu a garrafa, servindo o copo praticamente inteiro. Virou-o na boca em um rápido gole, e quando ia servir novamente, sentiu Sherlock retirar os dois objetos de sua mão e se sentar ao seu lado. Desabotoou o colarinho, deixando a gola arqueada, fitando Carmen.

– Acalme-se.

Ela soluçou.

– Desculpa. É que a minha vida anda uma merda ambulante que...

– Você não tem que se desculpar.

– Eu ando tão estressada depois de ser expulsa de casa. Não é a primeira vez que uma bosta colossal acontece na minha vida, eu estou cansada disso.

– Como assim?

– Bem, já que vamos ter essa sessão descarrego... quando eu tinha quinze anos, fui para uma escola nova onde fiz escolhas erradas e comecei a andar com as pessoas erradas. Depois de sete meses sem dormir em casa direito, meu pai descobriu meu vício em heroína e bebida. Fui internada em uma clínica durante um ano e depois disso, ninguém me olhou com os mesmos olhos. Fui perseguida nessa escola depois de ter feito outra besteira e me mudei. Não me acostumei com novos rostos e acabei tentando me suicidar.

Carmen retirou as pulseiras que usava e mostrou as enormes cicatrizes nos seus punhos, com algumas queloides.

– Virei um estorno na vida do meu pai, fui a culpa do divórcio do segundo casamento dele, meu irmão se distanciou... aí ele descobriu que eu voltei a fumar e me expulsou de vez de casa. Aí eu conheci você.

Sherlock serviu metade da taça de vinho e bebericou um pouco antes de entregá-la a Carmen, que fez o mesmo. Ele suspirou e refletiu durante um quieto minuto entre os dois. Pegou novamente a taça das mãos de Carmen e a virou na boca.

– Por mais que não pareça, também tenho meus problemas. Eu fui viciado em cocaína por muito tempo, foi assim que conheci Lestrade. Meu irmão também não facilita as coisas e continua me importunando, desde pequeno.

– Eu nunca entendi por que vocês se odeiam tanto.

– É ridículo. Meus pais mimavam o filho mais velho e eu fui esquecido. Fiz o mesmo que você, me tornei um estorvo na vida da minha famíla. Meu irmão culpa a morte do meu pai desde sempre e minha mãe é eternamente magoada pelas coisas pelas quais nós brigávamos e ainda brigamos. As ceias de Natal eram infernais.

Ambos riram. Continuaram a conversar até finalizarem juntos a garrafa de vinho, o que aconteceu por volta das duas da manhã. Ambos se levantaram e caminharam para seus quartos. No começo do corredor, se despediram.



Carmen foi interceptada por Sherlock ao ser segurada pela cintura e jogada contra a parede, e foi pressionada pelo corpo do homem.

– Estamos bêbados, Sherlock...

Ela foi interrompida pelos lábios do homem que se selaram aos seus, iniciando um beijo desesperado. Os lábios de Sherlock eram amargos, e encontraram os de Carmen com certa sede. O rapaz percorreu suas mãos pela cintura de Carmen até encontrar seus glúteos, apertando-os com força, erguendo a menina pelas suas coxas. Sherlock caminhou com Carmen em seu colo enquanto se beijavam para o quarto da garota, e a menina friccionava seu quadril contra o do parceiro. No percurso, ele retirou o sapato direito junto com a meia, colocando a garota sobre sua coxa.

Jogou-a sobre a cama e retirou o outro sapato, desabotoando a camiseta ao puxar seus botões todos de uma vez, exibindo o peitoral ligeiramente definido, branco como uma folha. Avançou contra a mulher, sedento, voltando a beijar seus lábios. Adentrou a ponta de seus dedos por dentro de seu decote e rasgou seu vestido, fazendo os fartos seios de Carmen explodirem para fora da vestimenta, mostrando o delineado corpo da garota.

Um pequeno exclamar de surpresa foi arrancado de Carmen quando Sherlock rasgou seu vestido, que engoliu o mamilo direito da parceira enquanto percorria seu abdome com a mão fria até arrancar sua calcinha com outro puxão bruto. Em uma trilha de chupões até o extremo do corpo da garota, Sherlock adentrou a menina com um movimento sutil de sua língua, fitando-a dentro de seus olhos, fazendo Carmen contrair seu ventre. Brincou com o interior da parceira até a menina quase perder o controle, colocando-se de joelhos sobre a cama, retirando a calça.

Carmen fitava Sherlock enquanto mordiscava o lábio, e se aproximou do parceiro, ajudando-o a retirar a vestimenta interior, apalpando o homem com um baforar de prazer ao sentir o tamanho do companheiro. Levantou o olhar travesso e o detetive empurrou a menina contra a cama, que com facilidade virou o jogo, colocando-se sobre Sherlock.

– Não. - ele reclamou com uma voz rouca, virando a garota mais uma vez, tomando as rédeas da situação. Carmen observou o comportamento dominador de Sherlock com desaprovação e surpreendida, foi virada de bruços. Ele fitou a bunda de Carmen por um momento antes de apertá-la com força, erguendo a cintura da garota com a mão direita, e com um movimento brusco, colocou-se inteiramente dentro da parceira, arrancando um pequeno grito de prazer mesclado com surpresa. Sherlock iniciou uma série de estocadas firmes, profundas e rápidas, sincronizadas com alguns beijos nas costas, nuca e pescoço de Carmen. A menina mordiscava o lábio inferior com força, escutando a cama ranger com o movimentar do parceiro, soltando gemidos altos intercalados com gritos e súplicas. O intercurso entre os dois companheiros perdurou durante a noite inteira, e acabaram por dormir agarrados um no outro.

***


Carmen acordou e soltou um suspiro, virando-se para o lado, passando a mão pelo lado vazio da cama. Abriu os olhos e viu-se com o vestido vermelho intocado, ligeiramente amarrotado pela movimentação enquanto dormia. Teve um sonho erótico com Sherlock, extremamente vívido e culposo. Era a prova final de que Carmen sentia-se atraída pelo companheiro.

– Nãããão...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

HAHAHAHAHAHA *risada maléfica*