O Amigo Do Meu Irmão escrita por Malu


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oooooooie gente! Como estão?
Esse capítulo é bem emocional, então controlem o choro! #parei
O início do capítulo é o que aconteceu na cozinha com James e Justin enquanto Caroline estava no quarto, mas depois a história vai continuando :)
Boa leitura!!



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POV JAMES

Caroline sobe as escadas chorando. Olho boquiaberto pro Justin.

- Cara, você ficou maluco? – pergunto.

- Eu não sou maluco por tomar conta da minha irmã! Eu não sou maluco por me preocupar com ela! Você é maluco por estar achando que vai transformar a minha irmã em uma... – Não deixo ele terminar.

- Em uma o que? Em uma vadia? É isso que você pensa que eu faço com as garotas? Eu achei que você gostasse realmente de mim. Só porque eu acho a sua irmã gostosa, não significa que eu vá fuder com ela! Você tem que parar de duvidar das pessoas! Você tá muito estressado pro meu gosto! Eu achei que eu fosse o seu melhor amigo! Achei que pudesse confiar em você, mas você só tá fazendo besteiras! – Me irrito com ele.

Ele fica em silêncio por um instante, se senta na cadeira e começa a chorar com as mãos no rosto. Cara, odeio ver ele chorando. Principalmente agora, que eu gritei com ele.

- Eu não queria ser assim – Ele funga – Eu tento não ser! Mas eu não sei... Eu realmente só faço besteiras. Eu prometi pra minha irmã, assim que nossos pais se separaram, que eu ia mudar. E eu mudei mesmo. Mas pra pior – ele começa a chorar mais e a soluçar – Eu sou um idiota! – ele bate na mesa com raiva – Tudo o que eu queria era fazer a minha irmã feliz, agora que ela mais precisa. E eu também... Eu só queria que tudo se ajeitasse, mas quando as coisas estão quase se resolvendo, eu fodo com tudo de novo! Agora eu só queria poder dar o meu melhor, mas... Parece que eu não tenho o meu melhor.

- Cara, para, por favor. Tá me deixando mal – odeio ter que fazer esse tipo de discurso, mas vamos lá – Você é um cara foda pra cacete... – Realmente não sou bom com palavras - Você só não sabe lidar com algumas situações muito bem. Você tem que se acalmar e passar a confiar mais em nós. Seus amigos. Não em todo mundo. Tenta mudar as suas atitudes, pelo bem de todo mundo. E pelo seu próprio bem – Será que consegui?

Ele olha pra mim com lágrimas nos olhos e se levanta devagar ficando na minha frente.

- Desculpa – ele me puxa e me abraça forte. O abraço de volta.

- Eu te amo pra caralho, maninho – digo. Ah, merda. Estou sentimental. Mas ele precisa.

- Também te amo, seu viado – ele diz e rimos.

- Agora para de chorar, falou? Não gosto de ver meu brother chorando.

- Tá certo, vou tentar – ele enxuga as lágrimas – Tenho que falar com a Caroline.

- Não, deixa que eu vou. Vai pensando um pouco ai, enquanto eu vou lá em cima.

Estou quase chegando na escada quando a mãe do Justin entra.

- Ah, olá James – ela diz como se me visse todos os dias.

- Qual é, tia. Tudo beleza?

- Seria demais pedir que me chame de Sra. Becker?

- Ih tia, essa não é minha praia – rio.

- Poderia pelo menos fingir que está feliz de ver o James novamente, não é, mãe? – Justin pergunta irônico.

- Mas é claro que estou feliz de ver a dupla do barulho, James e Justin, de novo aqui em casa!

Rimos.

- Mãe, já dissemos que isso não é legal – Justin responde ainda rindo.

- Vocês não acham nada que eu digo legal – ela reclama.

- Falou, tia. Vou lá falar com a Caroline rapidinho.

Subo as escadas e pergunto se posso entrar no quarto dela. Sento na cama dela e começamos a conversar. Do nada, ela coloca a mão no meu rosto e começa a acariciá-lo. Hmm... Que gostoso. Ela tem dedos muito macios. Vou me aproximando dela devagar. Não... Não devo beijá-la. E se ela não quiser? Quando já estou quase perto de sua boca, viro meu rosto e beijo sua bochecha. Mas acho que beijei um pouco perto demais da boca. Pergunto quando os ensaios vão começar, e nossa conversa flui. Passamos um tempo procurando músicas no youtube, mas só conseguimos achar a pra valsa. Caroline quis essa, mas não sei mesmo que música juntar pra ficar legal... Vou ter um pouco de trabalho nisso. A mãe dela chega e fala pra nós irmos lanchar. Me levanto da cadeira e deixo ela passar na frente, ela agradece como uma princesa e vejo suas bochechas corarem. Que gracinha! Tá legal... Esse pensamento foi gay. Mas ela ficou muito fofa com as bochechas rosas.

Descemos as escadas e Caroline e Justin pedem desculpas um pro outro. Sorrio ao ver a cena, e começamos a lanchar. Nos divertimos muito. Adoro essa família. É como se fosse a minha. Na verdade, me sinto mais em casa aqui, do que na minha própria casa.

- Posso dormir aqui hoje? – pergunto. Todos olham pra mim.

- Claro que pode, James. Mas por que quer dormir aqui? – a mãe deles pergunta.

Suspiro e demoro um pouco pra responder.

- As coisas lá em casa não estão muito boas... – Fico olhando pra baixo – Meu pai continua bebendo pra cacete e só chega em casa bêbado, briga comigo todos os dias... Eu não aguento mais ficar naquela casa – lágrimas ameaçam escorregar pelo meu rosto. Não. Não vou chorar.

- Ele continua com problemas com álcool? – Justin pergunta.

- Você passou dois anos na minha casa, você sabe muito bem. Ele não vai parar até ele se matar. Então... Vocês são a única família que eu tenho.

Todos olham solidários pra mim. Odeio que sintam pena de mim. Saio da cozinha de cabeça baixa.

- James... – Sra. Becker me chama de novo – Pode ficar o tempo que quiser – ela sorri.

Olho pra todos na cozinha. Todos me olham com a mesma expressão. Sorrio e corro pra abraçá-la. Ela se levanta e eu a abraço forte.

- Obrigada, mãe – Eu disse mãe? Por que eu disse mãe? Solto do abraço rápido, e olho pra ela assustado – D-desculpa – gaguejo nervoso.

Ela olha pra mim com os olhos cheios de lágrimas e me abraça. As lágrimas invadem meus olhos novamente e deixo que elas escorram. Passamos um tempo abraçados e quando solto, corro pra abraçar Justin e Caroline.

- Eu tenho que passar lá em casa primeiro – digo.

- Tem certeza que quer fazer isso? – Justin me pergunta.

- Tenho – respondo e saio da casa deles.

Corro quilômetros até em casa e chego exausto.

Entro no meu futuro ex-apartamento e vejo meu pai deitado no sofá cercado de bebidas.

- É o meu filhão que chegou? – ele diz completamente bêbado.

- Não vou ficar por muito tempo. Só vim pegar minhas coisas.

- Por quê? – ele tenta se levantar com dificuldade, e fica de pé – Você acabou de chegar!

- Pai, eu vou me mudar – digo e vou em direção ao meu quarto.

- Como é que é? Pra onde você pensa que vai?

Ele me puxa por trás e fica segurando minha camisa com força.

- Pai, quer me soltar? – consigo sair das mãos dele - Eu vou pra casa do Justin. Isso não te interessa.

Ele segura meu queixo com força e faz meu rosto ficar de frente com o dele.

- Você não vai a lugar algum enquanto eu mandar em você – Ele cospe as palavras na minha cara. Sinto o cheiro do bafo de cerveja muito forte.

- Eu já tenho 18 anos. Cuido da minha própria vida – me solto dele e vou até meu quarto fazer minhas malas.

Minha mãe morreu quando eu tinha 13 anos. Foi horrível. Eu era muito novo pra tentar ficar calmo em relação a isso. Então quando ela morreu, meu pai começou a mudar. Descobri que ele começou a usar drogas quando eu tinha 14 anos, e dois anos atrás, ele começou a se embebedar todas as noites. Já foi pro hospital três vezes com cirrose, e seis meses atrás, ficou com coma alcoólico por três meses. Achei que ele nunca mais voltaria. Mas quando recebi a notícia de que ele tinha acordado, senti alívio e raiva ao mesmo tempo. Assim que ele voltou pra casa, voltou a beber. E eu tive uma discussão muito séria com ele. Mesmo assim, ele não deixou de beber. Ele diz que é pra espantar os problemas, mas só trás mais. Quase todos os dias ele vomita. Não aguento mais ficar nessa casa. É por isso que estou saindo daqui. Pra ir pra uma casa onde as pessoas se importam comigo. Meu pai não se importa com ele mesmo, como pode se importar comigo.

Termino de arrumar minhas duas mochilas e saio do quarto. Meu pai já está deitado no sofá de novo. Dormiu de tanto beber. Vou até o lado dele e fico parado o olhando por um tempo. Ele está acabado. Sei que no fundo, no fundo, ele ainda é o mesmo cara feliz que era quando era casado com a minha mãe. Até ele descobrir que ela era uma prostituta. Quando ele descobriu isso, ficou tão puto que tentou cometer suicídio. Até hoje acho que a morte da minha mãe tem algo a ver com o meu pai. Mas não gosto muito de pensar nisso. Antes de ir embora, me abaixo ao lado de meu pai e dou um beijo na testa dele. Estou indo pai, não sei quando vou voltar. Ainda sou um garotinho indefeso andando sozinho na rua. Apesar de tudo, eu ainda amo o senhor. E vou amar independente de todas as merdas que você faça.

Saio do apartamento e começo a chorar. Deixar meu pai pode ser difícil, mas vou me livrar de um tormento de anos. Pego meu carro na garagem e dirijo até minha casa nova. Não consigo enxergar a rua direito. Meus olhos estão cheios de lágrimas. Chego em casa a salvo e estaciono na frente da casa.

Pego minhas mochilas e saio do carro. O tranco e entro em casa. Todos estão na sala.

- Seu pai estava em casa? Seus olhos estão vermelhos – Justin se levanta preocupado.

- Estava. Ele ficou um pouco zangado, mas voltou a beber. Não se preocupem, estou bem. Onde posso deixar minhas mochilas?

- No meu quarto – Justin me leva até lá.

Olho pra ele e o abraço.

- Sério, cara. Muito obrigado mesmo. Você tá me ajudando muito – digo.

- Eu precisava mudar, não é? – ele sorri. Sorrio e o abraço de novo.


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Notas finais do capítulo

Eu não disse que esse capítulo era emocional?? Se alguém chorou, eu vou chorar rssssss
Comentem o que acharam, por favor!!
Até o próximo capítulo!! Xx