A Guardiã escrita por Alatariel


Capítulo 15
Cruzo Espadas Com um Dunedáin


Notas iniciais do capítulo

O treino de Mary começa e ela acaba se desentendendo com Glorfindel!



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O almoço foi ainda mais surpreendente do que o café da manhã. Foram nos servidos vários tipos de panquecas com os mais deliciosos recheios, arroz integral com legumes, mas nenhum tipo de carne (elfos não comem carne), o que realmente não fez falta alguma.
Adicionaram a lista de bebidas algumas garrafas de vinho tinto de mesa, as quais fizeram a alegria de homens e elfos, entre os quais estavam Thranduil e Boromir.
Legolas comia quase tão pouco quanto eu e nossa pouca fome era compensada pela gula dos hobbits, que não cansaram de repetir seguidas vezes.
O nervosismo plantado por Galadriel em meu coração não me deixava pensar, agora eu entendia perfeitamente o porquê estava vestida daquele jeito, eu estava vestida para combate.
Soltei os talheres dentro do prato e fiquei calada, olhando para minhas mãos entrelaçadas no colo.
Após termos terminado, peguei uma xícara quente de chá de frutas silvestres, e me refugiei na praça novamente, tudo estava tão quieto que parecia ser a única pessoa viva naquele lugar.
- Não deveria estar tão preocupada Aragorn passou pelo arco de entrada e sentou-se a meu lado, observando a fonte
- Acho que deveria sim respondi olhando o conteúdo cor de sangue da xícara nunca lutei antes.
- Saiu-se muito bem com Faramir pela manhã elogiou ele só precisa de um pouco mais de paciência.
- Eu não deveria ter ficado com tanta raiva admiti
- Está no caminho certo o peso dos olhos do guardião recaiu sobre meus olhos o primeiro passo é reconhecer seus erros.
- Só queria saber quem vai ser meu professor, para poder me preparar melhor.
- Pois ele está bem a seu lado. respondeu-me sorrindo, ele fazia lembrar meu pai
- Você? perguntei nervosa E ainda me diz que não preciso me preocupar... eu ri
- Não há motivos para preocupação afirmou ele levantando-se esperarei sua presença hoje à tarde, na floresta. Com sua licença, senhorita.
***
Passear por Lothlórien ajudou a me distrair, passei por várias casas onde alguns elfos cuidavam de jardins, crianças corriam umas atrás das outras, eu parecia estar em casa.
- Níss!(Donzela) gritou uma menina com grandes olhos azuis correndo em minha direção com um lindo buquê de flores alaranjadas
- Alassë' aurë (boa tarde) falei abaixando-me para ficar na sua altura O que você quer pequena?
- Isso é para a senhorita ela me estendeu o buquê - silmanárë!
Ela voltou correndo por aonde tinha vindo deixando-me de sobrancelhas franzidas com aquele lindo arranjo nas mãos.
Inspirei o aroma das flores, eram um misto de perfume de rosas e orquídeas. A flor mesma se parecia com um lírio, o início das pétalas era vermelho e o interior, amarelo.
- Flores de fogo disse uma voz atrás de mim
- O quê? perguntei olhando para Legolas
- Silmanárë, quer dizer Flor de fogo explicou ele
- São lindas segurei o buquê mais junto ao corpo pensando no lugar onde iria coloca-las
- Mas são muito delicadas também ele não olhava para as flores e sim para mim precisam de água.
- Não faço ideia do lugar onde posso pôr o buquê.
- Coloque-o perto da fonte de água sugeriu Legolas
- Ótima ideia eu sorri subindo as escadas chegando a outra plataforma
Legolas continuou lá embaixo, olhei para ele e revirei os olhos.
- Você não vem? gritei
Ele se limitou a sorrir e subir correndo os degraus atrás de mim.
***
O sol da tarde incidia em meu rosto e eu lutava contra os raios que cruzavam a copa das árvores.
Caminhei devagar, estava sozinha e aquilo não me deixava nem um pouco mais animada, e isso era raro no meu caso.
Enxerguei Aragorn parado diante de um Mallorn, ele fazia movimentos rápidos com sua espada, rasgando o ar com golpes precisos, eu ia perder feio.
- Aragorn falei ao me aproximar
- Marianne ele fez uma vênia
- Acho que estou pronta, - tirei o colete verde e coloquei-o no galho de uma árvore só preciso de uma espada.
- Tome esta ele me estendeu uma espada de cerca de 85 cm cabo grosso e envolto em couro
- Eu tinha aulas de esgrima quando estava na cidade, mas a espada que usava era muito mais fina do que esta e também mais fácil de manejar.
- Usará as duas mãos para manejar esta espada, e terá que medir a força de seus golpes para não perde-la. explicou ele
- Vou tentar prometi erguendo a arma
- Ataque devagar pediu ele
Eu ataquei, e o rápido Dunedáin revidou o golpe arrancando-me a espada.
- Segure mais firme ele encaixou a espada em minha mão e ainda segurando-a descreveu um golpe no ar
- De novo pedi confiante
Dessa vez resisti por mais tempo com a espada em mãos, Aragorn atacou-me por um dos flancos, mas consegui amparar-lhe o golpe.
- Bom ele sorriu mas não me mostre seu ponto cego. ele apontou para o lado esquerdo de meu corpo
- Tá. assenti
Ficamos treinando até que comecei a me sentir exausta, a essa altura consegui desarmar Aragorn por duas vezes.
- Façamos uma pausa disse um Aragorn ofegante estendendo-me um cantil com água
Sorvi o líquido com vontade, estava completamente suada e o sol agora castigava minha nuca.
- Obrigada por me ajudar Aragorn eu sorri
- Não há o que agradecer ele deu-me tapinhas carinhosos no ombro mas não serei o único a ensinar-lhe algo hoje.
- Como assim?
- Glorfindel lhe ajudará com seu autocontrole ele pegou a espada que eu estava usando até a noite.
- Até.
Me sentei no chão descansando e esperando por Glorfindel, acho que estava mais nervosa com este tipo de treinamento do que com o que Aragorn havia me dado.
- Mal começamos e já está descansando? perguntou Glorfindel surgindo entre as árvores
Levantei-me num salto e ajeitei as roupas que estavam um pouco empapuçadas.
- Está pronta? perguntou-me sério
- Sim aquiesci segura
- Então feche os olhos mandou ele em tom autoritário terá de aprender a se metamorfosear sem estar enfurecida ou exposta ao perigo.
Obedeci, esperando pela próxima instrução, como ela não veio, abri um dos olhos.
Glorfindel estava parado de costas para mim, os braços cruzados atrás do corpo, tenso, mas mesmo assim parecia um general.
- Não pedi que fechasse os olhos? disse ele ainda virado
- Desculpe.
- Agora respire, sinta o ar entrando a saindo de seus pulmões, ouça os ruídos da floresta a seu redor.
Respirei devagar, minha cabeça começou a girar e senti um frio na barriga parecido com o que sentimos quando estamos em um elevador.
- Concentre-se sussurrou o elfo
Mas logo a sensação passou e eu não conseguia ouvir ruído algum vindo de outro ponto da floresta que não estivesse a um metro de mim.
Abri os olhos dando de trombas com um Glorfindel de sobrancelhas franzidas.
- Não quero ter que apelar para seu lado sentimental ponderou mal humorado
- Eu posso tentar de novo...
- Não você não pode disse decidido parece que estávamos enganados sobre você.
Tremi, meus olhos arderam e eu não os baixei do rosto de Glorfindel, não ia me submeter a ele, não agora.
- Não merece ser Guardiã.
- Se não merecesse, não estaria aqui retruquei ríspida
- Não responda a mim sua resposta foi gélida, mas ele não parecia zangado
- Então não fale comigo deste jeito. ameacei
- Escute Marianne ele se aproximou e percebi que emanava uma aura branca
- Glorfindel! gritou uma voz forte e austera
Virei-me sem acreditar, mas era mesmo Thranduil que estava parado logo atrás de nós, vestindo roupas típicas de elfos silvestres, trazia uma espada fina e comprida embainhada ao lado do corpo.
- Posso não estar pisando em minhas terras Lord Glorfindel, mas ainda sou rei ele caminhou na direção do outro elfo e você me deve obediência.
- Não sairei porque me ordenou, mas sim porque sei quando estou atrapalhando e assim o elfo marchou na direção oposta, sem olhar para trás

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Notas finais do capítulo

Reviews?
Será que eu os mereço?
KKKKK
BJOSSS