Eyes On Fire escrita por Amy Moon


Capítulo 27
Capítulo 27 – Reencontro {Castiel}




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/305111/chapter/27

Cheguei em casa meio tarde, pois fiquei um pouco mais no parque, vendo as pessoas irem e virem; vendo a dança das nuvens no céu e o mímico vestido somente de preto e branco distribuir alegria nas pessoas.
Carlinha já tinha chegado em casa. Já estava de pijama e meias; afundada na poltrona com os pés escorados no pufe verde; tomava Coca-Cola acompanhada com pipoca.
Tentei ser discreto não batendo a porta, mas o barulho das chaves pousando na mesa, a dispersou da TV.
Ajeitou-se na poltrona para me ver.
- Isso são horas de chegar, Sr. Hanson?
- Desculpe. – sorri e apertei o interruptor, ascendendo a luz.
- Você me deixou sem chave sabia? – ela franzia o rosto para me ver. A escuridão por muito tempo nos deixa cego na claridade, às vezes.
- Ué, então... Como você conseguiu entrar? – mergulhei no sofá e peguei um pouco de pipoca alternando os olhares entre a Carlinha e a TV.
- Tive que pegar a chave extra.
- Chave extra?
- É. Debaixo do tapete. – disse ela de boca cheia.
- Nossa! Que trivial. Todo mundo deixa a chave extra debaixo do tapete.
- Na minha rua só eu!
- Enfim, sabe quem eu encontrei hoje? – eu disse quase explodindo de felicidade.
Ela se ajeitou na poltrona novamente, inclinando-se para meu lado, como quem quer ouvir todos os detalhes. Típico dela.
Depois de um tempo pensando, lembrei que não contei nada sobre Nee para Carlinha.
- Ah... Nada. Nada não. Você provavelmente não deve conhecer e eu nem te falei dela.
Carlinha se ajeitou de novo, deixando a coluna ereta.
- E me diga: Quem nesse mundo que eu não conheça? Sério, eu conheço Chapel Hill inteira. Diga logo quem é.
- Nee Bovary.
- O quê? Você e... E a Nee! Não, não... É impossível.
- Calma. Teoricamente eu não me encontrei com ela. Na verdade eu conheci o filho dela. O Matt.
- Matthew Hudson Bovary?
Que nome lindo. Só podia ser filho de Nee mesmo.
- Onde você estava? Você conheceu Matt? – ela arregalou os olhos. É. realmente era inacreditável. Mas Carlinha me mostrou outros motivos para que fosse assim.
- Eu... Estava no parque. Quando Matt sentou dois passos de mim, e daí comecei a conversar com ele. Até agora me pergunto por que eu fiz isso. Por quê? Qual é o problema?
- Porque é quase impossível. Simples. Nee é uma mãe super protetora. Não gosta de estranhos perto do filho dela.
É. Eu tinha de considerar que eu era um estranho para ela agora.
- E vem cá... De onde a conhece? – ela continuou.
Lá fui eu explicar tudo a ela. Queria que nenhum detalhe escapasse para que ela pudesse me compreender por completo.
- Meu Deus! Você sabe né? Que agora ela vai casar com Patch?
- Não, não pode! Onde é que ela tá com a cabeça?
Ela não podia... Droga! Droga de hora que eu fui vir para Chapel Hill! Droga de conselho do Lysandre! As coisas literalmente não podiam piorar.
Não consegui terminar a conversa naquele dia. “Pedi pra sair” e me recolhi. Chega.
***
No dia seguinte voltei ao parque. O jeito inteligente demais dele me cativou. Com ele erámos iguais, eu não tinha de ficar fazendo gracinhas o tempo todo para ele sorrir, porque ele já sorria espontaneamente. Perguntava-me se não estava tomando uma parte de sua infância se não o tratasse como uma criança.
Novamente, quase no mesmo horário, Matt apareceu no meu campo de visão pegando a bola de futebol americano lançada por Patch.
Matt olhou para o lado de onde veio, como quem confere antes de fazer alguma besteira, e veio em minha direção com a bola debaixo do braço que insistia em cair.
- Cast! – ele estende a mão. O garoto tinha educação que muita gente nem tinha. Nee o tinha educado muito bem.
- E aí garotão?! Como vai?
- Vou bem. – disse sentando-se – E você?
- Na mesma.
Conversamos sobre tudo. Tudo mesmo. Até sobre a guerra mundial e o atentado do dia onze de setembro. O menino era muito bom. Estudava todos os dias, via o noticiário e ainda lia uma porção de livros que eu não tinha lido nem a metade.
Por fim, tive coragem de fazer uma pergunta que martelava minha mente a cada vez que eu piscava.
- E você? Gosta de Patch?
O menino olhou para trás. Eu olhei também. Vi Nee e Patch conversando, sentados sob um pano de piquenique xadrez, vermelho e branco, com algumas cestas e comida ao seu lado. Riam e se abraçavam o tempo todo.
- Bom... Não é justo. Não cabe a eu julgar ele. Se minha mãe gosta dele, porque eu não gostaria? E outra: ele é legal. Faz o que pode para ser um bom padrasto. Não gosto de rotulá-lo ou falar mal dele pelas costas.
O garoto era muito bom. Nessa idade ele já sabia o que era certo, e entendia os adultos. Patch também parecia ser um bom fingidor. Ou... Ou ele realmente mudou por Nee, e agora vai se casar com ela.
- Mas falar o que você acha da pessoa não e julgá-la. É somente falar sua opinião. Não e mesmo? – retruquei olhando para as pessoas a nossa frente. Todas em família.
- Talvez. Mas já quer saber o que eu penso sobre Patch... Bom. Ele só aparece dia de domingo lá em casa para assistir o campeonato de baseball na tela plana. Não gosto muito de ver esse tipo de jogo, mas faço o que posso para agradar todo mundo, então interrompo meus estudos e vou ver o jogo com ele. Toda terça ele sai com minha mãe, dai eu tenho que ficar na casa do Tio Carl com meu primo Will. De vez em quando Tio Nath aparece por lá pra ver o Will, mas é raro. Patch não gosta muito da nossa família. Ele acha um absurdo minha mãe tratar meus tios como se fossem irmãos, já que são só meio irmãos. Sendo que esses meio irmãos são frutos de uma traição do meu avô. É, eu sei, é super complicado, mas depois de um tempo a gente passa a entender... Patch é um bom fingidor. A maioria das coisas que ele diz é mentira. Ele gostaria que eu não fosse filho da minha mãe; ele não gosta do fato da minha mãe ser filha de um policial; ele não gosta dos irmãos da minha mãe; ele não gosta da casa da minha mãe... Enfim. Ele só vai se casar com ela, porque isso tudo já virou obsessão. Mas se, se casar com Patch vai fazer minha mãe feliz, o que eu posso fazer?
- Impedir, talvez.
- Eu não posso. Não dá. Só tenho dez anos. Impedir este casamento só vai piorar as coisas entre Patch e eu.
O menino tinha razão.
- E sobre seu pai? Você sabe alguma coisa dele? – perguntei. 
- Nada. Minha mãe tem umas fotos dele. Eu sei que tem. Mas ela não me deixa ver. E seu pai, Cast? Você o conhece?
- Sim. Ele é um bom pai.
- Tenho certeza que sim. – disse Matt de cabeça baixa.
Levantei a cabeça dele delicadamente:
- Ei. Não fica assim. Tenho certeza de que ele gostaria de conhecer você.
- Não tenha tanta certeza. – choramingou.
Eu o abracei.
- Se eu tivesse um filho, queria que ele fosse como você. Inteligente e adorável. Adorável Matt. – minha voz saiu abafada e tristonha.
Desvencilhamo-nos e enxugamos as lágrimas. Continuei.
- Desculpe. Não deveria ter perguntado nada.
Matt pôs a mão no meu ombro.
- Não foi culpa sua. Eu agradeço. Às vezes temos que por pra fora o que escondemos há tanto tempo. E não me vejo fazendo isso se não com você.
Dessa vez, fui eu que comecei a chorar. Eu nunca tinha tido uma conversa tão prazerosa com uma criança em toda minha vida.
Matt me puxou para mais um abraço, dessa vez mais longo. Enxugou minhas lágrimas, e me deu um beijo no rosto – muito familiar por sinal – e foi embora. Acompanhei com os olhos, o menino chegar até o local do piquenique, onde começou a lançar sua bola para Patch que apanhava com vigor.
Para minha total surpresa, Nee não era minha nova órbita em Chapel Hill. Era Matt. Meu possível filho. Apensar de eu não ter muitas provas para que ele seja meu filho, eu tinha certeza de que o amava como um filho, eu tinha certeza de que o amava como um filho. Se fosse para eu voltar a Chapel Hill mais tarde, eu voltaria por Matt.
Eu estava tão ligado a Matt, que me esqueci de Auria. De telefonar ou mandar alguma mensagem. Saindo do parque, liguei para ela. Duas, três, quatro e até cinco vezes. E nada. “Caixa postal”.
***
Cheguei tarde novamente, como no dia anterior e não encontrei Carlinha na sala. Vasculhei os cômodos do primeiro andar e fui ao segundo. Ela estava no quarto, vestida de cowgirl, se maquiando na frente do espelho.
- Aonde vai vestida... Desse jeito?!
Ela olhou pra mim e também me olhou de cima a baixo.
- Casa do Cowboy. Você não vai?
- Não tenho roupa.
- Ah, tem sim. Na sua cama.
Olhei para trás e realmente a roupa estava lá. Não que eu tenha duvidado. Imagina.
- Não vou. Estou suado e não dá tempo de tomar banho.
- Eu espero você.
Não tinha outro jeito. Carlinha tinha feito a gentileza de alugar uma roupa pra mim, e eu não podia fazer essa desfeita. E outra: eu precisava sair com alguém que não fosse Auria, pra um lugar que não fosse a casa dos avós dela, que quando nós saiamos pra um lugar diferente, era pra igreja com seus avós. De certa forma, ir à igreja com Auria e seus avós, me incomodava. Auria e eu nunca tinha privacidade, e os amigos dela era muito simpatizantes, não tinham formação própria de opinião e viviam falando sobre uma única coisa. Nada contra os cristãos. Falar que eles não tinham opinião própria, não foi um modo de ofender as pessoas da igreja. Porém, os amigos de Aria eram uma única exceção.
Voltando ao assunto. A Casa do Cowboy era realmente o melhor bar que eu já tinha visto em toda minha vida. E olha que eu já frequentei muitos bares nesses últimos dez anos. Era todo trabalhado na questão rústica; as mesas eram enormes barris; as cadeiras também, exceto as do canto que na verdade eram sofás que acomodavam cinco pessoas; chope era servido a todo vapor, os copos nunca ficavam vazios e a comida era caseira, lembrando algumas fazendas que passei em toda minha vida. Todos os funcionários eram caracterizados de cowboys; mais adiante, havia uma pequena pista de dança onde estava um jukebox e um karaokê.
O bar estava cheio – apesar de não ser sexta-feira, e sim uma terça. Mas mesmo assim Carlinha conseguiu localizar sua rodinha de amigos.
Chegamos perto e pude logo reconhecer Nee – que estava muito linda por sinal -, abraçada com Patch, aquele verme. Sorri para todos, para não causar indiferença em algumas pessoas. Pessoas como Patch.
Apesar das piadas sem graça de Patch – e a única que ria delas era Nee -, o bar não estava tão ruim assim. A música era constante e Carlinha tirava minha atenção – o tempo todo.
Poucas horas depois, duas para ser exato, Patch passou mal por causa de um quibe muito apimentado e teve que ir embora. Por insistência de Carlinha, Nee ficou, prometendo que ligaria para ele assim que chegasse em casa.
O clima da música lenta foi aconchegando boa parte dos nossos colegas de mesa, restando somente eu, Nee e Carlinha.
À medida que a meia-noite se aproximava, os beberrões iam embora amparados por amigos que provavelmente estavam sóbrios porque iam dirigir. E somente ficavam os insistentes e poucos sóbrios que ainda se aproveitavam do jukebox.
O silêncio parou sobre nós três e Carlinha soube que já era hora de deixar Nee e eu a sós. Deu uma desculpa bem esfarrapada que conseguiu arrancar um “desespero” no rosto de Nee por ficar sozinha comigo. Afinal, eu era apenas um estranho. Um estranho que permitia a si mesmo entrar na vida dela, falar com o filho dela – que poderia ser meu filho também. Um estranho que não era qualquer e que vinha de longe, enfrentando uma grande trapaça do passado que afetou seu presente. Um estranho que vinda de longe e que não a encontrou por uma simples coincidência. Havia uma razão para eu estar lá. Porque nada é por acaso e sim por uma obra do destino.
Então, sob os olhares fuziladores de Nee – que ao mesmo tempo me analisavam de cima a baixo – chegou a hora do “estranho” começar uma conversa.
- Então... Há quanto tempo conhece Carlinha? – disse enquanto roçava o canudo na borda do copo, que se livrava da espuma do suco. Pousei o canudo num guardanapo e a esperei falar.
Ela não hesitou. Não esperei que hesitasse ou algo do tipo. Apenas esperei uma resposta, daquelas respostas em que o arrastar das palavras é comum e apropriado. O rosto dela revelava que o clima para ela era tenso.
- Há uns oito anos. Conheci-a num restaurante. Lembro que ela brigava com o garçom pelo fato dele ser grosseiro... E que no final das contas ela não pagou o suco, porque tinha uma mosca pousada na borda do copo... Enfim, foi uma confusão. Daí me identifiquei com ela, e fomos nos conhecendo mais e mais... Até sermos o que somos hoje.
Tentei imaginar a cena, considerando que a personalidade de Carlinha não era fraca, mas também não chateava ninguém, bastava alguém ser simpático para conquistar sua atenção e carinho. Ela era expert em fazer novas amizades, tratava muitos estranhos como se fossem melhores amigos. Isso vem dela. É não seria justo contestá-la, há muitas pessoas que conseguem ser piores e então devemos aproveitar o melhor que as pessoas boas nos oferecem.
Até hoje não sei o que deu nela por me contar quase toda a história naquele momento de como se conheceram. Mas eu tenho quase a certeza de que foi algo tão natural como o brilho de seus olhos quando me viu. Tão natural que chega ser perceptível e grotesco. Jamais visto. Só não digo que tenho a certeza por completo, porque eu não podia adivinhar o que ela pensava, e nesse ponto isso era algo tão subjetivo quanto o que minha personalidade amadureceu depois que visitei Chapel Hill.
- E o que vocês são hoje?
Ela não me respondeu. Acho que esperei demais dela. Acho que me empolguei demais e perguntei demais. Era uma pergunta muito pessoal, feita por alguém aparentemente estanho. Nesses dez anos que a conheço, nunca imaginei ser visto por ela como um estranho, um estranho que não poderia dar um passo a sua frente sem levantar qualquer suspeita. Ela havia se tornando uma mulher cautelosa e sensata, do tipo que não suporta estanhos muito amigáveis e confia demais nas pessoas
Fiquei sem resposta. Mesmo depois de dez minutos em silêncio, eu esperava que ela dissesse algo, sem que fosse por educação. Então eu soube que ainda era minha vez de falar.
- Desculpe. Acho que fui longe demais. – abaixei a cabeça, me apossando da culpa. Nossa, como se a culpa não fosse minha. A culpa era minha. Por ser tão inconveniente.
- Não, não foi nada. Você só foi... – ela pareceu seletar as palavras certas antes de continuar as reticências: 
- Curioso demais. – ela por fim continuou com um suspiro rápido.
Assenti com a cabeça e fiquei pensativo por alguns minutos. Uns cinco para ser exato.
- É. Parece que a curiosidade mata alguém ou simplesmente a tortura antes e depois. Não por que eu queria muito saber, digo por que agora você pensa algo ruim sobre mim. Não necessariamente algo ruim, porém algo que de certa forma me incomoda. Não sei se você me entende. Você entende?
Ela ignorou a minha última pergunta. Como se algo ruim responde-la ou algo do tipo. Talvez não tivesse respostas.
- E o que te incomoda? – apesar da curiosidade agora da parte dela, estar estampada na cara, ela não hesitou.
- Seu jeito de me analisar. De me fuzilar só com um olhar. Sei que nos conhecemos há pouco tempo, nas tenho que admitir logo que isto me incomoda.
- Da mesma forma como sua curiosidade me incomoda.
Agora era um jogo de bate e rebate! Suas respostas estavam na ponta da língua, prontas para serem jogadas nuas e cruas na minha cara.
- Que isso! Só foi uma pergunta. – beberiquei um pouco do suco quente.
- Duas perguntas. – corrigiu pronunciando lentamente cada uma das palavras – Duas perguntas eu são muito pessoais por sinal. Eu não sei por que, e nem gostara de saber, mas eu não gosto de você.
- E você acha que eu tenho o menor interesse em você?
Ela não se incomodou com a pergunta irônica, que por sinal ia um pouco além do que eu esperava. Ia um pouco mais além do que as outras duas perguntas que eu havia feito.
- É bom que não tenha, sou uma mulher comprometida. – ela mostrou a mãe, com uma grossa aliança. Isso me desconfortou e me fez engolir o “nada” a seco.
- Não estava falando disto. – por fim encostei as costas na cadeira – Estava falando de uma possível amizade, já que eu também sou comprometido. – mostrei minha aliança também que me fez pensar o quanto eu tinha esquecido Auria nesses últimos dias.
Fez-me pensar o quanto eu era um vagabundo idiota que se esquecera da própria noiva. Fez-me tomar uma decisão. Nee interferiu nos meus planos, no meu casamento. Eu não podia arrasar mais o meu desconforto de me casar. Eu não podia mais fingir. Chega!
Espantei esse pensamento o mais rápido possível. Depois eu ia pensar nisso com mais calma e sozinho de preferência.
Nee pareceu derrotada, já que eu também tinha como revidar. Encostou-se no sofá violentamente e tirou a atenção de mim para dar a pista de dança.
Olhei dela para a pista.
- Quer dançar? – tampei sua visão da pista para chamar a atenção.
- Não. – disse ela desviando o olhar novamente. Insisti:
- Vamos! É só uma dança!
- E você só é um estranho!
Fiquei de pé e estendi a mão pra ela. Nee meteu a mão no bolso da calça e me deu uma moeda.
- Se escolher uma boa música eu danço.
Fui até o jukebox. Não tinham muitas opções. Escolhi uma música bem country e paradinha: “Blue eyes cryin in the rain” interpretada por Willie Nelson. Da pista eu a vi e sua expressão que não era nada do que eu esperava. Agora tinha de colocar na minha cabeça que eu era um estranho e ponto final. Aproximei-me da mesa, e ouvi que ela não ia dançar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Eyes On Fire" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.