Libertária escrita por Ana Souza


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

* Aproveitem :D
* não gostou? pode dizer.
*erros ortográficos e palavras fora do contexto são oriundos da rapidez na digitação, se deseja uma correção, avise-me.



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Natália estava cansada de esperar.

O garçom estava limpando as mesas vazias, o show ao vivo da banda meia boca local já havia acabado faz tempo e agora a balconista com grande pescoço de ganso olhava pra ela com fulgor nos olhos,  como se a pobre garota fosse algo que a estivesse impedindo de ir mais cedo pra casa.

A lanchonete meio acabada Garfo Ilustre já estava na hora de fechar, e Natália estava sentada como um objeto a aproximadamente três horas ali, sem pedir nada para comer, a raiva havia consumido toda a sua fome.

“ele não vem mesmo” pensou ela levantando-se, amarrou o casaco surrado na cintura, pôs sua bolsa no ombro e saiu dali andando pela erma calçada, pensou em pedir um taxi, mas aquela hora, quase meia-noite eles cobravam muito caro pela corrida, decidiu ir a pé, pegar um atalho pelo inacabado parque municipal e chegar em casa em menos de vinte minutos.

Era seu plano.

Era...

Os carros e o barulho ficaram pra trás quando Natália começou a descer a pista de cascalhos nas imediações da construção, já via de longe o brilho tênue dos postes de seu bairro surgindo, o seu prédio pintado em roxo  parecia mais perto e nítido a cada passo.

Pegou o celular, discou o numero do Henrique outra vez, caiu na caixa postal como em todas as outras quinhentas mil vezes que ligou.

“idiota” pensou ela, lembrou do sorriso sincero quando ele a convidou para jantar, nesta mesma tarde em quanto os dois recolhiam o material e a sujeira do laboratório de química.

“vai ser legal ruiva” disse ele dando um leve soco em seu ombro “eu, você e aqueles bolinhos de caranguejo gostosos, as nove no Garfo Ilustre.”

Ela aceitou, esperou e ele não veio, sentindo-se uma imbecil foi pra casa sozinha e com muita raiva.

Ouviu um barulho na estalar nos cascalhos, virou-se, só havia as pilhas de cimento, tijolos iluminados por uma tênue luz de um poste com brilho amarelo, a construção abandonada era sinistra e fantasmagórica essa hora da noite.

O que sua mãe disse sobre pegar atalhos tão tarde? Ah, sim disse algo sobre moças e estupradores, violência e mencionou o caso de uma garota de dezenove anos que desapareceu ali mesmo na cidade de Camilo.

Sentiu um arrepio, apertou o passo, mais um barulho... dessa vez mais forte, o som de algo metálico batendo repetidamente contra o solo, quando deu por si Natália estava correndo de medo, faltava pelo menos dez minutos de caminho pelo atalho sinuoso e sinistro até a avenida movimentada que antecedia sua casa.

- quem está ai? – perguntou ela desesperada, ouvindo o barulho mais atormentador e mais alto, um vulto negro passou diante de seu nariz voltando a ocultar-se na parte mais escura da noite.

- Natália! – era a voz dele.

Ela suspirou de alivio.

Henri estava sentado em um velho banco de cimento, mal dava para ver seu rosto, daquele ângulo apenas os traços fortes dos braços e rosto e o formato do cabelo eram desservíeis na penumbra.

Natália correu para saudá-lo, com certeza ele se atrasou para o jantar e resolveu espera-la ali, no seu costumeiro atalho para se desculpar, com toda certeza.

- Natália! Corra daqui,sai! Vai foge! – gritou ele em pânico quando um par de mãos com dedos finos cobertos por uma negra luva apertaram seus lábios e o arrastaram para o escuro em quanto ele se debatia.

Gritando, chamou o nome dele, por instinto começou a correr a estrada a fora, tinha que pedir ajuda, alguém capturou Henrique, alguém de luvas pretas o arrastou para algum lugar e supostamente ia fazê-lo mal.

- Henri meu doce, obrigada pela a informação. – disse uma aveludada voz feminina que apareceu do nada ecoando e dançando pela atmosfera.

O par de mãos segurou os braços de Natália, uma força descomunal estava a prendendo, desorientada no escuro a jovem colocou-se a gritar e debater-se.

Era inútil.

- um rosto jovem – agora Natália via apenas uma mulher, de longo manto e capuz de seda puramente cinza que cobria todo seu rosto, a mostra apenas uma grossa trança loira descia até bater no colo. – do jeito que eu gosto.

Uma das mãos apertou as bochechas de Natália de forma dolorosa.

- me solte – gritou ela de forma sufocante, a presença da mulher ali em si estava lhe causando uma dor interna e viva como brasa.

A mulher cujo o rosto se ocultava pelo capuz riu.

Segurou as temporãs de Natália fazendo-a se debater e chorar até desmaiar em um sono aparentemente sereno.

Ela foi colocada no porta-malas do carro, o corpo desmaiado sob o corpo de Henrique igualmente inconsciente.

A mala se fechou com um baque, a mulher de capuz entrou no veiculo, despiu-se de toda aquela vestimenta e começou a dirigir...

Para longe dali...


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