Sentei-me junto a Ed na sala de espera enquanto os médicos faziam exames em minha tia. Estávamos lá há aproximadamente umas três horas, então Ed foi até a saída ligar para seus pais, que deveriam estar preocupados. Pensei em ligar para minha mãe, mas achei melhor esperar os resultados para dar a notícia completa.

Uns 15 minutos depois de Ed ter ido para a saída, um médico moreno e alto apareceu na sala de espera e chamou por meu nome. Me levantei rápido e fui em sua direção. Ed ainda estava do lado de fora do hospital no telefone, então fui sozinha.

– Por acaso você é parente da paciente Rosalie Johnson?

– Sim, sou sobrinha dela, Charlotte Johnson. Tem alguma notícia sobre ela?

– Bem, acabamos de fazer os exames agora. Pelos exames, ela não sofreu nenhum trauma ou algo do tipo, mas ela precisa descansar; bastante. O desmaio ocorreu por conta de extress, um dos motivos pelo qual ela precisa descansar. Mas ainda sim, foi um tombo feio, ela bateu a cabeça muito forte, então para assegurar de que está tudo bem, precisamos que ela fique mais algum tempo aqui internada.

– Mas em geral, até agora está tudo bem?

– Bem, não apareceu nada anormal nos exames...

– Então ainda há chances dela ficar bem completamente!

– Esses exames são muito difíceis de dar errado. Então provavelmente está tudo em ordem. Mas ainda sim, ainda tem essa pequena possibilidade de algo ter dado errado enquanto eles estavam sendo feitos, por isso vamos mantê-la aqui em observação.

– Obrigada doutor... - procurei por seu sobrenome aonde ficam geralmente os sobrenomes dos médicos: em uma pequena plaquinha de metal presa ao seu jaleco. - Morgan. Estava pensando tudo do mal e do pior, você aumentou muito minhas expectativas. Estou me sentindo melhor agora, obrigada mesmo. - realmente me sentia muito mais aliviada com suas palavras. Pelo menos havia uma chance de minha tia ficar bem.

Quando fui voltar a meu lugar, vi que Ed tinha voltado e agora estava de pé esperando para saber as notícias que o médico havia me passado.

– Então, como ela está? - podia ver que estava preocupado. Seus olhos pareciam tentar buscar informações em minha expressão, observando cada centímetro de meu rosto enquanto apoiava suas mãos em meus ombros. - Ela está bem?

– Há muitas chances de ela ficar bem novamente. Eles fizeram os exames e deu tudo certo, mas ainda há a possibilidade de ter acontecido alguma coisa e ela não ter aparecido... - me sentei em uma das cadeiras azuis da sala de espera e ele se sentou ao meu lado - Mas mesmo assim, já é um alívio saber que há chances de tudo ficar bem. Ainda mais grandes chances!

– Sim, com certeza vai dar tudo certo, fica tranquila. Mas e você, está melhor? Um pouco pelo menos? - ele não desviava meus dos seus por nada.

– Estou sim, obrigada por perguntar. - disse deixando-me cair em seu ombro. - Pode ficar comigo? Pelo menos até eu poder vê-la..

– Nem precisava perguntar Char, nunca iria te deixar sozinha aqui. Ainda mais num momento como esse..

– Obrigada Ed. É muito atencioso de sua parte - disse dando-lhe um beijo na bochecha, a vendo ficar vermelha novamente.

O tempo passou e continuamos ali, com minha cabeça deitada em seu ombro e suas mãos nas minhas. Me levantei e fui andando em direção ao corredor da sala de espera. Me olhei no espelho emoldurado em uma das paredes e reparei que meu rosto estava um pouco menos inchado por ter chorado. Fui ao banheiro e o lavei, aproveitando para fazer outro rabo de cavalo, pois o outro estava bem bagunçado e frouxo. Os cachos haviam saído, assim como a maquiagem clara que antes estava em meu rosto. Agradeci por não ter colocado máscara preta ou algo do tipo. Minha roupa estava amarrotada e eu ainda estava com o casaco de Ed em volta de meus ombros. Voltei de volta ao corredor até a sala de espera e avistei Ed junto ao médico conversando com ele. Cheguei um pouco mais perto e os dois olharam para mim instantaneamente.

– Ele estava procurando por você Char - escutei Ed dizer

– O que aconteceu? Minha tia está bem? - estava começando a ficar preocupada, fazia pouco tempo desde a última vez que o médico aparecera, e ele parecia estar trazendo notícias.

– Bem, achamos outro motivo pelo qual sua tia possa ter desmaiado.. - as notícias não pareciam muito boas. Sua expressão estava séria, e ele olhava apenas para sua prancheta, evitando meus olhos.

– O que vocês encontraram? - já estava entrando em pânico. Ele estava demorando demais para dizer e meu coração estava saltitando, parecendo que iria sair pela minha boca.

– Bem, o outro motivo do desmaio, talvez o principal, pode ter sido.. - ouvi meu coração parar de bater por alguns instantes, junto com minha respiração. Senti dois braços se entrelaçarem em volta de mim. Não era possível que isso estava acontecendo. Não era possível que esse era um dos motivos.. Só não conseguia acreditar.