[Dois anos depois]

A voz do padre era ouvida por todos que estavam dentro da igreja assistindo a cerimônia que acabara de se iniciar após a entrada da bela noiva de cabelos rosados que facilmente encantava todos com o vestido ao estilo princesa de contos de fadas e seu longo véu sendo arrastado lentamente no extenso tapete vermelho da igreja conforme a Haruno era guiada ao altar pelo pai que mantinha um semblante inexpressivo. Mas aquilo não parecia importar a mesma que parecia não saber o que era não sorrir.

Até mesmo os que mal conheciam o casal conseguiam notar o quanto importante aquele momento estava sendo para ambos. Haviam provado que poderia muito bem sustentar o relacionamento, claro, Sakura quase perdera o emprego se não fosse por Tsunade após uma pequena conversinha com Hana que fizera questão de poder ter o mesmo tipo de “conversa” com Satoru. Nada como uma mãe protetora.

Fotos eram tiradas ha todo momento por Sai enquanto uma moça de cabelos igualmente rosados, porem mais curtos e olhos azuis como os de Hana filmava a cerimônia. O que parecia ter sido o motivo de Sai ter achado Sakura tão familiar quando a conhecera.

Os convidados haviam sido escolhidos praticamente a dedo pelos dois, apenas amigos e familiares. Tendo como padrinhos de Sasuke Naruto e Hinata, Sakura escolhera Gaara e Ino, que por “sorte” já podia voltar a esbanjar a beleza que tinha ao usar os vestidos que tanto amava no seu tamanho “normal” após o nascimento da filha Nana, ou mini Ino como Naruto gostava de chamar, pois era quase que a copia fiel da mãe se não fosse pelos olhos verdes que herdará do pai.

Infelizmente para Satoru, o pequeno apelo de torcer para ver a filha casando com algum médico para seguir a tradição familiar fora ralo a baixo ao receber o convite de casamento entregue pessoalmente por Sasuke em uma tentativa falha de estabelecer uma trégua com o futuro sogro, mas que no final acabou que quase que os dois saíram no soco. Porem ele não deixou de comparecer ao casamento da filha... Arrastado pela ex-mulher sem que Sakura soubesse, mas foi. Isso que importa.

Os Uchihas por outro lado parecia compartilhar mais da felicidade do filho por estar se casando pela segunda vez, com uma “mulher de verdade dessa vez” como Mikoto comentara em um jantar de família. A Haruno havia mesmo a conquistado ou a matriarca Uchiha não fosse muito com a cara da falecida esposa do filho casula.

Embora logo começasse os preparativos para mais um casamento, dessa vez seria Itachi que surpreendera a todos ao firmar noivado com Ema – ex-secretaria de Sasuke – mais uma vitima das revistas de fofocas que a Haruno aprendera a odiar.

Mas o foco no momento ainda deveria ser Sasuke e Sakura que terminavam de fazer os devidos votos e ouvirem aquela típica frase proferida pelo padre de “pode beijar a noiva” que fora logo atendida pelo Uchiha com um leve roçar de lábios dando lugar a um beijo intenso fazendo todos se levantarem dos bancos comemorando pelo agora senhor e senhora Uchihas, oficialmente.

(...)

As mesas cobertas por panos brancos eram servidas aos poucos por garçons conforme os convidados se acomodavam.

Em um pequeno palco a frente de onde estavam os músicos era visível Sai fazendo um discurso um tanto quanto sobressaltado felicitando a todos os presentes. Seguido de Itachi com lembranças embaraçosas do passado do irmão, porem, este não era o único que parecia querer falar:

– Como padrinho eu também tenho direito a falar um pouco aqui – começou Naruto tomando a atenção de todos – Eu estou muito feliz por meu amigo ter encontrado uma companheira como a Sakura para dividir os próximos dias, semanas, anos de sua vida. Eu mesmo não sei o que seria de mim se não tivesse minha querida Hinatinha ao meu lado estes anos, ou mesmo o Gaara sem a loira burra dele – o loiro disse apontando descaradamente para mulher que parecia se segurar para não voar no pescoço do loiro – E para completar eu deixo nas mãos dela que apoiou eles desde o inicio – ele finalizou passando o microfone para Uchiha.

Miya solto um suspiro abaixando a cabeça como se ainda escolhesse as palavras que lhe faltavam ou por puro nervosismo.

– Obrigado Sakura. Meu pai mais do que ninguém merece ser feliz, e você o faz feliz, me fazendo ficar feliz não apenas por ele, mas também por mim em saber que a pessoa que se importo tanto comigo sem nem ao menos me conhecer direito é agora minha mãe.

O sorriso no rosto de Sakura aumentou. Esta logo deixou a mesa indo de encontro à menina a abraçando fortemente murmurando baixo:

– Eu também estou feliz por isso. Muito feliz.

(...)

Já havia um tempinho que a festa havia começado. Hana brincava com Nana no colo enquanto os pais da pequena dançavam no salão assim como outros casais e Sasuke e Sakura eram um deles.

Miya andava de um lado para outro, acompanhada de algumas outras crianças pelo salão. Mesmo que a ideia de ter uma nova mãe era ótima, no pulso era possível ver a pulseira com coraçõezinhos que a falecida mãe lhe comprara.

– Nossas mães fizeram um trabalho incrível – a rosada comentava enquanto era girada pelo moreno.

– Só espere um pouco antes de falar isso pra elas que se não o ego delas ira fazer elas tentarem bancar as casamenteiras profissionais daqui para frente – o moreno comentou.

– Posso? – o semblante de Sakura rapidamente mudou de risonha a surpresa ao notar que quem gentilmente pousara a mão sobre um dos ombros de Sasuke era ninguém menos que Satoru – Como pai da noiva tenho direito a uma dança.

Sem muito que fazer Sasuke apenas volto o olhar para esposa que aceno com a cabeça brevemente murmurando um “tudo bem” baixo fazendo com que se afastasse indo para mesa onde Naruto comia.

Satoru estendeu uma das mãos para o alto junto com a de Sakura enquanto a outra pousara na cintura da mesma, dando inicio a dança.

Alguns dos convidados pareciam partilhar da mesma surpresa da rosada assistindo ao “momento” pai e filha inesperado.

– Ainda acho que deveria ter investido naquele cardiologista que lhe apresentei quando ainda tinha 19 anos.

– O que não passava de um mulherengo idiota. Eu fujo do hospital e você tenta jogar alguém de lá pra cima de mim! – exclamou sarcasticamente enquanto o pai a rodava.

– Um pouco de esperança não faz mal a ninguém.

– Nesse caso faz pra mim – disse ao se aproximar mais do pai – Deveria confiar mais nas escolhas que fiz e faço pra minha vida – não conseguiu evitar elevar um pouco o tom chamando a atenção do casal que dançava ao lado.

– Eu confio... Apenas não a quero ver sofrer futuramente, como todo bom pai.

Um riso sem querer acabou por sair após ouvir o que a pai dissera o fazendo enrijecer um pouco o semblante.

– Desculpe. Só não acredito que tenha admitido que se preocupe comigo, ainda como um “bom pai”.

E para surpreendê-la ainda mais, pode vislumbrar um sorriso hesitante querendo se formar nos lábios do pai. Parecia mesmo feliz.

De relance também viu a mãe sentada assistindo a tudo, sorrindo de orelha a orelha ao lado de Tsunade que comentava algo com a rosada mais velha.

– Obrigado por estar aqui hoje – sussurrou por fim voltando a fitar o pai antes que a musica acabasse.

(...)

– Você esta bem? – Sasuke perguntou minutos após entrarem no carro em direção ao aeroporto.

– Sim – Sakura fitando o marido – só estava pensando.

– Em que?

– Você vai achar bobagem.

– Tenta.

– Acaso ou destino – disse simplesmente notando a expressão confusa que o moreno adguiria - Em que você acredita mais?

Sasuke levou uma das mãos ao queixo, como se quisesse analisar a pergunta que lhe fora feita, respondendo em seguida:

– Se você tivesse feito essa mesma pergunta á meses atrás eu diria acaso, colocando como exemplo poder ter te conhecido. Mas hoje... – ele c entrelaçando os dedos nos da esposa sorrindo minimamente – Destino, por saber que daqui em diante terei você pelo resto dos meus dias.

– Assim como eu terei você.

Sakura completo eliminando a pequena distancia de seus rostos em um beijo terno que ambos podiam jurar não conter apenas atração física ou paixão, mas sim: Amor

Algumas pessoas dizem que todos estão fadados há um dia se apaixonar por alguém, e quem sabe ter a chance de viver uma linda historia de amor, ou simplesmente um final trágico.

Há quem diga que depende do que o destino planejou a partir do momento que nascemos.

E aqueles que tudo não passa de simples acasos da vida.

Eu gosto de acreditar que por mais que o destino exista, ele erra.

E à medida que tentamos consertar esses erros, modelamos nossos destinos.

Para quem sabe um dia nos permitir um final feliz também.