Dangerous escrita por Carolina Moreira


Capítulo 3
Volvo Cinza


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos que estão favoritando e comentando a história, de verdade, é muito importante pra mim.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/305673/chapter/3

Capitulo 3 – Volvo cinza.

Acordou cedo, enquanto se punha de pé com cuidado maior para não fazer nenhum barulho, ela estava se sentindo muito melhor, um pouco cansada ainda, mas poderia andar um pouco até chegar em casa, foi até a sala e procurou um papel e caneta, pelo menos isso eles tinham que ter não é? Ela estava doida para chegar em casa, se jogar na cama e ver oque tinha de novo no celular, no computador, abraçar o irmão, ligar a tv e beber um pouco com os amigos, ela estava muito melhor emocionalmente desde que havia chegado lá. Talvez este bem estar se devesse ao beijo da menina, mas em um todo, Lira achava errado sabe, beijar uma menina, era fora dos padrões.... Achou uma caneta, que por sorte estava funcionando, depois de algumas buscas pelas gavetas rusticas e mal cuidadas ela achou um papel em branco onde escreveu.

Caros amigos,

Obrigada pela hospitalidade, por me ajudarem, me alimentarem, e serem tão bons comigo, enfim, obrigada por tudo.

Hoje retorno para minha casa, decidi acordar cedo para chegar logo ao meu destino e rever meus familiares, espero que fiquem bem, prometo que retornarei para reencontra-los algum dia.

Meus sentimentos á todos, mandarei lembranças, especialmente á garota dos olhos vermelhos.

L.B.

Largando a carta em cima da mesa, decidiu que levaria consigo a caneta, para lembrar-se de como foi esse primeiro beijo, guardando a caneta no primeiro bolso da mochila, guardava também um sentimento único em sua mente. Foi até a cozinha e selecionou duas frutas para viagem, colocou-as na mala, foi até o banheiro e lavou o rosto, prendeu os cabelos firmemente num rabo de cavalo alto, notou que ainda usava aquela camisola velha, foi até o varal do lado de fora da casa, ainda era primavera, pegou as roupas que usara no dia em que caiu na mata, a mesma camiseta amarela cor de nada e aquele seu velho shorts verde musgo mal trapilho. Despiu-se no quintal mesmo e colocou a camisola no tanque de roupas, se perguntou se deveria lava-las, mas viu um raio de sol começar a surgir, então seguiu sua direção contraria.

O sol nascia na direção contraria do grande gramado com as amoreiras, então ela estaria lá e depois conhecia o caminho pra casa. Começou a olhar algum ponto local para que pudesse um dia, quem sabe, voltar e rever a menina de cabelos negros. Era uma cidadezinha pobre, longe de tudo que Lira conhecia, as ruas eram asfaltadas, porém estavam cheias de buracos, as casas quase sempre de madeira davam um ar antigo pra cidade. Se virou para olhar o quanto já havia andado, não muito, e percebeu que num morro próximo havia uma torre de comunicação enorme e vermelha, pronto, ali estava seu ponto local, viu uma pessoa correndo no fim da rua, um pouco distante, de camisolas, cabelos amassados e bagunçados, cabelos lindos amassados e bagunçados, cabelos que Lira reconheceu, cabelos negros como carvão. Lira fingiu não ter visto sua presença e continuou andando, não queria olhar pra trás, não queria mudar seu curso, mas com os passos cada vez mais próximos e a respiração ofegante chegando próxima de suas costas, pode constar que ela se aproximava. Lira se virou e abraçou a garota com força, sem saber realmente o porquê, afinal, nem mesmo sabia seu nome.

– Sabe para onde está indo? – ela sussurrou em seu ouvido.

Lira não usou as palavras, apenas sacudiu a cabeça em sinal positivo. Queria lhe fazer algumas perguntas, mas não tinha tempo hábil para isso, tinha que chegar em casa e ouvir um sermão irreverente da mãe, ficar de castigo por séculos, e quem sabe não levar alguns bons tapas.

– Por favor, não se vá agora - suplicava a menina em sussurros quase inaudíveis - eu preciso de você aqui - as palavras da menina não faziam sentido algum, já que quem precisava mesmo de ajuda era Lira, nem certeza de que chegaria em casa a menina de longos cabelos de ferrugem tinha - fique por favor.

– É muito longe daqui? quero dizer, Little Wave? É muito longe? - Lira se referia à sua cidade, como sempre muito decidida não mudou seus planos, iria pra casa a menina aceitando ou não.

– Não, é só subir a colina na direção contraria do sol - dizia a menina se soltando do abraço e apenas segurando suas mãos - fique bem - e com essas ultimas palavras soltou as mãos de Lira.

Lira que sempre fora fria, olhou para baixo e se voltou para seu caminho, não poderia deixar que ela mudasse seu rumo, deu alguns passos e decidiu olhar sobre o ombro, a menina estava lá, do jeito que Lira havia deixado, não havia se movido, estava intacta a não ser pelos cabelos negros que voavam com o vento matinal.

Suspirou, e decidiu perguntar, finalmente, o nome da menina. Tomou folego, mas guardou para si mesma, não queria se afeiçoar a garota, nem ao menos um pouco, e perguntando seu nome ela se afeiçoaria. É como dizem, não se nome aos porcos. Olhou para menina novamente, não conseguiu entender oque se passava em pensamentos, talvez raiva pelo desinteresse da menina de cabelos de fogo, a menina era cor verão, não muito branca, o bronze lhe caía perfeito, mas ela não chegava a ter pele mulata. Mas, Lira sempre fora desventurada, nunca seguiu as regras, nem mesmo se ela as tivesse feito, e a menina não chegaria a parecer um porco nem se nascesse novamente.

– Afinal, qual é o seu nome? – perguntou alguns metros de distancia. A menina não respondeu de prontidão, ficou parada por um tempo e enfim balançou a cabeça, deu meia volta e seguiu caminho pra casa. Lira nunca corria atrás de ninguém, mas depois de três semanas gastas em seu favor, ela se sentiu obrigada a ir até a menina, um pouco rudemente, e exigir uma resposta. Correu até conseguir pegar a mão esquerda da garota, segurando-a com força, fez com que ela virasse, olhou a menina nos olhos calorosos que tinha – eu lhe perguntei o seu nome – disse pausada e claramente.

A menina bufou, olhou para direita, o ar doce tinha saído dela, o espirito angelical não estava mais ali, e Lira não entendia bem o porquê, ela puxou a mão com força, deu um passo para frente até ficar com o rosto quase colado no de Lira.

– Clove, Clove Farnsworth – virou a cabeça, e seguiu caminho, Lira achou engraçado o temperamento da garota, ela poderia ser doce e frágil, mas também poderia ser autoritária e irreversível.

Lembrou-se que Clove era o nome de sua boneca favorita na infância, le,brou-se do quanto queria ser Clove. Clove, a boneca, tinha uma casa perfeita, um namorado perfeito, um carro perfeito, amigas perfeitas, a vida perfeita e um futuro brilhante pela frente. Tudo nunca passou de uma brincadeira de criança.

Clove, a menina, era de uma beleza diferente, incomum, selvagem. O nariz não era empinado como o da maioria das meninas da cidade de Lira, mas não deixava de ser bonito, não era largo, nem fino de mais, era único, os olhos de Clove eram grandes em todos os sentidos, os cílios também eram enormes, e os lábios eram finos, não havia vestígios de maquiagem em seu rosto, ela não precisava disso, devia ter entre 15 ou 16 anos, com certeza mais nova que Lira, mais não muito, ela não era alta, tinha estatura mediana, e era magra, não como Lira, tinha um corpo perfeito, alinhado e bem estruturado, tudo era dentro dos conformes, em uma sintonia divina.

Lira prometeu a si mesma parar de pensar naquela garota, seguiu caminho, longo e tortuoso caminho. Subiu a enorme colina na direção contraria do sol, assim como a menina dos cabelos negros havia lhe orientado, foram duas horas de caminhada, mas ela finalmente chegou ao campo de amoreiras, assim ela caminharia por mais quarenta minutos até chegar em sua casa, a estrada agora era de terra, e ela conhecia o caminho, não era tão longe de casa, um dia, se Lira estivesse com tempo iria até a casa de seus salvadores. Não sabia oque esperar quando chegasse em casa, apenas que dormiria com o ouvido quente de tanto a mãe gritar, não sabia exatamente que dia da semana era hoje e se amanha teria escola, só oque sabia é que estava morrendo de saudade de Brendan, Naomi e Pauline, ah, Pauline... A velha e sábia Pauline e seus docinhos de damasco, não via a hora de tirar uma hora de tarde para tomar chá com Pauline e ouvir suas histórias.

Ela acabara de passar pelo Bobble’s Coff, e agora viraria na rua de Naomi, hoje ela não ia esquecer de jogar uma pedra. Olhou para o chão, procurando por alguma coisa para jogar, nada de pedras por ali, o beco estava claro por causa dos raios solares, e ela conseguiu achar uma tampa de garrafa de cerveja, se posicionou e mirou, acertou em cheio, e o gato pulou para dentro do quarto com os olhos arregalados, ela sorriu, não era exatamente engraçado, esperou alguns segundos, até que viu uma cabeça loira pela janela.

– RAPOSA? – gritou a menina sorrindo – James! Venha ver! É a Lira, ela não morreu de overdose!

Naomi saiu da janela, Lira pensou que ela não daria a mínima para ela, e continuaria se pegando com James na cama, mas instantes depois, passando pela porta cheia de entulho na frente Naomi saiu, de trás James. Enquanto Naomi abraçava Lira e a cobria de beijos disse:

–Por onde andou sua louca? Nos deixou morrendo de preocupação – Lira sentiu os olhos se enxerem de lagrimas – onde arranjou isso? – perguntou a menina apontando para um machucado exposto que estava na cabeça de Lira, e que ela nem havia notado até agora – Meu Deus, você está mais magra do que nunca! Vai sumir se continuar assim! – Lira não ia chorar, ela nunca chorava – Ah Raposa, nunca mais fuja desse jeito, sem deixar rastros.

– Eu não fugi Tigresa – Tigresa e Raposa eram apelidos que elas mesmas tinham se dado quando tinham cinco anos de idade, por causa da cor do cabelo, pouco óbvio – Eu cai numa trilha, estava pegando amoras.

– Mas isso não está de acordo, que eu me lembre, era A Raposa e as Uvas – as duas riram, se desfazendo do abraço. James estava encostado na parede, fumando cigarro, como sempre, esse menino ainda vai morrer com os pulmões pretos, ele não dava sinal de que iria cumprimentar Lira, apenas deu um sorriso torto e entrou pra dentro da maloca de Naomi – Pra onde vai agora? Entre, e tome algumas conosco.

– Pra casa, preciso ver o Brendan – disse sensata, olhou nos olhos de Naomi, pensou em fazer oque nunca tivera coragem, mas desistiu, ela era uma covarde, Lira era uma merda de uma covarde.

Vagarosamente foi soltando as mãos de Naomi e andando, sorriu e completou:

– Nos vemos depois – começou a andar e tropicou em um saco de lixo, mas não caiu, olhou para trás e acenou para a menina de olhos azuis, olhos que já não eram tão encantadores como antes.

Lira virou a rua, passou pela casa de seu vizinho velho e louco, e quando finalmente chegou no gramado de casa, percebeu um carro diferente na porta, o velho Volvo cinza, o velho Volvo... Entrou correndo em casa, na sala a mãe espancava Brendan, batia tão forte que ela conseguia ouvir os tapas de longe, a mãe não dava a mínima para os gritos de dor do garoto, era repugnante, Lira bateu a porta com força de modo que a mãe se assustou, olhou para ela com aqueles olhos caídos, correu para perto de Lira, olhou a filha de cima a baixo, Lira continuava de cabeça erguida, imponente, preparada para ouvir a merda do sermão da mãe, mas ao contrário do que pensava, a mãe à abraçou, bêbada, completamente bêbada. Lira não correspondeu ao abraço, o irmão continuava no chão, provavelmente morrendo de dor, com lágrimas nos olhos, Lira empurrou a mãe, que caiu sentada e começou a chorar, Lira pegou o irmão no colo, o menino estava um pouco mais pesado do que a última vez.

– Que merda você acha que está fazendo com meu irmão? Sua doente! – protestou Lira aos berros, se esquecendo do carro que estava parado na porta, Lira chegou aos pés de sua mãe, alterou a voz, agora falava baixo, para que só elas e o menino escutassem – Você merece morrer, hipócrita de merda, bêbada, mãe desnaturada – Lira nunca tinha se exaltado para tanto, a mãe continuava no chão, chorando, em uma das mãos segurava uma garrafa de vinho tinto, a outra apoiava a cabeça, que fazia sinal negativo continuo – você é louca, eu vou ligar para um psiquiatra agora mesmo, você precisa de tratamento – Lira pisou forte na garrafa da mãe, tão forte que a estourou, a mãe parou de chorar, ainda no chão rastejou até a mesinha de canto e pegou um cigarro que acendeu, assim se levantando, e começou a rir – fique longe do meu irmão, está entendendo? longe do Brendan.

Janet ria disparadamente, só Deus sabe oque está na cabeça dessa mulher, ela se contorcia de rir, até que a risada foi diminuindo, ela mudou sua face para um modo monstruoso e maléfico, em passos vagarosos e pequenos ela se aproximava dos filhos.

– Acha que pode fazer esse tipo de coisa? Querida raposinha... – com a mão esquerda tocou no queixo da filha, que se esquivou e subiu um degrau da escada, a mulher riu novamente – ele é meu filho, e eu sinto nojo de você – fez uma cara como a de quem tem merda no buço e cuspiu na cara da filha – nojo – a mulher se afastou, foi até a adega e pegou outra garrafa de vinho, começou a cantarolar e se jogou no sofá.

Bredan limpou o rosto da irmã delicadamente, a menina sorriu para ele e subiu para os cômodos de cima. Colocou Brendan sentado na pia do banheiro e ligou a torneira da banheira.

– Ela anda te batendo? – perguntou Lira – Com muita frequência desde que eu sai? – perguntou a menina despindo o irmão.

– Só quando papai não está em casa – as palavras do irmão fizeram Lira paralisar, o Volvo cinza do pai estava estacionado na frente da casa, mas onde ele estaria? Uma memória de Lira veio á tona:

Ela estava no balanço do quintal, sua mãe estava fazendo torta de maça na cozinha e seu pai a balançava sorrindo, Lira deixava os cabelos soltos pairarem ao vento e cada segundo se tornava benevolente para seu eu interior, a mãe apareceu na porta dos fundos sorrindo e chamou marido e filha para se servirem de sua deliciosa torta, a menininha pulou do balanço e correu em direção à mãe, que a abraçou e deu um beijo na testa, o pai vinha em passos curtos e com as mãos nos bolsos até a cozinha, todos entraram e se sentaram à mesa, o pai começou a contar sobre seu dia de trabalho anterior, ele era professor, dava aulas de ciências, a mãe ria, pois as histórias eram engraçadas, a campainha tocou e Lira saiu correndo da mesa, como qualquer outra criança de sua idade faz, o dia estava ensolarado, dava para ver pela fresta da porta, os raios estavam sendo interrompidos por dois pés, a menina se esticou para destrancar a porta e finalmente virou á maçaneta, ali estava uma bela menina, de cabelos loiros até a cintura, com um casaco de pele marrom, Lira reconheceu a menina, ela sempre vinha ter aulas particulares com seu pai, a menina afagou os cabelos de Lira e entrou, Lira a acompanhou, a mãe estava na cozinha, não era comum a mãe estar de folga aos sábados, ela trabalhava de enfermeira de plantão em um hospital particular, a garota loira de boca carnuda empurrou o prato de torta que estava na frente de meu pai e se sentou em sua frente, colocou seus seio á nível dos olhos, passou a perna por cima do homem de uma modo sensual, com as pernas abertas e as mãos nos lábios do pai, que olhava assustado para filha, a menina abriu o casaco, estava nua. A mulher ruiva que estava esquentando outro pedaço de torta para filha entrou na sala, ao ver a cena derrubou o prato que se espatifou no chão, e começou a chorar, Lira correu para seu quarto, como sempre fazia, covardemente. Depois por entre os degraus da escada ela viu seu pai saindo pela porta da frente com uma mala de viagem grande, o ouviu ligar o carro e a mãe se atirando de costas contra a porta, como uma adolescente que foi proibida de rever o namorado secreto, ela chorava de soluçar, Lira desceu os degraus com medo e se aninhou no ombro da mãe, que se levantou rudemente e foi até a cozinha abrir uma garrafa de vinho tinto.

– Ele foi buscar biscoitos pra mim – disse o irmão trazendo a irmã para o presente.

A banheira estava quase cheia, então Lira desligou a torneira e colocou seu irmão na água, ele sorriu timidamente, e olhou para irmã.

– Podemos fazer bolha? – Lira riu baixinho e concordou, foi até a pia e pegou os sais de banhos, jogou um pouco na água e sacudiu, se sentou no vaso sanitário e esperou que seu irmão se divertisse um pouco.

– Precisa de ajuda? – perguntou uma voz de fora do banheiro, uma voz grossa, que mesmo depois de muito tempo Lira pode reconhecer. Lira se levantou e trancou a porta do banheiro, olhou pela fechadura, viu um homem 13 anos mais velho do que ela se lembrava, mas que continuava o mesmo, alto, uns quilinhos mais gordo, com cabelos castanhos e alguns fios brancos – Abre a porta Lira, eu voltei pra ajudar, por favor, coopere comigo.

Enquanto suspirava, Lira olhou pro irmão, que brincava despreocupado com seu patinho de borracha, ela nunca superara a ausência do pai, bufou, contorcendo o nariz reservou ar nos pulmões pra falar com dificuldade:

– Só... Vai embora esta bem? Estamos indo bem sem você por aqui.

O homem bateu os pés algumas vezes, mas pareceu entender o recado, ouviu passos descendo a escada.

– Vamos? – perguntou, o irmão que assentiu, enrolou o menino na toalha e o levou para seu quarto, colocando roupas limpas. Olhou pela janela, o Volvo continuava lá. O menino começou a brincar com seus soldadinhos de plástico enquanto Lira se perdia em pensamentos.

Desde quando esse homem estava na casa? Porque voltou? E, se voltou, porque a mãe continuava bebendo como uma louca? Melhor esse causador de problemas ir embora. Não quero que ele faça o que o último homem que cruzou essa porta fez, engravidou Janet, quando descobriu, deu as costas e foi embora. Não é por nada, mas cuidar do Brendan já era demais para Lira. Ela já tinha muitos problemas para sustentar.

Voltou a olhar pela janela, na esperança de que o homem fosse embora, mas o volvo continuava lá, olhou mais adiante e percebeu que na casa do velho louco havia novas pessoas também, a família do velho que gritava pelado correndo no quintal durante a noite veio visita-lo. Distraída, só percebeu que seu pai estava parado ao lado da porta depois que ele a fechou, se sentindo desconfortável sorriu torto. Lira não resistiu, correu e abraçou o homem que não via há tanto tempo, em seus braços chorou todas suas agonias, ele a tranquilizou, e disse que nunca mais ia nos deixar.

Lira deixou que o pai cuidasse do pequeno Brendan, que achava que aquele era o pai dele, ao menos, ele ia ter a figura paterna que Lira nunca teve. Foi para seu quarto 14 novas sms no celular, ela não era tão mal amada afinal, 6 eram no Vergan, preocupado, 4 de Naomi, 3 de Kylie, e uma de James, que na verdade era o Vergan, dava pra ver pela forma que foi escrita.

Oi, é o James, faz favor de responder a gente? Estamos morrendo sem você :-(

Só quem faz carinhas é o Vergan, e sinceramente? James não morreria sem ela.

Era bom estar em casa, e era ruim também. Ela não tinha toda atenção que recebia na casa dos Farnsworth, e não tinha aqueles olhos de fogo vigiando cada movimento que ela fazia. Ela também não gostava exatamente das mudanças que aconteceram, principalmente a volta do pai.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sim eu sei, o capitulo ta enorme, mas é pra compensar que eu não posto faz tempo, e em forma de agradecimento pra todos vocês que andam lendo minha história. Obrigada.