No Such Thing escrita por sakurako, Heydoll


Capítulo 8
Sr. Rude Rabugento




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Eu tenho motivos para achar que caí do berço inúmeras vezes ou que rolei escada abaixo quando era bebê e esconderam isso de mim. 

Só uma pancada bem forte na cabeça explica o que eu sou hoje. Quer dizer, eu consegui me perder na escola. Você leu certo, certíssimo, me perdi na escola. A mesma Saint Charlotte em que estudo há dois anos. 

Estava tudo indo muito bem nas primeiras três aulas. Bem demais, eu deveria ter desconfiado! Assim que voltamos ao prédio principal, depois do intervalo, eu fui para a minha sala de aula. E não tinha ninguém. Procurei na sala de artes - mesmo que fosse aula de Geografia - e também não tinha ninguém. Perguntei para um dos inspetores, que já me olhava desconfiado, achando que eu estava matando aula, mas ele sabia tanto quanto uma banana. Desde então estou sentada naquele mesmo banco perto da quadra, onde Eric me contou que era gay, fugindo de inspetores. 

É, matando aula. Mas nem foi intencional!

- Você não deveria estar na aula, Pig? - Uma voz debochada interrompeu a música que eu cantarolava.

- Pig? Porque você está me chamando de porco? - Perguntei. - Por acaso eu sou rosadinha, gorda e gosto de me jogar na lama?

- Pig de pigmeu. Alguns porcos são maiores que você. - Ele revirou os olhos. Olha, esse garoto é realmente irritante. 

- Por que você cismou com o meu tamanho? - Cruzei os braços e franzi o cenho, tentando parecer brava.  - Eu vou crescer, sabia?

- Ah, é claro que você vai crescer - Usou um tom irônico. - Eu cismei com o seu tamanho porque ele me distraiu de qualquer outra coisa que eu possa usar contra você.

- Aigoo, você é tão...

- ... Incrível? 

- Não, babaca. Você é babaca, Aiden. 

- Dá próxima vez vai me chamar do que, cabeça de batata? Sério, meio-metro, quantos anos você tem? É feio matar aula, vou contar pra sua mãe e ela vai te deixar de castigo por dois meses. - Ele virou as costas e começou a andar.

- Eu não tô matando aula! - Disse, prontamente. - Quer dizer, eu estou, mas não foi intencionalmente... Eu me perdi. - Fui atrás dele.

- Você realmente ficou com medo que eu contasse para sua mãe?

- Você não tem cara de quem frequenta centro espirita - Ergui uma sobrancelha. 

- Ei! - Parou de andar e se virou para mim. - Summer, por que está me seguindo?

- É chato ficar sozinha, eu to entediada. 

- E ai resolveu encher meu saco? 

- Você que veio falar comigo! 

- As pessoas falam com as outras o tempo inteiro. Meu irmão fala com você e nem por isso você está seguindo ele, se estivesse, não teria se perdido. Alias, que tipo de pessoa se perde em uma escola? Nessa escola?

- Você está matando aula, certo? 

- Não sou idiota o suficiente para me perder. - Esse ar de superioridade que vem dele, isso ainda vai fazer com que eu soque esse rostinho bonito. 

- Ah, ótimo. O quão legal seria se eu avisasse um inspetor?

- Realmente divertido. Nós dois iríamos ter uma conversa com o diretor! Ou você acha que ele ia acreditar que você se perdeu? 

Ele tinha razão. Não tinha nada para ameaça-lo, mas continuei o seguindo. Era muito mais divertido irrita-lo do que ficar sentada, encarando o nada e pensando absurdos.

- Aiden, - me cansei do silêncio, quando já tínhamos nos distanciado um pouco daquela aréa da escola. - você gosta de doramas?

- Não. - Curto e grosso. - Também não gosto que me sigam.

- Isso só deixa mais divertido! 

- Você é irritante. - Murmurou e eu ri.  

- Estamos saindo da escola?! - Perguntei, meio espantada, quando finalmente notei que estávamos quase na rua.

- Você quer voltar? Vou achar bom se me deixar em paz. 

- Vamos pra onde? - Sorri e ele se deu por vencido, revirando os olhos. - Você quer sorvete?

- Ah, quero! - Me animei. - Eu te irrito e você me leva pra tomar sorvete? Definitivamente vou fazer isso com mais frequencia! 

- Eu sei que sou uma ótima companhia, garota, mas não estou afim de sair com você.

- E quem disse que eu te quero, garoto? Tá louco? É só que eu gosto de sorvete.

- Você é realmente uma garota? Garotas não costumam dizer que não me querem. - Fez cara da convencido e, juro por Deus, se eu estivesse comendo alguma coisa, teria engasgado.

Ele era realmente bonito, não vou nem negar, mas, com essas maneiras? 

- Dá última vez que eu chequei, eu era uma garota. - Dei de ombros. - Mas você saí com mulheres? Achei que você odiasse qualquer coisa que respire.

- E quando foi que eu disse que eu gosto de alguma delas? 

- Você é nojento. - Fiz careta. - Babaca!

- Você é daquelas que sonha com príncipes encantados? Chances do seu príncipe te achar irritante, chances do mundo inteiro te achar irritante.

-  Eu não sonho com principes encantados... Eu sonho com caras de banda!

- Isso é tão estranho de se ouvir quando se tem uma banda.

- Você tem uma banda?

- Agora você me quer? Groupie.

- Não, claro que não! Você ainda é babaca. Mas, se puder me apresentar pro baixista... -  Eu disse. Ele começou a rir e estranhei, rir não era muito a coisa de Aiden, pelo pouco que eu conhecia dele.

- Agora você me quer? - Perguntou, ainda rindo da minha cara e eu corei violentamente. Primeiro, ele tinha uma banda. Segundo, ele era o baixista.

- Você está desesperado assim pra que eu te queira? - Dei um tapa de leve no seu braço e ele me encarou como quem diz 'o que você acabou de fazer?'. - Não me olha assim, seu psicopata. Nem doeu!

- Você é tão forte que meu gatinho se sentiu ofendido. - Falou, enquanto sinalizava para a sorveteria perto da escola, mostrando que já tínhamos chegado.

- Aiden, Aiden! - Chamei, quando algo me ocorreu. - Não é perigoso eles deixarem o portão livre para que os delinquentes como você saiam da escola quando bem entendem?

- Delinquentes como eu e como você né? Agora, entra logo. - Entrei e, invertendo os papéis, ele me seguiu. Pedi um sorvete de baunilha e ele de chocolate e comemos sentados em uma mesa no fundo da sorveteria.

Ele ameaçou enfiar minha cara no sorvete se eu não calasse a boca, então eu disse que, se ele fizesse isso, eu iria até a polícia fazer um boletim de ocorrência dizendo que ele tinha me sequestrado. E continuei falando.

Depois, ele insistiu em pagar meu sorvete e a gente ficou discutindo isso, porque eu disse que era uma mulher independente e ele me mandou calar a boca e aceitar porque ele nunca mais faria isso. No fim, corri na frente e paguei o meu sorvete. E o dele. 

No fim das contas, o horário de saída tinha chego. Liguei para Li e pedi para que ele me esperasse no portão com as minhas coisas, já que ela sabia minha senha do armário, e Aiden voltou para a escola, porque, aparentemente, o time de futebol treinava cinco dias por semana. 

Carly tinha me abandonado (acho que ela foi resolver as tretas com o Will), então fui para casa sozinha, alone, by myself, correndo perigo de ser estrupada (palavras do Eric) porque Li também tinha me abandonado. Todo mundo me abandonou.

Cade a peixeira pra eu cortar meus pulsos?


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Notas finais do capítulo

OI!
Então, eu a Ana, a gente >realmente se perdeu na escola '-' mas foi coisa rápida S9A7DG68F75ASDGY depois a gente se encontrou. Mesmo assim, '-' '-' '-' ODUHAOUDHSADUH



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