Bad Dreams escrita por Alex Baggins


Capítulo 2
Não Se Pode Confiar Em Líderes De Torcida


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais ^^



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Eu me levantei e bati minhas mãos na superfície da mesa.

–Sadie, acalme-se... – pediu Carter.

Eu o ignorei.

–Você está insinuando – sibilei, com meus olhos semicerrados – que quer que eu... Que eu o seduza? Tenho cara de líder de torcida, Jasmine?

Jaz também se levantou e me encarou com a mesma ferocidade. As pessoas começavam a se afastar. Eu estava a um passo de convocar meu cajado do Duat e transforma-la num tamanduá loiro quando Zia se colocou entre nós.

–Sentem-se. As duas. – mandou ela. Jaz se sentou. Eu continuei em pé.

–Eu não estava insinuando, Sadie. É exatamente isso que eu quero dizer. É o plano perfeito. – disse ela mantendo aquele olhar irritantemente calmo, com um toque de malícia – Se tentarmos atrai-lo com magia, ele pode tentar chamar alguém e estragar tudo.

–Isso faz sentido. É um bom plano, Jaz. – disse Zia-intrometida. Ninguém pediu a opinião dela.

[Pare de me beliscar, Carter! Você sabe muito bem que sua namorada é abelhuda!]

Mas eu não podia negar, era um bom plano. A única falha nele é: eu não tenho ideia de como seduzir um cara. Eu não conseguia nem persuadir Walt a me deixar ganhar nos vídeo games. E olha que ele é Walt (e Anúbis, mas isso não vem ao caso).

Eu estava prestes a dizer isso em voz alta, quando alguém me interrompeu:

–Não. Sadie não vai fazer isso. – Walt disse.

Uma coisa que as pessoas deveriam saber sobre mim: Eu odeio receber ordens. Odeio a ponto de se você me manda lavar a louça (manda, não pede) e eu saio quebrando todos os pratos.

Mentira, eu não faço isso. Mas eu fico bem chateada e geralmente faço o contrario do que me mandam.

E Walt dentre todas as pessoas deveria saber disso.

–Eu topo! – disse entredentes.

–Sadie! – reclamou Walt.

Se eu sabia naquela hora que ele estava com ciúmes? Não, eu não tinha ideia. Eu estava furiosa demais para perceber isso. Furiosa com Jaz por seu plano ridículo, furiosa com Zia por ser uma abelhuda, furiosa com Walt por ter (ARGH) tentado mandar em mim. Eu estava furiosa com todo mundo.

[Não, Carter, eu não estava de TPM. Eu acho que não].

–Ótimo! – alegrou-se Jaz que já foi se levantando e me puxando pelo braço – Isso vai ser ótimo, temos muito que fazer! Cabelo, maquiagem, unhas, a fantasia!

–O quê?! – virar cobaia da Barbie Brooklyn ali não estava entre as minhas dez coisas favoritas mesmo. Não estava entre as minhas 100 coisas favoritas – Não. Acabei de desistir desse plano. Concordo com Walt, eu não vou fazer isso.

–Deixe de ser estúpida, menina. – disse Cloe que me empurrava por trás enquanto Jaz me puxava pela frente.

Eu então simplesmente me deixei ser guinchada escada acima, porque sabia que não adiantava lutar. Jaz me arrastou até seu quarto enquanto eu resmungava, o que ultimamente era a única coisa que eu sabia fazer.

Eu nunca havia estado no quarto de Jaz. Era muito parecido com o meu, porém ligeiramente menor. Ao invés de simples edredons brancos e pretos como os meus, os dela eram lilás e azul. A parede estava coberta por pôsteres de suas bandas favoritas e fotos dela com suas amigas de sua antiga escola. Acima da cama, havia uma prateleira coberta de troféus e medalhas douradas que reluziam sob a luz do sol. Na sua varanda, havia uma espreguiçadeira laranja com flores que parecia extremamente confortável. No canto esquerdo do quarto, havia uma penteadeira de cerejeira coberta de parafernália. Maquiagem, presilhas, pentes, chapinhas, baby-liss, perucas e outras coisas que eu nem sabia o que eram. Algumas coisas ali pareciam objetos de tortura.

Eu andei até a penteadeira e peguei um algo potencialmente perigoso e perguntei.

–O que, pelo amor dos deuses, é isso?

Jaz revirou os olhos.

–É um curvex, sua boba. Agora solta isso e vamos ao trabalho.

Ela me empurrou até uma cadeira giratória cor-de-rosa e me fez sentar. Eu entrelacei as mãos sobre meu colo e encarei meu pé como se fosse à coisa mais interessante do mundo.

–Jaz – comecei a falar, corando um pouco. É, essa missão não seria nada fácil – Você sabe que eu não tenho a mínima ideia de como... De como... Seduzir um cara, não é?

Jaz e Cloe se entreolharam e depois começaram a rir.

–Ei! – reclamei exasperada – Não tem graça! Estou falando sério!

Cloe foi a que se recuperou primeiro. Ela se sentou ao pé da cama de frente para mim e disse um pouco arfante:

– Calma, Sadie, não é algo muito difícil. Garotos são facilmente manipulados por uma menina.

Jaz assentiu com a cabeça e se sentou ao lado da amiga.

–É verdade. Principalmente se ele já está caidinho por você. Só vá lá, faz um charme, jogue conversa fora e o elogie. Depois sugira que vão para um lugar mais reservado. Ele vai te seguir e é só você traze-lo para cá. Não é física quântica, é um plano bem simples.

Eu preferia a física quântica.

Foram horas de tortura que eu passei naquele quarto. Passaram cremes de hidratação, condicionadores e shampoos em meu cabelo (e algo que eu tinha quase certeza que era shampoo de cavalo). Pentearam, alisaram e puxaram sem eu reclamar nenhuma vez. Mas quando Jaz levantou uma caixa de tinta de cabelo preto foi que eu me rebelei:

–NÃO! NÃO! Se você pensa que vai pintar meu cabelo inteiro de preto você está ficando louca! – gritei furiosa levantando-me – Se você encostar uma gota dessa tinta no meu cabelo faço você beijar o traseiro rosado de Khufu!

Cloe me segurou pela blusa e me puxou de volta para a cadeira dizendo:

–É tinta temporária. Assim que você tomar banho ela sai.

Eu me aquietei com a promessa de que se ela estivesse mentindo daria ele de lanchinho para Filipe.

Elas passaram cremes em minha pele, e me esfoliaram até eu ficar quase em carne viva. Passaram tanta maquiagem em mim que eu comecei a me questionar o quão feia eu era. Até então, eu não tinha nem ideia do que eu iria fantasiada. Só ficava lá, sentada sem emitir nenhum som enquanto as duas trabalhavam. A única parte que eu gostei daquela palhaçada toda foi a parte em que colocaram pepinos nos meus olhos. Pode parecer ridículo, mas aquilo é bem refrescante. Infelizmente, não me deixaram comer os pepinos.

Eu perdi a noção do tempo. Acho que fiquei ali por um pouco mais de cinco horas. Francamente, aquilo tudo era bobagem. Eu estava indo a uma festa fantasia e não ao meu casamento. E outra, parecia muito estranho me arrumar para um cara que não era Walt.

Eu não sabia como estava nossa relação. Eu gostava dele. Muito. E eu sabia que ele gostava de mim. Mas desde que ele se uniu a Anúbis, as coisas ficaram estranhas. Era como se ele me evitasse, fugisse de mim. Conversei sobre isso uma vez com minha mãe (o fantasma dela) e ela disse que ele estava apenas me dando espaço, me dando tempo para me acostumar. Francamente, eu não precisava de tempo. Eu precisava que ele deixasse de ser panaca e me chamasse para sair.

Eu estava perdida em meus pensamentos quando Jaz e Cloe se afastaram para me olhar.

–Você está linda. – disse Jaz enquanto Cloe concordavam com a cabeça.

Eu me levantei.

–Acabou? – perguntei esperançosamente.

–Acabou. Só falta colocar a fantasia. – respondeu Cloe enquanto a outra ia até o closet pegar a fantasia.

–Por favor, me diga que minha fantasia não é de algo estúpido como uma latinha de cerveja ou uma carta de baralho. – pedi.

Cloe riu e balançou a cabeça. Jaz saiu do closet carregando uma sacola. Quando ela abre a sacola e revela a fantasia por dentro eu quase caio para trás.

–Você tem que estar brincando! - gritei – Eu não vou usar isso!

Jaz revirou os olhos.

–Qual é, Sadie. Walt vai adorar! – ela deu uma piscadinha travessa.

É, não se pode confiar em líderes de torcida. Nem em ex-líderes de torcida



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Notas finais do capítulo

Obrigada pelas reviews, gente! Esse capitulo foi maior devido aos pedidos.
Odeio ter que pedir isso, mas por favor divulguem a fic?
Brigada!
Beijos!
Mi.
P.S: Estou aceitando dicas para a fantasia de Walt! Ainda não sei o que vai ser!



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