Please, kill me. escrita por Koyama Akira


Capítulo 4
Moletom e Chocolate


Notas iniciais do capítulo

Beeeem, eu iria postar beeeem depois, mas como vou viajar e ficar longe da civilização por muito tempo, me senti quase obrigada a postar esse cap agora :/ espero n parecer precipitada bla bla... Mil méritos a minha lindíssima Beta: Wic-chan! (Wiccang) que revisou esse cap pra mim *O* ... pq meu Henri-kun fugiu u_u... Sem mais delongas, espero que gostem do cap, please please n esqueçam do Review é sempre muito bem-vindo :3



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Já faz duas semanas que não vejo o Nomura, ele não vai mais ao reformatório, não apareceu aqui em casa desde aquele dia em que... Nós nos abraçamos, fico pensando se ele se arrependeu, isso me deixa tão constrangido e aflito, Nomura-kun... Eu estava sentado à mesa que se encontrava na minha cozinha, minha mãe viajara ontem, mais um motivo para eu pensar no Nomura, queria que ele estivesse comigo.

“mas que droga Sakamoto, é melhor assim”, suspirei debruçado na mesa segurando uma xícara de chocolate quente, eu estava vestindo um moletom velho da minha mãe, que ficava extremamente folgado em mim, estava muito frio; “Queria que o Nomura-kun me abraçasse de novo” senti meu rosto esquentar um pouco, estava com vergonha, mas estou sozinho, qual o problema... Eu quero ver o Nomura-kun só mais uma vez. Encostei a cabeça na mesa fechando os olhos, quando a campainha soou. “Nomura-kun!” foi a primeira coisa que pensei, o susto me fez derrubar todo o chocolate quente na mesa, mas depois eu me importaria com isso, estava eufórico, corri para a porta com um sorriso bobo no rosto. Mas ao abrir a porta, me deparei com o carteiro Toro-san, homem de meia idade, extremamente sorridente.

- Bom dia Sakamoto-kun! Aqui está uma encomenda para a sua mãe. Parece feliz continue assim, senhor!

O grisalho Toro-san saiu dando as costas para mim, que com certeza estava com a cara mais decepcionada do mundo, fechei a porta com o pacote de minha mãe em mãos, usando minhas costas e logo em seguida, deslizei até sentar no chão com um suspiro. Eu definitivamente tenho que esquecer o Nomura-kun, isso só está me fazendo mal, além do mais, somos dois garotos, o que eu estava pensando.

Eu estava decidido, porém inseguro, levantei do chão colocando o pacote de baixo do meu braço esquerdo e já estava prestes a subir a escada para o meu quarto novamente quando, minha campainha soou novamente. Deve ser o carteiro, esqueceu que eu precisava assinar a encomenda, mais uma vez abri a porta e com certeza não era o Toro-san que estava lá.

- Sakamoto... – Era o Nomura-kun, o que ele estava fazendo aqui?! Eu acabei de decidir esquecê-lo, por que tem que aparecer justo agora?! – Ugh!..

Ele possuía um olhar distante, suas pálpebras estavam levemente fechadas e sem perceber o corpo dele estava desmoronando, larguei o pacote da minha mãe e com toda a rapidez que consegui reunir e o segurei, ele desmaiou, que droga, ele é muito pesado!

Arrastei-o para a minha sala e com muita dificuldade, o coloquei no sofá, ao ajeitar meu moletom, percebi algo, estava molhado, era sangue... Sangue?! Fitando o meu suposto amigo, foi ai que eu percebi de onde aquele sangue vinha. Nomura Tomoko estava inconsciente na minha sala, com uma ferida no abdômen, e com certeza muito feia... O que eu faço? Entrava cada vez mais em desespero. “Se eu chamar uma ambulância pode ser que não dê tempo, mas se eu não fizer nada ele vai morrer.” eu brigava comigo mesmo, mas sabia que não ia conseguir chegar a um acordo, corri para o quarto da minha mãe e apanhei o seu kit de emergência em cima do armário, voltei aos tropeços para a sala onde estava o Nomura, minhas mãos tremiam e eu balbuciava “Tem que ter uma agulha aqui, tem que ter uma agulha aqui!”

E tinha! Eu fiquei temporariamente feliz, mais feliz ainda por já estar com a linha, se não estivesse era capaz de eu nunca acertar aquele buraco. Estava muito nervoso, nunca costurei alguém em toda minha vida e o primeiro tinha que ser logo o Nomura?! Espero que as aulas de primeiro socorros sirvam pra alguma coisa. Levantei a camisa dele tentando não me distrair com seu corpo como sempre faço, não foi tão difícil, acho que meu nervosismo ajudou, limpei ao redor da ferida e passei o soro com álcool, acho que no estado que o Nomura estava não ia sentir dor alguma, e nem anestesia eu tinha para aplicar, tinha que ser rápido, parecia ter sido cortado por um tipo de lâmina, uma faca... Só podia ser uma faca, comecei a costurar ainda trêmulo, mas consegui alguns pontos e finalmente, não eram os melhores como de um cirurgião, mas acredito que está bem fechado, ao menos espero, limpei mais uma vez e coloquei a gaze com o esparadrapo.

Suspirei aliviado... “Ele vai ficar bem” sorri, espero que fique, meu sorriso não durou muito, porque como sem pedir permissão as lágrimas começaram a sair dos meus olhos, eu não sentia vontade de chorar, mas eu o fazia desesperadamente. “Ainda bem que o Nomura não está acordado” eu coloquei meu rosto em sua camisa ainda levantada, sentia as lágrimas se espalharem pelo tecido, sentia também uma angústia tão grande sem entender o porquê, mas as palavras que saiam da minha boca por vontade própria, explicavam.

- Nomura-kun, por que você invade meus pensamentos, por que eu sempre quero estar perto de você mesmo sabendo como você me trata mal, por que eu não me irrito quando você é tão arrogante, por que você me abraçou daquele jeito?

Amassei a camisa dele com minhas mãos afundando ainda mais meu rosto molhado com as lágrimas. – Por que eu tenho tanto medo de te perder, mesmo sabendo que você não faria o mesmo por mim?

Logo senti uma mão quente sobre minha cabeça, afagando meus cabelos, me fazendo dar um salto para trás batendo as costas na mesa de centro “Itai” deixei escapar um gemido de dor. Nomura estava com um leve sorriso no rosto, será que ele ouviu o que eu falei desde o princípio? Na mesma hora meu rosto esquentou completamente e eu abaixei a cabeça, abraçando minhas pernas.

- É porque você é meu amigo. – Ele conseguiu dizer com a voz trêmula. – E como se sente sem ter certeza se seu amigo vai estar vivo amanhã?

- O que quer dizer com isso Nomura-kun? – Levantei o rosto ainda molhado, mas com um tom de espanto misturado com raiva. – Não deveria dizer coisas como essa.

O sorriso dele se desfez e num movimento rápido ele se sentou no sofá me puxando do chão pela gola do moletom, fazendo nossos rostos se aproximar perigosamente.

- Não me diga o que devo fazer.

No mesmo instante ele me largou, voltando a mão para a ferida. Consegui o ouvir gritando de dor.

- Você TEM que ficar em repouso Nomura Tomoko-san – Minha expressão de espanto com o que tinha acabado de acontecer se voltou para a raiva dele ser tão estressado ao ponto de se machucar por conta disso. – Vou fazer chá para você.

Notei que ele se surpreendeu quase tanto quanto eu naquele momento, ele se deitou novamente no sofá e eu fui andando de pernas bambas para a cozinha tentando parecer o mais normal possível. Eu achei que fosse morrer quando disse aquilo daquele jeito. Chegando lá vi o chocolate todo derramado na mesa e no chão.  Que droga ainda preciso limpar isso, sentei no chão e encostei-me ao balcão onde fica a pia. “Será que ele ouviu o que eu falei desde o princípio?” essa pergunta ficava martelando minha mente, suspirei fundo apoiando o rosto nas minhas pernas dobradas abraçando-as. “O que eu devo fazer?” mais uma pergunta surgia seguida de muitas outras. Droga preciso fazer o chá dele, levantei do chão e sem olhar, pisei na poça de chocolate-quente que me fez escorregar batendo as costas no chão, seguido de um estrondo imenso “Merda” quase disse, mas o meu gemido de dor soou mais alto. “Ai, minhas costas, primeiro a mesa... Depois o chão” murmurei para mim mesmo.

- Você é o tipo de cara, que não sabe fazer as coisas, e quando faz... Faz errado - Disse o Nomura, de pé encostado na porta da cozinha, com o mesmo tom arrogante e irônico de sempre.

- O que está fazendo aqui? – Disse tentando esconder a expressão de dor. – Era para estar descansando.

- Já disse que você não dita o que eu devo fazer, ou deixar de fazer.

Levantei do chão, com meu moletom completamente sujo, tanto do sangue do Nomura, quanto com o chocolate-quente.

- Olha só como você consegue ser tão desastrado. – Ele disse andando na minha direção. – O moletom está todo sujo.

- Parte disso também é sua culpa. – Disse baixo, desviando o olhar por ele já estar perto o suficiente. – Se não vai fazer o que eu te peço, não faça, mas se esses pontos abrirem... – Hesitei - Não se acostume comigo te ajudando sempre.

- Não se preocupe, não vou.

Tive uma espécie de déjà vu, foi estranho.

- Bem, vamos tirar essa camisa para lavar. – Ele disse isso segurando meu moletom já prestes a puxar para cima, eu o detive empurrando suas mãos na direção contrária.

- Uh... Erm... Eu posso fazer isso sozinho. – Ele estava me deixando nervoso de novo, que irritante.

- Não seja tão grosso... – Disse olhando para as minhas mãos, que rapidamente removi ainda envergonhado. – Quando alguém te oferece ajuda, você tem que aceitar, apenas pelo mínimo de educação. E acredite, não é muito normal eu oferecer ajuda aos outros.

Abaixei a cabeça mais uma vez com cara de derrotado, por que ele sempre ganha as discussões? Por que ele sempre me deixa sem palavras? “Uff” suspirei angustiado, mas ele aparentemente não notou.

- Vamos, levante os braços.

Ele disse agora me fitando sério, eu mal conseguia erguer os braços, a dor tomava conta das minhas costas e dos meus ombros, que constrangedor, como eu digo isso pra ele?

- Não consigo... – Disse com o rosto ainda corado e baixo.

- Como não consegue?! É simples! – Ele segurou meus braços levantando-os aos poucos, querendo ou não, a dor era incontrolável.

- Argh. – Gemi um pouco alto. – Tomoko-kun pare! – Ele se assustou soltando meus braços, mas não sei se foi por causa do meu gemido... Ou do jeito como o chamei.

- Uh... Bom, vamos tentar de outra forma. – Ele segurou meus ombros olhando fixamente pro meu rosto, não conseguia retribuir o olhar, era muito difícil pra mim, eu insistia em olhar para o lado ou para baixo sempre.

- Consegue se curvar?

- A-acho que sim... – Fiquei nervoso com a pergunta, por quê? O que ele vai fazer? Comecei a suar um pouco.

- Ótimo, eu vou te empurrar para baixo aos poucos, se você sentir dor. – Ele pigarreou. -Me avise.

-C-certo. – Ele foi me empurrando aos poucos apenas o tronco me deixando curvado, e segundo a segundo a dor crescia até se tornar insuportável.

- Pronto! Já deu. – Gritei para que parasse, eu estava quase completamente curvado e aquela posição não era confortável, nem um pouco confortável.

- Agora relaxe seus braços. – Ele disse num tom tão compenetrado, que chegava a ser fofo... Fofo!? Ah que droga isso de novo não.

– Vou tirar sua camisa. – Meu corpo todo estremeceu, mas eu estava imobilizado, não conseguiria me mexer de maneira alguma, a dor era intensa e meu coração acelerou ainda mais quanto senti sua mão na minha cintura puxando o moletom para cima, aos poucos, por que ele não tira de vez? Por que tem que me castigar desse jeito, fechei meus olhos com força. Elepuxou a camisaatéosombros.

- Está doendo? – Aquele tom de voz... Aquele maldito tom de voz.

- N-N-Não – Droga pare de gaguejar Sakamoto! – E-Eu estou bem.

Ele começou a puxar o moletom passando por minha cabeça, depois pelos braços, doeu um pouco, mas meus pensamentos não me permitiram ligar pra isso, ele me ajudou a ficar ereto novamente e quando nós dois percebemos, eu estava sem camisa por baixo do moletom! “Droga, droga, droga” repetia na minha cabeça tentando cobrir meu corpo com os braços, “Era por isso que eu estava com tanto frio” Esqueci de colocar a camisa por baixo. Não sabia qual havia sido a reação do Nomura, mas as bochechas estavam meio rosadas, talvez fosse coisa da minha cabeça.

- Não Olhe!!! – Gritei. – Eu vou colocar uma camisa!

E ao tentar voltar correndo para as escadas, escorreguei naquela maldita poça de chocolate quente de novo. Mas dessa vez, perto do chão senti meu braço sendo puxado, aquele cara tinha me segurado, por pouco não caio de costas novamente. “Ufa” pensei aliviado, até perceber que estava abraçado com o Nomura-kun novamente. “O que eu faço?” eu estava quase choramingando, mas minha dor não permitia fazer movimentos bruscos.

- Você é mesmo muito desastrado... – Ele ria da minha cara, era a primeira vez que via o Nomura rir de verdade, tão... Fofo. – You.

Ele me chamou pelo primeiro nome, eu não acredito que ele me chamou pelo primeiro nome, minhas pupilas dilataram e meu coração estava para pular para fora de tão rápido que batia, eu suava frio e ele ainda me envolvia com um dos braços enquanto segurava o moletom com a outra mão. Por que quando eu penso em esquecer, ele volta ainda mais desse jeito. Por que eu tenho que aceitar calado?! Eu sorri, pra ele, o fazendo interromper a gargalhada no mesmo instante. Com certeza estava uma situação constrangedora até para ele. Ele me soltou e eu me afastei um pouco.

- Erm... Vou colocar uma camisa, você quer uma também já que a que está vestindo está suja? – Consegui dizer, parecendo quase normal.

- Uh... Acho que não tem problema.

Poderia dizer que eu sou maluco, mas parecia que o Nomura-kun estava com vergonha. Deu-me uma vontade de rir, mas ele apenas se virou para a pia tentando não olhar para mim. Eu deixei o Nomura com vergonha? Acho que durante essas duas semanas eu nunca fiquei tão feliz e satisfeito, difícil até de esconder o meu sorriso bobo e minhas bochechas avermelhadas, depressa, andei o quanto minha dor permitia, para o meu quarto. Consegui deixar ele sem graça... Estou tão feliz que poderia morrer.


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Notas finais do capítulo

Bem é isso... Próximo talvez demore, por isso adiantei esse Jya ne minna-san! ^w^