Eyes On Fire escrita por Amy Moon


Capítulo 15
Capítulo 15 - Não vou ceder aos seus joguinhos!


Notas iniciais do capítulo

Pov Castiel



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Eu queria ir mais além. Queria saber o que se passava na cabeça dela, se ela sentia o mesmo, ou se o que ela queria era me confundir e fazer-me de bobo. Não, não ia entrar nos joguinhos dela. Nem a pau. E pelo visto, não sou só eu que participo dos joguinhos. Carl, Lys, e um garoto que a vi conversando, também estão nessa.
Meu ciúme subiu ao ver ela sorridente com um garoto que tenho certeza que ela mal conhecia.
Calma ai! Ciúmes! Não, não. Não são ciúmes! Tudo bem Cast, é amor.
Não conseguia mais acompanhar a conversa do grupo, só conseguia olhar para ela. Meus olhos pareciam queimar de tanta raiva que me subiu. Meu descontrole começava a tomar conta de mim. Sem dar conta de mim mesmo, fui falar com ela. Minhas pernas tremiam, e queria dar passos maiores do que eu podia; meus punhos cerravam suados; meus braços estavam mais fortes do que nunca, prontos para comandar um soco; minha mente, descontrolada e medrosa; senti o suor escorrer no meu rosto e a palidez surgir no mesmo.
- Posso falar com você? – murmurei.
Ela olhou para mim, surpresa, como se a minha presença a deixasse sem palavras.
- Vai com ele. – disse o garoto.
Fiquei estático, esperando alguma reação dela, ela se levantou, fazendo com que eu desse um passo para trás, e a levei para o jardim atrás da escola.
Sozinhos, fiquei mais nervoso ainda.
- O que você tem pra falar? – disse ela um pouco alterada. – Vai brigar comigo de novo?
Continuei em silêncio, escolhendo as palavras certas, tentando liberar o suor da minha mão úmida.
- Você está me assustando. - ela continuou dando dois passos para trás.
Respirei fundo.
- Calma. – minha voz saiu trêmula. – Eu... Eu... – as palavras pareciam fugir de mim, e minha voz teimava em falhar.
Fala eu te amo logo, sua anta! Teimei em dizer a verdade, e tampouco cederia aos joguinhos dela. Não deixaria vencer. Até porque não a acho verdadeira e tampouco confio.
- Não tem nada pra falar não é? - ela se alterou mais um pouco.
- Não quero ceder. – minha voz saiu rouca dessa vez, quase imperceptível.
Ela se aproximou de mim, me dando o privilégio de sentir sua respiração curta.
Limitou-nos dois centímetros um do outro.
- Ceder o que? – ela sussurrou.
- Aos seus joguinhos. – continuei rouco e tremulo.
- Joguinhos?! O que? – sua voz se alterou e afastou-se de mim. – Então além de cínico, você é convencido?! Desculpa, mas é demais pra mim!
Nossa conversa acabou por ali mesmo. E me convenci de que nós pensávamos a mesma coisa. Mas quem estava se fazendo era ela, não eu. Evitava-me o tempo; deixava de guardar os materiais na mesma hora que eu, tomava outro rumo quando me via no corredor; e até mesmo parou de falar com Yasmin. Tudo por causa da briga. Talvez eu fosse algum tipo de medo dela. Talvez não de mim, mas sim, do que eu pudesse fazer.
Sabatinei-me mil vezes se a razão do afastamento dela era eu. Como assim? Como ela podia ser tão idi0ta? E como eu pude gostar tanto assim dela? Simples. Somos completos idi0tas.
***
- Quer uma carona, Cast? – disse Yasmin na hora da saída.
Descíamos as escadas na frente da escola, e ela apontou para seu carro. Foi impossível não avistar Nee também. Ela já estava chegando à pista para atravessá-la. Foi quando eu vi que um caminhão vinha em alta velocidade, e ela estava prestes a atravessar sem olhar para os lados. Larguei minha mochila, e corri o máximo que pude, esbarrando em alguns alunos, pulando alguns obstáculos até chegar a ela. Metade do seu pé estava na pista, e meu coração disparava e queria pular do meu peito, só de saber que se ela colocasse a outra metade do pé na pista, eu a perderia de vez. Se é que um dia eu a tive na vida.
Minha mente suplicava o trecho da musica “Last night on Earth”, que eu ouvira antes de sair de casa.
Parecia que eu iria morrer não ela, só de ter o medo de perde-la. Dessa vez os versos estavam mais distantes de mim, se repetindo freneticamente.
“Did i ever make it through?
(Vou conseguir superar isso?) 
Did i ever make it through?
(Vou conseguir superar isso ?) 
Did i ever make it through?
(Vou conseguir superar isso ?)
Did i ever make it through?
(Vou conseguir superar isso ?)”
Minhas pernas fraquejavam, minha visão falhava. Quase sem forças e quase cego, consegui puxar o braço dela.
- Nee, não. – sussurrei sem forças.
A única coisa de que me lembro, é de cair.
[Nee’s POV]
Odiava! Aaargh! Como eu odiava quando eu chegava atrasada! Tinha de atravessar a rua, para chegar até o carro. E como eu odiava aquele Castiel também!
Fui resmungando até a pista, sem a menor intenção de olhar para os lados, queria simplesmente atravessar. E se eu fosse atropelada? Ótimo. Morreria e fim da história.
Metade do meu pé já estava na pista, quando senti alguém me puxando pelo braço, fazendo com que eu caísse. Deitada no meu estacionamento, vi Castiel tendo um ataque cardíaco pro meu desespero.
Pela primeira vez, tive um aperto no coração, só de pensar em perdê-lo. Se ele morresse, acredite, eu queria morrer também. Um trecho da música ecoava na minha cabeça, como uma despedida de Castiel.
Alguém me agarrou, me impedindo de abraçar Castiel.
- Calma Nee. Ele vai ficar bem. Não chore. – disse Nathaniel, me afastando da multidão que se formou.
- Nathaniel? Ele vai morrer Nath, ele vai morrer! – choraminguei.
Talvez eu tenha sido ingrata, e agora seria meu castigo perdê-lo. Arrependi-me de cada briga, de cada ofensa, de cada relutância contra ele.
- Calma. Já chamei a ambulância. Já deve estar quase chegando.
Abracei Nathaniel e me deixei levar elo choro. Deixei minhas lágrimas escorrerem pela sua camisa, me sentindo mais confortável ainda.
- Vamos pra casa. – disse Nathaniel.
Atravessamos a rua, e ele dirigiu meu carro por mim. Quando chegamos ao fim da rua, vi a ambulância passar correndo com as sirenes ligadas. Soltei um “ufa” e relaxei. Mais tarde veria Cast.
[Fim do POV]


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