Os 7 escrita por Killer


Capítulo 16
Daniel - parte II


Notas iniciais do capítulo

Oioioi gente. Bem, eu acho que só vou postar esse e mais um hoje. Então, divirtam-se.



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A casa em que Daniel ficava tinha um aspecto meio velho, mas era bem bonitinha. Entramos e sentei-me no sofá, que parecia bastante com o que estava na casa deles.

- Está com fome? – ele perguntou à mim.

- Um pouco. Que horas são?

- Onze e meia. – ele respondeu. Abriu um armário, pegou um saco de salgadinhos e jogou na minha direção.

- Obrigada. – falei, pegando o saco. Observei o armário – Você só tem porcarias aqui.

- Aqui não tem energia, estamos no meio da floresta, o que você quer!?

- Desculpa. – falei na defensiva.

Ele pegou uma cadeira e colocou-a perto do sofá. Sentou-se e disse:

- Agora eu quero respostas.

- Diga. – falei colocando um salgadinho com gosto de queijo na boca.

- Por que todos te perseguem?

- Eu realmente não sei. – falei. – Só sei de uma coisa.

- O que?

- O médico, quando eu estava quase pra acordar, cochichou com uma enfermeira que eu não podia ter acontecido. – senti um arrepio ao lembrar daquele dia – Ele disse que eu era perigosa. Depois eu soube que também era uma 7.

Abaixei a cabeça, esperando que ele falasse alguma coisa, ou me expulsasse da casa dele, mas ele apenas disse:

- Conta comigo, quero dizer, conosco para o que precisar.

Sorri e encarei-o. Ele retirou uma mecha de cabelo que estava tapando meu rosto, e jogou-a para trás da minha orelha. Fiquei um pouco sem graça, e acho que ele também ficou.

- Como construiu isso aqui? – perguntei a ele, tentando desviar o assunto.

- Eu estava outro dia por aqui e achei esse lugar. Ele é perfeito para o que eu faço.

-Aqui é bem silencioso.

- Eu gosto. Me ajuda a pensar. – ele disse.

- Mia que não ia gostar disso. – falei.

- É incrível isso.

- Isso o que?

- Como em menos de uma semana, você tem mais intimidade com a minha irmã do que eu.

- Você quase não para na sua casa. – eu disse – E quando para nem dá atenção a ela, ou então briga com ela.

- Quando os meus pais foram viajar, eles me deixaram tomando conta de Dylan e da Mia. Eu tinha 14 anos.

- Quantos anos você tem?

- 18. – ele respondeu. – Desde então eu tinha que cuidar deles e de mim. Até que desapareci por aqui. Assim que acordei naquela tarde, a primeira coisa que pensei foi em ir pra casa. Mas no caminho eu comecei a pensar em mim. Pela primeira vez eu estava pensando em mim mesmo, e não nos meus irmãos. E eu concluí que, se eles sobreviveram muito bem sem mim durante dois dias, conseguiriam durante mais tempo.

“Todos os dias” – ele continuou e eu não o interrompi nem um segundo sequer – “Eu vinha pra floresta. Uma amigo meu me dera esse ‘cigarro’ e eu vinha pra cá pra pensar, ficar sozinho. Então achei essa casa. Estava inabitada, sem nada dentro, a não ser esse sofá. Só precisei limpá-la para descobrir que essa casa pertencia aos meus pais.”

- Como sabe? – perguntei. Essa história estava ficando interessante.

Ele olhou para a porta. Em cima dela, havia alguma coisa escrita em uma letra bem bonita. Levantei-me do sofá e fui ver o que era.

Casa de Helena e Michael Parker.

- Ah. – foi a única coisa que consegui dizer.

- Eu retirei a poeira que estava aí em cima e consegui ler. Foi assim que descobri.

- Se sente mais próximo deles aqui?

- Um pouco. – ele disse.

Voltei para o sofá e ele sentou ao meu lado.

- Você é a primeira pessoa que eu trago aqui. – ele falou depois de um tempo.

Sorri com isso, mesmo me sentindo um pouco desconfortável. Não sabia se isso era bom o ruim.

- Por quê? – perguntei.

- Porque por algum motivo eu confio em você.

- Obrigada. – falei envergonhada.

Ficamos conversando o resto da tarde. Quando deu umas 4 horas, Daniel disse que era melhor voltarmos. Concordei e fomos.

Assim que avistamos a casa, Daniel foi ficando mais devagar até parar, uns cem metros da casa de madeira.

- Você não vem?

- Não, eu venho mais tarde.

- Promete?

- Prometo.

Sorri e me despedi dele. Entrei na casa e Mia e Dylan saíram do corredor e falaram:

- Feliz aniversário.

- Obrigada – falei abraçando-os.

- Isso é pra você Abby. – Mia me entregou um embrulhozinho.

Agradeci e a abracei. Abri e me deparei com uma correntezinha prata. Nela havia um pingente com o número 7.

Ri com aquilo e falei:

- Obrigada, é linda. – coloquei e fiquei admirando o pingente.

- Onde esteve o dia todo? – Dylan perguntou.

- Com Daniel. – falei sem tirar os olhos do pingente. Olhei pra eles e percebi que eles se entreolhavam sorrindo. – O que houve?

- Nada – falou Mia – Agora a gente pode comer o bolo que fizemos?

- Fizeram bolo?

- Sim.

- Então tá, vamos comer então.

E assim fomos pra cozinha.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Se gostaram comentem, se não gostaram também hahaha ;)
bjs