Os 7 escrita por Killer


Capítulo 15
Daniel


Notas iniciais do capítulo

Finalmente chegou o capítulo que eu espero desde o inicio! Bom, é isso,boa leitura.
Bjs



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Coloquei a primeira coisa que vi. Penteei meus cabelos rapidamente e prendi-os em uma trança. Peguei o meu casaco azul e calcei meus tênis. Escovei os dentes e passei uma água no rosto.

Quando saí pela porta, Daniel já estava impaciente e com um cigarro na boca.

- Demorou. – ele falou, assoprando círculos de fumaça no ar. – Quase desisti de te levar.

- Demorei só 5 minutos. – defendi-me.

- Se eu não fosse te levar, eu já estaria lá. – ele disse rudemente. – Vem, vamos logo.

Acompanhei-o até a entrada da floresta. Havia uma “trilha” escondida, mas Daniel não seguiu por ela. Seguiu na direção oposta, por um caminho que parecia um pouco perigoso, mas eu não me importei. Eu gostava da adrenalina.

Durante o trajeto fui fazendo perguntas à ele:

- Então, por que você não fica em casa?

- Porque eu não quero. – ele respondeu indiferente.

- Namora?

- Não. – ele disse – Eu não sou o Dylan cujas garotas correm atrás dele.

Deve ser porque elas não te conhecem, pensei. Ele era muito bonito, talvez até mais que Dylan. Na verdade, os Parker eram bonitos, até os pais deles.

- Já estamos chegando?

- Sim, só mais 5 minutos. – ele disse.

Ouvi passos atrás de nós. Daniel virou-se para mim e colocou o dedo indicador na boca como se pedisse silencio. Obedeci e fiquei quieta. O barulho se aproximava. Ele me olhou e levantou alguns dedos das mãos.

Entendi o que ele quis dizer. Os 7 estavam por perto. Fiquei um pouco nervosa, não sabia como eles eram, ou o que fariam. Ficamos parados até que Daniel sussurrou:

- Corra.

E então corremos. Tenho que admitir que ele corre tanto quanto eu, talvez até mais rápido. Segui-o durante todo o caminho e quase caí quando passamos pela beirada estreita de um penhasco. Só paramos quando chegamos em frente a uma árvore bem alta.

- Nós não vamos subir nisso, vamos?

- Eles não vão nos ver, rápido.

Subi na árvore, Daniel atrás de mim. Ficamos esperando eles passarem. Era muita gente, eles estavam todos sujos. Eles pareciam nós correndo. Uma caiu e foi pisoteada. Depois de alguns minutos, eles já haviam se distanciado o bastante, então descemos.

Tivemos que passar pela garota. Ela estava cheia de sangue, sua pele branca como papel. Seus olhos estavam abertos e dava pra ver o tom vermelho sangue eles.

Daniel pediu para eu segui-lo e andamos mais um pouco. Então chegamos a uma casa. Não era bem uma casa na árvore. Era uma casa que estava apoiada em galhos que ficavam baixos, ou seja, você nem precisava levantar o pé pra entrar.

- O que é isso? – perguntei admirada.

- É a minha casa, na maior parte do tempo. – ele respondeu.

- Como conseguiu isso? Isso é maravilhoso!

- Maravilhoso, mas é segredo. – ele disse. – Vem entra.

Entrei com um pouco de hesitação. Não sabia o que encontraria lá. Mas me surpreendi.

Havia um mapa gigante que ocupava quase que a parede inteira. Estava todo marcado, cheio de pontos vermelhos. Havia também um sofá e uma bancada, cheia de celulares e um laptop.

- Pra que todas essas coisas? – perguntei.

- Pra localizar uma pessoa. – ele disse.

- Posso saber quem é? – perguntei.

Ele me encarou e disse:

- Não. – ele falou sorrindo.

Retribuí o sorriso e andei pela casa. Não era muito grande, mas era aconchegante. Daniel abriu a porta e falou:

- Vem, tem um lugar que eu quero te mostrar. – ele disse me puxando.

Acompanhei-o durante uns minutos e chegamos à beira de um rio. O sol refletia na água, o que fazia ficar mais bonita ainda. Sentamos na beira e retiramos os sapatos, colocando os pés na água gelada.

Daniel começou a jogar água na minha calça e fiz o mesmo com ele.

- Tá, vamos parar, antes que fiquemos molhados.

Concordei e retirei o casaco. Estava começando a ficar quente. Daniel também retirou o dele e pude ver que havia uma cicatriz no seu braço esquerdo.

- O que é isso? – falei apontando para a marca.

- É uma cicatriz. – ele disse e eu o encarei com uma cara de “Não me diga!”.

- Ta, mas onde conseguiu?

- Eu não sei. – ele disse. – Eu não me lembro.

Lembrei-me da história que Dylan me contara. Sobre Daniel mudar.

- Dylan me disse que você ficou desaparecido por dois dias. – e depois mudou. Completei mentalmente.

- Não me lembro de nada do que aconteceu nesses dois dias.

- Nada?

- Nem um segundo. Só lembro de ter acordado por aqui e decidir ir pra casa. E comecei a mudar de comportamento.

- Isso é impossível. – falei. – Ninguém muda de um dia pro outro.

- Era o que eu pensava também. – ele disse olhando pra mim. Senti aqueles olhos verdes me encarando e desviei o olhar, envergonhada.

- Mas as pessoas mudam.

- Não de um dia pro outro. – ele falou.

- Tem razão. – concordei com ele. Decidi mudar de assunto – Então, você fica aqui, todo o dia, o dia todo só naquela casa ou vem até aqui?

- Faço outras coisas também, mas não é da sua conta. – ele respondeu.

- Então tá. – falei.

O silencio tomou conta depois de um tempo. Daniel disse que devíamos voltar e não o contrariei. Calcei meus tênis e seguimos caminho.

- Tem certeza de que não se lembra de nada daqueles dois dias?

- Só de acordar com essa cicatriz, serve?

- Desculpa então. – falei.

- É verdade?

- O que?

- Que você além de 4, é uma 7?

- Sim é verdade. – respondi. – É verdade?

- O que?

- Que foi você que deu a ideia das cartas?

Ele parou de andar e disse:

- Dylan ainda faz isso?

- Faz.

- Sim, fui eu. – disse. – Podemos ir mais rápido agora?

Concordei e andamos de volta até a casa. 


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Amanhã tem outro capítulo que é a parte 2 desse.
Bjs