Stand In The Rain escrita por Light Angel


Capítulo 7
Chapter 7


Notas iniciais do capítulo

Heeey! Olha eu postando um seguido do outro. Mas eu estou animada hoje e também com o ano novo chegando, eu não sei se estarei aqui. Bem, aproveitem mesmo o capítulo e até a próxima!



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Leah chegara quase quinze minutos atrasada no terceiro tempo, mas não disse nada a professora de matemática. Apenas entregou o papel e foi para o fundo da sala.

Enquanto todos a encaravam, ela escondeu o rosto com os cabelos. Não queria que ninguém mais falasse com ela. Ela não iria suportar.

Alguém disse alguma coisa e o colega de trás cutucou suas costas.

Assustada, ela pulou no assento. A Sra. Miles a encarava com uma expressão impaciente no rosto.

- E então, Srta. Henderson? A minha resposta?

Leah apenas balançou a cabeça em sinal de negação. Depois voltou a olhar o caderno. A expressão da professora foi de impaciência a indignação. Ela não disse nada, mas continuou lançando olhares preocupados a Leah.

Depois do terceiro tempo, todos saíram da sala. Leah saiu correndo para que aquela professora não desse uma de boa samaritana também. Começou a correr pelos corredores, quando alguém a segurou pelo braço e ela quase foi para trás.

Quando ela virou-se viu os grandes olhos castanhos de Natalie observando-a. Ela não iria deixar Leah em paz, então ela começou a puxar a menina pelo braço.

Quando estavam bem distantes das pessoas, Natalie a soltou e ficou encarando a garota.

Leah não disse nada, mas estava segurando o riso pela primeira vez em dias. Natalie sempre fazia isso com ela, e Leah sempre ria como uma louca.

Mas ela não queria que Natalie ficasse com ela. Mas a garota não estava dando escolha. Então, Leah suspirou e falou pela primeira vez naquele dia:

- O que você quer, Natalie? – Ela suspirou cansada.

- O que você acha? – Natalie explodiu. Leah nunca a havia visto tão nervosa. – Todos os dias eu fico me matando vendo você assim. Sempre que tento me aproximar você foge. Desde aquele dia que você voltou, quando você ficou sumida, você nunca mais falou comigo! E nem com ninguém.

Leah ficou quieta, esperando ela acabar. Mas Natalie não deu folga.

- Agora você fica aí, quieta! Onde está a minha amiga hein? Onde está você Leah Henderson? – Ela gritava a plenos pulmões. – Todos os dias eu me aproximava, saiba que nunca esqueci você. Chego em casa e choro todos os dias porque vejo você assim e você não me explica o que está acontecendo. Pensei que eu fosse sua amiga! – Ela empurrou Leah com as mãos. Natalie estava muito nervosa.

As lágrimas de Leah começaram a escorrer. Meu Deus! Ela exclamou mentalmente. O que foi que eu fiz?

Ela amava Natalie. Ela sempre soube que ela nunca a havia abandonado. Todos os dias, depois do ocorrido, Natalie ligava para Leah ou ficava espiando atrás de uma árvore de seu jardim, quando elas brincavam juntas.

Na escola, ela sempre tentava se aproximar. Mas Leah sempre a evitava. Natalie cansou e parou de ir à árvore das meninas e não ligou mais. Mas ainda ficava olhando para ela com um olhar de sofrimento.

Agora lá estava Natalie, todo o seu ressentimento escondido se desabando, e Leah estava cada vez pior com essa situação.

Todas as pessoas que ela amava estavam sofrendo. Todas as que a amavam não queriam que ela sofresse e ela se desfazendo de tudo. Mas ela não podia. Não podia manchar ninguém.

Ela estava soluçando e Leah não sabia o que fazer mais. Não queria que Natalie sofresse ainda mais. Ela não merecia isso. Tudo que Natalie sofrera ou pedira ajuda, Leah ajudava. Ela contava tudo para Leah, não a deixava de fora de nada.

Não era justo com ela.

Não era justo com mais ninguém. Leah avançou um passo. Foram trinta dias rancorosos. Ela precisava de alguém e por mais que negasse, precisava de Natalie.

Atirou seus braços em volta da menina e começou a chorar. Natalie a abraçou fortemente e chorou junto com ela. As meninas começaram a chorar amargamente, todo o sofrimento das duas desabando.

Elas ficaram assim por uns dez minutos, antes que elas se soltassem. Natalie enxugou as lágrimas e olhou para Leah com um meio sorriso.

- Desculpe se a empurrei. – Ela comentou envergonhada. – Estava nervosa.

- Não tem que se desculpar de nada, Natalie. – Leah sorriu para ela. A menina não sorria fazia trinta dias. – Eu é que tenho que pedir desculpas. Por tudo.

- Pensei que fosse algo que eu tivesse feito, Leah. Mas sei que não foi, porque não foi só de mim que você se distanciou. Distanciou-se de todos, de sua vida. Você... Mudou.

- Minha vida mudou completamente, Natalie. Eu não sou mais eu mesma há um mês.

Natalie colocou uma mecha do cabelo de Leah atrás de sua orelha. Depois segurou em suas mãos, olhando com seus grandes olhos castanhos. Ela sabia esperar. E estava disposta a esperar.

Leah estava prestes a fazer uma coisa que jurou que nunca mais iria fazer. Ela iria se abrir. Mas Natalie merecia saber. Ela mais do que ninguém se importava com Leah. Ela decidiu falar.

- Natalie... Antes disso, você tem que jurar por sua vida que você nunca mais irá contar isso para ninguém.

Natalie assentiu.

- Você sabe que eu sempre guardo um segredo quando você me pede. Juro por minha vida que não irei contar isso para ninguém. Nem para meus pais.

Leah sorriu. Quando Natalie prometia uma coisa, ela cumpria sempre e como podia. Ela sabia que estava em boas mãos.

Ela não sabia por onde começar. Não havia contado nem para a sua mãe. O médico havia feito essa parte. Mas ela nunca entrou em detalhes com os pais sobre o ocorrido.

O sorriso de Leah começou a sumir, e uma expressão de dor tomou conta de seu rosto.

- Eu fui estuprada.

As palavras saíram da boca de Leah como uma torrente. Ela não meneou as palavras, não tentou diminuir. Não começou enrolando para depois falar de vez. Ela simplesmente falou.

Toda a dor de sua vida estava naquelas três palavras. Ela abaixou a cabeça e começou a chorar baixinho.

Natalie sufocou um grito. Ficou olhando para Leah por um momento, mas logo atirou seus braços em volta da menina. Elas choraram novamente por um momento, depois a expressão de Natalie ficou em um puro ódio.

- E o cachorro? – Ela cuspiu as palavras. – Onde ele está?

Leah soluçou.

- Não sei, Natalie. Eu juro que não sei. Demos queixa, mas a polícia não faz ideia de onde e como encontra-lo.

- Meu Deus – Natalie chorou. – Eu nunca imaginaria que isso poderia ter acontecido com uma pessoa tão maravilhosa como você. Não vou perguntar se está bem, porque sei que não está.

Leah segurou a sua mão. Por um momento, as duas continuaram de mãos dadas, observando o horizonte. Ambas sentindo a dor de Leah.

Leah não queria falar mais e Natalie não insistiu. Ela sabia que isso era uma dor para a menina e não queria que ela sofresse ainda mais.

- Eu... Eu entendo Leah. Ninguém voltaria ao normal depois do que você passou. Mas você não pode se excluir da vida para sempre. Existem pessoas que podem te ajudar. Eu quero te ajudar. Mas você precisa se restabelecer, voltar ao normal. Nem que seja aos poucos. Foi horrível, eu sei. Mas eu estou aqui do seu lado. Não de as costas a vida. Ela falha às vezes, mas é tudo o que nós temos.

- Eu nunca mais vou ser quem eu sou, Natalie. Eu sou...

- Nem termine essa frase. Eu sei o que você vai dizer, Leah Henderson. Você não é um lixo! Você é a pessoa mais linda e maravilhosa que eu conheço. Inteligente. Simpática. Não deixe um filho da puta acabar com você! Lixo é ele!

E dizendo isso, Natalie pegou Leah nos braços e deu um abraço bem forte na menina.

- Sei que você não está bem agora, é muito recente. Mas eu estou aqui. E não vou te abandonar.

Leah chorou com essas palavras. Natalie estava mesmo ali. Ela não precisava se esconder, não precisava morrer.

Ela tinha alguém.

Ela era alguém. 


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Notas finais do capítulo

E então foi isso. Capítulo 8 chegará em breve. Farei o possível. Ah, antes disso eu queria indicar se vocês gostarem uma fic minha mais antiga: Assassin's Creed: Legião. Para quem gosta ou quem não gosta, eu não sei. Mas fica a dica. Obrigada por estarem lendo. Até mais, s2



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