POV Caroline

Eu ainda não consigo acreditar que estou num avião indo pro Brasil! E ainda por cima com meu namorado e meu irmão! E um garoto que eu não conheço, mas não importa! Eu estou indo pro Brasil! Eu não poderia ficar mais animada do que já estou! Os três estão dormindo. Eu não consigo dormir. Estou muito agitada e ansiosa. Uma pena eu estar no meio do avião, porque queria ficar olhando pela janela.

Fico assistindo a um filme chato, até as aeromoças aparecerem acordando todo mundo porque o avião já vai pousar. Está quase na hora! Se eu não estivesse de cinto, pularia na cadeira! Eu acordo os garotos, e aviso que já chegamos. O avião pousa, e depois de um tempo, nós saímos. Vamos até o lugar onde pegamos nossas malas, e depois de pegarmos, vamos até o portão de saída. Tem uma placa bem grande escrito “Bem vindos ao Rio de Janeiro”. Sorrio ao ler a placa. Eu estou aqui. No lugar onde nasci.

Olho em um relógio do aeroporto. São 8h. Pegamos um táxi e vamos para o hotel.

- Você já fez nossas hospedagens? – pergunto surpresa.

- Já fiz tudo. Eu sou foda – James diz, e rimos.

Chegamos ao hotel. Copacabana Palace. É bem grande e bonito. Pegamos a chave do nosso quarto, subimos pelo elevador e entramos. É um quarto grande, bonito, com dois beliches, uma televisão enorme, dois banheiros, e uma vista INCRÍVEL pro mar! Estou sonhando!

- James... – digo assim que entro – Eu não consigo acreditar nisso...

- Não diga nada. Só aprecie – ele me beija.

- O que o dinheiro não compra – Sam comenta rindo.

Guardamos nossas malas, e partimos para conhecer o Rio de Janeiro. Andamos pela praia de Copacabana, e mais tarde vamos ver o Cristo Redentor. Chegamos lá e James pega a câmera.

- Se juntem pra eu tirar uma foto de vocês – ele diz.

- Pede pra alguém tirar a foto e vem pra cá! – o chamo.

- Ah, não. Vocês sabem por quê.

- Não é só porque você não acredita em Deus, que você não vai tirar foto com uma das sete maravilhas do mundo. Anda logo, James! – Justin dá uma bronca dele.

- Tá bom – ele procura alguém – Você fala inglês? – ele pergunta à pessoa.

O cara de cabelos muito pretos e pele morena balança a cabeça em afirmativa.

- Pode tirar uma foto nossa? – James pede.

- Sim – ele responde com um inglês engraçado.

Dou uma risadinha, e me ajeito entre Justin e James pra tirar a foto.

Ele tira a foto e nos entrega a câmera.

- Obrigado – James agradece.

Ele balança a cabeça sorrindo, e sai. Ele não deve saber falar inglês muito bem.

Descemos as escadas. Aqui fica muito no alto. Já estou cansada. Assim que chegamos ao chão, pegamos um táxi e pedimos para que ele nos faça um tour pela cidade. Nossa sorte é que o taxista sabe falar inglês. Ele nos mostra vários bairros, lugares bonitos e populosos. Estou impressionada. É um lugar muito bonito. Quando passamos por um shopping, pedimos que ele nos deixe lá. Já está escuro, então esse vai ser o último lugar que vamos visitar hoje.

É um shopping comum como todos os shoppings. Eu acho que o nome é Barra Shopping que tem outro shopping acoplado. O New York. Enquanto passamos conversando, as pessoas nos encaram. Estou ficando com medo. Algumas pessoas ficam rindo da nossa cara. Qual é o problema de falarmos inglês? Gente estranha...

Compramos algumas coisas, e então, percebendo que o shopping está fechando, comemos no Mc Donald’s, e vamos embora.

Chegamos ao hotel e vamos tomar um banho. Assim que eu termino, Justin entra no banheiro que eu estava. Sam está esperando James, que ainda não saiu do outro banheiro.

- Está gostando da viagem? – ele puxa assunto.

- E como! James é um amor! – sorrio.

- Ele é muito legal. Ele está pagando isso tudo! Já disse que ele não precisa pagar pra mim, mas ele não aceita meu dinheiro! Ele disse que tem dinheiro de sobra.

- Mas você realmente não precisa pagar – o tranquilizo – James é realmente muito legal.

- É. Você tem bastante sorte de estar namorando com ele.

Dou um sorriso curioso e continuo enxugando meu cabelo. James sai do banheiro e Sam entra. Ele me segura pela cintura e me gira, me dando um beijo demorado.

- Feliz? – ele me pergunta.

- Muito. Você é o melhor namorado do mundo – eu sorrio – Eu te amo – o beijo de novo.

Ele dá um sorriso, e Justin sai do banheiro. Um tempo depois, Sam também sai, e nos preparamos pra dormir. Estou acordada a mais de 24 horas. Estou exausta! Mas estou feliz. Muito feliz.

James deita na cama de baixo. Dou um beijo nele, e vou até o outro lado para dar um beijo no meu irmão, que também está na cama de baixo. Dou boa noite pro Sam, e volto. Subo as escadas e me deito. Me cubro até a boca. O quarto está muito frio. Fico olhando a vista da varanda. Estou no paraíso.

- Amanhã vamos todos acordar cedo pra ir pra praia! – Aviso.

Deixo que o sono me domine, e durmo.

Acordamos cedo e eu olho lá pra fora. Está um dia lindo! Eu coloco meu biquíni, e nós saímos. O sol está escaldando! Atravessamos a rua e vamos até a praia. Eu tiro minha blusa e meu short, e começo a passar protetor solar. Olho pro lado e vejo James me fitando por debaixo dos óculos. Dou um sorriso travesso, e ele abaixa os óculos e pisca pra mim.

Deito em uma das cadeiras de praia que James alugou, e fecho os olhos. Quero voltar pra Inglaterra com uma corzinha. Ouço um barulho ao meu lado. Sam se sentou na outra cadeira.

- Tentando pegar um bronze? – ele tira os óculos.

- Claro – sorrio.

- Também vou. Sinto que estou muito branco – ele ri.

James e Justin estão andando em direção à água. Os observo com um pouco de dificuldade por causa do sol, e vejo os dois entrando na água. Justin abre a boca e faz uma cara de desesperado. A água deve estar muito gelada. Dou uma risadinha.

- Eles são caras legais – Sam volta a conversar comigo.

- Você também é – olho pra ele e sorrio. Ele faz o mesmo.

- Obrigado. Você também é muito legal.

- É o que dizem – rimos – Estou brincando. Obrigada.

Ficamos um tempo em silêncio, até que Sam volta a falar.

- Foi uma pena eu não ter trazido minha prancha. As ondas estão ótimas.

- Você é surfista? – pergunto curiosa.

- Só nas horas vagas – ele ri.

Depois de um tempo virada pra cima, viro de costas na cadeira. Sam faz o mesmo, e continuamos conversando.

James e Justin voltam e nos molham.

- Ah, parem! – peço.

- Venham pra água! Tá geladinha – Justin diz.

- Depois.

- Ah, não. Agora! – James me pega no colo.

Começo a gritar e a bater nele rindo.

- James, me solta! – insisto, mas ele continua correndo comigo no colo. – James, por favor! – rio – James! Me solta!

- Tudo bem!

Ele me solta e eu caio na água. Quando volto, respiro e olho pra ele zangada.

- Seu viado! Você me jogou na água! Eu vou te matar!

Ele ri da minha cara. Vejo Justin e Sam vindo pra cá, e rindo de mim.

- Parem de rir! Olha que eu mato os dois também!

- Seria uma pena você ficar sozinha aqui – Justin brinca.

Ficamos mais um tempo na praia, até ficarmos com fome. Nos secamos, e vamos almoçar em um restaurante aqui em frente. Voltamos pro hotel e tomamos banho. Pegamos um táxi e vamos visitar outros lugares, mas dessa vez, saímos para poder tirar fotos. Jantamos em outro restaurante, e voltamos pro hotel. Ficamos assistindo um filme, e quando ele acaba, vou até a varanda. A praia à noite é tão linda... James aparece ao meu lado.

- Quer descer e ficar perto do mar? – ele me abraça de lado.

Assinto, e saímos do quarto. Vamos até a praia, e James segura minha mão.

- Você está realizando um sonho meu. Muito obrigada – o abraço forte.

- Pare de agradecer, já disse. Só aproveite. Você vai ter isso e muito mais. E amanhã, nós vamos acordar cedo de novo porque vocês três vão ter uma surpresa.

- Uma surpresa? – Sorrio. – Agora vou ficar curiosa!

- Vai mesmo – ele me beija.

Ficamos um tempo juntos na praia, e depois voltamos ao hotel. Entramos no quarto e encontramos Justin sentado na cama dele.

- Cadê o Sam? – James pergunta.

Ouvimos um barulho de descarga, e da torneira. Sam abre a porta do banheiro.

- Olá – ele sorri.

- Eu quero falar com os dois. Já falei com a Carol – James começa – Amanhã vamos todos acordar bem cedo porque eu quero levá-los até um lugar, mas é surpresa. – Ele sorri.

Os dois concordam curiosos, e eu deito na cama. Eu estou tão curiosa, que quero dormir logo pra acordar cedo! Mas estou tão curiosa a ponto de não conseguir dormir. Ah, que ódio! Sou uma pessoa muito curiosa. Quando me falam alguma coisa, eu quero saber na hora! Passo um tempo me revirando na cama, e logo durmo.

Acordo com James me chamando.

- Bom dia – ele me beija – Vista essa roupa rápido – ele joga um vestido em cima de mim.

- Tudo bem... – pego o vestido e me levanto.

- Bom dia – digo à Justin e Sam, que já estão vestidos.

Eles me respondem, e eu entro no banheiro. Tiro o pijama e coloco o vestido. Saio do banheiro, e James pega o pijama da minha mão.

- Mas eu só ia guardar na mala... – digo.

- Não, não, não. Saiam logo. Saiam, saiam! – James manda agitado.

Descemos de elevador, e vamos até o táxi que nos espera.

- Já coloquei as malas no carro – o taxista fala com James.

- Hmm... Obrigado – ele dá um sorriso fraco.

- Malas? – Eu, Justin e Sam perguntamos ao mesmo tempo.

- Relaxem. Quero fazer uma surpresa, então os três precisam colocar isso – ele nos dá três máscaras pra dormir.

- Tá de sacanagem, né? – Justin ri.

- Não. Coloquem logo.

Entramos no táxi e colocamos as máscaras. Nossa viagem demora um pouco. Estou muito curiosa!

- Chegamos. Não tirem as máscaras ainda! – James nos alerta.

Ele nos ajuda a sair do carro, e nos faz ficarmos parados. Ouvimos o barulho das rodinhas das malas, e James pega minha mão, e me entrega minha mala.

- Já podemos olhar? – pergunto.

- Ainda não.

Ouço o barulho do porta-malas do táxi fechando, uma conversa, e então o táxi vai embora.

- Tudo bem. Podem tirar as máscaras! – James diz.

Assim que eu tiro a máscara, fico perplexa. Estou vendo um navio gigante bem na minha frente! James não está fazendo isso! Não, ele não pode estar...

- Por favor, me diga que só estamos aqui pra ficar olhando pro navio – digo quase sem voz.

- Vamos fazer um cruzeiro! Meu Deus! – Justin sorri eufórico.

- Qual é o problema, Carol? – Sam pergunta.

Me viro pro James.

- Você é maluco?! Quer nos matar?!

- Por quê? – ele pergunta estranhando.

- Você nos trouxe pra esse monstro que mata milhares de pessoas! – Grito com ele.

- Calma, Carol! Os trouxe aqui justamente pra você perder seu medo. Relaxe. Não estamos no Titanic, ou no Poseidon. O navio não vai afundar.

- E se afundar? – berro. Estou tremendo.

- Por favor, Carol. Se acalma – Justin segura meus ombros – Nada de errado vai acontecer.

- Quer desistir e voltar pro hotel? – James pergunta.

- Não! – Justin responde na hora – A Carol vai na viagem, não vai? – ele olha pra mim.

Fico um tempo paralisada apenas olhando pro navio que está bem na minha frente. Os três me encaram curiosos pela resposta.

- Não vou fazer vocês desistirem – Digo.

- Esse é o espírito! – Sam sorri.

- Por favor, Carol. Não ache que eu estou fazendo isso por mal. Quero que você perca seu medo. Você ficou muito brava comigo só porque eu quis assistir ao filme. Agora, você deve estar furiosa...

- E estou mesmo.

- Mas eu só quero que você se acalme e se divirta nesse cruzeiro de onze dias, está bem?

- Onze dias? – pergunto espantada.

- Sim. Vamos passar pelo litoral sul do Brasil, e vamos pra Argentina – ele sorri.

Dou um sorriso fraco, e ele me beija.

Pegamos nossas malas e vamos em direção ao navio. Não acredito que estou fazendo isso...