Pretending To Pretend escrita por Ella Martin


Capítulo 7
VI. Katie


Notas iniciais do capítulo

Olá! Estou cheia de ideias para a fanfic.

Tentei fazer cenas de ação, mas só tentei mesmo, não foram tão boas assim, mas dão para o gasto.

Aproveitem esse capítulo, boa leitura!



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Eles acordaram com um estrondo.

Katie amarrou o cabelo em um coque e pegou a sua adaga. Travis caiu da cama e tateou o chão até encontrar a sua espada embaixo da cama.

Os dois andaram silenciosamente até o lado de fora, onde encontraram na areia dois ciclopes de armadura com um sorriso nada amigável e o único olho ansiando para ver sangue.

— No três — Katie disse. — Um, dois... — ela olhou para Travis.

— Três! — ele berrou.

O plano era bem simples: não morrer. O que viesse depois disso era lucro.

Katie atacou o primeiro ciclope. Ela tentou achar uma brecha na armadura pelo ombro, mas o monstro pareceu perceber e a jogou para o lado. Katie rapidamente se levantou e, enquanto distraia o ciclope atacando as fendas da armadura, observava pelo canto do olho a praia, tentando achar uma utilidade para os seus dons de filha de Deméter.

Travis investiu no segundo ciclope, tentando acertá-lo pela brecha na lateral da armadura. Ele cravou a espada ali, mas o monstro sequer sentiu cosquinha.

— Já pensou em fazer uma dieta? — Travis provocou e correu em seguida.

Katie continuava tentando distrair o monstro. Ele investiu e ela girou, vendo de relance uma vegetação rasteira. Katie correu mais um pouco e parou, se concentrando; o monstro corria loucamente em sua direção.

Funciona, droga! Funciona!, Katie pensou.

Do chão brotaram plantas verdes, que se enroscaram nas pernas e nos braços do ciclope, o deixando imóvel e o fazendo cair. Katie se concentrou mais e uma planta brotou ao redor do pescoço do ciclope, fazendo a sua cor ficar azulada. Ela cortou as laterias da armadura e fez um corte a barriga do monstro com a adaga e depois fincou a arma, reduzindo o ciclope a uma pilha de pó. Katie caiu sentada e colocou a mão na testa, tentando recuperar o fôlego.

O outro chutou Travis, correndo logo em seguida na direção de Katie, percebendo que ela estava cansada e vulnerável.

— Gardner! — Travis gritou.

Katie se levantou rapidamente e tentou se concentrar, mas ela estava desnorteada e cansada demais, não havia um ataque como este fazia meses. As plantas não as obedeciam e as que conseguiam brotar murchavam em questão de segundos. O ciclope estava cada vez mais perto. Desesperada, ela procurou os olhos de Travis, que entendeu o recado: ganhe tempo.

Travis corria atrás do ciclope, o ciclope corria atrás de Katie e Katie corria para qualquer lugar. Para o tamanho do monstro, ele era rápido demais e em um piscar de olhos ele já estava ao encalço de Katie. Sem nenhuma ideia em mente, ela jogou a sua adaga, o que só o irritou ainda mais.

O monstro levantou o seu arco-e-flecha e mirou em Katie, que já havia se jogado na areia, rendida ao cansaço. Ela fechou os olhos, esperando ter uma morte rápida e pensando se iria para o Elísio.

Katie escutou um grito, mas não vinha dela.

A morte não veio.

Ela abriu os olhos e encontrou Travis na sua frente, caído e ensanguentado. No seu ombro havia uma flecha, mas ele não fazia cara de dor, apenas tinha um sorriso em seus lábios.

— Stoll, você é um idiota! — Katie se levantou e pegou a espada de Travis.

— Você disse para ganhar tempo!

— Se você morrer, eu mesma faço questão de te ressuscitar e matar de novo! — Ela berrou e correu até o ciclope.

Vamos lá Atena, me ajude! Uma mira perfeita, é a única coisa da qual eu preciso!, Katie rezou.

Katie abriu os olhos e mirou no olho do ciclope.

Um, dois... Por favor, Atena! Três!

Ela atirou a espada e acertou e cheio o olho do monstro que, segundos depois, era apenas mais uma areia. Katie suspirou aliviada e fez uma nota mental de fazer uma oferenda a Atena quando chegasse ao Acampamento.

— Se não se incomoda — Travis gemeu de dor —, você poderia me ajudar aqui? Isso dói!

Katie riu e correu em direção a Travis, o ajudando a levantar e voltando para casa.


— Tente não berrar!

Katie alertou e puxou a flecha. Travis prendeu a respiração e fechou os olhos, apertando a ponta do sofá e — com muita dificuldade, notou Katie — tentando reprimir um grito.

— Você se assustaria muito se eu dissesse que tem um buraco no seu ombro e que provavelmente eu vou ter que costurar sem anestesia?

Travis olhou para o seu ombro e arregalou os olhos, depois encarou Katie.

— Não tem outro jeito, Kay?

— Eu não sou filha de Apolo, mas eu acho que ter um buraco de mais ou menos dois diâmetros no seu ombro não é algo normal.

— Tudo bem, só ande rápido com isso.

Katie beijou o topo da cabeça de Travis e pegou o kit de primeiros socorros que estava em cima da mesinha de cabeceira. Ela limpou o machucado delicadamente e pegou o porta-agulha, passando a linha pela base do machucado. Travis estremeceu e ela parou.

— Pode continuar Kay, eu aguento.

Katie respirou fundo e continuou a costurar, não deixando espaços para não infeccionar.

— Acabamos. Viu? Foi rápido! — Katie disse enquanto fechava a caixa de primeiros socorros.

— Rápido? Não foi você que sentiu a dor! — ele disse entre dentes.

— Vem cá! — ela puxou Travis, deitando a cabeça dele em seu colo.

Katie começou a afagar o cabelo dele e a cantarolar uma música qualquer.

— Obrigada, Kay — Travis disse depois de um tempo. — Eu faria o mesmo por você.

Travis abriu os olhos e encarou Katie, que estava completamente rubra. Ela desviou o olhar para a janela, onde viu a mãe de Travis estacionar o carro.

— Stoll, a sua mãe sabe sobre os deuses? — disse Katie, pensando na desculpa que teria de inventar; mas Travis riu e balançou a cabeça, a deixando aliviada.

— Vocês não vão acreditar! — a Sra. Stoll berrou entrando pela porta, tirando o silêncio da casa.

— Achei as suas malas! — Connor completou assim que passou pela porta.

Katie saiu correndo do sofá e pulou em cima de Connor, o abraçando.

— Como? — ela perguntou. — E o que você está fazendo aqui?

— Quíron me mandou para saber se vocês estavam bem, ele soube que monstros estavam por aqui. Mamãe foi me buscar e quando estávamos na estrada vimos o carro de vocês e, bom, eu arrombei a mala.

— Até diria que você é um herói — Travis se levantou —, mas enquanto você arrombava a mala do carro, eu levava uma flechada.

— Coitadinho! — Connor fez beicinho. — Até parece que nunca apanhou de um monstro.

— Meu bebê levou uma flechada! — Sra. Stoll entrou na sala empurrando todo mundo. — Precisa ir ao médico, meu docinho?

— Não mãe — Travis sorriu —, a minha namorada cuidou disso pra mim.

Katie riu nervoso e coçou a cabeça, completamente corada.

— Eu vou... Eu... Ham... — ela pigarreou — Eu vou tomar um banho.

(...)

— Deuses! Como eu sentia falta das minhas roupas — Katie disse se sentando no sofá.

— Ainda prefiro você nas minhas blusas.

— Sua opinião não conta, Stoll.

— Depois dessa, Travis, eu sossegava.

— Cala a boca, Connor.

— Crianças! A comida está na mesa! — Sra. Stoll avisou.

— A cabeceira é minha!

Connor e Travis gritaram ao mesmo tempo e começaram a se empurrar até a cozinha.

— É sempre assim? — Katie perguntou enquanto se sentava.

— Na maioria das vezes é pior — Sra. Stoll respondeu.

Todos começaram a se servir, só ouvia o barulho dos pratos e, algumas vezes, Connor chutando Travis e vice-versa.

— Que silêncio! — Connor notou. — Vamos brincar. Me digam, aonde vocês iriam se estivessem na pior?

Katie foi a primira a responder:

— Aos campos de morango, com certeza.

— Eu ficaria aqui — Travis respondeu —, não há tristeza que resista a essa vista. E você, mãe?

— Iria onde eu conheci o pai de vocês — ela falou com um olhar distante e depois voltou a comer. — Connor?

— Não sei.

Connor deu de ombros e voltou a comer, encerrando a brincadeira.


— Sra. Stoll — chamou Katie, guardando um copo lavado —, você sabe onde o Travis está?

— Ele foi ver o pôr-do-sol. Vai lá, eu termino aqui.

Katie saiu da casa e avistou um ponto preto na beira do mar. Ela colocou a mão no bolso do short e caminhou até Travis. Ele estava jogando algo no mar.

— Pensando na vida? — Katie sentou ao seu lado e apoiou a cabeça no ombro dele.

— Talvez.

Travis sorriu e jogou uma pedrinha no mar. Ele a observou quicar e afundar, jogando outra em seguida. Eles continuaram em silêncio por tempo o bastante para o sol começar a se pôr. Travis parou de jogar pedrinhas e se virou para Katie.

— Kay — ele chamou —, e se eu dissesse que me apaixonei por você?

Katie olhou para o mar durante algum tempo e depois sorriu.

— Eu diria que correspondo.


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Notas finais do capítulo

Podem gritar, berrar e se descabelar, eu deixo! Também fiquei assim quando tive essa ideia.

Açucarado, porém digno.

Agora me deem ideias de "momentos ternurinhas", os próximos capítulos serão assim. Aproveitem essa doçura toda enquanto é tempo.

Vejo vocês no próximo, tchauzinho!