Eyes On Fire escrita por Amy Moon


Capítulo 1
Capítulo 1 - Perseguição




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Contemplava o crepúsculo anunciando o fim do dia; sentada nos degraus, puxando um último ar livre antes de entrar em casa. Domingo, último dia de férias, e logo estaria ralando e me virando nos trinta para ser uma menina mais estudiosa. Se não fosse pela oferta “gorda” do papai, com toda certeza, eu ainda estaria no segundo ano. É... eu tinha tudo nas mãos e não sabia o que era aperto financeiro; nasci num berço de ouro, onde o dinheiro vale mais do que qualquer coisa nesse mundo. Apesar de ter namorado muitos garotos, nenhum deles me provou que existem coisas que o dinheiro não compra. Mas também não precisava de algo sério. Eu tinha Carl, meu irmão e o meu jogador de basquete favorito do time, e eu era a líder de torcida favorita dele também.
Assim que entrei no quarto, vi quatro chamadas não atendidas da Yui no meu celular. Liguei para ela imediatamente, e ela me atendeu como se as quatro chamadas perdidas fosse o fim do mundo.
- Que tal irmos ao shopping? – ela sugeriu.
Bufei. Todo aquele escândalo que ela fez antes da sugestão, e as quatro chamadas não atendidas eram para ir ao shopping! Cada uma viu...
- Não sei não... – disse enquanto observava as nuvens carregadas de chuva se formando em uma grande neblina.
- É por causa da neblina que se forma? Fala sério né?
Fiquei em silencio olhando para a neblina. Ela continuou:
- Foo? Você esta ai?
- Estou. – hesitei.
- Bem?
- Vamos ao shopping. – por fim concordei que precisava sair de casa, mesmo que fosse embaixo de chuva.
Peguei a chave no meu querido e lindo Mercury conversível branco, e decidi arriscá-lo sair em tempos nada propícios para um carro que mal acabou de sair do lava-jato.
Apesar de dirigir cautelosamente, sempre atenta aos semáforos e placas, cheguei bem rápido na casa da Yui. Como sempre, aquela “vaquinha” de cabelos brancos e olhos azuis, apareceu na porta totalmente atrasada e jogando o cabelo para o ar.
- Nossa. Não precisava se produzir toda. Não vamos a uma festa.
- Eu sempre tenho que estar produzida, queridinha. - riu
Revirei os olhos e arranquei com o carro. Não consigo entender bem o porquê de me convidar para dar uma volta no shopping. Ela acabou encontrando um ex-namorado e decidiu ficar com ele ali mesmo, restando-me somente segurar a vela pros dois.
Levantei dos bancos e fui até uma livraria, onde era meu ponto fraco. Eu simplesmente queria comprar todos os livros da loja. Adorava todos os autores. Desde J.K. Rowling ate Nicholas Sparks; adorava o modo como as historias mexiam comigo, me fazia sair do real, para um mundo totalmente surrealista. 
Tipicamente eu, via as prateleiras sem olhar para frente, deslumbrada com a variedade de CDs e livros novos. Todo dia havia um livro novo, um CD novo, uma revista nova. Grudei os olhos na relíquia da Winged Skull; era o CD que faltava para completar a discografia toda; sem querer fui andando para achar outro CD quando senti meu pé encontrar algo.

{Castiel POV’s}
Peguei um livro sobre mitos gregos, e fui a sessão de CDs; observei e procurei pelo CD de Bom Jovi, até que achei um jogado entre os cantos; fui ate os headfones para sentir o gostinho na ponta da língua, o sabor daquele CD que aparentemente era maravilhoso.
Já estava na faixa 5 quando senti uma pisada no meu pé, sem hesitar, olhei para o lado e me deparei com uma moça linda. Era inacreditável a beleza, que chega a me encantar, me fissurar.
- Desculpa. – ela sequer levantou a cabeça, e continuou andando, quando a peguei pelo braço.
- Que foi? – ela reclamou dessa vez olhando para mim, permitindo me encantar mais.
Percebi que a fitei demais; tirei o headfone para disfarçar a encarada e tudo que eu consegui foi gaguejar.
- Nada. É que eu vi o CD... digo... da Winged Skull. É muito bom.
A quem eu estava enganando? Nem gostava de Winged Skull! E muito menos conhecia a banda. Tudo que eu sempre conseguia era deixar escapar o que eu nunca imaginei dizer.
E por fim ela desgrudou o braço dela da minha mão, olhando-me e franzindo a testa, quando percebi que ainda a segurava. Continuei a acompanha-la pelo os olhos até o caixa. Não percebia que estava a encarando demais, quando nossos olhos se encontraram e finalmente tirei os olhos dela, e a mesma desviou o olhar.
Não pude evitar e segui-a. era algo que vinha de dentro, e nem mesmo eu conseguia controlar; já estava ficando assustado comigo mesmo. Claro que ela soube da minha presença, e entrou numa loja de departamentos. Parei ali mesmo, e a deixei sumir em meio à multidão consumista.
{Fim do POV}

Já dentro da loja, no provador, liguei para Yui, a fim de darmos o fora ali mesmo. “celular desligado ou fora de área.” Meu sangue subiu; além de estar sendo seguida por um rapaz abusado, esquisito e... drogado! Minha amiga desligou a droga do telefone quando mais precisei. Por fim sai do provador, examinando todos a minha volta, o que deve ter me deixado com cara de louca, ou de fugitiva da policia. Sem encontrar o garoto, pude sair tranquilamente e chegar ao estacionamento com a pulsação mais uniforme. Sentei no banco do carro e comecei a saborear Winged enquanto dava a partida. No caminho a nuvem carregada acabou explodindo, e o encharque foi impossível evitar. Ao mesmo tempo em que dava raiva, me revigorava, pois por essa e outra estava dirigindo abaixo da velocidade da via. Gostava de chuva, e o modo como ela desabava diagonalmente no meu rosto; e a raiva inexplicável era por causa da perseguição doentia.
Encharcada e tremula, fui tomar um banho e tratar de me esquentar o máximo possível. Despi-me e logo depois enfrentei uma ducha bem quente. Quando já estava embrulhada na cama, Lysandre, meu melhor amigo há três anos, me ligou, convidando para ir ate a casa dele, e eu dei aquela desculpa de ajudar minha mãe, por que eu estava cansada demais para sair novamente.


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