Please, kill me. escrita por Koyama Akira


Capítulo 3
Pensamentos e mais pensamentos...


Notas iniciais do capítulo

Bom, agradeço profundamente a meu lindo, lindo, lindo revisor Dark Flame Master, ele realmente me ajudou nesse cap e espero que me ajude nos outros próximos, espero que gostem ^w^
Koyama Akira



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Eu estava encurralado, contra a parede e sem saída. Nomura-san me prendendo como no dia em que nos conhecemos, ele chegava cada vez mais perto, com o sorriso malicioso, sua perna entre as minhas e a encostando em uma parte muito sensível, sendo mais alto que eu, me incomodava um pouco; parecia sempre o frágil e delicado, isto era, realmente, muito irritante. Virava o rosto corado para o lado evitando olhar nos olhos acinzentados do Tomoko, era tão arrogante, ele ainda estava perto de mim, me segurando pelos braços e me apertando contra a parede.

- Preciso que você me ajude.

Ele sussurrou em meu ouvido com um gemido de tom tão dócil, o qual me fez enrubescer ainda mais; seu rosto parecia se aproximar ainda mais do meu, ou melhor, não só parecia como estava. Ele vai... Vai me BEIJAR?!

- NOMURA-KUN!

Gritei, levantando do colchão com o rosto molhado de suor e meu coração acelerado como provavelmente nunca senti antes. “Ufa, apenas um sonho” pensei aliviado.

- O que é gritando assim tão cedo?

Queria eu que meu grito tivesse sido parte do meu sonho também, minha garganta dera um nó e, com certeza, meu rosto estava vermelho. Nomura Tomoko está dormindo em minha casa deve fazer quase uns três dias.

- Uh, não foi nada!

- Não parece... Você gritou meu nome...

Cerrou os olhos para mim, ele sabia que eu estava escondendo alguma coisa. Fiquei sério, algo meio difícil na presença dele, mas consegui me lembrar do que aconteceu conosco uns dias atrás.

- Eu estava pensando no que aconteceu; aqueles moleques que correram atrás de nós... Pareciam te conhecer, ninguém persegue alguém daquele jeito apenas por pura barbaridade, não acha?!

Ele virou de costas ainda deitado no colchão ao lado da minha cama, uma atitude infantil, mas um tanto esperada. Que tipo de sonho foi aquele?! Eu caí em mim e, novamente, afundei a cara no travesseiro fazendo um enorme estalo na cama. Nomura estava olhando para mim de novo, eu completamente afogado em meu travesseiro tentando esconder o rosto, obviamente, rubro; amassava o travesseiro, o que diabos eu estava pensando?!

- Se você não quer me contar, vou ter que arrancar as palavras de você. Está mais que óbvio que você está escondendo algo, Sakamoto.

Levantei do travesseiro, suado e com os batimentos ainda desregulados, me pus de pé e caminhei até o banheiro que ficava no corredor, Nomura-kun me olhou de canto, ainda estranhando, mas nada fez, estava sem camisa, apenas de calça.

Todos esses dias só ouvi ele falar como minha casa era grande, como era arrumada, como minha mãe era boa cozinheira, apenas elogios e mais elogios, isso fugia um pouco de sua personalidade, me fazia pensar se isso era diferente para ele, minha casa não era tão grande quanto ele fazia parecer. Claro que ele não perdia a pose ao elogiar, sempre com o tom arrogante e, de certa forma, desdém; quase como se fosse uma obrigação, mas de certa forma sei que ele estava elogiando de verdade.

Lavei meu rosto e me olhei no espelho, tentando organizar os pensamentos, que diabo de sonho foi aquele?! Ele quase me beijou. “Droga” pensei. Meu rosto estava vermelho de novo só de pensar naquilo, que droga, por que ele veio dormir na minha casa? Três dias aqui e eu nem se quer perguntei, eu vou perguntar, é só tomar fôlego e perguntar. “Ok, lá vou eu!” Abri a porta do banheiro decidido e o primeiro que me deparo é Nomura, de pé em frente à porta me esperando.

- Sakamoto eu...

Não houve tempo nem dele terminar, fechei a porta bem na sua cara, espero que ele não tenha percebido minha expressão de espanto. “Merda” pensei novamente. Por que é tão difícil falar com ele?

- O que há de errado com você?! – Ouvi a voz dele do outro lado da porta. – Quero conversar sobre o que aconteceu há três dias.

Isso de fato despertou minha curiosidade. Mas estava constrangido demais para conversar sobre isso frente a frente com o Nomura-kun.

- Uh... Ah, isso... Pode dizer daí mesmo, estou meio ocupado agora, por isso não posso sair.

Mas que desculpa horrível foi essa que eu dei?!

- O quê?! Que tipo de pessoa fica ocupada num banheiro, fazendo o quê?

Ele tentou girar a maçaneta, eu rapidamente girei a chave, trancando a porta.

- Uh... Acho que isso é pessoal.

- Se não me disser o que é, vou pensar besteira.

Eu arregalei os olhos, não queria que ele pensasse bobagem.

- Realmente Sakamoto-san, não achei que você fosse esse tipo de cara.

Aquele tom sarcástico, me provocando. Como ele conseguia me fazer ficar com tanta vergonha em um dia que mal havia começado? Abri a porta escancarando-a, para deixar claro que não estava fazendo nada demais, minha cabeça estava caída para a frente, me sentia derrotado, ao mesmo tempo não queria mostrar meu rosto ainda um pouco vermelho.

- Bom, parece que meus pensamentos estavam enganados.

 Ele soltou aquele sorriso, o mesmo sorriso que ele deu para o guarda no dia em que nos conhecemos, o mesmo sorriso que me fez... Meu pensamento foi interrompido rapidamente quando senti todo o meu corpo se impulsionar para frente, ele havia agarrado minha blusa e me jogou no chão tentando me afastar do banheiro, se ajoelhou sobre mim me imobilizando. Conseguiu bem apenas com uma das mãos envolvendo meus dois punhos; como já disse, não sou o cara mais forte do mundo. Achei que aquilo não poderia ficar pior, bem, isso até eu perceber que ele estava segurando uma faca.

- O que você vai fazer com isso, Nomura-kun?

Exclamei assustado, tentando me libertar, mas não foi nem um pouco efetivo, não tinha noção da força que aquele garoto tinha nos braços, o corpo dele sem camisa é tão... Definido. “Argh!” fechei os olhos com força tentando manter-se em mim novamente, afinal, não estava em uma situação lá muito boa.

- Eu disse Sakamoto, se não falar por bem, eu vou fazer você falar.

 Encostou a faca na minha barriga, subindo minha blusa aos poucos com a ponta. “Não, não faça isso Nomura-kun” meu pensamento gritava, espremi ainda mais os meus olhos e mordi meu lábio inferior, tentando me controlar. Estava muito nervoso e meu coração palpitava mais rápido ainda, quando subitamente lembrei do meu sonho. Abri os olhos novamente, ainda estava perdido nos meus pensamentos, mas ele suspirou tão profundamente que me fez acordar do transe. Nomura Tomoko apenas soltou meus punhos se sentando ao meu lado.

- Eles são de uma gangue.

Ele disse, me surpreendendo, do que ele estava falando mesmo?! Ah sim! Os caras de três dias atrás, eu, rapidamente, puxei minha camisa para baixo e me sentei de frente para ele, estávamos no corredor da minha casa, era um corredor meio estreito, com tabuas bem polidas cobrindo o chão, minha mãe era uma boa faxineira também, isso eu tinha que concordar, mas meus olhos não saiam do Nomura; queria ouvir o que ele tinha a dizer.

- Eles estão querendo... – Ele suspirou novamente, com uma angústia tão grande que talvez me fizesse pensar que fosse outra pessoa que não o Nomura-kun. – Me matar.

Minhas pupilas dilataram, um frio me subiu a barriga até a garganta. O que foi isso?! Essa repentina ideia de perder o Nomura foi extremamente perturbadora, talvez ele seja como um amigo, afinal me salvou uma vez e veio dormir em minha casa. É isso, ele só pode ser meu amigo.

- Por que eles querem isso? – Indaguei com um tom de preocupação muito maior do que eu queria expressar. – Você deve ter feito algo muito errado.

Tentei adequar o tom de voz. Nomura-kun estava com a cabeça caída para trás encostando seus lindos cabelos negros e brilhosos na parede do corredor, era quase impossível não admirá-lo. “Uh, isso de novo não!” Pensava em intervalos de tempo “O Nomura-kun é só meu amigo”. Estava tão distraído que não percebi seu olhar em mim, tentei me controlar para não me envergonhar novamente, mas ele estava fazendo “aquilo” de novo, me olhar nos olhos, mas que raiva. Mas ele não tinha um olhar de superioridade, ou ameaçador como sempre, ou talvez até de sarcasmo, parecia uma criança; uma criança que acabara de se machucar, mas nenhuma lágrima escorria, eu... Eu sentia uma enorme vontade de tocar seu rosto. Quando eu vi já era tarde, eu havia feito.

-Uh?!

Ele disse meio espantado com minha reação, mais que rapidamente removi a mão de seu rosto, tocando minha nuca.

- Hehe – Meu sorriso sem graça esculpiu meu rosto; típico sorriso sem graça... “Que diabos Sakamoto, se contenha” meu pensamento tentava manter-se em minha mente. – Bem, acho que vou fazer nosso café da manhã, minha mãe já deve ter ido trabalhar e eu tenho aula...

Estava quase de pé novamente quando ele me puxou pela manga da camisa. Em poucos segundos eu estava envolto em seus braços. Um abraço?!

- Obrigado Sakamoto-san.

Que tom de voz é esse?! Ele é meu amigo, só pode ser isso, meu amigo. Nada mais que isso... E, sem perceber, meus braços estavam lhe envolvendo também. “Não... É mais que isso”. Suspirei, afogando-me em seu perfume inebriante; sufocante aos pensamentos que me devoravam pouco a pouco.


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Notas finais do capítulo

Bem gente, é isso, espero pelo menos um review novo xD ... Arigatou :3
Koyama Akira