Finalmente chegou o dia.

A mansão estava toda arrumada e bem limpa, as cortinas balançavam enquanto o vento soprava pela janela, as flores caiam pelo chão lá fora, nunca esteve tão calmo e sereno quanto antes.

Pouco tempo Minato estava diante da porta junto aos empregados recebendo todos os familiares, pessoas extremamente bem vestidas que entravam na sala como reis e rainhas, mulheres, tias, bem vestidas, primas e primos, a família Hyuuga também veio prestigiar este dia, e claro que Hinata não poderia perder esta oportunidade para presentear Naruto.

A doce, e meiga Hinata andava pelo salão com um pacote nas mãos, as pessoas estavam sentando, segurando copos dos mais caros vinhos, cochichando, elogiando a menininha, com a pele rosada se aproximava do loirinho que estava sentado na poltrona do centro, com uma das mãos apoiando o rosto cabisbaixo e na outra segurava o apoio, seu chapéu caia de lado, a roupa passada e limpa se encaixava perfeitamente no seu corpo, e os olhos nunca estiveram tão azuis.

__A-no...

__Hum? –Levantou os olhos.

__Naruto-kun. –Hinata sorriu diante dele.

__Ah, olá. –Naruto corou.

__Trouxe um presente. –Colocou diante de si e esperou que ele o pega-se.

__Ah, Obrigada. –Sorriu de leve.

Hinata se abaixou e logo depois do cumprimento saiu correndo envergonhada e o pai sorria como se tivesse ganhado uma fortuna.

Naruto o ignorou, pois a ação de Hinata foi sincera.

__Ei...

__Não enche. –Naruto colocou o presente de lado.__ Vou abri-lo depois.

__Por quê?

__Foi um presente dele, não dela, eu sei. –Naruto fechou os olhos.

__Hum... - Sasuke bateu em sua cabeça.

__O que?! –Naruto segurou em seu braço e olhou para cima se deparando com os olhos do moreno.

__Você cresceu... -Então sorriu.

Naruto corou.

__Naruto! –Minato o chamava.__ Venha aqui, hora dos cumprimentos e do bolo.

Naruto se levantava tirando a mão de Sasuke levemente de sua cabeça como se tivesse acarinhando um gato.

Sasuke estranhou, ele caminhou ate o pai como se fosse hipnotizado, não estava nem um pouco feliz.

__Quatorze anos, um verdadeiro príncipe! –Gritou uma das tias.

__Lindo!-Gritou as primas.

Minato sorria.

__Daqui a dois anos, meu filho se unira a família Hyuuga por meio de Hinata, desde já me impressiono o quanto emadureceu, esta se tornando um verdadeiro príncipe, um membro essencial na família.

Minato batia no ombro de Naruto, era como se estivesse mostrando uma mercadoria.

Naruto olhou para o pai e viu que ele nem se dirigi-a para vê-lo.

__Pobrezinho... -Sakura suspirou enquanto observava escorada na parede longe de todos.

__O que? –Sasuke se aproximou.

__Naruto, Jovem mestre, veja como esta triste, e todos os aniversários dele foram assim, seu pai nunca o presenteia com nada, ou melhor, nunca o presenteia com coisas que um menino de Quatorze anos gostaria de ganhar, apesar de que ele já tenha tudo, sinto que sua infância esta passando...

__Sei... -Sasuke olhou para Naruto profundamente.__ Ele e um pirralho.

__Não fale assim do Jovem mestre! –Sakura esbofeteou Sasuke no ombro.__ Se eu fosse mais velha daria tudo para me casar com ele!

Sasuke soltou uma risada gigantesca que foi abafada se não causaria problemas para ele.

__Pedofilia!

__Cale-se!-Sakura corou.

__E porque você não tem chance com o garanhão ali!

__Baka!

Ela deu maia volta e saiu arrastando os pés.

Sasuke parou de rir e novamente caiu na real, Naruto não estava feliz.

Minato sorria de lado e logo deixou o ombro de Naruto e seguiu adiante, onde um homem barbudo, de cabelos brancos, velho, segurando uma bengala, porem bem vestido, olhava para ele.

Naruto encarou seu pai entrando em uma porta junto com esse senhor.

__Quem é ele... ?- Naruto suspirou.

Enquanto olhava para os lados, correu em direção à porta e a abriu, dava em um dos corredores mais cumpridos e silenciosos da mansão, a festa estava boa, gente falando de negócios, e falando mal de Naruto. A família não era bem vista, alguns falavam que Naruto era mesmo uma peste e que o pai era cego, mais era uma mina de ouro.

Isso acabava com o loirinho.

__Naruto... -Sasuke o observou de longe.__ Aonde você vai?

Novamente seu pressentimento falou mais forte e ele resolveu seguir o loirinho.

Naruto passou pelo corredor e ouviu uma porta se fechar quando a voz de se pai soou em seus ouvidos.

__Não deveria ter vindo aqui pai.

Naruto sentiu seu coração saltar do peito.

Minato havia dito que seu avo tinha morrido.

__Naruto... -Sasuke levou a mão ate a maçaneta.

__Ei, Sasuke! –Nagato surgiu por trás da escuridão.

__Ah! –Sasuke encarou. __O que?

__Venha servir os convidados. –Nagato o pegou pelo colarinho e o levou para longe.

__Não! Espera! Ah! –Sasuke aos poucos se afastava da porta. __Naruto!

__Você não se cansa de mostrar sua mercadoria para o mundo não é, Minato – Naruto ouviu uma tosse rouca.

__Não o chamei aqui. –Minato parecia frio.

Naruto se abaixou colocando o rosto entre os joelhos e ouviu tudo, estava assustado, pois não haveria motivo de seu pai mentir sobre seu avô.

__Naruto não deveria ser tratado como um membro tão valioso.

__Cale-se! –Batida de punho na mesa.

Naruto tremeu.

__Não grite comigo, se não fosse por mim nossa família estaria na falência. –O velho sorriu sínico.__ Você é um frouxo.

Minato respirou fundo.

__Por favor, não quero mais saber da sua vida, suma, já não te dei dinheiro o suficiente para sobreviver longe de seu legado?

__Você estragou minha filha! –Gritos.__ Maldito, tive de dar tudo a você, só para não estragar o nome de minha família, e olha a merda que é esse menino!

Naruto sentiu seu coração pular do peito.

Era o pai de sua mãe.

Era seu avô materno.

__Mamãe... -Naruto começou a chorar.

__Não foi a minha intenção, você sabe meu pai que fez tudo por mim, me perdoe! –Minato alterou a voz também.

Naruto nunca o ouvira dessa forma.

__Acha que o dinheiro vai trazer minha filha de volta? –O velho andava pela sala.

Naruto ouvia a bengala bater no chão.

Minato se afastava.

O velho pegou Minato pela gola do terno.

__Você matou minha filha junto com esse menino maldito!

Naruto paralisou, seus olhos azuis estavam foscos ele foi aos poucos se deixando cair pela porta.

“Você matou minha filha”

__Eu a amava! –Minato gritou.

17 de Março de 1852

__Minato. –Uma voz meiga era ouvia pelos corredores da mansão, era doce, e gentil, uma mulher linda de longos cabelos ruivos estava deitada na cama, em volta da casa estavam os retratos da família Uzumaki, mais não havia nenhum de Minato ou da família Namikase, esta mansão, esta família, era de Kushina. __Venha.

__Tem certeza que eu posso? –Minato entrava pela porta, tímido, era novo e muito bonito. __Seu pai pode me ver. –Sorriu.

__Não se seja bobo! –Risos. __Vamos nos casar, você sabe que eu não tenho familiares aqui.

Minato engoliu a seco.

__Estão falecidos...?

__Sim, eu vivo com uma governanta e meu pai que administra meus bens, porem ele já esta velho e sabe que eu não poderei assumir, ele anda desesperado. –Ela sorria sempre e isso era o que Minato mais amava. __Minato... -Kushina levou suas mãos fracas e brancas como a neve em seu rosto, passou os dedos pela sua barba e seus olhos.__ Vamos nos casar... Vou falar com papai...

Então se beijaram.

__Mais eu sou um camponês, sua família nunca vai me aceitar...

__Bobo! –Kushina jogou o cabelo de lado enquanto se ajeitava na cama. __Meu coração o escolheu, e também... -Kushina apertou o lençol nas mãos. __Estou doente... –lagrimas escorreram de seus olhos.

__Seu pai nem sabe da minha existência, ele vai me odiar...

__Minato... -Kushina olhou para ele e sorriu. __Quero que tudo isso seja seu... -Kushina para o jardim que dava para o horizonte. __Vou ter um bebe... -Lagrimas escorriam.

Minato estava olhando para ela, com medo.

__Mais um motivo para ele me odiar. –Minato tremia.

__Um neto, um herdeiro. -kushina sorria entre as lágrimas. __Um anjo...

Então pegou o rosto de Minato entre as mãos e o beijou.

Gritos.

__Gravida?! –O pai de Kushina estava furioso.__ De um bastardo como esse?!-E apontava para Minato.

__Não tem o direito de me ofender senhor! –Minato alterou a voz.

__Parem! –Kushina estava de pé, tentando apartar a briga.__ Já chega!

__Nunca vou permitir isso! Você não e da nossa família! Minha filha não terá uma ovelha negra!

__É a sua filha!

__Chega! –Kushina sentiu uma pontada forte em seu coração e logo tudo ficou escuro.

__Kushina! Kushina! –Minato correu ate ela.

O pai de Kushina estava furioso, não poderia proibir que Minato fosse vê-la, quanto à criança, não tinha escolha.

Kushina estava com Sete meses.

Eles haviam se casado.

Poucas pessoas na festa, a família de Minato era pequena, todos eram primos e sócios ricos, tias por parte do pai de Kushina, e os empregados, era uma família respeita, porem estava difícil lidar com a chegada de um Herdeiro bastardo, naquela época, o povo comentava, e se soubessem, isso iria ser o fim para família Uzumaki.

Um dia de chuva.

Minato foi chamado ate a sala onde o velho se encontrava em sua mesa, estava serio, o trovão passava pelos seus olhos e trás via-se os ventos e a chuva pela janela, Minato se aproximou de pé, firme e forte, determinado.

__Minato. –Suspirou.

__Não importa o que aconteça, foi permanecer com Kushina ate o fim.

__Eu sei... -Levantou os olhos e encarou Minato, por um momento se assustou, aqueles olhos azuis estavam firmes, profundos, e um tanto tristes. __Você vai esquecer o seu passado, Minato, vai viver como um nobre.

Minato assustou-se.

__Como?

__Sua família e pequena, Kushina terá esse filho, porem ele Herdara o meu nome, não o seu.

Minato apertou os punhos.

__Não discuta comigo. –O velho manteve-se firme também.

Minato afrouxou e sentiu o sangue correr.

__Quando ele nascer, você passara a comandar isso aqui, eu já não aguento mais.

Minato desviou o olhar para janela.

__Só lhe peso que não machuque Kushina. –Velho deixou a voz falhar. __Eu já estou pegando pelos meus pecados, quero que ela tenha uma vida feliz, ao seu lado.

__Prometo que vou fazê-la feliz.

19 de Outubro de 1852

O bebe estava nascendo prematuro.

__Minato! –Kushina gritava, sentia muita dor.

Era um dia de muita chuva.

Seu pai estava estarrecido esperando na sala de estar, estava inquieto. Minato estava junto a ele, seu coração batia como uma bomba, os dois se encaravam.

Tudo isso seria dele.

Minato conseguiu sair da pobreza, sentia-se triunfante, mais que sentimento egoísta era esse? Kushina salvara sua vida, mais, por alguma razão, ele não estava preparado para ser pai.

__Que dor! –Kushina estava ofegante, as enfermeiras andavam de um lado para o outro, desesperadas com panos e agua quente.

Quando o choro do bebezinho podia se ouvir da sala.

__Nasceu! –Minato ficou paralisado.

O velho fechou os olhos e suspirou.

Minato saiu correndo, subindo as escadas desesperadamente.

Kushina pegava o bebe nos braços.

__Meu anjinho... Veio me salvar da solidão... -Estava com um sangramento muito forte. __Naruto...

As enfermeiras olharam assustadas, pois sabiam que Kushina era fraca.

E com Naruto em suas mãos.

Ela fechava os olhos lentamente.

__Depressa! Ajudem!

__Senhora! Acorde!

Minato estava na porta.

__Estou bem... Só estou muito cansada...

Minato sorriu e fora abraça-la..

Mais essa alegria não durou muito. Kushina não estava bem.

Kushina vivera somente seis meses após o nascimento de Naruto, isso explicaria as fotos que Naruto tanto observava com uma mulher que dizia ser sua mãe.

Naruto pouco conviveu com ela, despois de seu nascimento Kushina permanecia muito doente na cama, fraca, amarela, Naruto retirou de si toda sua força, e aos poucos, ela morreu.

Naruto fora ignorado pelo pai desde o seu nascimento.

Minato não suportava vê-lo.

O velho acompanhou Kushina ate a morte, condenando Naruto como seu pior legado, e Minato como o causador desse maldito acontecimento.

Kushina foi perdendo a fala, e não podia dizer coisas bonitas para Naruto, e todos o mantinham longe dela, em outro quarto, ou seja, não sabiam que era aquilo que a matava.

E agora não havia escolha.

Naruto era o único herdeiro.

Minato chorava.

__Minha filha... -O velho serrava os dentes. __Morreu graças a essa maldita historinha de amor...

__Eu tentei desesperadamente amá-lo... –Minato fechou os olhos.__ Mas não consigo, eu sei que foi uma fatalidade, mais, por favor, eu sei que Naruto já não e uma criança feliz, ele tenta chamar a atenção com suas gracinhas, eu não sou um bom pai, e ele nunca pode ouvir a voz da mãe...

O velho deu meia volta e se dirigiu a porta quando a abriu ficou paralisado.

Naruto estava chorando, escorado no cantinho da porta, encolhido como um gatinho assustado.

__Naruto! –Minato ficou paralisado e o velho também.

__Kushina... -O velho sussurrou.

__Minha mãe me amava! Ela me queria sim! Eu converso com ela todo dia! –Naruto gritava, muito alto, e aos poucos os convidados começaram a ouvir e a ficar assustados.

__Naruto, por favor... -Minato dava um passo.

__Eu te odeio!

__Naruto!

O loirinho saiu correndo ate a sala e convidados e Minato fora atrás.

Quando saiam ate o salão Naruto se deparou com todos os olhares para ele, ao longe Hinata estava assustados e Sakura também, e Sasuke percebeu que Naruto olhava para ele, procurando por ele.

Precisava dele.

__Naruto!